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Disciplina Oficina de Compreensão e Produção de Textos I

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Academic year: 2021

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

Disciplina

Oficina de Compreensão e

Produção de Textos I

Belém-PA 2013

(2)

PROPOSTA DE LEITURA

Texto 1

CAPACETE: EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

A parte mais importante e comprometida de um motociclista num acidente

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é a cabeça. São comuns as fraturas de nariz, de mandíbula, o afundamento da face, do

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crânio, além de lesões no globo ocular e na arcada dentária. As fraturas podem ser

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acompanhadas de lesões neurológicas, como diminuição ou perda total da sensibilidade,

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de estado de coma e morte. Muitas vezes, quando se consegue recuperação, evolui-se

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com sequelas.

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Pesquisas nos Estados Unidos da América do Norte mostram que a

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probabilidade de uma pessoa morrer dirigindo uma motocicleta é vinte vezes maior que

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ao volante de um carro. Sem capacete, isso aumenta para sessenta vezes. Quase 80%

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dos acidentes com moto resultam em mortes ou ferimentos graves.

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No Brasil, esses números não são muito diferentes. Estamos aí com 70% dos

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acidentes com mortos e feridos graves.

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Felizmente, hoje, 92% dos motoqueiros só circulam com capacete. Muitos são

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capacetes com prazo de validade vencido, com furo no qual foi colocado um acessório,

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com ranhuras, rachaduras, com viseiras arranhadas, sem higienização, etc.

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Hoje a lei permite o uso de capacete sem a proteção da mandíbula, com o que

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não concordamos. Se vamos recomendar proteção, por que só parcialmente?

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A proteção do olho e da face é dada pela viseira. Estamos cansados de ver

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acidentes com corpo estranho que, ao bater nos olhos, dependendo de sua massa e

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velocidade, pode apenas flutuar na conjuntiva, como é o caso de um cisco, encravar

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neste tecido e até perfurar o olho, como é o caso de uma pedra levantada do solo pelo

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pneu de um veículo. Esse tipo de acidente torna-se extremamente perigoso porque, em

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movimento e com a lesão provocada, a tendência natural e reflexa é a de se levar a mão

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e colocá-la no local da lesão. Com o impacto e com esse gesto, a visão torna-se nula e a

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desorientação espacial leva o indivíduo para o solo, agravando-se o acidente.

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Muitas vezes, a viseira ou os óculos arranhados são responsáveis por transtornos

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durante o dia, impedindo a visão e sendo a causa de acidentes no período da noite. Mas

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não é só o olho, qualquer pedrinha do asfalto pode produzir lesões na face, que podem ir

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de simples cortes a fraturas. Daí insistirmos no capacete com proteção integral. A

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legislação permite o capacete sem a viseira, mas obriga o uso de óculos de proteção.

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Esses óculos não protegem a face, restringem-se apenas ao olho e às regiões

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perioculares, enquanto a viseira dá proteção total à face.

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O capacete dá proteção total?

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Não. Ele foi projetado para distribuir a energia proveniente do impacto por uma

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superfície maior, reduzindo o trauma sobre o crânio. Desta maneira, fica claro que,

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mesmo usando o capacete, não significa que estamos livres de danos. Qualquer pancada

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reduz a resistência do casco do capacete e do isopor de revestimento interno, devendo

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ser substituído imediatamente porque já não dá a proteção inicial.

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Levantamentos têm mostrado que, mesmo com a proteção do capacete, em

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média, 60% dos acidentes provocam danos à cabeça.

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Traz inconvenientes?

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Sim, traz desconforto, calor, embaça a viseira, alguns até sentem falta de ar

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quando colocam o capacete que recomendamos, outros se sentem mal pelo

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enclausuramento. Mas ele é muito útil.

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Muitos ignoram que tal proteção tem um período de validade. Estamos cansados

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de ver motociclistas com capacetes cheios de fita gomada, porque sofreram algum

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impacto e lascaram ou racharam. Observe que qualquer impacto que o capacete sofra,

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seja de uma simples queda ao solo, é igual a sua inutilização. Ele deixa de oferecer a

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proteção que se deseja. Está fragilizado. É necessária a aquisição de um novo capacete.

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Além disso, como dissemos, tem um período de validade. Não existe capacete eterno.

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Em média a validade é de três anos. O fabricante coloca um adesivo no interior do

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equipamento, mostrando a validade deste. Com o tempo, com o uso, submetido a

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condições de desgaste e pequenos impactos, o material torna-se frágil e não estará mais

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dando proteção.

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Outro fator interessante para o qual poucos estão ligados é o fato desse

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equipamento ser de uso individual.

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E por quê?

