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CONDIÇÕES DE SAÚDE E ESTILO DE VIDA DOS POLICIAIS MILILTARES DO 1 BATALHÃO DE PONTA GROSSA

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Academic year: 2021

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ÁREA TEMÁTICA: ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA

( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO

( ) MEIO AMBIENTE ( X ) SAÚDE

( ) TECNOLOGIA E PRODUÇÃO ( ) TRABALHO

CONDIÇÕES DE SAÚDE E ESTILO DE VIDA DOS POLICIAIS MILILTARES DO 1° BATALHÃO DE PONTA GROSSA

Amábile Dal Col (mabidalcol@gmail.com)1 Mariane de Faria Moss (marianefaria.moss@gmail.com)2 Marcia Viviane Marcon (marciavmarcon@uol.com.br) 3

Resumo: O trabalho policial é considerado um dos mais estressantes, tanto pela natureza das atividades

realizadas como também pelo alto nível de disciplina exigido, podendo afetar a qualidade de vida do indivíduo e predispor ao desenvolvimento de doenças. Foi realizado um estudo com 106 policiais militares pertencentes ao 1º BM de Ponta Grossa, com a utilização de um questionário para avaliar suas condições de saúde e estilo de vida. Os resultados obtidos demonstram que a maioria dos policiais entrevistados consideram seu estado de saúde como bom (64,2%), as vezes estressados (61,3%), mas conseguem administrar o estresse. Como origem do estresse foram apontados, em primeiro lugar o trabalho e depois a vida social/relacionamentos e dinheiro. Em relação ao sono, 43% afirmaram dormir bem. Foi observada alta prevalência de consumo de bebidas alcóolicas e 11% de prevalência de tabagismo. Os fatores observados impactam na qualidade de vida da população em estudo e são relevantes para a elaboração de estratégias de controle e/ou prevenção. Nesse sentido, a extensão

1 Aluno extensionista; Universidade Estadual de Ponta Grossa; Farmácia; mabidalcol@gmail.com.

2 Mariane Faria Moss; Supervisora do projeto; Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas;

marciavmarcon@uol.com.br.

3 Marcia Viviane Marcon; Coordenadora do projeto; Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas;

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universitária contribui com ações efetivas à população e proporciona a todos os envolvidos no trabalho, uma excelente oportunidade de aprendizado e prática dos conhecimentos adquiridos.

Palavras-chave: policiais militares; saúde; estilo de vida. NOME DO PROGRAMA OU PROJETO

Avaliação e acompanhamento do estado de saúde dos policiais do 1° Batalhão PM de Ponta Grossa, Paraná. 1ª Edição

PÚBLICO-ALVO

O projeto é destinado aos Policiais vinculados ao 1° Batalhão da Polícia Militar de Ponta Grossa, PR.

MUNICÍPIOS ATINGIDOS

O projeto acontece em Ponta Grossa, Paraná.

LOCAL DE EXECUÇÃO

As atividades são desenvolvidas no 1° Batalhão da Polícia Militar, situado à Rua Prof. Cardoso Fontes, 985 - Ronda, 84050-550 Ponta Grossa-PR, e no Laboratório Universitário de Análises Clínicas – LUAC/UEPG, situado na Avenida General Carlos Cavalcanti, 4748 – Uvaranas – CEP 84.030-900, Ponta Grossa.

JUSTIFICATIVA

A atuação profissional tem sido apontada como um fator interveniente nas condições de saúde e estilo de vida do indivíduo, uma vez que o trabalho é caracterizado como uma das principais atividades desenvolvidas pelo homem (SOUZA FILHO, 2015). Neste sentido, o exercício da profissão e sua sobrecarga pode provocar nos trabalhadores desgastes físicos e emocionais, o que pode refletir em prejuízos a saúde e à qualidade de vida. Uma das profissões que está entre as categorias profissionais que se expõe a riscos e tem sua integridade a saúde ameaçada é o trabalho de policial, por conta de fatores que influenciam o seu desempenho nessa profissão, como o risco de morte, convivência com a violência e contato com problemas da sociedade (NASCIMENTO JUNIOR, et. al., 2017)

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OBJETIVOS

O presente trabalho tem por objetivo avaliar as condições de saúde e estilo de vida dos Policiais Militares de Ponta Grossa.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, realizado no Município de Ponta Grossa entre os meses de outubro e dezembro de 2019. Foram utilizados questionários para a coleta dos dados de policiais militares pertencentes ao 1º BPM-PG, que aceitaram participar do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido do estudo. Os dados foram analisados por estatística descritiva e representados usando o Programa Microsoft Office Excel.

