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Metas Pressóricas em Diabéticos: evidências e recomendações

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1 Programa de Pós-graduação em Ciências Médicas (Doutorado) - Faculdade de Ciências Médicas - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) - Rio de Janeiro, RJ - Brasil

2 Serviço de Cardiologia - Hospital Universitário Pedro Ernesto - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) - Rio de Janeiro, RJ - Brasil Correspondência: Ricardo Bedirian

E-mail: rbedirian@yahoo.com.br

Hospital Universitário Pedro Ernesto - Cardiologia

Av. 28 de setembro, 77 2º andar - Vila Isabel - 20551-030 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil Recebido em: 01/04/2012 | Aceito em: 01/10/2012

Metas Pressóricas em Diabéticos: evidências e recomendações

Blood Pressure Goals in Diabetic Patients: evidence and recommendations

Ricardo Bedirian1, Camillo de Léllis Carneiro Junqueira1, Andréa Araújo Brandão2

Resumo

Desde que foi estabelecida a relação entre hipertensão arterial sistêmica (HAS) e maior risco cardiovascular (CV) têm-se realizado esforços no sentido de evitar a ocorrência de desfechos cardiovasculares através de um efetivo tratamento anti-hipertensivo. A redução da pressão arterial (PA) é o mais importante objetivo do tratamento da HAS e o alcance das metas pressóricas deve ser perseguido. Um grupo de pacientes diretamente afetados por essa recomendação são os diabéticos. Isto se deve ao notável aumento do risco CV apresentado nos pacientes com coexistência de HAS e diabetes mellitus (DM). Estudos testaram metas variadas de redução da pressão arterial nesse grupo e esse tema permanece sem consenso. A maioria das diretrizes vigentes sugere uma meta pressórica sistólica de 130mmHg e diastólica de 80mmHg em pacientes hipertensos com diabetes. Redução mais intensa da PA em diabéticos, além de ser difícil e requerer associação de múltiplos fármacos, não demonstrou benefícios adicionais na redução de desfechos cardiovasculares. Esses dados advêm de trabalhos de meta-análise de vários ensaios clínicos e também de diretrizes de sociedades de cardiologia. PA sistólica (PAS) <130mmHg apresenta resultados heterogêneos em relação à proteção CV, com redução de acidente vascular encefálico (AVE), nenhum benefício adicional sobre outros desfechos cardiovasculares e aumento de efeitos adversos. No presente trabalho, foram revisados os estudos sobre o alcance de metas pressóricas em diabéticos e seu impacto sobre desfechos clínicos relevantes, bem como

Abstract

Since the relationship was established between systemic arterial hypertension (SAH) and increased cardiovascular (CV) risk, efforts have been under way to prevent the occurrence of CV outcomes through effective antihypertensive treatment. Lowering blood pressure (BP) is the most important goal in SAH treatment and blood pressure goals should be pursued. A group directly affected by this recommendation is diabetic patients. This is due to the notable increase in CV risks among patients with coexisting SAH and diabetes mellitus (DM). Studies have tested various blood pressure reduction goals in this group, but this issue is still under discussion. Most guidelines suggest a systolic goal of 130mmHg and 80mmHg for diastolic BP in hypertensive patients with diabetes. Greater BP reductions in diabetics are difficult and require multiple drug combinations, showing no additional benefits in reducing cardiovascular outcomes. These data come from meta-analysis studies of several clinical trials and also the guidelines established by cardiology societies. Systolic BP below 130mmHg presents heterogeneous results in terms of CV protection, with a reduction in stroke, no additional benefits for other cardiovascular outcomes and increased adverse effects. This article reviews studies on blood pressure goal achievement in diabetic patients and their impacts on relevant clinical outcomes, as well as the recommendations set forth in Brazilian and international guidelines on this topic.

(2)

as recomendações das diretrizes nacional e internacionais sobre o tema.

Palavras-chave: Hipertensão/prevenção e controle;

Diabetes mellitus/terapia; Metas Keywords: Hypertension/prevention & control; Diabetes mellitus/therapy; Goals

Introdução

No Brasil as doenças cardiovasculares (DCV) têm sido a principal causa de morte, sendo que em 2007 ocorreram 308.466 óbitos por doenças do aparelho

circulatório1.São também responsáveis por alta

frequência de internações, ocasionando custos médicos e socioeconômicos elevados. Como exemplo, em 2007, foram registradas 1.157.509 internações por DCV no Sistema Único de Saúde (SUS). Em relação aos custos, em novembro de 2009, houve 91.970 internações por DCV, resultando em um custo de R$165.461.644,331.