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Porque na pele, couro cabeludo, nariz, olhos, boca, temos milhões de

micro-58

organismos e o interior do capacete armazena esses micro-organismos que, para o

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indivíduo que os deixou ali, não fazem mal, pois o organismo dele já os reconhece e

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sabe se defender deles, mas, para qualquer outra pessoa, pode ser extremamente

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agressivo, causando infecções localizadas ou generalizadas. Entra também a oleosidade

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da pele e do couro cabeludo, o suor, a chuva, a umidade do ar, que tornam o ambiente

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propício para que este ambiente se torne um ninho de micro-organismos. Além de tudo,

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temos de lembrar que o motociclista, na via pública, ao deslocar-se, turbilhona a poeira

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do solo, assim como todos os veículos, impregnando a roupa, a pele, os olhos, a via

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respiratória, a digestiva e o seu capacete com poeiras, ciscos, bactérias, vírus, bacilos,

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fungos, etc. A possibilidade de aparecimento de doenças é muito grande.

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Por tudo isso, temos que estar ligados no uso individual, jamais emprestar o

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capacete. Há também necessidade de higienização permanente do nosso capacete.

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Entendido tudo isso, estaremos rodando com muito mais segurança.

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O que se recomenda?

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Viseiras limpas e sem arranhões;

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Não expor o capacete à temperatura superior a 50°C;

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Não modificar a sua estrutura;

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Não usar derivados do petróleo ou tintas;

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Consultar o manual para higienização;

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Após queda ou pancada trocá-lo;

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Mesmo sem impactos, o capacete deve ser trocado a cada três anos;

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Utilizá-lo conforme legislação;

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O capacete é de uso pessoal;

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Deve estar bem afivelado para não se deslocar com impactos.

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Dirceu Rodrigues Alves Júnior, médico, diretor da Associação Brasileira de

Medicina de Tráfego. Texto adaptado.

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QUESTÃO 1

Usamos a expressão gênero de texto para nos referirmos às variadas formas que as pessoas utilizam para interagir no dia a dia. Caracterizam-se os gêneros por suas funções sociocomunicativas e, também, por peculiaridades composicionais. A natureza linguística dessa composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) define as sequências tipológicas textuais por meio das quais os gêneros se materializam. Em geral, essa tipologia abrange cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção.

Com base nessas considerações e utilizando o que você aprendeu sobre gêneros e tipos textuais durante a disciplina “Compreensão e Produção de Textos”, identifique o gênero do texto acima e a tipologia predominante.

a) gênero carta ao leitor – texto predominantemente argumentativo. b) gênero artigo de opinião – texto predominantemente argumentativo. c) gênero artigo científico – texto predominantemente expositivo. d) gênero carta ao leitor – texto predominantemente expositivo. e) gênero artigo de opinião – texto predominantemente injuntivo.

QUESTÃO 2

O propósito comunicativo do texto Capacete: equipamento de proteção

individual é, sobretudo,

a) informar o leitor sobre as sequelas decorrentes de acidentes com moto. b) criticar a lei que permite o uso do capacete sem a proteção da mandíbula. c) esclarecer o leitor sobre os procedimentos de manutenção dos capacetes. d) despertar no leitor o medo dos graves riscos do uso inadequado do capacete. e) motivar o leitor a fazer uso adequado do capacete.

QUESTÃO 3

O texto é considerado uma unidade dotada de sentido que estabelece comunicação entre interlocutores num dado contexto. Cada produtor textual, a partir de uma dada intenção comunicativa, seleciona gêneros, temas, elementos linguísticos, conforme os efeitos de sentido que pretende provocar no leitor. Essa intenção também se reflete na forma como o texto é organizado e estruturado. Sendo assim, pode-se afirmar que o texto em análise apresenta uma estruturação em perguntas e respostas que

I. permite ao autor antecipar-se com relação às possíveis justificativas dadas pelos motociclistas que não fazem uso do capacete.

II. remete àquela presente no gênero entrevista e permite ao autor imprimir ao texto um tom de conversa informal que o aproxima do leitor.

III. revela-se como uma estratégia pouco eficaz, pois compromete a progressão temática do texto, impedindo o leitor de conferir-lhe uma unidade de sentido. IV. permite apresentar ao leitor as vantagens e desvantagens do uso do capacete.

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V. aponta para uma estratégia discursiva usada pelo autor para argumentar junto aos leitores sobre a necessidade do uso do capacete, a qual é reafirmada nas orientações expostas na última seção do texto.

