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Currículo de Rudolf Steiner para as Escolas Waldorf - E. A. Karl Stockmeyer ENSINO DE LÍNGUAS

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Currículo de Rudolf Steiner para as Escolas Waldorf - E. A. Karl Stockmeyer

ENSINO DE LÍNGUAS

As primeiras coisas que Rudolf Steiner expôs a respeito do ensino de línguas, para a Escola Waldorf a ser fundada, estão na 2º palestra do Curso Metódico Didático de agosto a setembro de 1919. Ali ele apresentou a língua como a cooperação viva de simpatia e antipatia no sentir, e como uma acompanhante desse

processo através do pensamento representativo, e segue com isto até nos elementos da língua, até a cooperação das vogais e consoantes. Com isto ele desenvolve, em poucas frases, a essência de uma nova linguística do significado, a qual encara a língua como um acontecimento no qual o homem revela e configura a sua relação com o Cosmo. Essa linguística do significado Rudolf Steiner já havia esboçado em poucos traços em 25 de abril de 1919, naquela “conversa em circulo intimo” que já mencionei no capitulo ”Etapas do Desenvolvimento do Currículo da Escola Waldorf”, e naquela oportunidade ele a designara Ensino da Origem da Palavra. No assim chamado Curso de Línguas de dezembro de 1919 / janeiro de 1920 esse novo enfoque científico espiritual da língua foi ampliado. Ele representa o fundamento da educação em línguas no sentido da Escola Waldorf.

A respeito da metodologia do ensino de línguas estrangeiras, Rudolf Steiner falou pormenorizadamente na 9ª palestra do Curso Metódico Didático, em que ele tomou especialmente em conta a situação concreta de que, na nova escola a ser fundada, iríamos lidar com crianças que, das maneiras mais variadas e até os graus mais diferentes, haviam estudo línguas. Exatamente essa palestra contêm as indicações e os assentamentos de metas mais importantes, tanto para as línguas mortas como para as modernas, dos quais Rudolf Steiner jamais se afastou. Também quando das diversas preocupações dos professores de línguas que, por múltiplas vezes não alcançavam as metas assentadas, ele permaneceu com as primeiras exigências básicas

estabelecidas, cuja severa execução ele encarava como a condição necessária para o sucesso no

sentido de línguas. – Causava-lhe sérias preocupações o fato de que, pela forte afluência de crianças em todas as classes, também nas mais elevadas, sempre voltava a haver crianças que não haviam participado da estruturação especial do aprendizado da língua a partir do falar e que então, necessariamente detém a continuação regulamente do ensino. Nas conferencias, precisamente as perguntas relacionadas com isso sempre voltavam a surgir. Por certo nenhuma outra área do ensino foi tão abundantemente discutida como precisamente a de línguas.

Nas palestras sobre currículo não foram feitas, para o ensino de línguas, indicações especificas para os anos escolares individuais. Como já foi dito, muito se encontram nas conferências, muito também nos cursos pedagógicos estrangeiros.

A consideração do currículo para o ensino de línguas deverá então resultar de que:

primeiramente serão reproduzidas as declarações de Rudolf Steiner que dizem respeito às etapas de idade; depois aquelas que dizem respeito a uma determinada classe.

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Por fim deve seguir – classe – aquilo que foi dado na conferência de 2 de junho de 1924 como currículo definitivo para o ensino de línguas modernas. As indicações que dizem respeito só às línguas mortas estão reunidas em um capitulo especial.

Para iniciar deveria, propriamente, ser colocada por inteiro a 9ª palestra do Curso Metódico Didático, pois ela contem tudo o que é essencial na forma de apresentação de princípios, mas, ele certamente encontra-se em mãos de cada professor em uma Escola Waldorf. Quero apenas citar nominalmente um curto trecho dela porque o seu conteúdo ainda é sentido como a exigência mais difícil da metodologia de Rudolf Steiner na área do ensino de línguas:

“Os senhores irão alcançar muito se refletirem sobre o fato de que,para todo o assim chamado ensino de línguas estrangeiras, aquilo que causa o maior atraso é o traduzir a partir da língua estrangeira e o traduzir da própria língua para a estrangeira. Deveria haver muito mais leitura e dever-se-ia muito mais trazer os próprios pensamentos à expressão na língua estrangeira.” (Metódica e Didática 9ª palestra)

Logo em uma das primeiras conferências que Rudolf Steiner deu para o primeiro colegiado de professores, surgiu uma pergunta a partir das indicações feitas por ele no recém concluído curso: se é certo que no ensino de línguas, mesmo em uma classe em que as crianças já sabem escrever, se guarde um intervalo antes de apresentar a forma escrita de modo a que as crianças primeiramente se acostumem só a pronunciar.

