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COLEÇÃO MANUAIS DA ODONTOLOGIA AMPLIADA, REVISADA E ATUALIZADA

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Academic year: 2021

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COLEÇÃO MANUAIS DA

ODONTOLOGIA

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COLEÇÃO

MANUAIS DA

ODONTOLOGIA

DENTÍSTICA

COORDENADOR E AUTOR

LEONARDO GONÇALVES CUNHA

AUTORA

FERNANDA MEDEIROS DARZÉ

AMPLIADA, REVISADA E ATUALIZADA

7

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Título | Editor | Projeto gráfi co | Diagramação | Copidesque | Conselho Editorial | Dentística Fernanda Fernandes Felipe Cerqueira Markelangelo Design Thaís Alvarenga Carolina Melo

Caio Vinicius Menezes Nunes Itaciara Larroza Nunes Paulo Costa Lima Sandra de Quadros Uzêda Silvio José Albergaria da Silva

Editora Sanar Ltda. Rua Alceu Amoroso Lima, 172 Caminho das Árvores,

Edf. Salvador Offi ce & Pool, 3º andar. CEP: 41820-770, Salvador - BA. Telefone: 71.3052-4831 www.editorasanar.com.br atendimento@editorasanar.com.br © Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos à Editora Sanar Ltda. pela Lei nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume ou qualquer parte deste livro, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, gravação, fotocópia ou outros), essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às suas características gráficas, sem permissão expressa da Editora.

FFIICCHHAA CCAATTAALLOOGGRRÁÁFFIICCAA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Tuxped Serviços Editoriais (São Paulo-SP)

_____________________________________________________________________________________________________________

C972md Cunha, Leonardo.

Dentística / Leonardo Cunha e Fernanda Medeiros. - 1. ed. - Salvador, BA : Editora Sanar, 2020. 256 p.; 16x23 cm. (Coleção de Manuais em Odontologia, v.7).

Inclui bibliografia.

ISBN XXX-XX-XXXXX-XX-X

1. Dentistas. 2. Materiais 3. Odontologia. 4. Procedimentos. I. Título. II. Assunto. III. Cunha, Leonardo. IV. Medeiros, Fernanda.

CDD 617.6 CDU 616.31

____________________________________________________________________________________________________________

ÍNDICE PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO 1. Odontologia.

2. Odontologia.

__________________________________________________________________________________________________ Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Pedro Anizio Gomes CRB-8 8846

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CUNHA, Leonardo; MEDEIROS, Fernanda. Dentística. 1. ed. Salvador, BA: Editora Sanar, 2020. (Coleção de Manuais em Odontologia, v.7).

WWW.TUXPED.COM.BR 978-65-87930-14-5

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AUTORES

Mestre e Doutor em Materiais Dentários pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com Fellowship em Biomaterials pela Oregon Health & Science University (OHSU - Oregon/USA). Graduado em Odontologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente é Professor Adjunto da Universidade Federal da Bahia (Salvador).

Doutoranda em clínicas odontológicas (SLMANDIC); Mestre em dentística (SL-MANDIC); Especialista em odontopediatria (SOESP); Graduação em odontolo-gia (Unip); Mestre em dentística, pela faculdade São Leopoldo Mandic. Especia-lista em Odontopediatra, pelo Sindicato de Odontologia do Estado de São Paulo; Graduada em Odontologia, pela faculdade de Odontologia da Universidade Paulista.