RESULTADOS

O perfil sociodemográfico predominante dos PMs investigados foi de adultos jovens (média de 44,8 anos), homens (98,0%), casados (82,0%), maioria com pelo menos ensino superior completo (58,5%), nascidos em Ponta Grossa (66,0%), de origem portuguesa, mista ou italiana.

Os dados sobre estado de saúde e nível de estresse dos policiais, estão presentes na Tabela 1. Em relação ao estado de saúde geral, a maioria respondeu que está bom (64,2%), enquanto 2,8 e 13,2% afirmam estar ruim ou regular, respectivamente. Por estes resultados pode-se observar que os policiais de Ponta Grossa sentem-se relativamente bem de saúde, porém é importante destacar que as atividades que os policiais exercem os expõe a diversos riscos físicos e mentais, podendo levar ao desenvolvimento de doenças a médio ou longo prazo (PAIVA, et all).

O estresse psíquico é uma resposta fisiológica e psicológica aos acontecimentos que perturbam o equilíbrio pessoal. Em nosso estudo, a maioria afirma que, as vezes se sente estressado, mas vive razoavelmente bem (61,3%) e consegue administrar bem o estresse (39,6%). Por outro lado, 3,8% dos policiais afirmam estar excessivamente estressados, com dificuldade para enfrentar a vida diária e para administrar o estresse. Para 42,3% dos policias,

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o trabalho é o grande gerador de estresse. Tais achados podem estar relacionados ao sofrimento físico e mental resultante do conjunto de situações vivenciadas no cotidiano do trabalho, tais como a excessiva jornada de trabalho pouco tempo para descanso e lazer, precárias condições materiais e técnicas e salário baixo (MINAYO; ASSIS; OLIVEIRA, 2011).

Tabela 1 – Condições de saúde e estresse dos policiais militares

Variável Número Porcentagem

Estado de Saúde Excelente ou muito bom 21 19,8%

Bom 68 64,2%

Regular 14 13,2%

Ruim 3 2,8%

Nível de estresse Raramente estressado, vivendo muito bem

21 19,8%

Às vezes estressado, vivendo razoavelmente bem

65 61,3%

Às vezes estressado, enfrentando problemas com frequência

16 15,1%

Excessivamente estressado, com dificuldade para enfrentar a vida diária

4 3,8% Administração do estresse Muito bem 12 11,3% Bem 42 39,6% Precariamente 11 10,4

Com muita dificuldade 4 3,8%

Não sabe 37 34,9%

Origem do estresse Trabalho 66 42,3%

Saúde 4 2,6%

Vida social/relacionamentos 39 25,0%

Dinheiro 36 23,0%

Outro 11 7,1%

Fonte: O autor.

Em relação ao turno de trabalho, 57% trabalham em escala de 24/48 horas e 41% em horário diurno. Quanto a rotina de sono, 43% afirmaram que quase sempre dormem bem e

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38% dos policiais, relataram dormir bem somente às vezes. Rotinas exaustivas e estressantes, aliadas à má qualidade do sono afetam diretamente a qualidade de vida e de trabalho dos indivíduos (NASCIMENTO JUNIOR, 2017). Em um estudo com policiais militares de Santa Catarina, De Liz e colaboradores (2014), observaram que a maioria relata boa qualidade de sono (73%) e os índices de percepção de estresse foram de 25,9%.

Substâncias químicas lícitas e ilícitas tem sido buscadas pela população como forma de diminuir a ansiedade e o estresse. Entre estas, as lícitas como álcool e tabaco vêm apresentado altas prevalências no país. Um levantamento realizado pela FIOCRUZ em 2017, aponta prevalência de 30,1% de consumo de bebida alcóolica e 15,4% de utilização de tabaco. No que se refere aos policiais militares, dados da literatura também indicam consumo de álcool e tabaco por essa população (SOUZA, 2013), sendo consideravelmente maior entre os homens do que entre as mulheres, com nível escolar mais baixo e em sua grande maioria casados (GONÇALVES, 2012).