Rudolf Steiner retrucou a maneira breve:

“Sim, nas línguas estrangeiras passar para a escrita o mais tarde possível, isto é o mais importante.” (25 de setembro de 1919)

Acerca do desenvolvimento da língua na vida infantil encontra-se algo significativo no curso de Basel de 1920:

“O segredo do desenvolvimento humano da língua oculta-se propriamente na essência da maneira de pensar cientifica contemporânea, do conjunto da ciência contemporânea. Não se sabe que, de fato, do mesmo modo como recebemos os primeiros dentes dos pais, através de uma espécie de herança,

recebemos a língua através de uma espécie de influencia externa do ambiente que nos cerca, pelo principio da imitação que, entretanto, se trona em principio orgânico.

Aprendemos a língua, nos primeiros anos de vida, do nosso ambiente. Mas essa língua que aí aprendemos, que a criança fala até os 4, 5 e 6 anos, ela comporta-se em relação ao homem todo do mesmo modo em que se comportam os dentes de leão em relação ao homem todo. E aquilo que o homem, depois de ter

alcançado a puberdade, ao haver chegado à idade de 14 e 15 anos, tem propriamente na língua, o que ele antão fala, o que então é ativado nele quando fala, é algo de que ele se apossou pela segunda vez, de que se apossou recentemente, adquirido pelo trabalho do homem, assim como o principio dos dentes de leão é elaborado uma segunda vez. No desenvolvimento do menino isto se mostra externamente na mudança da voz, no desenvolvimento feminino retorna mais para a vida interior, mas também existe. Devido ao fato de que essas forças, no menino, trabalham de maneira diferente na laringe, isto se mostra externamente. Esta é uma revelação de como também precisamente nesses importantes anos da escola primária acontecem

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coisas no homem todo, não meramente no corpo humano e não meramente na alma humana, mas sim no corpo anímico humano, ininterruptamente na alma do corpo, de ano para ano, de mês para mês, coisas relacionadas com a apropriação interior daquilo de que, como língua, já na primeira infância nos apropriamos a partir do ambiente.” (Basel 1920 – 1ª palestra)

A uma pergunta colocada durante uma conferência, em 12 de junho de 1920, respondeu Rudolf Steiner: “Línguas são tanto mais facilmente aprendida e a pronuncia tanto melhor e mais pura, quanto mais cedo for começado. O talento para línguas decresce com o crescimento da idade a partir dos 7 anos. - Falar em coro é muito bom, pois a língua é um elemento social. “Em coro é sempre mais fácil de falar do que sozinho.” (12 de junho de 1920)

Mais seis semanas mais tarde ele disse também:

“No ensino de línguas há esta realmente grandiosa diferença entre falar em coro e falar individualmente. Em coro todas as crianças falam juntas sem rodeios, mais não conseguem individualmente. Tratar-se-ia de aproveitarmo-nos disso. Vamos tratar desse assunto nas questões metódico-didático..., de modo que tentaremos com as crianças, depois que falar em coro, repetidamente fazê -lo individualmente. Temos de fazê-lo com base do aprendizado. Isso é indubitavelmente assim.” (24 de julho de 1920)

Após uma observação acerca da atitude dos alunos em relação ao ensino de línguas:

“Elas aprenderam muito mais na leitura. De grande ajuda é uma familiarização em leituras inter-relacionadas. O aprender de cor é apenas um recurso. Procedese após frase. Com as pequenas falar sempre.” (26 de maio de 1921)

No curso de Dornach, de natal de 1921/22, encontra-se a seguinte observação acerca do aprendizado de línguas estrangeiras:

“O resto da manhã é dedicado aos assuntos livres... aí, sobretudo as línguas estrangeiras desempenham o maior papel. Estas serão tratadas a partir do ingresso das crianças com 6,7 anos porque elas têm de vivenciá-las de maneira realmente prática na vida infantil, e as línguas estrangeiras serão tratadas de tal maneira que a criança realmente se acostuma na língua, que, portanto no aprendizado da língua estrangeira a

intermediação da língua materna seja evitada.