FERNANDA MEDEIROS DARZÉ LEONARDO GONÇALVES CUNHA

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A coleção Manuais da Odontologia é o melhor e mais completo conjunto de obras voltado para a capacitação e aprovação de dentistas em concursos públicos e programas de residências do Brasil. Elaborada a partir de uma metodologia que julgamos ser a mais apropriada ao estudo direcionado para as provas em Odontolo-gia, contemplamos os 6 volumes da coleção com os seguintes recursos:

✓ Teoria esquematizada de todos os assuntos;

✓ Questões comentadas alternativa por alternativa (incluindo as falsas);

✓ Quadros, tabelas e esquemas didáticos;

✓ Destaque em vermelho para as palavras-chave;

✓ Questões categorizadas por grau de dificuldade, de acordo com o modelo a seguir:

FÁCIL INTERMEDIÁRIO

DIFÍCIL

Elaborada por professores com sólida formação acadêmica em Odontologia, a presente obra é composta por um conjunto de elementos didáticos que em nossa avaliação otimizam o estudo, contribuindo assim para a obtenção de altas perfor-mances em provas e concursos em Odontologia.

FERNANDA FERNANDES

Editora

APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

1. DIAGNÓSTICO DA DOENÇA CÁRIE...11

Introdução ...11

Doença Cárie ...12

Métodos de Diagnóstico ...25

Diagnósticos diferenciais ...37

Exames complementares para determinação do risco de cárie ...41

Quadro resumo...46

Questões comentadas ...50

Referências ...56

2. PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINO-PULPAR ...59

Introdução ...59

Substrato dentinário...59

Polpa ...62

Tipos de agressão ao complexo dentino-pulpar ...62

Fatores que orientam as estratégias de proteção do complexo dentino-pulpar ...65

Materiais de proteção pulpar ...69

Tratamento conservador da polpa ...79

Quadro resumo...89

Questões comentadas ...92

Referências ...98

3. CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO ...101

Introdução ...101

Composição ...101

Reação de presa ...102

Propriedades dos cimentos de ionômero de vidro ...105

Classificação ...111

Indicações clínicas ...117

Contraindicações ...118

Manipulação e inserção na cavidade ...118

Resinas poliácidomodificadas (RPAM) ...120

Quadro resumo...124

Questões comentadas ...126

(10)

4. SISTEMAS ADESIVOS ...135

Introdução ...135

Sistemas adesivos ...136

Classificação dos sistemas adesivos ...141

Adesão ...148

Esmalte ...151

Dentina ...154

Incompatibilidades dos sistemas adesivos simplificados ...158

Quadro resumo...160

Questões comentadas ...163

Referências ...170

5. RESINAS COMPOSTAS...173

Introdução ...173

Composição das resinas compostas ...174

Classificação das resinas compostas pelo tamanho das partículas inorgânicas ...182

Classificação das resinas compostas quanto à viscosidade ...185

Classificação das resinas compostas quanto à forma de ativação ...187

Propriedades físicas ...188

Propriedades mecânicas ...197

Dureza das resinas compostas ...198

Acabamento e polimento ...199

Reparo das restaurações de resina composta...200

Quadro resumo...201

Questões comentadas ...203

Referências ...211

6. CLAREAMENTO DENTAL ...213

Introdução ...213

Etiologia das alterações cromáticas ...214

Mecanismo de ação dos agentes clareadores ...217

Componentes dos agentes clareadores ...220

Técnicas de clareamento ...221

Efeitos adversos ...231

Carcinogenicidade dos agentes clareadores ...236

Limitações para o clareamento dental...237

Contraindicações para o clareamento dental ...237

Influência da alimentação sobre o clareamento dental ...237

Quadro resumo...239

Questões comentadas ...240

(11)

CAPÍTULO

11

1.INTRODUÇÃO

O diagnóstico determina precisamente o tipo e estágio de uma doen-ça. Objetiva a avaliação das necessidades apresentadas pelo paciente por meio da análise dos sinais e/ou sintomas que irão identifi car a doença e reconhecer seus agentes etiológicos. Para isso é realizado um exame clí-nico minucioso, ordenado e completo para a identifi cação das alterações nos tecidos bucais, objetivando uma atuação na manutenção e/ou resta-belecimento da saúde.

