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Evolução Conceitual do Fenômeno Internacionalização: da Estratégia Organizacional a Global Born Firm

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Evolução Conceitual do Fenômeno Internacionalização: da Estratégia Organizacional a Global Born Firm

Lúcia de Fátima Lúcio Gomes da Costa – Doutoranda em Administração da UFRN e

Professora de Administração do IFRN. lucia.lucio@ifrn.edu.br

Miguel Eduardo Moreno Añez – Pós Doutor em Administração e Professor titular da UFRN.

Anez1957@yahoo.com.br

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar uma leitura da evolução o termo internacionalização de empresa a partir do pressupostos teóricos que o antederam como surgiu do ponto de vista científico e histórico e como foi evoluindo. Para tanto o ensaio teórico discute as teorias da administração desde a administração clássica até chegar aos primeiros estudos na áreas de estratégias no qual é estudado o fenômeno organizacional do processo de internacionalização. É apresentado uma revisão da literatura sobre as escolas que desenvolveram estudos empíricos e que postulam modelos de análise sobre a forma de internacionalização das empresas no mundo e por último apresenta o conceito de born global que consiste na evolução do fenômeno de internacionalização que passar a não ser lido exclusivamente como um processo mas como uma estratégia deliberada de aspectos empreendedores desde a formação da própria organização.

Palavras chaves: internacionalização, born global, estratégia, evolução conceitual

This article aims to present a reading of the term evolution of enterprise internationalization from theoretical assumptions that antederam how did the scientific point of view and history and how it evolved. For both theoretical essay discusses the theories of management from administration until the early classic studies of strategies in the areas in which it is studied the organizational phenomenon of the internationalization process. It presented a review of the literature on schools that have developed empirical and analytical models that postulate on how the internationalization of companies in the world and finally introduces the concept of born global phenomenon is the evolution of internationalization to go unless read exclusively as a process but as a deliberate strategy of entrepreneurs from training aspects of the organization itself.

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Introdução

O atual cenário econômico, caracterizado por turbulências e incertezas, vem acirrando a competição entre as indústrias e pressionado as firmas a se dirigirem a mercados internacionais tornando a mobilidade internacional e a competição por localizações favoráveis mais comuns em países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Características organizacionais, tais como a idade da firma, tamanho e experiência são importantes no desenvolvimento estratégico da firma, porém, tão importante quanto elas são os motivos que estimulam a internacionalização, conhecido na tese como motivação internacional. A literatura sobre gestão internacional apresenta pelo menos duas razões para a presença de empresas no mercado estrangeiro: Adquirir competitividade e obter experiência gerencial sobre novos negócios e acesso a recursos tecnológicos e inovação. Empresas de países emergentes, por serem economicamente vulneráveis às crises econômicas internacionais, tem adotado a decisão de internacionalização, porém, para tanto, é necessário superar vários desafios, como a manutenção da firma no exterior.

A perspectiva estratégica, de um modo geral, subentende a formação de vários tipos de estratégias, deliberadas e emergentes. As deliberadas são marcadas pela presença da alta administração no planejamento, formalização e controle do planejamento estratégico enquanto as emergentes são estabelecidas pela aprendizagem, dialogo da alta gerência com atores organizacionais internos e externos, e incentivos a atividades empreendedoras. Os processos estratégicos, deliberados e emergentes, fazem parte das decisões de entrada e desenvolvimento da firma no mercado internacional e são concretizados com a escolha de diversas estratégias de entrada.

O processo de formação estratégica, tanto deliberados quanto emergentes, faz parte das decisões de entrada e de desenvolvimento em mercados internacionais e tem oportunizado a geração de muitos estudos voltados para estratégias internacionais (OLIVEIRA, 2008; KIM, 2007; ROCHA; MELO 2002). Entende-se que processos dessa natureza se concretizam com a escolha de diversas estratégias de entrada no mercado internacional (ROOT, 1994; BUCKLEY; CASSON, 1979), as quais variam em função do nível de comprometimento de recursos e da complexidade inerentes às operações internacionais.