Dentre as diversas doenças que contribuem para o desenvolvimento das DCV destacam-se a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e o diabetes mellitus (DM) tipo 2. Essas condições estão frequentemente agregadas e quando não adequadamente tratadas predispõem a doenças ateroscleróticas e renais, associando-se ainda a casos de infarto do miocárdio

(IAM) e acidente vascular encefálico (AVE)2.

A relação entre HAS e DCV é contínua, consistente e independente da presença de outros fatores de risco. Quanto maior a pressão arterial, maior o risco de

desfechos CV e renais3 e esse risco aumenta

progressivamente e de forma independente, linear e contínua com a elevação da pressão arterial >115/75mmHg. Em 2001, cerca de 7,6 milhões de mortes no mundo foram atribuídas à HAS, sendo a maioria em países de baixo e médio desenvolvimento

econômico1,3. Estima-se que a HAS seja responsável

pela maioria dos óbitos por doença no Brasil, o que motivou o desenvolvimento de campanhas governamentais no sentido de controlar e prevenir essa doença.

A HAS se constitui em um dos mais graves problemas de saúde pública no Brasil, com prevalência acima de 30% na população acima de 20 anos de idade. Digno de nota é que em âmbito nacional apenas 19,6% dos pacientes hipertensos encontram-se com a pressão

arterial (PA) controlada2. Nos EUA a hipertensão

atinge aproximadamente 50 milhões de indivíduos e, no mundo, cerca de um bilhão de pacientes são hipertensos3.

Enquanto problemas ambientais, estilo de vida, incluindo a falta de exercício, obesidade e consumo

excessivo de sal contribuem para o aumento da incidência de hipertensão, em aproximadamente 50% dos casos de hipertensão a predisposição genética parece estar envolvida2.

Desde que foi estabelecida a relação entre HAS, lesões em órgãos-alvo e desfechos CV maiores, têm-se realizado esforços no sentido de evitar a sua ocorrência e progressão. Uma das mais importantes medidas para reduzir o risco CV associado à HAS é a redução efetiva

da PA através do alcance das metas pressóricas1.

Procurou-se definir através de estudos clínicos qual a

pressão arterial ideal a ser alcançada4-9. Há três

décadas, a opinião geral favorecia metas de redução modestas, em especial em idosos, muitas delas

baseadas nos estudos de Framingham3. Entretanto

houve muita evolução nesse sentido nas últimas décadas.

Com o advento da medicina baseada em evidências e resultados dos grandes ensaios clínicos em pacientes hipertensos, houve progressiva redução dos valores de metas pressóricas e surgimento de metas pressóricas diferenciadas baseadas em escores de estratificação de

risco CV1,3. Os diabéticos representam um grupo de

pacientes diretamente afetados por essas recomendações. Isto se deve ao notável aumento do risco de eventos CV e renais apresentados pelos pacientes com coexistência de HAS e DM. Alguns estudos testaram metas bastante ousadas de redução da pressão arterial sistólica nesse grupo de pacientes:

o estudo SANDS que teve como alvo 115mmHg8; e o

estudo ACCORD que teve como alvo 120mmHg9.

Outro estímulo à busca dessas metas diferenciadas em diabéticos foi a falta de redução significativa de eventos macrovasculares como IAM, AVE e doença vascular periférica, em pacientes submetidos a controle rigoroso da glicemia, em contraste aos resultados obtidos com os desfechos microvasculares (retinopatia e nefropatia)4.

O DM é um importante e crescente problema de saúde pública. Sua incidência e prevalência estão aumentando e alcançando proporções epidêmicas. Está associado a complicações que comprometem a produtividade, a qualidade de vida e a sobrevida dos indivíduos. Além disso, acarreta altos custos para seu controle metabólico e para o tratamento de suas complicações. O DM como diagnóstico primário de internação hospitalar no Brasil aparece como a sexta causa mais

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frequente e contribui de forma significativa (30% a 50%) para outras entidades clínicas como cardiopatia isquêmica, insuficiência cardíaca, colecistopatias, AVE e HAS. Os pacientes diabéticos representam cerca de 30% daqueles que se internam em unidades

coronarianas com dor precordial10.