O processo diagnóstico visa: separar indivíduos com uma doença es-pecífi ca daqueles que não possuem a doença; separar indivíduos que apresentem um estágio específi co da doença daqueles que apresentem a doença em outro estágio1. A individualização do tratamento para

cer-tos tipos de doença é muito importante, pois a padronização deste, em alguns casos, não produz efeito satisfatório.

Portanto, precisamos conhecer bem o conceito de cárie, os mecanis-mos envolvidos na sua progressão e métodos de diagnóstico para que possamos evitar sua instalação ou intervir em sua progressão.

Diagnóstico da

Doença Cárie

1

O que você irá ver nesse capítulo:

Introdução Doença cárie

Métodos de diagnóstico Diagnósticos diferenciais

Exames complementares para determinação do risco de cárie Quadro resumo Questões comentadas Referências ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓

Coordenador e Autor: Leonardo Gonçalves Cunha Autora: Fernanda Medeiros Darzé

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CAPÍTULO 1 - DIAGNÓSTICO DA DOENÇA CÁRIE Cunha LG, Darzé FM

12

2 DOENÇA CÁRIE

A cárie é uma doença de prevalência elevada e diagnóstico simples. Além disso, é uma doença infecciosa, multifatorial, dinâmica e localizada, com desenvolvimento agudo ou crônico, que ocorre a partir do biofilme presente na superfície do dente, resultando em uma alteração do equilí-brio entre a superfície dental e o fluido do biofilme, o que, com o passar do tempo, leva à perda mineral2. A doença se dá por consequência da

varia-ção do pH na cavidade, sendo resultado de sucessivos ciclos de desmine-ralização e de reprecipitação de minerais presentes na saliva que ocorrem na interface dente-biofilme. Seu desenvolvimento começa muito antes do momento em que suas sequelas, como manchas brancas e cavitações, são observadas a olho nu.

A velocidade da progressão das perdas de mineral decorrentes des-se dedes-sequilíbrio é que determinará a velocidade de ocorrência de lesões cariosas. A desmineralização dos tecidos dentais (esmalte, dentina ou ce-mento) é causada por ácidos, especialmente o ácido lático, produzidos pela fermentação bacteriana dos carboidratos da dieta, geralmente a sa-carose. A diminuição do pH ocasiona dissolução do esmalte e transporte de cálcio e fosfato para o meio bucal. É importante ressaltar que o padrão da cárie dental varia de dente para dente e de superfície para superfície. As áreas mais comuns para o desenvolvimento da lesão, devido ao maior acúmulo de alimentos e biofilme dental são: áreas abaixo do ponto de contato proximal, área oclusal dos dentes em erupção e ao longo da re-gião cervical.

2.1 Etiologia da cárie

Para que ocorra o desenvolvimento de uma lesão de cárie, é necessá-ria uma tríade de fatores: hospedeiro, microbiota e dieta, sendo que eles devem ocorrer conjuntamente por um período mínimo de tempo. A rela-ção entre os fatores apresentados foi esquematizado no Modelo de Keyes, apresentado na Figura 1.

Além disso, a ocorrência da doença cárie está associada a fatores deter-minantes e moduladores. Os fatores deterdeter-minantes são microbiota, tipo de dieta e hospedeiro. Já os moduladores incluem idade, estado de saúde

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Cunha LG, Darzé FM

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geral, fluoretos, aspecto socioeconômico, variáveis de comportamento e histórico de cárie. Esses fatores devem ser levados em consideração, po-rém nem todos intervêm necessariamente em todos os indivíduos que desenvolvem cárie. Sua presença varia favorável ou desfavoravelmente, de modo determinante segundo o indivíduo3.

