Princípios e Aplicações do Novo Código
Florestal
• BREVE HISTÓRICO
-
criado em 1965;
- mais de 60 modificações;
- entre 1965 e 2009 foram 11 leis;
- as modificações não geraram soluções, mas sim
IMPACTOS DA APLICAÇÃO DO ANTIGO CÓDIGO
FLORESTAL
Brasil -> 64.538.276 ha de Reconversão Ambiental
Passa de 61,01% de vegetação nativa para 68,59%
- 27,8% da área agropecuária brasileira.
+ 7,58% de vegetação nativa no Brasil.
+ 0,5% de vegetação nativa no mundo.
IMPACTO DA APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO
FLORESTAL/AMBIENTAL NA UTILIZAÇÃO DE
ÁREAS RURAIS EM DIFERENTES AMBIENTES
Redução das áreas agricultáveis do Estado
REGIÃO
REDUÇÃO (%) ÁREA
Serrana
28,21%
Noroeste
30,58%
Tabuleiros
12,5%
• Haverá uma queda de 22,09% dos empregos na agricultura capixaba,
110.297 postos de trabalho de um total de 499.000.
• Redução de 37,41%, do Valor Bruto da Produção o que representa R$
1.582.729.817 de um total de R$ 4.230.764.000. 4.230.729.799 2.647.999.982 1.582.729.817 37,41% 0 500.000.000 1.000.000.000 1.500.000.000 2.000.000.000 2.500.000.000 3.000.000.000 3.500.000.000 4.000.000.000 4.500.000.000
Situação atual Cenário Perda
VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO (R$)
499.328 389.061 110.297 22,09% 0 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000
Situação atual Cenário Perda
• A cultura do café contribui com 56% das perdas totais do Valor Bruto
da Produção seguido pela pecuária de leite com 16%.
56 16 28 0 10 20 30 40 50 60
Café Pecuária Leiteira Outras Atividades
% de Contribuição nas Perdas de VBP
• O ES deixará de produzir aproximadamente 2.203.882 sacas de café por
ano, significando uma redução 24% da produção atual.
9.205.999 7.002.117 2.203.882 23,94% 0 2.000.000 4.000.000 6.000.000 8.000.000 10.000.000
Cenário Atual Cenário Futuro Perda
O NOVO CÓDIGO FLORESTAL
Base Legal Federal:
- Lei Federal nº. 12.651 de 25/05/2012;
- Medida Provisória nº. 571 de 2012;
- Lei Federal nº. 12.727 de 17/10/2012;
- Dec. Federal nº. 7.830 de 17/10/2012;
- Dec. Federal nº. 8.235 de 05/05/2014;
Princípios do Novo Código
• Reconhecimento histórico
Direito adquirido
• Racionalidade técnica
Indicadores técnico-científico
• Adicionalidade ambiental
Conservação e Recuperação
CONCEITOS
As florestas existentes no território nacional e as
demais formas de vegetação nativa, reconhecidas
de utilidade às terras que revestem, são bens de
interesse comum a todos os habitantes do País,
exercendo-se os direitos de propriedade com as
limitações que as legislações estabelecem.
“...em fragmentos florestais não se exerce o direito
de propriedade.”
Área rural consolidada:
- área de imóvel rural com ocupação antrópica
preexistente a 22 de julho de 2008, com
edificações,
benfeitorias
ou
atividades
agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a
adoção do regime de pousio;
-
Propriedade rural:
- Imóvel rural, o prédio rústico de área contínua
qualquer que seja a sua localização que se destina
à exploração extrativista agrícola, pecuária ou
agro-industrial, quer através de planos públicos de
valorização, quer através de iniciativa privada.
- Pequena propriedade:
. até 04 módulos fiscais;
. utilize predominantemente mão-de-obra da própria
família;
. tenha percentual mínimo da renda familiar
originada de atividades econômicas da sua propriedade; e
- Área de Preservação Permanente – APP
Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
- Reserva Legal
Área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.