DM tipo 2 e HAS são condições comumente associadas, ambas carregando um risco aumentado de DCV e renais. A coexistência de DM e HAS aumenta de forma expressiva o risco do desenvolvimento de complicações em órgãos-alvo, como o coração, rins, cérebro e retina4.

Portadores de diabetes e hipertensão não somente apresentam maior incidência dessas complicações, como também elevada prevalência de fatores de risco cardiovascular tradicionais, que incluem a dislipidemia, microalbuminúria, hiperuricemia, alterações da homeostasia e hipertrofia ventricular esquerda. Coexistência de obesidade, idade avançada e presença de lesão renal aumentam a prevalência de HAS em pacientes diabéticos11.

A HAS é um problema comum tanto em pacientes com DM tipo 1 quanto no tipo 2, mas o período de tempo em relação ao surgimento da HAS e à duração do

diabetes é diferente entre os pacientes12-14. Entre

aqueles com diabetes tipo 1, a incidência de hipertensão aumenta de 5% em 10 anos, para 33% em 20 anos e

70% em 40 anos13. A prevalência de HAS em pacientes

diabéticos tipo 2 é maior do que na população em geral, especialmente em pacientes jovens. Aos 45 anos de idade, cerca de 40% dos pacientes diabéticos tipo 2 são hipertensos, e aos 75 anos, 60%4.

Em pacientes diabéticos tipo 1 existe uma estreita relação entre a prevalência de HAS e albuminúria crescente. A pressão arterial geralmente começa a subir dentro de poucos anos após o início da microalbuminúria e aumenta progressivamente à medida que a doença

renal progride13. Essas características são mostradas

em estudo com 981 pacientes que tinham diabetes tipo

1 por cinco ou mais anos14. HAS esteve presente em

19% dos pacientes diabéticos com albuminúria normal, 30% com microalbuminúria, e 65% com macroalbuminúria. A incidência de hipertensão, eventualmente, atinge 75% a 85% em pacientes com

nefropatia diabética progressiva15. O risco de

hipertensão é maior em negros, que também estão em risco muito maior para insuficiência renal devido à nefropatia diabética15.

Já nos pacientes com diabetes tipo 2, em cerca de metade destes, a elevação da pressão arterial (PA) precedeu o início da microalbuminúria, como demonstrado em uma série de mais de 3500 pacientes

recém-diagnosticados16. Nesse grupo, a HAS

apresentou-se fortemente associada à obesidade.

Além do desenvolvimento de nefropatia diabética, pelo menos três outros fatores têm sido propostos para contribuir para a ocorrência de HAS no diabetes: hiperinsulinemia, a expansão do volume do fluido extracelular e aumento da rigidez arterial17.

A insulina pode aumentar a atividade simpática, promover a retenção renal de sódio e contribuir com fatores de crescimento celular vascular; todos esses fatores colaboram para a elevação da PA. A hiperinsulinemia pode ser um elo também para explicar a associação entre obesidade e hipertensão, tanto em pacientes não diabéticos como naqueles com diabetes tipo 217.

A retenção de sódio e a expansão do volume intravascular podem ser induzidas tanto pela insulina

quanto pela hiperglicemia13,18. O excesso de glicose

filtrada é reabsorvida (desde que ocorra hiperglicemia moderada) no túbulo proximal, através de um cotransportador de sódio-glicose, resultando em

aumento paralelo de sódio reabsorvido19. Assim, a

retenção de sal tende a aumentar a pressão arterial, um efeito que pode ser revertido com a sua restrição. Pacientes com diabetes têm maior rigidez vascular devido ao aumento da glicação de proteínas e, numa fase posterior, doença ateromatosa. A redução da distensibilidade arterial, que é vista na intolerância à glicose e no diabetes estabelecido, pode contribuir para o aumento da pressão sistólica e está associada

com maior risco de mortalidade CV20.

A presença de DM tipo 2 por si só estratifica o paciente hipertenso como aquele de alto risco para eventos cardiovasculares e morte. Isto poderia justificar um controle mais rígido da PA nos pacientes hipertensos diabéticos, objetivando valores menores como alvo da

terapia medicamentosa anti-hipertensiva3.

