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Nº 28 Novembro/ Dezembro 2018

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Academic year: 2021

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Nº 28

Novembro/

Dezembro

2018

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| Design de Luís Serpa |

| Bertrand Editora, 1987 |

O tesouro deste bimestre é um livro muito raro; editado em 1987, O Brinquedo Português, com autoria de Madalena Braz Teixeira e de Carlos Barroco e o design de Luís Serpa, está há muito esgotado no mercado editorial português.

Tendo sido a primeira e quase exclusiva publicação dedicada à temática do brinquedo e à sua evolução, esta reúne a história dos brinquedos mais populares em Portugal e aborda também a história noutros países, auxiliando-se de outros autores consagrados.

Facilmente se confirma que o pião terá sido, ao longo de gerações, o brinquedo com maior “constância cultural”; a bola, também ela, teve presença no tempo de brincadeira de toda a criança e fez parte da infância de ricos e pobres sofrendo, naturalmente, a evolução dos seus materiais de construção, desde a bexiga de porco, aos trapos e papel, ao couro, à borracha e ao plástico. Com uma pequena dissertação sobre o ato de brincar, enquadra-se a história da boneca e dos jogos na Europa,

assim como os divertimentos e jogos em Portugal, o brinquedo popular, o artesanato e o colecionismo, tudo acompanhado com deliciosas fotografias profusamente legendadas. O livro remata com uma extensa e objetiva bibliografia.

Mas, como afirmam os autores na página 32, o melhor brinquedo será sempre a imaginação «...no brincar, a forma é menos importante que o acto em si. Qualquer pedra ou galho de árvore ou mesmo coisa nenhuma serve para fantasiar e recriar a realidade, mimar situações vividas ou pressentidas ou imaginar grandes ou pequenos feitos. (…) Nas dunas, correrias, ataques e assaltos. Nas obras, qualquer prego ou pedaço de madeira era logo transformado pela imaginação no mais precioso tesouro.»

Na capa (infelizmente inexistente no exemplar da nossa biblioteca) estaria reproduzida a imagem de um Boneco com braços articulados, de pasta de papel pintada, c. 1940.

Esta obra está disponível para consulta na Biblioteca Municipal de Ponte de Sor

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UM TESOURO DA NOSSA BIBLOTECA

O Brinquedo Português (excertos):

Brincar, pág. 11:

«As mais antigas bonecas que se conhecem remontam à

Mesopotâmia e ao Egipto, tendo sido recolhidas em escavações arqueológicas, junto com outros brinquedos. As civilizações greco-romanas legaram-nos igualmente bonecas e brinquedos de diversos materiais como a madeira, pedra, osso, marfim, cera, terracota, e até chumbo e bronze. (…) Por outro lado, aparecem, em vasos

cretenses e gregos, cenas de jogos infantis e adultos, como as piruetas do Palácio de Knossos e

referências aos Jogos Olímpicos. (…) A iconografia do séc. XVI e mormente em Lucas Cranach e Bruegel documentam largamente não só a popularidade da boneca, como uma enorme variedade de jogos populares. O célebre quadro

Jogos de Crianças de Bruguel

(1560) pode ser considerado como um inventário etnográfico dos jogos populares europeus.»

Divertimentos e Jogos em Portugal, pág. 18:

«A iconografia medieval

portuguesa incide sobretudo sobre os lazeres da caça, da música e da dança, sobre as lutas e os torneios e menos sobre os brinquedos. Deverá no entanto salientar-se que bolas e reproduções minaturais em madeira ou outro material das variantes de jogos acima descritos fariam certamente parte dos tempos livres das crianças portuguesas durante a Idade Média.»

O Brinquedo Popular, pág. 30:

«Os brinquedos com a sua coerência expressiva, com a intenção de divertir, são objectos iniciáticos ao código da sociedade. Feitos pela criança

rudimentarmente, com os

materiais recolhidos à sua volta ou pelo adulto, por idêntico processo, estão presentes em todas as

culturas.»

Artesanato e brinquedos, pág. 40:

«A estética do brinquedo foi alvo da atenção de críticos de arte e teóricos do Belo. Baudelaire, no século passado, chamava a atenção para “essa vida em miniatura”, salientando o seu aspecto

educativo e a capacidade que ele em si mesmo comporta de objecto iniciático. (…) Para Lévy-Strauss, o brinquedo é o objecto inteligível que aumenta o nosso poder. Barthes, por sua vez, ao analisar o brinquedo francês contemporâneo referencia também o especto de reprodução microcósmica e denuncia a perda de valor táctil dos brinquedos atuais cuja textura ótima no momento lhe confere

uma vida breve, sem poesia e sem valor póstumo, passada a infância. A capacidade de criação de

objectos - imaginação, não está limitada ao brinquedo elaborado pela criança ou à obra de arte pelo artista.

(…) Por todas estas razões, cabe ao adulto, criador, manipulador e dador de brinquedos uma parte da responsabilidade de iniciador ao sentido estético não só da vida, como dos próprios objectos.»

Recolha, Colecionismo e Exposições … pág. 46:

«Um Museu será o espaço que a cidade pode dar ao adulto e à criança, pólo de atração que tem como centro o brinquedo, ponte para a liberdade e para fantasia. Ao adulto dar-lhe-á a possibilidade de reencontro com as vivências infantis sobre cuja experiência constitui a sua vida de adulto …»

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1. Peixe de lata pintada.

Fabrico artesanal, c. 1940.

«P’la boca morre o peixe. Menino e menina gostam de arrastar pelo chão, com o auxílio de um cordel , qualquer tipo de objecto.»

Nesta e nas páginas seguintes, reproduzem

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UM TESOURO DA NOSSA BIBLOTECA

25. Gaiola de madeira para rato branco.

Brin-quedo alentejano com movimento, 1970.

«A casa de paredes bran-cas e telhados vermelhos, com nora de movimento é a gaiola do rato que faz a festa para os nossos olhos.»

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26. Equilibrista de madeira. Fabrico

popular, c. 1930.

«O Equilibrista trabalhado em madeira vai começar o seu número de habilidades. Apertam-se os paus na extremidade

in[f]erior e o boneco volteia.»

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UM TESOURO DA NOSSA BIBLOTECA

27. Automóvel de madeira

em silhueta, pintado a vermelho, c. 1940.

«O meu primeiro carro era de madeira pintada de vermelho. Deitado no chão olhava-o e fazia-o andar com a mão, imitando com a voz o ruído do motor. »

28. Automóvel com condutor em silhueta, de

madeira pintada, c. 1940.

«Agora chama-se rali. Naquela época eram as corridas. Monte-Carlo, Estoril … em automóvel de madeira.»

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53. Cascata de madeira,

com manivela e rodas, gerando movimentos em cadeia, c. 1930.

«Cascata. Engenhoso brinquedo múltiplo cuja manivela faz acionar onze situações, brincadeiras da vida real que vão da orquestra ao rolo da massa, do futebol, à tourada e à pega … num desafio de imaginação criadora mas de rude e ingénua execução.»

Referências

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