O processo estratégico internacional não depende apenas de especificidades do mercado, de vantagens específicas da firma, ou de um arranjo de fatores que, se manifestam segundo critérios objetivos de decisão e escolha dos modos de entrada. A implementação unilateral pelo entrante no mercado estrangeiro, não o garante que a firma possa obter sucesso no mercado internacional, haja vista, que a decisão por uma dessas vantagens comparativas poderá comprometer o êxito em função de outra (HONÓRIO, 2009). O processo inclui também a escolha de relacionamentos que lhes produza maior vantagem a acessos a recursos valiosos em toda sua cadeia de como clientes, fornecedores, distribuidores e agências governamentais (JOHANSON; MATTSSON, 1988; ROOT, 1994).

Mesmo diante de muitas abordagens diferentes, entende-se que o processo estratégico internacional seja determinado por características organizacionais específicas e que o conjunto dessas perspectivas se revela como um importante influenciador do grau em que se encontra a extensão das operações internacionais, usualmente avaliado por meio de indicadores financeiros e operacionais (PREVIDELLI, 1997; HONÓRIO, 2009). Nesse sentido, o grau de internacionalização pode ser considerado um atributo que identifica a situação em que se encontra o processo de expansão internacional em termos do crescimento e de criação de valor percebido pela firma em relação às operações que desenvolve no mercado externo. Significa dizer que, à medida que as atividades internacionais vão se

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expandindo, o grau de internacionalização se modifica e aprimora em termos financeiros e de negócios efetivados no exterior oportunizando a ampliação do escopo geográfico onde eles se concentram. Isso se justifica pelo desenvolvimento de know-how do negócio e pela reestruturação de competências empresariais (KOGUT, 2002).

Estudos recentes tem apresentado uma nova perspectiva acerca do fenômeno da internacionacionalização. A parir da década de 90 observou-se um movimento crescente de empresa que se internacionalizavam cada vez mais cedo ou que já nasciam realizando negócios internacionais, as chamadas empresas born global. Nesse sentido, percebe-se a evolução e a mudança de paradigma das estratégias organizacionais e até do próprio conceito de internacionalização (OVIATT e McDOUGAL, 1994; KNIGHT e CAVUSGIL, 2004) Tendo essa perspectiva teórica em vista o presente artigo visa explicar aspectos relativos a construção do conceito do fenômeno organizacional internacionalização através de uma perspectiva histórica, contextual e teórica que balizaram a atual evolução do conceito e na elaboração de novos conhecimentos na área.

Para tanto o artigo está dividido na presente introdução...

2. Escolas da Administração e as mudanças propostas pela teoria contingencial

O processo de internacionalização de empresa é um dos fenômenos mais estudado nas pesquisas relativa a estratégias internacionais a partir da década de 70 em virtude da grande contribuição teórica apresentada pela escola Nórdica de Uppsala. Antes, porém, dessas pesquisas tomarem expressão representativa do fenômeno da internacionalização já se observava mudanças paradigmáticas no entendimento dos fenômenos organizacionais.

Não possível dissociar a análise sobre o processo de internacionalização dos estudos acerca de estratégia organizacional, que por sua vez também está diretamente a trelada a sua origem teórica que são as escolas da administração a partir da administração científica até a teoria do sistema.

O que se percebe é que para conhecer de forma mais aprofunda um fenômeno organizacional se faz necessário conhecer a trajetória histórica, contextual e teórica que o gerou (HABERMAS, 1982), a fim de reconhecer as bases desse conhecimento , nesse sentido, essa sessão se dedica a esclarecer conceito e a trajetória epistemológica do conhecimento produzido na ciência acerca da internacionalização de empresas.

A teoria geral da administração á apresentado na maioria dos cursos de graduação em administração como a geração de um conhecimento linear que, de uma forma geral apresenta a história das escolas da administração como sendo um caminho que começa pela administração científica de Taylor, Fayol e Ford que apresenta a perspectiva do proco econômico e produtivista da produção em larga escala que bem traduzia o contexto histórico da época pautado na revolução industrial, é observável que as obras desenvolvidas pelos autores agregavam a descrição de um novo paradigma formado pautado nas condições históricas que viabilizavam não só uma mudança significativa no sistema de produção como no padrão da própria sociedade.