A maioria das diretrizes vigentes sugere uma meta pressórica <130/80mmHg em pacientes hipertensos com diabetes e/ou doença renal crônica. Entretanto parece ser o momento de reavaliar tais metas. O que motiva tal reflexão é o fato de que muitos estudos falharam em mostrar benefício adicional no que diz respeito à redução de eventos macrovasculares, como IAM, insuficiência cardíaca6,7,9, e até mesmo AVE8,21,

com a redução mais rigorosa da pressão arterial em diabéticos, o que além de ser difícil e requerer associação de múltiplas drogas, também se associou à maior incidência de efeitos colaterais, muitas vezes graves. Os subsídios dessa reflexão advêm de trabalhos de meta-análise de vários ensaios clínicos22,23

e também de diretrizes de sociedades de cardiologia1,3,11

(4)

Na presente revisão de literatura foram avaliados estudos sobre as metas pressóricas em pacientes diabéticos e seu impacto sobre desfechos clínicos relevantes, bem como as recomendações das diretrizes nacional e internacionais sobre o tema.

Evidências científicas

O tratamento da hipertensão em pacientes diabéticos com redução mais intensa da PA foi associado com benefícios clínicos significativos em três grandes estudos randomizados: UKPDS-Study (média de 144/82mmHg vs. 154/87mmHg com a terapia menos agressiva), no HOT-Study (140/81mmHg vs. 144/85mmHg com a terapia menos agressiva), e no ADVANCE (média 134,5/74mmHg no grupo com

tratamento ativo vs. 140/76mmHg com placebo)4-6.

Destaca-se que esses estudos não alcançaram PA <130/80mmHg e suportam que a pressão arterial alvo para pacientes diabéticos deve ser, pelo menos, <140/90mmHg, como recomendado para a maioria dos outros pacientes com HAS.

Alguns estudos testaram valores de metas de pressão arterial sistólica ainda menores, abaixo de 120mmHg, em pacientes com diabetes, como alcançado nos grupos de terapia agressiva do estudo SANDS (Effect

of lower targets for blood pressure and LDL cholesterol on atherosclerosis in diabetes)8, bem como em outro grande

estudo, o ACCORD (Action to Control Cardiovascular

Risk in Diabetes blood pressure Trial)9. Entretanto

nenhum deles foi capaz de demonstrar benefícios clínicos com as reduções mais intensas da PA propostas.

São descritos a seguir os aspectos principais de cada um desses ensaios clínicos, destacando-se os seus principais resultados.

Estudo UKPDS4: 1148 pacientes hipertensos com DM

tipo 2 foram randomizados para controle rigoroso (meta de PA <150/85mmHg) versus controle menos rigoroso da PA (meta <180/105mmHg). O tempo de seguimento foi longo, 8,4 anos, tendo-se atingido médias de PA no grupo do controle rigoroso iguais a 144/82mmHg vs. 154/82mmHg no outro grupo. Houve redução significativa nas complicações fatais e não fatais relacionadas ao diabetes no grupo com maior redução da PA, e também houve redução da mortalidade global e dos desfechos cardiovasculares, porém sem significância estatística.

Estudo HOT (Hypertension Optimal Treatment)5:

comparou os resultados para três diferentes objetivos de pressão arterial diastólica. Neste estudo prospectivo, quase 19.000 pacientes (pressão arterial média

pré-tratamento de 170/105mmHg) foram aleatoriamente designados para alcançar a meta diastólica de ≤90mmHg, ≤85mmHg ou ≤80mmHg. O tratamento foi iniciado com bloqueador dos canais de cálcio de longa duração, felodipina (5mg uma vez por dia), associado a um IECA (inibidor da enzima conversora da angiotensina) ou a um betabloqueador caso a pressão-alvo não tivesse sido obtida com a terapia inicial. Outras opções terapêuticas incluíram aumento das doses desses agentes ou a adição de um diurético. Apesar de não ter sido desenhado com o objetivo de avaliar especificamente pacientes diabéticos, após um período de seguimento médio de cerca de quatro anos, foi realizada uma subanálise envolvendo esses pacientes (aproximadamente 1500 pacientes), e o risco relativo de evento cardiovascular foi significativamente menor no grupo de PA diastólica ≤80mmHg em comparação com o grupo ≤90mmHg (RR 0,49, 95% CI 0,29-0,81)25.