Figura 1: Modelo de Keyes

2.1.1 Fatores determinantes

1- Microbiota

A complexidade da ecologia oral pode ser apreciada quando consi-deramos que mais de 300 espécies bacterianas, além de fungos, proto-zoários e micoplasmas, colonizam a cavidade oral humana. A microbiota residente na cavidade bucal contribui para a defesa inata do hospedeiro, agindo como barreira resistente à colonização por microrganismos tran-sitórios que podem ser patogênicos. Os microrganismos patogênicos são adquiridos por meio de qualquer contato com saliva de outras pessoas,

Hospedeiro -Dente

Microbiota

Dieta Cárie

(14)

CAPÍTULO 1 - DIAGNÓSTICO DA DOENÇA CÁRIE Cunha LG, Darzé FM

14

como um beijo entre mãe e filho ou compartilhamento de objetos, acar-retando desequilíbrio entre as espécies e aumentando a predisposição a doenças8.

Quando da ingestão da sacarose, ocorre queda imediata do pH, ini-bindo o crescimento de algumas bactérias e estimulando a atividade de outros microrganismos patogênicos. Desse contato, resulta a fermentação do material glicídio e proteico, gerando ácidos que iniciam a descalcifi-cação do esmalte dentário. Os principais microrganismos envolvidos na produção da cárie são Streptococcus mutans, lactobacillus e actinomyces.

Os Streptococcus mutans fazem parte da fase inicial da cárie, contribuin-do com a formação da matriz contribuin-do biofilme e a adesão bacteriana por serem muito aderentes. Apresentam características que aumentam sua carioge-nicidade: sobrevivem, metabolizam e se desenvolvem em baixo pH (acidú-ricos), apresentam via glicolítica eficiente que produz rapidamente baixos valores de pH no biofilme e permite que a produção de ácidos continue na ausência de açúcares. Produzem grandes quantidades de polissacarídeos extracelulares que permitem uma grande formação de biofilme e quebram algumas glicoproteínas salivares importantes, que teriam a função de impe-dir as etapas iniciais de desenvolvimento das lesões cariosas.

Os lactobacillus aparecem quando existe ingestão frequente de car-boidratos refinados. São responsáveis pela progressão da cárie. Por não serem capazes de formar polissacarídeos extracelulares, não aderem às superfícies lisas. São acidogênicos e acídúricos, produzem ácido láctico, que se dissocia em íons de hidrogênio, reduzindo o pH.

O açúcar ingerido é fermentado pela ação dos lactobacillus e o ácido láctico produzido afeta tanto o esmalte quanto a dentina, levando à perda de cálcio e fosfato e iniciando a desmineralização do dente. O pH crítico para a dentina é 6,0 e para o esmalte, 5,5. Isso quer dizer que, nesse nível de pH, a saliva não tem mais a capacidade de proteger a estrutura mineral dos dentes (efeito tampão).

No esmalte, os cristais se dissociam e tendem a migrar para o meio ex-terno. Devido ao efeito tampão da saliva, o pH se estabiliza e incorpora novos cristais à superfície, iniciando a remineralização, que leva 20 minu-tos para ser concluída.

Os actinomyces produzem lesões de progressão mais lenta que os outros microrganismos. Estão relacionados com lesões cariosas radiculares e rara-mente induzem cárie em esmalte. Não são efetivos produtores de ácidos.

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Cunha LG, Darzé FM

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O biofilme se inicia com a formação da película adquirida, que é uma fina camada acelular (proteica) que forma a base para adesão dos micror-ganismos que posteriormente desenvolvem o biofilme dental. A película adquirida protege a superfície do esmalte, influencia na aderência eleti-va dos microrganismos e funciona como resereleti-vatório de flúor. A película varia de 0,1 µm a 3 µm e apresenta alto conteúdo de grupos carboxila e sulfatos, o que aumenta a carga negativa do esmalte. A colonização pelos microrganismos ocorre pela aproximação das bactérias à superfície da pe-lícula. O processo de adesão ocorre nas primeiras quatro horas enquanto o crescimento e reprodução dura de 4 a 24 horas, formando uma cober-tura consistente, que é o biofilme. Após 7 dias da formação do biofilme, ocorre a dissolução do esmalte superficial.

A cariogenicidade do biofilme depende de alguns fatores:

• Localização dos microrganismos nos dentes: superfícies lisas, fossas e superfícies radiculares.