Estão corretas as alternativas: a) I e IV b) II e IV c) II, III e V d) II e V e) I, III e V QUESTÃO 4

Em qual dos enunciados abaixo a significação do termo “só” é equivalente àquela observada em “Felizmente, hoje, 92% dos motoqueiros só circulam com capacete” [linha 13]?

a) Ele só tem quinze anos. b) Ele almoça só todos os dias.

c) Os substitutos trabalharão só dez dias.

d) Ele escolhe o emprego só pelas vantagens financeiras. e) João é esperto que só o irmão.

QUESTÃO 5

Os modalizadores são marcas linguísticas que apontam a atitude do sujeito falante em relação a seu próprio enunciado, mostrando em que medida esse sujeito assume a responsabilidade daquilo que está sendo dito. Os índices de modalidade, ou seja, as marcas linguísticas que apontam para esse maior ou menor comprometimento do enunciador com relação àquilo que ele diz, indicam, por exemplo, se a informação que emana do enunciado é certa (Ele certamente será eleito) ou duvidosa (Ele talvez

seja eleito); se é obrigatória (Vocês devem comprar o livro) ou facultativa (Vocês podem comprar o livro), entre outras possibilidades. Em suma, eles são responsáveis por

sinalizar o modo como aquilo que se diz é dito.

Com base nessa afirmação, assinale a única alternativa que apresenta um índice de modalidade, que sinaliza o posicionamento do autor sobre a temática abordada no texto.

a) “Pesquisas nos Estados Unidos da América do Norte mostram que a probabilidade de uma pessoa morrer dirigindo uma motocicleta é vinte vezes maior que ao volante de um carro” [linhas 7-9]

b) “A legislação permite o capacete sem a viseira, mas obriga o uso de óculos de proteção.” [linhas 29-30]

c) “Ele deixa de oferecer a proteção que se deseja. Está fragilizado. É necessária a aquisição de um novo capacete.” [linhas 48-49]

d) “Observe que qualquer impacto que o capacete sofra, seja de uma simples queda ao solo, é igual a sua inutilização.” [linhas 47-48]

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e) “Entra também a oleosidade da pele e do couro cabeludo, o suor, a chuva, a umidade do ar, que tornam o ambiente propício para que este ambiente se torne um ninho de microrganismos”. [linhas 62-64]

QUESTÃO 6

Sobre os dois usos da palavra ambiente no trecho “Entra também a oleosidade da pele e do couro cabeludo, o suor, a chuva, a umidade do ar, que tornam o ambiente propício para que este ambiente se torne um ninho de micro-organismos.” [linhas 62-64], é possível afirmar que:

I. A palavra ambiente apresenta o mesmo sentido nas duas ocorrências. II. Na primeira ocorrência, a palavra ambiente remete à ideia do espaço físico

que envolve os seres vivos, isto é, a uma ideia semelhante àquela expressa pela palavra meio ambiente.

III. Na segunda ocorrência, a palavra ambiente faz referência à expressão

interior do capacete [linha 59], funcionando, portanto, como estratégia de

coesão textual.

IV. A repetição do termo ambiente é redundante e deve, por isso, ser eliminada. V. A substituição do segmento “tornam o ambiente propício” por “criam

condições favoráveis” não altera o sentido do enunciado. Estão corretas as alternativas:

a) II; III; V b) I; II; IV; c) I; III; V; d) II; III; IV e) I; IV; V QUESTÃO 7

Sobre o uso do registro da linguagem no texto, é correto afirmar que o autor: a) usa somente a linguagem formal, como requer todo texto escrito.

b) usa expressões coloquiais incompatíveis com sua formação profissional. c) usa expressões coloquiais, evidenciando falta de cuidado com a escrita. d) usa expressões coloquiais como estratégia de aproximação com o leitor. e) usa linguagem informal, característica do ambiente virtual.

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QUESTÃO 8

Com relação ao trecho “A proteção do olho e da face é dada pela viseira.” [linha 18], pode-se afirmar que:

I. retoma a ideia do primeiro parágrafo, em que o autor evidencia as principais lesões sofridas na cabeça em um acidente de moto.

II. serve como argumento para o autor na defesa do uso do capacete com proteção integral, iniciada no parágrafo anterior.

III. poderia ser substituído, sem alteração dos papéis semânticos de seus constituintes linguísticos, por “A viseira protege o olho e a face”.

IV. poderia ser substituído, sem alteração dos papéis sintáticos de seus constituintes linguísticos, por “A proteção de olhos e face advém da viseira”.

V. inicia a tese do autor de que o uso do capacete com viseira e com proteção de mandíbula protege totalmente a cabeça de possíveis lesões causadas por acidentes de moto.

Estão corretas as alternativas: a) I; III; V

b) II; IV c) II; III; V d) I; II; III e) IV; V

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