Como temos agora diante de nos crianças em idade mais avançada do que quando aprenderam a sua língua materna, temos naturalmente de organizar o ensino em uma língua estrangeira de maneiro algo diferente. Exatamente como se focaliza uma faixa de idade, assim tem de ser feito. Mais as crianças precisam ligar-se á língua de tal maneira que, ao exprimirem qualquer coisa na língua estrangeira, não o traduzam sempre em segredo. Este principio da tradução tem de ser completamente evitado, levando-as diretamente ao assunto a língua será ensinada de modo a que a criança primeiramente aprenda a falar e depois a traduzir

evidenciar-se, em outro caso, como de todo desejável. Pode-se absolutamente notar que, com o evitar a gramática usual etc. Será alcançado algo que as crianças acolherão em sentido muito vivo.” (Dornach 1921/22)

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Após algumas observações acerca da leitura em língua estrangeira, em que “ Les Origines de La France Contemporaine” de Taine fora apontada como boa leitura, Rudolf Steiner prossegui:

“Os princípios mais importante desenvolveram se para a dependência. Isso que se manifestou como algo desuniforme, isso nada mais é do que relaxamento irrompeu quando se desenvolveu uma maneira própria para fazer as coisas mais facilmente!

E aqui trata-se de tornar-se consideração que: quando as crianças falam em coro é muito bom, mais ainda não e nenhuma prova de que as crianças o dominam porque aí surge um espírito de grupo. Sempre ligar ao assunto, de modo a ligar a palavra diretamente ao assunto para fazer estereotipo de determinados usos da pronuncia é bom, para ligar ao aprendizado de poesias. Quando se tem duas, três quatro dessas poesias pode-se, novamente para cuidar de algo na pronuncia, voltar a isso. Todas as coisas já foram discutidas uma vez. O aprendizado de poesias conduziu a uma espécie de relaxamento. Isso provém de que, de um

lado, o ensino de línguas entre nos está verdadeiramente em segundo plano, porque tem de ser tratado acessoriamente. E aí os professores já estão cansados; e por outro lado que, justamente considerando isso, tenta-se escapar do preparo. Prepara-se o restante. Então é bastante bom poder agarrar-se em algo

estereotipado. Chegou ao ponto em que eu posso censurar as coisas. A preparação não pode ser assim como ela deveria ser. Temos ainda de elaborar o frutífero de nossa metodologia. Se não, na elaboração do ensino de línguas chegaremos pouco a pouco de fato ao ponto em que melhor não conseguido é muito pior do que o apenas bom, sofrivelmente conseguido. Poderemos muito facilmente incorrer na calamidade de que, por fazermos o melhor mal feito, e não resistimos á concorrência com as demais escolas.”

E, resumindo novamente o que havia falado, ele disse imediatamente após:

“... para mim esta totalmente claro que, puramente dentro do limite das horas normais de aulas, e com atividade racional. Podemos chegar ao ideal de poupar as crianças de cansativas lições de casa. Mas ainda não está se tornando tão interessante em todas as partes. Em determinadas coisas, a pratica ainda não existe. Por isso eu creio de fato que teremos de chegar a uma espécie de lição de casa modificada.” (21 de junho de 1922)

Esta resolução de introduzir uma espécie de lição de casa modificada, que originalmente foi aconselhada através das carências no ensino de línguas, Rudolf Steiner a estendeu depois a todas as matérias em que algo assim fosse aplicável. Os pormenores a respeito podem ser consultados no trecho citado. Todavia, não pode ficar esquecido que a concessão feita aqui, para serem dadas lições de casa modificadas, deve de fato ser atribuída a incapacidade:

Para mim está totalmente claro que puramente dentro do limite das horas normais de aulas e com uma atividade racional, podemos chegar ao ideal de poupar as crianças de cansativas lições de casa. Mais ainda não está se tornando tão interessante em todas as partes. Por isso não deveríamos encarar essa ”introdução de lições de casa modificadas” como algo com que nós, como professores, pudéssemos

conformar-nos, senão como algo que após cada aula não tenha sido concluída sem lição de casa, exprime uma advertência de que ainda não alcançamos aquilo que a criança espera do professor. Deveria justamente tornar-se “tão interessante” que se pudesse “poupar á criança de cansativa lição de casa”.