• Quantidade de microrganismos concentrados em áreas não acessí-veis à higiene bucal ou autolimpeza.

• Quantidade de ácidos produzidos capazes de dissolver o componen-te mineral do dencomponen-te.

• A consistência do biofilme dental, que favorece a retenção de com-postos e diminui a difusão de elementos neutralizantes em seu inte-rior.

2 - Dieta

Os carboidratos fermentáveis são considerados os principais responsá-veis pelo desenvolvimento da cárie, especialmente a sacarose, que possui o maior potencial cariogênico. A sacarose também favorece a colonização de microrganismos com adesividade ao biofilme, aumentando a fixação sobre o dente.

O início da desmineralização dos tecidos duros se dá com a formação de ácidos pelos microrganismos, durante sua atividade glicolítica, a partir dos alimentos da dieta. A produção de ácidos reduz o pH, que cria um meio de desenvolvimento para outras bactérias cariogênicas.

Além da quantidade, a frequência do consumo, a aderência e a acidez do alimento devem ser levados em consideração.

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CAPÍTULO 1 - DIAGNÓSTICO DA DOENÇA CÁRIE Cunha LG, Darzé FM

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3 - Hospedeiro: saliva, dente, imunização e genética

A participação da saliva no processo carioso é de suma importância. Quan-do ocorre diminuição Quan-do fluxo salivar, aumenta a probabilidade de ocorrência de lesões cariosas. Essa diminuição do fluxo normalmente ocorre em indivíduos com problemas de saúde. À medida que o fluxo diminui, cresce a quantidade de microrganismos na cavidade oral, aumentando a atividade de microrga-nismos acidogênicos, como Streptococcus mutans, lactobacillus e actinomyces. Além disso, a saliva apresenta efeito antimicrobiano, mantendo a flora normal.

Adicionalmente, a saliva tem papel protetor: dilui os açúcares e a con-centração de ácidos produzidos durante o metabolismo dos microrganis-mos e apresenta capacidade tampão, repondo minerais perdidos pela bai-xa do pH, como o cálcio e o fosfato, que fazem parte de sua composição.

Por sua vez, os dentes apresentam características que favorecem o desenvol-vimento da lesão de cárie. A predisposição para desenvolver a lesão cariosa varia de um indivíduo para outro e essa variável é estabelecida de acordo com alguns fatores: alinhamento dos dentes, anatomia da superfície, textura superficial, e anomalias do esmalte, como amelogênese imperfeita, hipoplasia e fluorose, que propiciam um maior ou menor acúmulo de biofilme, além de dificultar a higiene bucal.

Com o processo de maturação do esmalte, ocorre a diminuição da per-meabilidade deste substrato dental, acarretando diferenças na proporção de minerais e influenciando a sua resistência.

As lesões cariosas são paralisadas quando o fator etiológico é removido. Para isso, é muito importante o controle do biofilme e da dieta, podendo ser feito uso de fontes de flúor, principalmente visando à manutenção do pH do biofilme den-tal acima do crítico, considerando ou não a presença do flúor na cavidade oral.

4 - Tempo

O tempo é determinante. Quanto maior o tempo de atuação dos fato-res etiológicos, maior o risco de desmineralização do substrato dental e, consequentemente, maior o risco de desenvolvimento da doença cárie. Já se tal interação durar menos tempo, esse fenômeno poderá não ocorrer6.

2.1.2 Fatores moduladores

1 - Idade

O estágio inicial da maturação do esmalte nos primeiros anos de erup-ção determina a maior incidência das lesões de cárie em pacientes jovens,

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Cunha LG, Darzé FM

17

além dos fatores externos a que esses pacientes são mais submetidos, como maior ingestão de açúcar e dificuldade de higiene bucal. Dentes parcialmente erupcionados apresentam maior acúmulo de biofilme que dentes em oclusão.