Estudo ADVANCE6: concebido para avaliar o efeito

da redução intensiva da pressão arterial e do controle glicêmico sobre a doença cardiovascular em pacientes com diabetes tipo 2 de longa duração, com risco elevado de doença vascular. Trata-se de estudo placebo-controlado, randomizado, que comparou a adição de uma combinação fixa de perindopril-indapamida ou placebo ao tratamento prévio da hipertensão, em mais de 11.000 pacientes com diabetes tipo 2. A maioria dos pacientes (69%) tinha um histórico de HAS e a pressão arterial média inicial foi 145/81mmHg. Após uma média de 4,3 anos de acompanhamento, as seguintes diferenças foram observadas no grupo designado para o tratamento ativo em comparação ao placebo: a) ocorreu diminuição da pressão arterial média de 5,6mmHg para tratamento ativo vs. 2,2mmHg para o placebo (p<0,0001). As médias de pressão arterial obtidas foram de aproximadamente 134,5/74mmHg vs. 140/76mmHg ao final do estudo; b) taxa menor de grandes eventos macrovasculares ou microvasculares (15,5% vs. 16,8%, com redução de risco relativo de 9%; p=0,041); c) taxa mais baixa de mortalidade cardiovascular (3,8% vs. 4,6%, com redução de risco relativo de 18%; p=0,027) e de mortalidade por todas as causas (7,3% vs. 8,5%, com redução de risco relativo de 14%; p=0,025).

Estudo ABCD7: testou o controle pressórico apropriado

em pacientes diabéticos, avaliando dois braços: um em pacientes normotensos e outro, em pacientes hipertensos, tendo avaliado como desfecho principal o clearance de creatinina. Em sua coorte realizada com pacientes hipertensos com diabetes tipo 2, 470 pacientes foram randomizados para grupos de controle intensivo ou moderado da pressão arterial, utilizando enalapril ou nisoldipina, com meta de redução da pressão arterial <130/80mmHg no grupo

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de controle intensivo. As médias de pressão arterial obtidas para os grupos de controle moderado e intensivo foram 139/86mmHg e 133/78mmHg, respectivamente. No seguimento de cinco anos, não houve diferença entre os dois grupos em relação ao clearance de creatinina, que foi o objetivo primário desse estudo. Embora o desfecho clearence de creatinina não seja um desfecho clínico maior, ele representa a avaliação do impacto da redução da PA sobre o dano renal, o que é muito relevante no contexto clínico de pacientes diabéticos. Ainda assim, o controle intensivo da pressão arterial foi associado à redução significativa da mortalidade por todas as causas (5,5%). Redução de infarto do miocárdio foi observada no grupo de controle intensivo apenas nos que foram designados para utilizar enalapril ao invés de nisoldipina7.

Estudo SANDS8: 499 homens e mulheres americanos,

de origem indiana e com diabetes tipo 2, com idade ≥40 anos e que não tinham histórico de doença CV prévia ou eventos, foram aleatoriamente designados para valores-alvo de pressão arterial sistólica (PAS) e LDL-colesterol ≤130mmHg e ≤100mg/dL, respectivamente (terapia-padrão); ou metas mais agressivas com valores ≤115mmHg para PAS e ≤70mg/ dL para LDL-colesterol (terapia intensiva). Nesse estudo foram incluídos, além de pacientes hipertensos, pacientes com PA normal alta. Os pacientes recebiam aconselhamento quanto à dieta, exercício e cessação do tabagismo. Visando a atingir as metas pressóricas definidas para o estudo, os pacientes foram submetidos a tratamento anti-hipertensivo em etapas: sendo sempre prescritos num primeiro momento IECA ou antagonistas de angiotensina, no caso de intolerância ao IECA, seguidos de associação de diurético e, num terceiro momento, outra classe de droga. Destaca-se que em indivíduos diabéticos com PA normal alta, o início do tratamento medicamentoso pode ser considerado. Após três anos de estudo, as médias da pressão arterial sistólica atingidas foram 117mmHg e 129mmHg nos grupos de terapia intensiva e padrão, respectivamente. A terapia intensiva foi associada com menor progressão da aterosclerose e maior redução do índice de massa ventricular esquerda pela ecocardiografia; no entanto, não houve diferença na ocorrência de eventos cardiovasculares entre os dois grupos (1,6% vs. 1,5% por pessoa/ano). A terapia intensiva foi ainda associada significativamente a mais eventos adversos, possivelmente relacionados aos medicamentos anti-hipertensivos.

