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38 E. G. Crespo. Dinossauros

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Dinossauros

São muitos numerosos os vestígios deste grupo de Archosauria

no Jurássico Superior e no Cretácico de Portugal, sistemas em que as

formações geológicas se mostraram muito propícias à sua preservação

(fig. 21).

(2)

TEJO

FIG. 21 -Alguns dos locais do Mesozóico português onde foram encontrados vestígios de Dinossauros (Lapparent & Zbyszewski 1957, Carvalho 1989, Dantas 1990, etc.).

Mapa Geral: I Aveiro (C); 2

-Murtade (1); 3 - Cantanhede (J); 4

- Viso (C); 5 -Taveiro (C); 6 - Cabo Mondego (1); 7 -Figueira da Foz

(1); 8 -Condeixa (1); 9 - Pombal (J); 10 - Albergaria (1); II - Colmeias (J); 12 - Pedrogão!Vieira de Leiria (J); 13 - S. Pedro de Muel (J); 14 - Guimarota/Leiria (1); 15 Ourém (J); 16 -Alvaiázere (1); 17 -Pedreira das Galinhas (1); 18 - Castanheira (1); 19 - Tomar (1); 20 - Porto de Mós (J); 21 - PescariaINazaré (1); 22 -Alcobaça (1); 23 -S. Martinho do Porto (J); 24 - Salir do Porto (1); 27 - Salir de Matos (C.Rainha (1);

28 - Óbidos (1); 29 - Bombarral (1); 30- Alenquer (J); 31 -Torres Vedras (1); 32 - Praia de Santa Cruz (1); 33 - Cambelas (J); 34 - Mafra (C); 35 - Praia Grande/Sintra (C); 36

-Carenque/Sintra (C); 37 - Cacém (C); 38 - Boca do Chapim/C. Espichei (C); 39 - Praia dos Lagosteiros (1) /Pedra da Mua (C) IC.Espichel; 40 - Praia do CavalolC.Espichel; 41 - Pedreira do AvelinolRibeira do Cavalo (J) I(Sesimbra); 42 - Praia da Foia do Carmo (1) e Praia Santa (C) !Vila do Bispo; 43 - Praia da Salema/Vila do Bispo (C); 44 - Praia do Porto das Mós

(J); 45 - Lagos (J); 46 - Amorosa/Silves-S. Bartolomeu de Messines (T).

Área da Lourinhã (ampliada): 1- Baleal (1); 2 - S. Bernardino (1); 3 - Paimogo (1); 4 -Praia da Areia Branca (1); 5- Praia da Corva (J); 6 -Peralta (J); 7 -Atalaia (J); 8 - Porto das Barcas

(J); 9 - Porto Dinheiro (1); 10 - Porto Novo (J). T - Triásico; J - Jurássico; C -Cretácico

Os Dinossauros começaram a ser conhecidos quando, em 1824,

Buckland descreveu um dente, segundo ele, de um réptil de grandes

dimensões que por esse motivo designou de

Megalosaurus.

Um ano depois

Mantell descreveu um outro dente, igualmente de um pressuposto réptil

gigante que, pela sua semelhança morfológica com os dentes das actuais

iguanas, denominou de

Iguanodon.

Foi no entanto Owen que em 1841

introduziu a palavra Dinossauro

(dino/deinos=terrível;

sauro/saurus=lagarto)

(3)

Ao contrário do que foi admitido durante muitos anos os Dinossauros mais

antigos que se conhecem não são exclusivos da América do Sul. Esta presunção

resultava do facto de se pensar que as formações dos Ischigualasto (Argentina)

datavam do Triásico Médio o que parece não acontecer. Estudos mais recentes

atribuem-nas ao Triásico Superior (Carniano/ 228 M.a. B.P.). Assim sendo, são mais

ou menos contemporâneas de outras formações conhecidas não só na América do

Sul, caso do Brasil, mas também da América do Norte, Marrocos e Índia, onde

igualmente foram encontrados vestígios de Dinossauros.

Os Dinossauros mais antigos que se conhecem surgem portanto quase ao

mesmo tempo por toda a Pangeia (Buscalioni 1990; Heckert & Lucas 1998). Incluem

Prossaurópodes, carnívoros Herrerasauridae, vários Terópodes basais (Ceratossauros)

e Ornitisquianos basais. É já uma fauna relativamente diversificada o que faz naturalmente supôr que tenham tido uma origem mais recuada, talvez durante o fim

do Triásico Inferior ou no Triásico Médio.

Entre outros, são assinalados de Marrocos o Prossaurópode Azendhsaurus, da

América do Norte, o Ceratossauro Camposaurus arizonensis e o Ornitisquiano PekúlOsaurus, do Brasil, o Terópode Herrerassaurídeo, Staurikosaurus pricei, da

Argentina, o Herrerassaurfdeo, Herrerasaurus ischiguaLastensis, o Ornitisquiano

Pisanosaurus e o Terópode basal Eoraptor Lunensis, e da Índia, o provável Terópode

basal AwaLkeria maLeriensis (Heckert & Lucas 1998; Sereno 1999; Norell et aL 2000).