Considera-se Área de Preservação Permanente:
Faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros (de rápida duração), desde a borda da calha do leito regular.
Áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais:
- 50 metros para o corpo d’água com até 20 hectares de superfície; - 100 metros para corpo d’água maior que 20 ha de superfície.
Entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento:
Entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, no raio mínimo de 50 metros.
Nas Áreas de Preservação Permanente é
autorizada a continuidade das atividades
agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo
rural em áreas rurais consolidadas até 22 de
julho de 2008, bem como a manutenção de
residências, e da infraestrutura associada às
atividades citadas.
Obrigação de RECOMPOSIÇÃO DE APP’s
Para todos os imóveis rurais que possuam áreas consolidadas em APP ao longo de cursos d’água naturais, nascentes perenes, lagos e lagoas naturais e artificiais, será obrigatória a recomposição de parte das faixas marginais que será realizado de acordo com o tamanho do imóvel.
Recuperação de APPs
MODALIDADE DE APP ÁREA < 1 MF 1 < ÁREA < 2 MF
Curso d’água natural 5m 8m
Nascente perene 15m 15m
Lagos e lagoas naturais 5m 8m
Veredas 30m 30m
Manutenção de infraestrutura
Consolidado Consolidado
Recuperação de APPs
MODALIDADE DE APP 2 <ÁREA < 4 MF ÁREA > 4 MF
Curso d’água natural 15m Min. 20m
Max. 100m
Nascente perene 15m 15m
Lagos e lagoas naturais 15m 30m
Veredas 30m 50m
Manutenção de infraestrutura
Consolidado Consolidado
* Fica dispensado o estabelecimento das faixas
de APP no entorno das acumulações naturais
ou artificiais de água com superfície inferior a 1
ha, vedada nova supressão de áreas de
É garantido que a exigência de recomposição não
ultrapassará:
• 10% da área total do imóvel, para aqueles com área de
até 2 MF.
• 20% da área total do imóvel, para aqueles com área
superior a 2 e de até 4 MF.
No caso dos imóveis já possuírem este percentual mínimo
exigido, preservado em qualquer modalidade de APP, o
mesmo ficará dispensado da recomposição.
Esta recomposição poderá ser feita, isolada ou
conjuntamente, pelos seguintes métodos:
I - condução de regeneração natural de espécies nativas;
II - plantio de espécies nativas;
III - plantio de espécies nativas conjugado com a condução
da regeneração natural de espécies nativas;
IV - plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou
de ciclo longo, exóticas com nativas de ocorrência regional,
em até 50% da área total a ser recomposta (pequenas
propriedades).
Sistemas AgroFlorestais – SAF’s
Sistema composto de espécies lenhosas perenes e culturas
agrícolas
Ex. Mata Atlantica:
• Seringueira , manga, cacau, nativas;
• Seringueira, banana, palmácea, café conilon, nativas;
• Frutíferas, banana, café arábica, nativas.
A continuidade das atividades agrossilvipastoris, de
ecoturismo e de turismo rural em áreas rurais
consolidadas até 22 de julho de 2008 nas demais áreas:
- observará critérios técnicos de conservação do solo e
da água indicados no PRA;
- vedada a conversão de novas áreas para uso
alternativo do solo.
Intervenções em APP
A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em
APP somente ocorrerá se estiver devidamente
licenciado e nas hipóteses de:
- Utilidade pública:
atividades de segurança nacional e proteção sanitária,
obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos
serviços públicos de transporte, sistema viário,
atividades e obras de defesa civil, entre outras.
- Interesse social:
Combate e controle do fogo, controle da erosão,
erradicação de invasoras e proteção de plantios com
espécies nativas, exploração agroflorestal sustentável,
infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e
atividades educacionais e culturais, instalações necessárias
à captação e condução de água e de efluentes tratados,
pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho,
outorgadas pela autoridade competente, entre outras.