Estudo INVEST21: 6400 diabéticos do total de 22576

pacientes incluídos no estudo, portadores de doença arterial coronariana, foram categorizados quanto ao controle pressórico alcançado em três grupos: o grupo do controle estrito, cuja PA sistólica se manteve

<130mmHg (n=2255); o grupo do controle usual, no qual a PA sistólica ficou entre 130-139mmHg (n=1970); e o grupo dos não controlados, que teve PA sistólica ≥140mmHg (n=2175). Em relação ao desfecho primário do estudo, houve tendência à redução de morte por qualquer causa no grupo de controle rigoroso comparado ao grupo de controle usual (hazard ratio ajustado 1,15; IC95% 1,01-1,32; p=0,04), mas que não atingiu a significância estatística definida para o estudo (p<0,01). O controle rigoroso não mostrou benefícios em relação ao controle usual quanto a infarto não fatal (p=0,49) e AVE não fatal (p=0,38) 21. Estudo ACCORD9: foram estudados 4.733 pacientes

com diabetes tipo 2, randomizados para a terapia intensiva (meta da pressão arterial sistólica <120mmHg) ou para terapia-padrão (meta de pressão arterial sistólica <140mmHg). Esses objetivos foram alcançados já no primeiro ano de tratamento com a média da pressão arterial sistólica atingida de 119,3mmHg e 133,5mmHg nos grupos de terapia intensiva e padrão, respectivamente. Em seguimento médio de 4,7 anos, os seguintes resultados foram observados: a) Não houve diferença significativa na taxa anual do desfecho primário composto de infarto do miocárdio não fatal, AVE não fatal ou morte por causas cardiovasculares entre os grupos de terapia intensiva contra o padrão (1,87% vs. 2,09%, hazard ratio 0,88, 95% CI 0,73-1,06); b) Não houve diferença na taxa de mortalidade anual por todas as causas entre os grupos de terapia intensiva e padrão (1,28% vs. 1,19%) ou na taxa de morte por causas cardiovasculares entre os grupos (0,52% vs. 0,49%); c) Terapia Intensiva foi associada a reduções significativas nas taxas anuais de AVE não fatal e total (0,32% vs. 0,53%, razão de risco: 0,59, 95%IC: 0,39-0,89); d) Eventos adversos graves atribuíveis a medicamentos anti-hipertensivos (por exemplo, hipotensão, bradicardia, síncope, arritmia, hipercalemia, angioedema e insuficiência renal) ocorreram em frequência significativamente maior no grupo de terapia intensiva versus o padrão (3,3% vs. 1,3%).

Em resumo, no estudo ACCORD não foi demonstrado nenhum benefício significativo quanto ao desfecho CV composto, com mais efeitos colaterais graves no

grupo de controle intensivo9,22. Entretanto, houve

redução do risco de AVE9,22.

No Quadro 1 são resumidos as características e os resultados principais dos estudos apresentados.

Em 2011 foi publicada por Bangalore et al.22

meta-análise de diversos estudos que testaram o impacto das metas pressóricas em diabéticos. Foram excluídos estudos que: não atingiram a meta pressórica, não tiveram diferença de PA significativa entre os grupos,

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com tempo de acompanhamento menor que um ano, amostra menor que 100 pacientes e que não reportaram desfechos de interesse para a análise. Com isso, foram selecionados 13 estudos, dentre eles: ABCD, ACCORD, ADVANCE E SANDS. Os resultados foram analisados através de meta-análise de regressão bayesiana. Os estudos foram categorizados quanto à PAS alcançada ao final do estudo como controle intensivo, quando ≤135mmHg, e convencional, com PAS ≤140mmHg. O grupo de controle intensivo foi ainda subdividido para análise em: mais intensivo, quando PAS <130mmHg, e menos intensivo quando PAS se situou entre 130mmHg e 135mmHg.