Da mesma época é também referido da Europa !Escócia, o Terópode SaLtopus eLgeniensis que todavia foi posteriormente considerado como nomen dubium (Rauhut & Hungerbühler 1998).

A maior parte destes Dinossauros primitivos eram animais relativamente

pequenos que não chegavam a atingir os 2 metros de comprimento, à excepção do

Prossaurópode Azendhsaurus e de alguns Herrerasaurídeos que alcançavam os

3/4 metros.

No começo do Triásico Superior (Carniano) esta comunidade de antigos

Dinossauros dominada essencialmente pelos Prossaurópodes e por carnívoros

Herrerassaurídeos era ainda uma componente muito discreta das faunas de Vertebrados

terrestres.

Nos estádios seguintes (NorianolReciano) os Prossaurópodes continuam a ser -o grupo de Dinossauros dominante. Entre os Terópodes assiste-se ao incremento dos Ceratossauros, no fim deste período representados por formas já bastante

evolucionados, caso do conhecido CoeLophysis, e paralelamente, ao

progres-sivo desaparecimento dos Herrerasaurídeos que acabam aparentemente por se

(4)

Na Europa, excluído o caso de SaLtopus eLgeniensis a que atrás nos referimos (considerado nomen dubium), os primeiros Terópodes reconhecidos com certa segurança, surgem durante o Noriano e são membros dos Ceratosauria/Coelophysoidea (Rauhut & Hungerbühler 1998). A julgar pela escassez do seu registo fóssil, este grupo ainda era muito raro na Europa, apenas com alguns representantes dos géneros Liliensternus (Alemanha e França), Procompsognathus/P. triassicus (Alemanha) e Syntarsus (Inglaterra) (ver: Rauhut & Hungerbühler 1998).

Os Dinossauros não-avianos extinguiram-se de fonna aparentemente

abrupta no fim do Cretácico após terem dominado a Terra durante cerca

de 170 M.a

.

. A explicação deste fenómeno tem sido matéria de acesa

polémica. A este assunto nos referiremos mais adiante com maior detalhe.

As mais de 800 espécies hoje conhecidas de Dinossauros

repartem--se por dois grupos maiores: Saurischia (sauripélvicos) e Ornitischia

(avipélvicos), cuja origem mono ou polifílética ainda se discute. Para alguns

autores estes dois grandes grupos teriam irradiado dum grupo básico de

Thecodontia de onde teriam igualmente emergido os Pterosauria e

Crocodylia. Para outros, os Dinosauria, incluindo os Saurischia e Omitischia,

constituiriam um grupo monofilético no seio do grupo dos Ornithodira que

incluiria também os seus mais próximos parentes, os

Lagosuchus,

pequenos

Archosauria, bípedes, do Triásico Médio da Argentina, e os Pterosauria.

Segundo Benton (2000), o grupo-innão dos Dinossauros é

Marasuchus,

do fim do Triásico Médio da América do Sul.

Conjun-tamente,

Marasuchus

e Dinosauria, constituiriam os Dinosauromorpha.

Marasuchus

era um pequeno carnívoro bípede, de cauda comprida, com

cerca de 1.3 metros de comprimento.

Como sucede noutros casos, também a sistemática dos Dinossauros

(Saurischia e Ornitischia) varia de autor para autor. Por esse motivo

adoptámos nas suas linhas gerais a que é preconizada por Fastovsky

&

Weishampel (1996) (para uma filogenia/sistemática um pouco diferente,

ver, por exemplo, Sereno 1999)

.

Segundo estes autores (F.

&

W.), os Saurischia compreenderiam dois

grandes grupos

:

os Sauropodomorpha e os Theropoda e ainda um grupo

muito mais restrito, os Segnosauria (constituído por três fonnas de Cretácico

Médio da Mongólia,

Segnosaurus, Erlikosaurus

e

Enigmosaurus).

(5)

Os Sauropodomorpha repartir-se-iam pelos sub-grupos: Prosauropoda

e Sauropoda. Os Theropoda incluiriam os Ceratosauria e os Tetanurae e

ainda duas linhas basais que integrariam Eoraptor e Herrerasaurus

.

O

grande

clado dos Tetanurae, englobando as antigas infra-ordens dos Theropoda,

Coelurosauria e Camosauria, arranjo taxonómico agora caído em desuso,

incluiria por sua vez os Avetheropoda e Maniraptora. Os Maniraptora

conjuntamente com Compsognathus Wagner, 1861

,

corresponderiam ao

grupo Coelurosauria.