-
Baixo impacto:
Abertura de pequenas vias de acesso interno e suas
pontes e pontilhões, instalações necessárias à captação
e condução de água e efluentes tratados, construção e
manutenção de cercas na propriedade, exploração
agroflorestal e manejo florestal sustentável, entre
outras.
RESERVA LEGAL
Será admitido o cômputo das Áreas de Preservação Permanente no cálculo do percentual da Reserva Legal desde que o proprietário tenha requerido inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural – CAR.
A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão ambiental competente por meio de inscrição no CAR, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento.
O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de Registro de Imóveis.
Localização da área de RL
Deverá levar em consideração:I – o plano de bacia hidrográfica;
II – o Zoneamento Ecológico-Econômico; III – formação de corredores ecológicos;
IV – áreas de maior importância para conservação da biodiversidade; V – áreas de maior fragilidade ambiental.
Imóveis rurais com até 4 MF terão a sua reserva legal constituída
com o percentual existente em 22 de julho de 2008.
O proprietário de imóvel rural maior que 4 MF e que detinha, em 22 de julho de 2008, área de Reserva Legal em extensão inferior ao exigido na legislação (80% - Amazônia legal/ 35% - Cerrado/ 20% - demais regiões), deverá regularizar sua situação, adotando as seguintes alternativas, isolada ou conjuntamente:
II - permitir a regeneração natural da vegetação na área de Reserva Legal;
Admite-se a exploração econômica da RL mediante
manejo sustentável (PMFS).
CADASTRO AMBIENTAL RURAL - CAR
É obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades (APP e Reserva Legal) e exigirá do possuidor ou proprietário:
I - identificação do proprietário ou possuidor rural; II - comprovação da propriedade ou posse;
III - planta e memorial descritivo, informando a localização dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Preservação Permanente, das áreas consolidadas e, caso existente, também da localização da Reserva Legal.
Solicitação de inscrição
Análise dos dados apresentados
Comprovação de inscrição
Prazo para inscrição:
- Até 05/05/2015, prorrogável até 2016.
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Após cinco anos da data da publicação do Novo Código
Florestal, as instituições financeiras só concederão crédito
agrícola, em qualquer de suas modalidades, para proprietários
de imóveis rurais que estejam inscritos no Cadastro Ambiental
Rural - CAR.
Há punição para quem não realizar o CAR?
• Obrigatório para todas as propriedades;
• Licenças ambientais e autorização para queima controlada; • Atos de unificação, desmembramento ou alienação de
imóveis;
PLANO DE REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL - PRA
Os Estados deverão implantar Programas de Regularização Ambiental - PRAs de posses e propriedades rurais;
Objetivo de adequá-las em razão de suas peculiaridades territoriais, climáticas, históricas, culturais, econômicas e sociais.
A inscrição do imóvel rural no CAR é condição obrigatória para a adesão ao PRA.
A adesão deve ser requerida pelo interessado no prazo de 1 ano,
contado a partir de sua implantação.
Após a adesão do interessado ao PRA e enquanto estiver sendo
cumprido o termo de compromisso, o proprietário ou possuidor
não poderá ser autuado por infrações cometidas antes de 22 de
julho de 2008, relativas à supressão irregular de vegetação em
APP, Reserva Legal e área de uso restrito.
Caso o proprietário ou possuidor tenha sido autuado, a partir
da assinatura do termo de compromisso serão suspensas as
sanções decorrentes das infrações mencionadas.
Cumpridas as obrigações estabelecidas no PRA, as multas
decorrentes das infrações referidas serão consideradas como
convertidas em serviços de preservação, melhoria e
recuperação da qualidade do meio ambiente, regularizando o
uso de áreas rurais consolidadas.
Instrumentos do PRA
• Cadastro Ambiental Rural – CAR; • O termo de compromisso;
• O Projeto de Recomposição de Áreas Degradadas e Alteradas;