A escola de relações humanas orquestrada por Elton Mayo vem trazer uma leitura diferente do que se compreendia do papel do operário como era vista na administração clássica, o autor discorre sobre a necessidade de compreender os aspectos de produtividade a luz de questões motivacionais, corroborando também com o contexto social que apresentava força social e insatisfação com o sistema de produção posto, essa mudança do ponto de vista científico traz discussões estruturantes para novos conceitos dentro da ciência da administração. A escola burocrática de Weber e a escola estruturalista, por sua vez, incrementaram a necessidade de organizar e orientar a visão da administração clássica aliada a alguns conceitos da escola de relações humanas no sentido de departamentalizar as funções organizacionais promovendo assim maior sinergia na execução das tarefas. Mais tarde a teoria

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dos sistema apresenta uma análise organizacional, na qual só será possível desenvolver esse tipo de sinergia proposta na teoria estruturalista a partir de que as funções e departamentos interajam entre sí de forma dinâmica como sistemas retroalimentáveis que promovam respostas capazes de melhorar a eficiência de novos ciclos.

O que se observa é que até esse momento da construção dessas teorias em administração passa por um processo incremental não só do ponto de vista da própria criação do conhecimento, mas principalmente por esse conhecimento gerado ser reflexo de um contexto histórico que, de forma indireta, o direcionada para sua construção. Era a dinâmica da própria organização que desenhava a necessidade de novas demanda teóricas que descreviam as novas formas de gestão. Para Popper (1980) o princípio da verificabilidade e falseabilidade em uma teoria, ou seja, o significado de uma proposição está relacionado diretamente aos dados empíricos que resultam de sua observação e que, uma vez existentes, dão veracidade à proposição.

A partir da teoria dos sistemas, observou-se que a arena de discussão não mais se tratava dos aspectos internos e organizacionais focando estrutura e produção, porém a relação que a organização enquanto estrutura estabelecida tinha com seu ambiente e que dinâmica poderia promover sua eficiência estratégica de forma a alcançar novos mercados e garantir mercado consumidor. Nessa perspectiva a teoria contingencial surge como um novo postulado teórico observando aspectos voltados para a estratégia organizacional.

O termos estratégia tem sua origem de aplicação de conceitos em práticas militares, mas é em administração que a patir da década de 50 que torna-se uma referencia teórica. Penrose, (1959) com a teoria do crescimento da firma, Chandler (1962) através da teoria contingencial discutiam a questão da relação da empresa com o mercado observando a tecnologia, ou a inovação tecnológica como variável de análise que possibilitaria o melhor desempenho mercadológico da empresa.

Essa mudança teórica também respeita aspectos históricos ocorridos na época, o pós guerra trouxe um direcionamento das nações. A produção bélica deixa de ser a prioridade e se passa a desenvolver perspectivas voltadas para o mercado consumidor. Nesse momento, pode-se considerar que há uma mudança no padrão de análipode-se organizacional traduzindo não só reflexo de demanda da sociedade, mas a organização passa ser entendida como um agente proativo também capaz de mudar a dinâmica da própria sociedade. A organização deixa de ser meramente reativa e passa a interagir através de uma sistema aberto retroalimentável como o mercado, e é através do avanço tecnológico dos seus produtos e sistemas produtivos que se apresenta uma nova dinâmica.

Pode-se considerar que esse é um ponto crucial de mudança do ponto de vista pragmático e teórico da construção do conhecimento em administração. Há nitidamente uma mudança paradigmática conceitual (KUNH, 1996) porém não se pode considerar que ocorra uma quebra total ou uma revolução científica, uma vez que os conceitos anteriores gerados até então continuam como referencial teóricos e práticos na rotina organizacional, porém a forma é alterada tanto do ponto de vista da gestão organizacional, como na perspectiva de como fazer o conhecimento científico acerca dessa gestão.

As teorias com enfoque estratégico não tem mais a preocupação em realizar análises de caráter descritivo respeitando os caminhos e as dinâmicas da própria empresa, mas sim, em desenvolver conhecimento de caráter preditivo no sentido de antever formas e condições que possam garantir vantagem competitiva organizacional, o que corrobora com o estudo de Penrose (1959) no qual prevê que as competências internas e estratégicas de uma organização poderá promover dinâmicas que lhe garanta vantagem competitiva que não necessariamente estará vinculada as vantagens comparativas das nações. Assim o equilíbrio econômico pode ser oportunizado pelo esforço dessas organizações.

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3. Estratégia Organizacional e o processo de internacionalização

Os estudo em estratégias se estabelecem na década de 60 e 70 quando dentre outras novas abordagens e visões na ciência da administração surge de forma mais evidente o fenômeno da internacionalização. Mas do que garantir a competitividade em seu ambiente tarefa as empresas buscam agora garantir mercado consumidor em outras partes do mundo é sobre a evolução desse fenômeno se dedica a sessão.