Os Omitischia compreenderiam por sua vez uma linha basal, os

Lesothosaurus

e um grande grupo designado por Genosauria. Os

Genasauria incluiriam, segundo aqueles autores, os Thyreophora e

Ceratopoda. O primeiro englobando os Stegosauria e Ankylosauria

(conjuntamente incluídos nos Eurypoda) e, além disso, os géneros

Scutellosaurus, Emausaurus

e Scelidosaurus; o segundo, incluiria os

Omithopoda e os Marginocephalia e, igualmente, os Pachycephalosauria

e Ceratopsia.

Em Portugal, os Saurischia Sauropodomorpha estão representados,

conforme os dados de que dispomos, por Saurópodes dos géneros

Lourinhasaurus

Dantas et ai, 1998 e Dinheirosaurus Bonaparte

&

Mateus, 1999, em qualquer dos quais se incluem muito provavelmente

todos os vestígios inicialmente atribuidos a Apatosaurus Marsh, 1877

(ou a Camarasaurus Cope, 1877),

? Brachiosaurus Riggs, 1903 e

ainda por um Titanossaurídeo indeterminado. Foram também referidos,

embora desde logo com sérias reservas, outros Saurópodes, casos de

Astrodon

Jonhston

,

1859, Bothryospondylus Owen, 1875 (ver: Dantas

1990; Hunt et ai 1994) e Pelorosaurus Mantell, 1850 (ver: Dantas 1990).

Estes dois últimos géneros são considerados taxa dubia por Norman

(1985)

.

Aos Saurópodes Titanossaurídeos pertencia o maior animal terrestre que teria

habitado o planeta, Argentinosaurus (Patagónia/Argentina), com cerca de 45 metros

(6)

Entre os Theropoda são mencionadas espécies dos géneros

Ceratosaurus Marsh, 1884 (Ceratosauria), Torvosaurus Galton

&

Jen-sen, 1979 (Tetanurae basal), Megalosaurus Buckland, 1824, Allosaurus

Marsh, 1877, Lourinhanosaurus Mateus, 1998, Stockesosaurus Madsen,

1974 e Ricardoestesia Currie, Rigby

&

Sloan, 1990, cf. Compsognathus,

Wagner, 1861, aff. Paronychodon Cope, 1876 e Euronichodon Telles

Antunes

&

Sigogneau-Russell, 1991, e ainda formas de ? Troodontidae

indeterminados, DromaeosauridaeJDromaeosaurinae indeterminados,

Veloci-raptorinae indeterminados, Tyrannosauridae indeterminados, Ceratosauria

indeterminados e Allosau-roidea indeterminados.

Aos Terópodes pertencia o bem conhecido Tyrannosaurus rex que com os seus 12 metros de comprimento por 6 de altura e cerca de 7 toneladas de peso foi durante muito tempo considerado como o maior e mais formidável carnívoro que jamais existira, mas que todavia se encontra hoje largamente ultrapassado. Primeiro, pelos ainda maiores Acrocanthosaurus, Deinocheirus, Saurophagus e Carcharodontosaurus e, depois, pelo ainda muito maior Giganotosaurus caro/inii (Carcharodontossaurídeo do Cretácico da Argentina). Para se ter uma ideia dessa diferença basta referir que enquanto o crânio de T.rex media cerca de 1.4 metros o de G.carolonii media cerca de 2 metros (Calvo & Coria 1998).

No que respeita aos Omitischia, são referidos diversos

represen-tantes do grupo dos Stegosauria, alguns deles porém, de classificação

duvidosa ou indeterminada: duas espécies do género Dacentrurus

Lucas, 1902, uma espécie do género Dracopelta Galton, 1980, outra do

género Taveirosaurus Telles Antunes

&

B. Russell, 1991 e uma outra do

género Craterosaurus Seeley, 1874

.

Do grupo dos Omithopoda são

mencionados várias espécies dos géneros

:

Iguanodon Mantell, 1825,

Camptosaurus, Marsh, 1885

,

Draconyx Mateus

&

Antunes, 2001,

Allocodon Thulbom, 1973, Trimucrodon Tulbom, 1973, Hypsilophodon

Huxley, 1869 e Phyllodon Thulborn

;

1973 e, ainda, um Dryossaurídeo

(7)

Aos Ceratopsia foram atribuídos,

com muitas dúvidas,

alguns vestígios

encontrados em Taveiro/Coimbra (Antunes

&

Pais 1978).

Neste contexto taxonómico, o género do Liásico português,

Lusitanosaurus Lapparent

&

Zbyszewski, 1957, constituiria, con

junta-mente com Sceiidosaurus Owen, 1859 (fig

.

14),

um grupo basal dos

Thyreophora que, como referimos, engloba os Stegosauria e os

Ankylosauria, muito próximo dos Eurypoda (Ornithopoda e Ceratopsia)

(Fastovsky &

Weishampel 1986). Isto embora, e como atrás referimos,

Combs Or.)

et ai (1990) o proponham simplesmente como um Thyreophora

Referências

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