2 - Estado de saúde geral

Certas doenças e medicamentos diminuem o fluxo salivar, como men-cionado anteriormente, ou reduzem a defesa do organismo e, em conse-quência disso, o indivíduo será mais suscetível ao desenvolvimento da cárie.

3 - Fluoretos

O flúor em determinada quantidade tem papel decisivo no processo de redução da progressão das lesões de cárie, promovendo a remineralização dos tecidos dentais por meio de ligações com cálcio e fosfato e elevando o pH. Também diminui a energia de superfície do dente e retarda a formação de polissacarídeos extracelulares, consequentemente interfere na adesão, crescimento e maturação bacteriana. Adicionalmente, o flúor também tem ação antienzimática e, em altas concentrações, apresenta efeito bactericida.

Uma vez disponível na saliva ou no biofilme, o íon flúor, altamente re-ativo, liga-se ao esmalte formando fluorapatita ou fluoreto de cálcio. A li-gação na forma de fluorapatita (Ca5(PO4)3F) é extremamente forte dando grande estabilidade molecular e dificultando futuras ações ácidas sobre o esmalte, reduzindo sua solubilidade. Sua formação costuma ocorrer len-tamente, ao longo de anos, com o uso de concentrações baixas de F (< 10 ppm). A ligação na forma de fluoreto de cálcio (CaF2) é fraca e significa que o flúor pode ser facilmente deslocado, constituindo-se em nova fonte iônica para futuro reaproveitamento, o que geralmente ocorre com a uti-lização de aplicações tópicas e bochechos, que apresentam altas concen-trações de flúor (acima de 100 ppm)9. Na remineralização, o flúor ocupa os

microespaços do esmalte desmineralizado, fixando novos íons Ca e PO4 , residindo nessa ação a sua grande força9. As deposições ocorrem nas

regi-ões mais profundas da lesão, não havendo, assim, tendência de observar--se alterações de forma6.

A utilização de soluções com alta concentração de flúor pode determinar a formação rápida de precipitados insolúveis nas camadas mais superficiais do esmalte que estava desmineralizado, causando obliteração dessa região, o que impede a reparação completa da lesão. Portanto, é preferível a esco-lha de uma solução de baixa concentração, com maior frequência de uso, o

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46

QUADRO RESUMO

Palavras-chave Descrição

Abfração

É a perda da estrutura dentária no limite amelocementário, observada em um único dente ou em dentes não adjacen-tes, resultante de forças oclusais aplicadas excentricamente levando à flexão do dente, associado a algum hábito mecânico.

Abrasão

É a perda de estrutura dentária decorrente de processos mecânicos extrínsecos independentes da oclusão que surge pelo repetido contato efetuado por um corpo estranho à cavidade bucal, como a escovação vigorosa.

Actinomyces

São microrganismos que produzem lesões de progressão mais lenta que os demais. Estão relacionados com lesões cariosas radiculares, raramente induzem cárie em esmalte. São fracos produtores de ácidos.

Amelogênese imperfeita

Alterações hereditárias na formação do esmalte. O esmalte pode se apresentar hipoplásico (formato irregular e delga-do), hipocalcificado (com amolecimento) ou hipomaturo (aparência normal, mas coloração marrom amarelada).

Atrição

É o desgaste fisiológico do tecido dental como resultado do contato de dente contra dente, sem nada interposto entre eles, ou quando esse desgaste ocorre pela fricção dos dentes durante a mastigação. Geralmente envolve as superfícies oclusais e incisais.

Biocorrosão

É a perda crônica, localizada e indolor do tecido dental submetido quimicamente ao ataque de substâncias ácidas, sem o envolvimento de bactérias.

Biofilme

É a cobertura consistente que recobre o dente e se inicia com a formação da película adquirida, que permite a adesão e colonização dos microrganismos. O processo de adesão ocorre nas primeiras quatro horas e o crescimento e reprodução dura de 4 a 24 horas.