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“Quando se torna a resumir o analítico em imagem, então volta a ser bom. Temos de trabalhar no sentido da imagem sob todas as circunstancias. Depende do analisar na imagem. O estudante que faz o “Gymnasium” tem por demais estabelecidos em mente o simplesmente pensar em homem (“Mensch”) para a palavra homo. Isto é,propriamente dito, um absurdo: Homem (“Mensch”) é a alma advinda da caudal da geração racial, homo é a configuração do homem que se ergueu do físico, de modo que se pode dizer: o Homem (“Mensch”) encarnase no homo. É o mesmo que Adão. Quando não se recebe as imagens, quanta coisa escapa á alma. Isto, creio eu, teríamos de esforçar–nos por alcançar também no latim.” (22 de junho de 1922)

Depois são citados alguns exemplos a partir do húngaro e Rudolf Steiner encerra a observação com as palavras:

“Nenhuma aula deveria passar sem que a criança vivencie algo em imagem.”

No mesmo dia Rudolf Steiner fez a segunda e ultima palestra do curso tão “Questão de ensino na

puberdade” de 1922 para os professores, e voltou a tomar o problema das imagens no ensino de línguas. Entretanto, o trecho está tão fortemente entretecido na palestra que não se consegue destacá-lo sem prejudicá-lo. Por isso tenho de limitar-me aqui a fazer ao leitor a recomendação especial de que estude essa palestra. (Stuttgart 1922, 2ª palestra)

A necessidade de colocar, nas classes mais elevadas, grego ou inglês á escolha dos alunos veio a provocar a seguinte consideração.

“A respeito do ensino línguas modernas: se fizermos o método já, as coisas compensar-se-ão em seus efeitos para a criança por que, através do francês ela fenece em sua cabeça, assim como pelo inglês é estimulada no metabolismo. A dificuldade surge e isto passou-me agora pela alma – do fato de que retiramos o inglês de determinados alunos; isto e o ponto de vista social ,uma coisa desnatural; este não deveria ser o caso. Mas, não temos outra maneira de fazê-lo. Não podemos ter inglês e as línguas antigas . Mas, precisamente na etapa atual do seu desenvolvimento, ambas as línguas inglês e francês são tão incrivelmente compensadoras entre si. Assim, por exemplo, se os senhores tomarem hoje a aula de francês do senhor Boy, ele

desenvolveu, para ouvintes silenciosos, algo extraordinariamente importante: a língua francesa está prestes a fazer emudecer os S. Não se pensava de modo algum em pronunciar aisne (én), mas sim ouvia – se. Em inglês há muitas sílabas finais a caminho de dar destaque a um S envergonhado como este. A compensação completa existe especialmente entre o 9º e o 10º ano de vida, quando se empregam os mesmos métodos. Antes disso é bom que se maneje gramaticalmente o francês menos possível. Contrariamente, em inglês é bom quando, no 11º e no 12º anos, deveras se chame repetidamente a atenção para algo teórico na língua, para o gramatical-sintático.” (5 de dezembro de 1922)

A uma pergunta sobre se no ensino de línguas se poderiam começar junto principiantes mais baixo com o verbo, Rudolf Steiner retrucou:

“Isso e certo, a partir do verbo! A preposição é muito viva. Partir substantivo é um método incorreto. Queremos estender-nos sobre o assunto... principalmente a resposta á pergunta o que é retirado do verbo quando ele se torna um substantivo: quando um substantivo é tirado de um verbo, é retirada de uma

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vogal, é um tornara-se consonântico, tornara-se degenerado. Em inglês cada som pode tornar-se num verbo.” ( 9 de dezembro de 1922)

Sejam aqui reproduzidas algumas sentenças extraídas das longas e sumamente importantes apresentações sobre questões de higiene escolar, de 6 de fevereiro de 1923, as quais já foram reproduzidas na seção “Fala e Gramática” no capítulo sobre alemão, mas que também devem estar em mãos do professor de línguas estrangeiras.

“Os senhores... poderão pecar contra toda a constituição da saúde da criança se a ocuparem por uma hora com aquilo que usualmente se chama gramática. Bastam apenas às crianças se ocuparem com a distinção entre tudo que se denomina sujeito, objeto, atributo, indicativo, conjuntivo, etc. com todas as coisas que lhes interessam apenas em parte, e estaremos transpondo a criança para a situação de, enquanto tem de diferenciar se uma coisa qualquer é indicativa ou conjuntiva, fazer todo o desjejum cozinhar em seu organismo sem influencia da alma; estaremos então cultivando na criança, para uma época quiçá 15 a 20 anos mais tarde, uma verdadeira indisposição abdominal, como males intestinais etc. As doenças intestinais provêm muito frequentemente do ensino de gramática.”