Em nosso estudo, foi observado que 11,3% dos policiais referiram o hábito de fumar. Entre os fumantes a quantidade consumida de cigarros/dia foi de menos de 10 para 25%, de 10 a 20 para 67% e variável para 8%. Para a maioria, a idade de início do hábito de fumar foi entre 18 e 25 anos (58%). Resultados semelhantes foram observados por Gonçalves e colaboradores (2012), onde 10% dos entrevistados se declararam tabagistas.

No consumo de bebidas alcoólicas, 10% dos PMs se abstiveram em responder e 34% afirmou não beber. Dos 57% dos policiais que ingerem bebidas alcóolicas, a maioria relatou consumo de até 5 doses em uma semana. Em relação à frequência de ingestão de mais de 5 doses em uma mesma ocasião, denominado binge drinking, 8,6% dos participantes não responderam, enquanto 35% e 7,4% relataram frequência de 1 a 3 vezes e superior a 4 vezes no último mês, respectivamente. É importante ressaltar que a prevalência de binge drinking foi estimada para a população total do estudo. Caso se considere, como denominador, apenas os indivíduos que fizeram uso de álcool, a prevalência de binge drinking passa de 42,4% para 73,7%. Dados esses superiores à média nacional de binge drinking que é 16,5% da população geral e 38,4%, se forem considerados apenas os que fizeram uso de álcool nos últimos 12 meses (FIOCRUZ, 2017).

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Com este projeto pode-se avaliar as condições de saúde dos policiais militares e identificar fatores que podem afetar a qualidade de vida desta população e desencadear doenças, bem como estimular a adoção de intervenções que busquem o controle e/ou prevenção das mesmas. Além disso, as atividades extensionistas são de grande importância para o aperfeiçoamento acadêmico dos alunos envolvidos no projeto.

Os resultados foram entregues ao médico responsável pelo 1 BPM e serão apresentados em blocos aos participantes do projeto e demais policiais do Batalhão. Na sequência serão realizadas palestras com temas na área da saúde, de acordo com as necessidades apontadas pelos resultados e outras que forem do interesse da Instituição com os acadêmicos do projeto.

REFERÊNCIAS

COSTA, M. et al. Estresse: diagnóstico dos policiais militares em uma cidade brasileira. Revista Panamericana de Salud Pública, Washington, v. 21, n. 4, p. 217-222, Apr. 2007.

DE LIZ, C. M., et al. Características ocupacionais e sociodemográficas relacionadas ao estres-se percebido de policiais militares. Revista Cubana de Medicina Militar, Ciudad de la Habana, v. 43, n. 4, p. 467-480, 2014.

FUNDAÇÃO FIOCRUZ. III Levantamento nacional sobre uso de drogas pela população brasileira. Internet. Disponível em https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34614. Acesso em: 25 set. 2020.

GONÇALVES, S. J. C.; VEIGA, A. J. S.; RODRIGUES, L. M. S. Qualidade de Vida dos Policiais Mili-tares que Atuam na Área da 2ª CIA do 10º Batalhão Militar (Miguel Pereira e Paty do Alferes). Revista Fluminense de Extensão Universitária, Vassouras, v. 2, n. 2, p. 53-76, jul./dez., 2012.

JESUS, G. M.; MOTA, N. M.; JESUS, E. F. A. Risco cardiovascular em policiais militares de uma cidade de grande porte do Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Ciência, Porto Alegre, v.36, n.3, p.693-698, 2014.

MINAYO, M.C.S., ASSIS, S.G., OLIVEIRA, R.V.C. Impacto das atividades profissionais na saúde física e mental dos policiais civis e militares do Rio de Janeiro (RJ, Brasil). Revista Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 4, p. 2199-2209, abr. 2011.

NASCIMENTO JUNIOR, et. al. Análise do perfil do estilo de vida de policiais militares do estado do Paraná. Saúde (Santa Maria), Vol. 43, n. 3, p. 1-8, set./dez, 2017.

PAIVA, K. A. C. de, et al. Prevalência de doenças crônicas em policiais militares em uma companhia do estado da Paraíba. II Congresso Brasileiro de Ciências da Saúde. Paraíba, 2017.

SOUZA, E. R., et al. Consumo de substâncias lícitas e ilícitas por policiais da cidade do Rio de Janeiro. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, p. 667-676, Marc. 2013.

SOUZA FILHO, M. J. D. et al. Avaliação da qualidade de vida de policiais militares por meio do instrumento WHOQOL-Bref. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 23, n. 4, p.159-169, 2015.

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