Cárie

É uma doença infecciosa, multifatorial, dinâmica, localiza-da, que ocorre a partir do biofilme presente na superfície do dente resultando em alteração do equilíbrio entre a superfície dental e o fluido do biofilme, que, com o passar do tempo, leva à perda de mineral.

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47

QUADRO RESUMO

Palavras-chave Descrição

Cárie oculta São lesões em dentina que não são detectadas pelo exame visual devido à integridade do esmalte, mas extensas no exame radiográfico.

Cárie primária São lesões presentes em dentes hígidos, que têm seu início nas cicatrículas, fissuras e superfícies lisas.

Cárie rampante São múltiplas lesões ativas em um mesmo paciente, causa-das por uso indevido de mamadeira, drogas e radiação.

Cárie secundária São lesões que se desenvolvem em volta de uma restaura-ção insatisfatória.

Dentinogênese imperfeita

É uma alteração hereditária da estrutura dental. Os dentes apresentam alterações de translucidez, podendo ser opalescentes ou significativamente translúcidos. O esmalte geralmente se desprende da dentina, a câmara pulpar apresenta-se total ou parcialmente obliterada e a dentina apresenta-se malformada, devido à baixa quantidade de minerais. Os dentes se desgastam facilmente e apresentam alteração de cor para marrom café.

DIFOTI

É um método de diagnóstico que utiliza uma fonte de luz isenta de radiação e a imagem pode ser aumentada, repro-duzida e armazenada.

Flúor É um íon altamente reativo que se liga ao esmalte formando fluorapatita ou fluoreto de cálcio, dificultando futuras ações ácidas sobre o esmalte e reduzindo sua solubilidade.

Fluorose

É uma alteração em que o esmalte dentário se apresenta hipoplásico ou hipomineralizado devido à ingestão crônica de flúor durante a formação dentária. Clinicamente, tem aparência opaca e compromete dentes homólogos. Em graus mais severos, pode causar alteração na forma e integridade.

FOTI

É uma alternativa ao exame radiográfico para detectar lesões de cáries proximais. A fonte de transiluminação possui fibra óptica que emite um fino feixe de luz branca brilhante, o que forma áreas sombreadas nas proximidades dos dentes ao incidir nas regiões desmineralizadas.

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53

QUESTÕES COMENTADAS

03

. PREFEITURA DE REMANSO - BAHIA - 2015

A placa bacteriana ou biofilme é um acúmulo bacteriano não mineraliza-do que adere firmemente às superfícies duras da cavidade bucal. Assinale a alternativa que apresenta o principal microrganismo cariogênico em su-perfície lisa, iniciando a cárie em todos os sítios, inclusive cemento. Ⓐ Streptococcus sanguis. Ⓑ S. mutans. Ⓒ S. sanguis. Ⓓ Actinomyces naeslundi. Ⓔ S. oralis. GRAU DE DIFICULDADE

Os Streptococcus mutans fazem parte da fase inicial da cárie, contribuin-do com a formação da matriz contribuin-do biofilme e com a adesão bacteriana por serem muito aderentes em qualquer tipo de superfície, coronária ou ra-dicular. Apresentam características que aumentam sua cariogenicidade: sobrevivem, metabolizam e desenvolvem em baixo pH (acidúricos), apre-sentam eficiente via glicolítica que produz rapidamente baixos valores de pH no biofilme e permitem que a produção de ácidos continue na ausên-cia de açúcares.

Resposta:

04

. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO BORJA - ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL - CONCURSO PÚBLICO NO 01/2015 (16)

O uso de produtos fluoretados é recomendado como meio preventivo e terapêutico da cárie dentária ao promover o aumento da concentração de íons de fluoreto na cavidade bucal, interferindo no processo de des-mineralização. O composto e a concentração dos produtos utilizados nas soluções para bochechos fluoretados, de uso diário ou semanal, é, respec-tivamente: Ⓐ CaF 0,5% e CaF 0,2%. Ⓑ CaF2 0,05% e CaF2 0,02%. Ⓒ NaF2 0,2% e NaF2 0,05%. Ⓓ NaF 0,2% e NaF 0,05%. Ⓔ NaF 0,05% e NaF 0,2%.