Alem dessas, também as seguintes frases da mesma palestra:

“Às vezes não compreendo absolutamente como se pode manter as crianças quietas quando se fala a elas acerca do advérbio e conjuntivo, pois isso é algo que, propriamente, não pode interessar de modo algum a uma criança normal. No Maximo pode ocorrer que as crianças mantenham a disciplina por amor ao

professor. Recentemente estive em uma classe em que o assunto era o presente e o imperfeito. O que é que as crianças devem fazer com isso se não se trata de ensino de latim? Eu digo que se deva suprimir essas expressões, mas sim manejar o ensino de tal maneira que as crianças possam fazer alguma coisa com ele. Eu acho antes de tudo: a falha maior está no fato de que os próprios professores não sabem gramática, que os professores não trazem dentro de si nenhuma gramática viva. Acho horrível a maneira como a tecnologia gramatical é usada. Eu faria barulho por que não entenderia a razão pela qual lançam-me essas coisas na cabeça. Trata-se de que não foi utilizado tempo suficiente para que os próprios professores apreendessem por si como um conhecimento gramatical sensato é auto-adquirido. Aí sim, a atuação sobre os alunos e estimulante. Tudo o que está nos livros sobre gramática dever-se-ia destruir em uma fogueira. Aí há que penetrar vida! E então, não é verdade? Os alunos não ganham a sensação para o que seja um

perfeito, o que seja um presente, quando tem de ganhar esta sensação. O gênio da língua tem de viver no professo! No ensino de alemão também e exatamente assim...” (6 de fevereiro de 1923)

Importantes para a compreensão da atitude de Rudolf Steiner em relação á totalidade do ensino de línguas estrangeiras são as suas apresentações sobre a proposta do professor Karutz para a supressão do ensino do francês na Escola Waldorf. Infelizmente tenho que pronunciar á sua reprodução neste contexto (14 de fevereiro de 1923) Para o ensino de alemão Rudolf Steiner havia indicado, nas palestras sobre currículo de 1919, etapas do ensino de gramática; estas estão no capitulo do ensino de alemão, nas indicações para cada classe e, ao fim do capitulo, novamente compiladas. A essas etapas está ligada a pergunta de um professor, sobre se nas línguas estrangeiras também haveria etapas idênticas. A isso Rudolf Steiner respondeu:

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“Aquilo que eu havia então indicado está indicado segundo as exigências da idade correspondente.

Simplesmente faz parte dessa idade que se leve á criança essa nuance da constituição da alma nessa idade. Na língua materna a criança aprende de maneira mais fácil a fazer atuar dentro de si essas nuances. Em comparação, podemos no máximo fazer bem se, na mesma idade, posto que já aprendesse as coisas da língua materna, ligamos as outras línguas a isso; eventualmente mostra até que ponto, em outras línguas, quando tais disposições da alma são expressas; existem digressões. Pode-se absolutamente consentir comparação. Não é verdade que?, não se começa absolutamente com gramática do 9º;10º ano. Nas etapas anteriores desenvolve-se o ensino de línguas puramente a partir do falar e do sentir da fala ,de modo que a criança aprenda a falar a partir do sentir. Nessa etapa, a qual naturalmente não é totalmente inequívoca, entre o 9º e o 10º ano de vida – não é um ponto único, é muito variável – nesta etapa principia-se com a gramática. E o tratamento da língua com respeito a gramática está em relação com o desenvolvimento do eu. O ocupar-se gramaticalmente com a língua tem relação com o desenvolvimento do eu. Não que de modo algum se perguntasse: como desenvolvermos o eu a partir da gramática, mas sim, a própria gramática já o fez. Não é necessário que aí se façam demonstrações sobre como ensinar. Precisamente não se começa a gramática mais cedo, mas sim, tenta-se desenvolver gramática a partir da substância da língua. (19 de junho de 1924)

Mais uma vez, de maneira diferente, Rudolf Steiner aborda o problema do ensino de línguas no curso de Torquay de 1924. Recomenda-se o estudo do curso todo. Algumas frases do mesmo vão aqui reproduzidas: “Mas, em relação ao ensino de línguas é importante tomar em consideração essa época da vida entre o 9º e o 10º ano de vida. Antes de atingido esse momento de vida o ensino de línguas não pode conter, em circunstância alguma, nada de considerações intelectuais da língua, portanto, nada de gramático, nada de construções de frases e coisas semelhantes.

Até esse momento da vida, no 9º ou 10º ano de vida, a criança deve falar totalmente da mesma maneira como aprender quaisquer outros hábitos. Ela tem de aprender à língua a maneira de um hábito. Somente quando a criança aprende a distinguir-se do ambiente que a cerca pode também observar aquilo que a própria criança executa, portanto o falar. Somente a partir da aí deveríamos falar de substantivo, adjetivo, verbo etc., mas não antes. A criança deve simplesmente falar e ser mantida no falar.

