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NATUREZA X CULTURA: AMPLIANDO A COMPREENSÃO SOBRE A RELAÇÃO SUJEITO X CONTEXTO. Piaget, Vygotsky, Freud e Baltes

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Academic year: 2021

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NATUREZA X CULTURA:

AMPLIANDO A COMPREENSÃO

SOBRE A RELAÇÃO

SUJEITO X CONTEXTO

Piaget, Vygotsky, Freud e Baltes Profa. Dra. Maria Paula Panúncio-Pinto

(2)

Os homens ou o sistema?

Natureza humana X capitalismo

Os excluídos sociais estão muito mais expostos a situações de risco e são mais vulneráveis a se tornarem sujeitos da intervenção dessas outras áreas por conta da miséria, da exclusão social e de todos os processos associados a suas condições de vida: desfiliação, abandono das ppb, etc.

Compreensão histórica da construção desses nossos sujeitos: consolidação do capitalismo e de suas consequências para a classe trabalhadora.

Nossos sujeitos de intervenção: vítimas da exclusão social decorrente de inúmeros fatores históricos, sobretudo do avanço e consolidação do

capitalismo;

A divisão por áreas de atuação é uma questão didática: área social tem características importantes que a diferenciam das outras, sobretudo a compreensão da existência de uma “patologia social”, que pode conter todas as outras patologias estudadas nas demais disciplinas ditas aplicadas (Área Física, Saúde Mental, Pediatria e DM, Geriatria, Sensorial e Saúde e Trabalho)

(3)

Os homens ou o sistema?

Natureza humana X capitalismo

■ “Crianças e adolescentes em situação de risco e suas famílias”: evitar o equívoco de responsabilizar o capitalismo por todas as mazelas da humanidade nesse difícil período que está sendo vivido por todos os países, desenvolvidos ou não;

“desde os primórdios até

hoje em dia o homem ainda

faz o que o macaco fazia, eu

não trabalhava eu não sabia

que o homem criava e

também

destruía...HOMEM

PRIMATA,

CAPITALISMO

SELVAGEM...”

(4)

Os homens ou o sistema?

Natureza humana X capitalismo

O capitalismo: sistema econômico criado pelo homem;

Antes da transição do feudalismo para o capitalismo a

exploração do homem pelo homem já era uma prática

instituída;

A violenta exploração do mais fraco pelo mais forte está presente desde que o primeiro primata assumiu a postura ereta e passou a utilizar as mãos para transformar a natureza a seu favor: os mais fortes e criativos assumem a liderança dos bandos, subjugam as fêmeas e inauguram, antes ainda do surgimento da linguagem, a divisão entre o pensar e o fazer.

(5)

Os homens ou o sistema?

Natureza humana X capitalismo

■ “O mal estar na civilização”(1929); Freud apresenta suas ideias

sobre “porque a civilização não deu certo” (já em 1929 era

possível afirmar que a humanidade tinha problemas, a despeito

de todo o progresso que se podia observar, para atingir a tão

almejada e inatingível felicidade).

■ A vontade arbitrária do chefe da família primitiva era irrestrita:

desde a pré-história ( famílias/ cooperação na luta contra os

poderes assustadores da natureza e pela sobrevivência);

■ Assim, se desde que o mundo é mundo o mais forte subjuga o

mais fraco é possível afirmar que o capitalismo é apenas

consequência da atuação dos homens e não o responsável pelas

dificuldades que encontramos hoje para nos organizarmos e

solucionarmos

os

problemas

da

humanidade.

(6)

Freud, (1929)1997

“Em consequência dessa mútua hostilidade primária dos seres humanos, a sociedade civilizada se vê permanentemente ameaçada de desintegração. O interesse pelo trabalho em comum não a manteria unida; as paixões instintivas são mais fortes que os interesses razoáveis” (p. 68).

O mal estar na civilização

■ As restrições impostas pela civilização (limitação de certos comportamentos para que a civilização seja possível) não são capazes de domar nossos instintos primitivos:

É bem verdade que o autor é cético em relação à humanidade, mas olhando para o mundo tal qual se nos apresenta hoje, quem poderia discordar?

(7)

Freud, (1929)1997

“O elemento de verdade por trás disso tudo...é que

os homens não são criaturas gentis que desejam

ser amadas e que, no máximo, podem defender-se

quando atacadas; pelo contrário: são criaturas

entre cujos dotes instintivos deve-se levar em conta

uma poderosa quota de agressividade.

Em resultado disso, seu próximo é, para eles, não

apenas um ajudante potencial ou um objeto sexual,

mas também alguém que os tenta a satisfazer

sobre ele sua agressividade, a explorar sua

capacidade de trabalho sem compensação,

utilizá-lo sexualmente sem o seu consentimento,

apoderar-se de suas posses, humilhá-lo, causar-lhe

sofrimento, torturá-lo e matá-lo:

(8)

O sonho da revolução russa fracassou

“O

s comunistas acreditam ter descoberto o caminho para nos

livrar de todos os males. Segundo eles, o homem é

inteiramente bom e bem disposto para com seu próximo, mas

a instituição da propriedade privada corrompeu-lhe a

natureza. A propriedade da riqueza privada confere poder ao

indivíduo e, com ele, a tentação de maltratar o próximo, ao

passo que o homem excluído da posse está fadado a se

rebelar hostilmente contra seu opressor.”