Muitas teorias foram desenvolvidas acerca do processo de internacionalização que a rigor através das analises de pesquisadores da última década classificaram essas teorias com dois tipos de enfoque, as comportamentais e as econômicas. De uma forma geral as teorias econômicas são construções teóricas que defendem aspectos relativos competências internas a devida gestão de recurso como sendo o fator preponderante para o processo de internacionalização. Dito de outro modo, as empresa, de acordo com seu posicionamento estratégico pode se internacionalizar de uma forma direta sem que a internacionalização seja de fato um processo e sim um posicionamento, são algumas teorias que apresentaram esse posicionamento: Teoria da Internalização (BUCKLEY; CASSON, 1976; RUGMAN, 1981); Teoria dos Custos de Transação (WILLIAMSON, 1975); Paradigma Eclético (DUNNING, 1980, 1981, 1998); Teoria da Organização Industrial (HYMER, 1960; CAVES, 1971); Teoria do Ciclo de Vida do Produto (VERNON, 1966); Teoria da Vantagem Competitiva (PORTER, 1990).

Muitas discussões teóricas observaram que esse processo não se dá meramente pelas competências e capacidades internas da organização, uma vez que a internacionalização está intimamente ligada ao formação das estratégias organizacionais. E esse padrão de formação das estratégias exige uma análise acerca do comportamento do decisor, dessa forma, variáveis comportamentais foram foco de análise de teorias que abordavam análise do empreendedorismo internacional como a Teoria da Escola de Uppsala (JOHANSON; VALHENE, 1977; 1990); e Teoria das Redes Industrias (ANDERSON; HOLM; FORSGREN, 2000; JOHANSON; MATTSON, 1986). Modelo de Inovação (REID, 1981; CZINKOTA, 1985).

Os modelos comportamentais trouxeram grandes contribuições as análises sobre a internacionalização e que a rigor compreendem que as características dos decisores e dos aspectos comportamentais definem o padrão das estratégias internacionais, além disso, compreendem dentro desse caráter comportamental que a internacionacionalização é um fenômeno processual e gradual que demanda uma série de etapa no sentido de amadurecer uma ralação de negócio internacional até que ela seja considerada “madura”. Apesar de algumas críticas, os modelos tiveram grande poder de verificabilidade na realidade de muitas organizações, até a década de 90.

O que se observou é que a partir de então a dinâmica do mercado se tornou cada vez mais frenética, o que oportunizou uma série de circunstâncias atípicas ao que se foi construído por essas teorias. A mudança ocorrida no início da década de 70 oportunizada pelo movimento do avanço tecnológico e dos meios de comunicação se intensifica com a redução do custo dos meios de transporte e o aperfeiçoamento das ferramentas de comunicação. Reflexo disso, é que a ova mudança no contexto histórico social demandam que as empresas apresentem estratégias ainda mais agressiva para competir no mercado.

Além disso, muitos mercados, como o Brasil, passaram pelo processo de abertura dos portos nesse período, o que quer dizer que empresas que outrora só focavam o mercado nacional como mercado alvo, invariavelmente precisava observar as estratégias internacionais da concorrência para se manter competitivo inclusive no mercado interno. De uma forma geral com o processo de globalização as ferramentas produtivas das indústrias ficaram de certa forma equivalente. O que definiria a vantagem competitiva das organizações não se dava

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mais no que produzir, mas sim no como produzir.

E no processo de escoamento dessa produção a internacionalização entra como matéria vigente. Várias teorias foram construídas para explicar o fenômeno da internacionalização de grandes empresas early mover, porem, a realização de negócios no mercado internacional não é exclusiva de grandes empresas de países desenvolvidos. Na última década, vários estudos mostraram pequenas e médias empresas com recursos limitados que vêm obtendo sucesso competitivo em seus negócios internacionais (BELL et. alli, 1999; OVIATT; MCDOUGALL, 1994; MADSEN; SERVAIS, 1995; KNIGHT; CAVUSGIL, 1995).