Demonstrou-se efeito benéfico em relação ao AVE, com redução significativa no grupo de controle intensivo em relação ao grupo convencional. Esse efeito benéfico manteve-se mesmo com reduções mais agressivas da PAS <120mmHg. Não foram demonstrados benefícios do controle intensivo para os demais desfechos macro e microvasculares. A mortalidade global mostrou redução de 10% observada nos estudos com controle menos intensivo (PAS entre 130-135mmHg), não sendo isto demonstrado nos estudos com PAS <130mmHg. Não houve diferença significativa quanto à mortalidade cardiovascular. Houve um aumento de 20% nos efeitos adversos graves nos estudos que fizeram um controle

mais intenso de PA (sistólica ≤130mmHg)22.

Estudos como o UKPDS4 mostraram que 29% dos

pacientes diabéticos necessitaram de três ou mais fármacos para obter controle rígido da pressão a r t e r i a l4 , 1 7. U m p r o b l e m a q u e t e m s i d o

intensivamente discutido ao longo das últimas décadas é o quanto os efeitos metabólicos dos diversos fármacos anti-hipertensivos são importantes para o desfecho CV em longo prazo. Encontra-se bem estabelecido que o uso de diuréticos tiazídicos e betabloqueadores está associado a aumento do risco de desenvolver diabetes tipo 2 em comparação ao tratamento com IECA e antagonistas de canais de cálcio. No entanto não foi demonstrado que o uso de betabloqueadores e tiazídicos em pacientes com DM estabelecido esteja associado a aumento do

risco de eventos cardiovasculares11.

Uma curva “J” de eventos tem sido documentada em pacientes com doença coronariana, em especial no que se refere à PA diastólica, com redução da mortalidade diretamente relacionada à redução da PA até um certo nível. A partir desse limite, há elevação das taxas de eventos cardiovasculares, em especial por IAM, acompanhando reduções mais

intensas da PA21,22. É questionado se não haveria

uma porção plana da curva, uma faixa na qual não

haveria nem aumento nem redução de risco22.A

Principais resultados no grupo com redução mais intensa da PA

Redução de AVE no grupo com menor PAS. Mais efeitos colaterais graves.

Sem redução de desfechos CV no grupo de controle intensivo vs usual.

Sem redução de desfechos CV com a terapia intensiva. Mais efeitos colaterais.

Redução da mortalidade global com controle intensivo. Redução de IAM com controle intensivo com enalapril.

Redução de desfechos CV com tratamento ativo. Redução de AVE e morte no grupo de controle rigoroso, sem redução dos demais desfechos CV. Redução de desfechos CV em diabéticos no grupo com PAD<80mmHg.

Estudos (ano) ACCORD9 (2010) INVEST21 (2010) SANDS8 (2008) ABCD7 (2007) ADVANCE6 (2007) UKPDS4 (1998) HOT5*** (1993)

PAS=pressão arterial sistólica; PAD=pressão arterial diastólica

* A meta para todos os pacientes foi PAS <130mmHg e PAD <85mmHg e os pacientes foram categorizados em três grupos quanto à PAS atingida com controle rigoroso se <130mmHg, usual se entre 130-140mmHg ou não* controlados se >140mmHg.

** Comparou a adição de perindopril/indapamida vs placebo sem meta pressórica definida. *** 8% de pacientes diabéticos em cada grupo.

Meta da PA (mmHg) PAS: 120 vs 140 PAS: 130* PAD: 85 PAS: 115 vs 130 PAS: 130 vs 140 Sem meta definida** PAS: 150 vs 180 PAD: 80 vs 85 vs 90 n 4.733 6.400 499 470 11.140 1.148 18.790 PAS final alcançada (mmHg) 119,3 vs 133,5 144 vs 149 vs 159 117 vs 129 133 vs 139 135 vs 140 144 vs 154 139 vs 141 vs 143 Quadro 1

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curva em J foi bem demonstrada no estudo INVEST,

inclusive na subanálise dos diabéticos21.

Quanto aos desfechos microvasculares, a redução da PA tem acentuado efeito protetor sobre complicações renais. No entanto, não parece afetar substancialmente neuropatia periférica, e os dados sobre prevenção de

complicações oculares não são consistentes23.

Diretrizes

As diretrizes nacional e internacionais vigentes possuem em comum os alvos de PA <140/90mmHg para a população de hipertensos em geral e <130/80mmHg para pacientes diabéticos ou com doença renal.