(9)

A inexistência da verdade absoluta

■ É sempre indicado reconhecer a existência de inúmeros

pontos de vista, que devem ser considerados antes de

assumirmos uma posição e que esta deve ser, sempre e

indiscutivelmente,

flexível

e

aberta

a

outras

possibilidades.

■ Para encerrar a reflexão: a realidade pode ser outra se

mudarmos de posição para olhar para ela.

■ Música “ZOO” da banda paulistana Karnak: o zoológico,

que pode parecer tão divertido visto de fora das jaulas, da

perspectiva dos bichos, que estão presos para sempre

para servir o homem e diverti-lo em seus momentos de

lazer, não tem nada de divertido.

(10)

ZOO

(André Abujamra/Théo Werneck, 2000)

Oi! Como é que ce tá?

Eu não to legal, aqui neste lugar... Oi! Comment allez vous?

Eu sou um gorila, preso aqui no zoo

Quanta criança, meu deus, comendo cachorro quente, Só elas entendem a dor que o meu coração sente

Minha macaca se foi, minha esperança também, Vocês me olham, eu olho vocês

Zôo, zôo, zôo... Só tatu, Zôo, zôo, zôo... Homem nu.

Oi! Como é que ce tá?

Eu não tô legal, aqui neste lugar...

Hi! How are you? Eu sou um leão, preso aqui no zôo. Eu era o rei na floresta, agora nada me resta,

Vou ficar preso pra sempre aqui

Ficam me fotografando, eu acham que estou gostando, Mas minha alma não sabe sorrir

(11)

ZOO

(André Abujamra/Théo Werneck, 2000)

Oi! Como é que ce tá?

Eu não to legal, aqui neste lugar...

Oi como é que ta tu? Eu sou uma arara, presa aqui no zôo.

Minha plumagem é linda, mas por dentro estou cinza,

Quero voltar voando pra casa...

Nem todo bicho é preso, e de inveja quase morro

Por que é que não prendem o gato e o cachorro?

Zôo, zôo, zôo... Só tatu,

Zôo, zôo, zôo... Homem nu.

Tira os bichos do zôo,

Tira os bichos do zôo,

Põe o homem na jaula

(12)

O que é do sujeito?

O que é do contexto?

■ Romper com a categoria ideológica do sujeito como origem, essência e causa, responsável, autor de sua história;

■ Não significa aceitar que o sujeito é um receptáculo passivo de determinações sociais e históricas;

Partindo da teoria sócio-histórica de L. S. Vygotsky (1896- 1934) :

É impossível pensar em ‘organismo’: o sujeito é uma construção histórica e social;

Sujeito constitui suas formas de ação e consciência nas relações sociais; O modo de pensar e agir não são naturais ou inatos: têm suas origens na relação com outro.

(13)

O que é do sujeito?

O que é do contexto?

■ A perspectiva sócio histórica (teoria genética): permite considerar que esse sujeito determinado pelo social e pelo histórico, marcado pela história e pela cultura, tem uma identidade biológica própria, um núcleo estável;

■ A noção de “identidade biológica” pode parecer determinista demais, e reforçar o sujeito concebido idealmente: um sujeito único e intencional...mas...

Psicologia Cultural – Jerome Bruner

■ Não nega a estabilidade - existe sim uma essência, uma realidade essencial, estável;

■ A "essência" está distribuída e é afetada pela cultura numa perspectiva de

(14)

O que é do sujeito?

O que é do contexto?

■ Pensar a identidade - self - dessa forma significa entendê-la como construção pessoal, realizada de dentro para fora e ao mesmo tempo de fora para dentro;

■ O self se estabelece a partir de uma "porção estável", do sujeito, E ao mesmo tempo a partir das relações com o outro, com o mundo, com a cultura;

■ O self se torna dependente de um diálogo, projetado tanto para fora como para dentro;

■ Substituir o maniqueísmo tradicionalmente colocado pela ciência tradicional - ou é do sujeito ou é da cultura, como posições que se excluem e se chocam - por uma outra lógica: a da interpenetração. com algumas evidências, é capturado por certos sentidos naturalizados e não por outros.

(15)

O que é do sujeito?

O que é do contexto?

■ É possível assumir que existe uma parcela importante do sujeito que é estável, biológica e este núcleo se inter relaciona, influencia e é influenciado pelo histórico e pelo social;

■ Nessa inter-relação a instabilidade também é parte da realidade.

■ Para expandir a ideia de “identidade biológica” para além do determinismo, podemos pensar num sujeito que carrega marcas do desenvolvimento filogenético (biológico, organismo) e AO MESMO TEMPO características/marcas que se definem a partir de sua relação com o contexto a que está sujeito (o social, o meio, a cultura). A ideia de contexto ou entorno pode remeter ao histórico, social, cultural, econômico e também ao entorno mais próximo – comunidade de origem, família, hábitos, gostos. Isso nos define um sujeito que, mergulhado e determinado por suas condições materiais de vida, identifica-se com algumas evidências, é capturado por certos sentidos naturalizados e não por outros.

(16)

O que é do sujeito?

O que é do contexto?

Esse sujeito –

igual

quanto a

determinadas condições materiais

de vida as quais ele e seu grupo

estão sujeitos é, ao mesmo tempo,

diferente

quanto à forma como

reage e se relaciona com o

contexto.

Referências

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