4. Born Global: novo padrão estratégico com foco na performance internacional

O conceito de internacionalização passa por uma mudança paradigmática, o foco de análise deixa de ser o processo e passa ser o fenômeno que adotando uma nomenclatura mais apropriada para sua perspectiva pragmática: as empresas born globals que já nascem internacionalizadas. Quem inicia estudos sobre essa nova perspectiva é Oviatt e McDougall (1994) que apresenta a importância de empresas de menor porte de de grande poder de manobra estratégica que já nasciam ou começavam muito cedo a fazer negócios internacionais.

A contribuição dos autores também foi aprimorada através da compreensão de outros estudos que observaram que a inovação, conhecimento, competências e capacidades organizacionais definiam o nível de comprometimento em negócios internacionais dessas empresas (KNIGHT; CAVUSGIL, 2004; RIALP; RIALP; KNIGHT, 2005; BELL; MCNAUGHTON, 2000; OVIATT; MCDOUGALL, 1994).

Vários fatores são responsáveis pela emergência desse tipo de empresa. Um primeiro é a influência de muitas inovações tecnológicas recentes, particularmente no campo dos meios comunicação e transporte, além da microeletrônica (MADSEN; SERVAIS, 1995; KNIGHT; CAVUSGIL, 1995). Estas tecnologias reduziram significativamente os custos das transações das empresas internacionalizadas. Outro fator é a quantidade crescente de pessoas com experiência internacional em negócios. A existência de pessoas com capacidade para se comunicar, entender e operar em diversas culturas aumenta a possibilidade de se explorar mudanças tecnológicas nos mercados internacionais (MADSEN E SERVAIS, 1995). Finalmente, um terceiro fator é a crescente especialização dos mercados, e o consequente surgimento de nichos que, devido aos avanços tecnológicos, podem ser explorados por empresas de menor porte (OVIATT E MCDOUGALL, 1994).

Apesar do relativo consenso sobre os fatores determinantes do surgimento de empresas nascidas globais, há diversos conflitos teóricos sobre suas características definidoras. Alguns dos conflitos teóricos mais marcantes referem-se à percentagem de vendas no exterior, idade da empresa, número de países em que tem atuação, entre outros.

Além disso, será seguida a definição de Knight e Cavusgil (2004), a qual evidencia que a vantagem competitiva das born globals está na aplicação de recursos intensivos em conhecimento nos diversos países em que atuam. Pequenas e médias empresas que entram no mercado internacional muitas vezes possuem lacunas de recursos tangíveis, financeiros e humanos (BARNEY, 1997), por outro lado possuem produtos de alto grau de conhecimento e especialização e que exigem inovação constante (. A propriedade de ativos no exterior não é uma condição essencial desses empreendimentos internacionais, uma vez que as suas principais preocupações têm relação com o valor agregado no produto e não os ativos possuídos no exterior (OVIATT E MCDOUGALL, 1994, 2005; KNIGHT E CAVUSGIL, 2004).

5. Considerações Finais

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internacionalização pode-se identificar textos que pela sua capacidade de representação da realidade vivida pelas organizações se estabeleceram como referenciais clássicos da temática, que partem desde a década de 50 através de estudos de estratégias até os dias atuais.

Nessa trajetória identificam-se pontos de mudanças mais nítidos provocados, sobretudo, pela leitura dos novos contextos organizacionais que, por sua vez, são reflexo de mudança do padrão da própria sociedade. A análise da interação da organizaçãoo com seu ambiente promovida pela teoria contingencial que postulou também a empresa como fator interveniente de mudança no padrão das escolas da sociedade pode ser considerada o primeiro passo da análise na mudança da forma como se era vista a produção das teorias em administração de empresas.

Com a dinâmica frenética do mercado que os estudos sobre estratégias globais pautadas no entendimento do processo de internacionalização mostrou um novo período de produção em estratégia organizacional que, por ser uma temática tão abrangente, tratou de verticalizar estudos como no caso os voltados para os negócios internacionais.

Pior fim na década de 90 acompanhando crescimento geométrico das interações do mercado e pela diminuição dos custos logísticos e dos meios de produção surge o conceito de born global, aprimorando as teorias acerca de negócios internacionais e apresentam uma caráter tão embrionário que passa a presentar tamanha abrangência assim como ocorreu com os estudos de estratégias.

De uma forma geral observa-se que as competências nas áreas de estratégias estão se movimentando de forma tão cunhada nos processo que não se possível compreender em que medida a estratégia se separa da estrutura organizacional ou vise-versa

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