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QUESTÕES COMENTADAS

GRAU DE DIFICULDADE

RESOLUÇÃO: As técnicas de autoaplicação dos fluoretos, feitas por meio

de uso caseiro individualizado, representam a maneira preferível de uso de fontes de flúor. Elas podem ser realizadas com o uso de bochechos de soluções de fluoreto de sódio (NaF) com concentração de 0,05% (uso diá-rio) ou 0,2% (uso semanal) durante um minuto; ou pelo uso de dentifrícios com 1.000 ppm de uso diário.

Resposta:

05

. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO BORJA - ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL - CONCURSO PÚBLICO NO 01/2015 (16)

Há um consenso atual sobre o aumento da prevalência dos casos de des-gaste dentário. Essa perda na estrutura dentária após a erupção pode ocorrer por vários fatores e associações. Relacione os tipos de desgastes, na Coluna 1, com seus possíveis agentes causais, na Coluna 2.

Palavras-chave Descrição

1. Atrição.

( ) Perda da estrutura dental relacionada à ação de um agente externo como escovação dentária, uso de cachimbo, uso inadequado do fio dental ou palito.

2. Abrasão. ( ) Perda da estrutura dental nas regiões cervicais por pres-são repetitiva e estresse oclusal.

3. Erosão.

( ) Perda da estrutura dental causada pelo contato entre dentes antagonistas na oclusão ou mastigação, acelerada por hábitos como ranger dentes, mordida de topo ou pela qualidade do esmalte.

4. Abfração

( ) Perda da estrutura dental causada por processo químico, exposição a ácidos presentes em alimentos, bebidas, medi-camentos ou por regurgitação (bulimia).

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: Ⓐ 1 – 2 – 3 – 4.

Ⓑ 2 – 4 – 1 – 3. Ⓒ 2 – 3 – 1 – 4. Ⓓ 4 – 2 – 1 – 3. Ⓔ 4 – 3 – 2 – 1

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55

QUESTÕES COMENTADAS

GRAU DE DIFICULDADE

RESOLUÇÃO: Para a resposta da questão acima, considere o texto que

segue abaixo.

A abrasão representa a perda de estrutura decorrente de processos mecâ-nicos extrínsecos (como escovação dentária, uso de cachimbo, uso inade-quado do fio dental ou palito) independentes da oclusão, que surge pelo repetido contato efetuado por um corpo estranho à superfície dental. As cavidades apresentam-se com a superfície lisa, polida, dura, com contor-nos regulares, término cavitário nítido e as configurações em forma de U. Já a abfração é a perda patológica da estrutura dentária no nível do limite amelocementário, observada em um único dente ou em dentes não adja-centes, resultante de estresses oclusais aplicados excentricamente levan-do à flexão levan-do dente, associalevan-do a algum hábito mecânico, como a escova-ção vigorosa. A cavidade apresenta forma de cunha, com margens nítidas, sendo as faces vestibulares dos dentes posteriores as mais afetadas. Por sua vez, a atrição representa o desgaste fisiológico do tecido dental como resultado do contato dente contra dente durante oclusão ou mastigação, sendo que pode ser acelerada por hábitos parafuncionais como aperta-mento ou bruxismo. Por último, a erosão (também intitulada biocorrosão) é a perda patológica, crônica, localizada e indolor do tecido submetido quimicamente ao ataque de substâncias ácidas, que podem ser extrínse-cas, como exposição a ácidos presentes em alimentos, bebidas, medica-mentos, ou intrínsecas, como vômito nervoso, bulimia, anorexia nervosa ou causas somáticas: gravidez, alcoolismo, tratamento para alcoolismo e desordens gastrointestinais.

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REFERÊNCIAS

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