Na escola Waldorf temos deveras a oportunidade de levar isso a cabo porque quando a criança vem a nos, no 1º grau, na escola elementar, aprende imediatamente duas línguas estrangeiras além da língua materna. Trazemos a criança para dentro da escola. Ela tem primeiramente seu ensino de época... nas primeiras horas escolares pela manhã, e a isso segue imediatamente, para criança pequena, uma aula em inglês ou francês. E no caso tentamos ministrar esse ensino de línguas de tal maneira que não entre de modo algum em

consideração a correlação de uma língua com a outra. Antes desse momento da vida que eu caracterizei, entre o 9º e o 10º ano, nos abstemos completamente de digamos – a mesa em alemão chama “ Tisch” e em inglês “ “table, comer em alemão se chama “essen” e em inglês “ eat”. Ligamos cada língua, não a palavra de outra língua, mas sim diretamente aos objetos.

A criança aprende a dominar, seja em francês, seja em inglês, a colcha, a lâmpada, a cadeira, portanto, no 7º, 8º, 9º anos ainda não será dada importância alguma a tradução, ou seja, à tradução de uma de uma língua para outra, mas sim a criança aprenda simplesmente a falar na língua apoiada em objetos externos, de maneira a que a criança não necessite de modo algum saber, ou não necessite pensar, que quando disser

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“table” em inglês, que em alemão se chama “Tisch”, etc. Isto não existe para a criança, não vem ao caso durante a aula, pois não se vai desenvolver comparação alguma de línguas ou algo semelhante com a criança. Por esse meio a criança tem a possibilidade de aprender a língua a partir dos elementos, cada língua a partir do elemento do qual ela descende, a partir do elemento do sentir ...” (Torquay 1924, 6ª palestra) Seguem-se então, no trecho citado, algo a cerca da origem da língua a partir da vivencia do sentir, acerca da língua humana primordial acerca da comparação de línguas a sua limitada, porem, a seu tempo, importante tarefa educacional, acerca do significado do ensino de gramática.

No mesmo curso Rudolf Steiner deu a seguinte resposta sobre as línguas estrangeiras que as crianças deveriam aprender em uma Escola Waldorf na Alemanha:

“Nós introduzimos na Escola Waldorf francês e inglês pela razão de que em francês ainda pode ser

aprendida interiormente muita coisa que não pode ser aprendido em outra língua, certo sentir retórico que é muito bom quando existe. E inglês pela razão de ser uma língua mundial, que cada vez será língua

mundial.” ( Torquay, respostas e perguntas, 20 de agosto de 1924)

Ao apresentar os esclarecimentos e indicações, que podem ser encontradas nas conferencias e palestras, devo reiterar ao leitor a recomendação para reler aquilo que envolve e sustenta os pronunciamentos aqui reproduzidos em suas respectivas localizações, de certo modo como sua província anímica. Por fazer parte do todo do tratamento do ensino de línguas propriamente dita, desejo aqui mais uma vez acentuar

isto de modo especial: a adequada imagem da essência da língua, tal como depois se manifesta de maneira viva também no ensino do língua, só se mostra de fato quando a captamos em forma viva em suas variadas configurações, as quais se deixam ver nas observações das palestras e conferencias, e se transformam de uma apresentação para outra.

Poder-se-ia, talvez, haver ordenado de maneira diferente a sequenciadas citações. A mim pareceu, ao ponderar repetidamente esta questão, que o mais certo seria sempre: o que foi exposto em uma determinada sequencia é reproduzido nessa mesma sequência. Porque assim segue, permanecida no inconsciente - com o qual o conhecimento precedente havia encontrado o seu limite. De fato, nem sempre se tornará evidente de que maneira o caminho de um conhecimento para outro foi realmente percorrido, tanto mais possa ser sentida a pertinência dos passos individuais do conhecimento. A experiência viva do falar em coro suscitou por si que: a partir do reconhecimento da utilidade do falar em coro surgiu a outra experiência da ilusão espreitante no falar em coro.

Assim quando percorrer os olhos em sua primeira leitura até este ponto queira o leitor a aceitar o conselho, exatamente aqui, de levar os trechos copiados de volta a sua província original, na sequência de datas que foi dada, para assim fazê-los configurarem-se em seu panorama.

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