As diretrizes brasileira1 e europeias11,23 incluem na

meta pressórica de 130/80mmHg, os grupos de pacientes hipertensos com risco CV alto e muito alto, o que corresponde àqueles com três ou mais fatores de risco, diabéticos, portadores de síndrome metabólica ou de lesões em órgãos-alvo e os com proteinúria

elevada26.As diretrizes europeias incluíram a

tolerância diminuída à glicose como fator de risco que influencia o prognóstico26.

O Quadro 2 sintetiza as recomendações das diretrizes vigentes, quanto às metas de pressão arterial. Apesar de estas serem as recomendações vigentes,

alguns estudos25 e recente reapreciação das diretrizes

da ESH/ESC de 200723 destacaram claramente que são

bastante escassas as evidências que suportam a recomendação da meta de PAS <130mmHg em diabéticos. Ressaltam também a reconhecida dificuldade de alcançar esses valores de PAS nesse grupo de pacientes.

Como base no exposto, a recomendação comumente feita a todos os hipertensos, de reduzir a pressão arterial sistólica, tanto quanto possível abaixo de

140mmHg parece ser mais realista e prudente

também para pacientes diabéticos23.

De acordo com as recomendações da American

Diabetes Association - ADA de 201224, sugere-se que

a meta de PA seja 130/80mmHg, pois os resultados do estudo ACCORD recentemente publicado não mostraram benefícios com reduções mais rigorosas da pressão arterial9.

A redução da PA para os níveis recomendados pelas diretrizes nacionais e internacionais é difícil na prática clínica. Menos do que 50% dos pacientes com HAS primária em acompanhamento médico

apresentam níveis de PA <140/90mmHg17. Apesar

de todas as políticas de saúde implementadas, as taxas de controle da HAS são muito baixas, em torno de 34% nos EUA e, além disso, cerca de 30%

dos pacientes não sabem ser hipertensos3. No Brasil,

estudos populacionais realizados nos últimos 15 anos revelaram baixos níveis de controle da PA (19,6%). Cabe ressaltar que não há estudos específicos quanto ao controle da PA em pacientes diabéticos, mas acredita-se que devam ser ainda menores visto que a redução da PA em pacientes com DM é mais complexa, e o alvo recomendado é mais rigoroso1,25.

Assim sendo, em hipertensos diabéticos, benefícios clínicos significativos foram bem demonstrados em estudos que alcançaram PA <140/90mmHg

com o tratamento anti-hipertensivo4-6. Para

recomendações de redução mais intensa da PAS, <130mmHg, não há consenso claro. Foram demonstradas reduções do risco de AVE e da progressão da nefropatia diabética, mas com aumento de efeitos adversos e nenhum benefício a d i c i o n a l s o b r e o u t r o s d e s f e c h o s

cardiovasculares3,9,17,27,28. PAS <120mmHg, como

testado no estudo ACCORD9, também demonstrou

redução do risco de AVE, entretanto não demonstrou nenhum benefício significativo quanto ao desfecho CV composto, com aumento

Quadro 2

Metas de pressão arterial em diabéticos segundo as diretrizes

Diretrizes Ano Meta da PA de acordo com grupo de pacientes

Hipertensos em geral Diabéticos e portadores de doença renal Tolerância reduzida à glicose

VI DBH 2010 < 140/90mmHg < 130/80mmHg < 140/90mmHg

CHEP 2010 2010 < 140/90mmHg < 130/80mmHg < 140/90mmHg

ESC/ESH 2007 < 140/90mmHg < 130/80mmHg < 130/80mmHg

VII JNC 2003 < 140/90mmHg < 130/80mmHg < 140/90mmHg

VI DBH=VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão; CHEP 2010=Canadian Hypertension Education Program recommendations; ESC/ESH=Guidelines

for the management of arterial hypertension: The Task Force for the Management of Arterial Hypertension of the European Society of Hypertension and of the European Society of Cardiology; VII JNC=Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure

(8)

na incidência de efeitos colaterais graves no grupo de controle intensivo9,22.Portanto, persistem dúvidas com

relação à meta pressórica ideal em pacientes diabéticos.

Potencial Conflito de Interesses

Declaro não haver conflitos de interesses pertinentes. Fontes de Financiamento

O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.

Vinculação Acadêmica

Este artigo está vinculado ao Programa de Pós-graduação (Doutorado) em Ciências Médicas da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

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