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Diagnóstico espacial dos agricultores orgânicos certificados na área de atuação do CVT-MG Guayi

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Academic year: 2021

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Diagnóstico espacial dos agricultores orgânicos certificados na área de atuação do CVT-MG Guayi

Spatial diagnosis of certified organic farmers on the scope of CVT-MG Guayi ARAÚJO, Heliene Macedo1; SILVA, Pedro Arthur de Azevedo2; HIRSH, André3; FERRAZ,

Leila de Castro Louback4.

1 Bolsista Extensão CNPq-Universidade Federal de São João Del Rei - UFSJ, hmaengflorestal@gmail.com; 2 Discente UFSJ, pedroarthursilva@hotmail.com; 3 Docente

UFSJ, hirsch_andre@ufsj.edu.br; 4 Docente UFSJ, louback@ufsj.edu.br Seção Temática: Sistemas de Produção Agroecológica

Resumo Objetivando diagnosticar geograficamente os agricultores orgânicos certificados na área de atuação do projeto CVT-MG/Guayi, foi realizado este trablho. Utilizou-se a base de dados do Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, atualizado no mês de março de 2015. Elaborou-se um mapa através da base cartográfica do Estado de Minas Gerais disponibilizado pelo Instituto Brasileiro de Informações Geográficas (IBGE) do ano de 2010 e o Sistema de Informação Geográfica de código aberto, Quantum GIS versão 2.4. Percebeu-se que apenas cinco municípios, dos 33 que compreendem a área de atuação, possuem agricultores com certificação, representando 18%. Observou-se que há uma pequena participação, dentre os produtores orgânicos nos quais praticam a certificação. Diversas estratégicas, serão adotadas nas ações executadas pelos pesquisadores e extensionistas do CVT/MG-Guayi, para fomentar a expansão da agricultura orgânica e agroecologia na região, tais como cursos, encontros, palestras, tais como, a 8ª Semana de Integração tecnologica (SIT).

Palavras-chave: certificação orgânica; SIG; geotecnologias.

Abstract: Aiming geographically diagnose certified organic farmers on the scope of CVT-MG / Guayi project was held this trablho. We used the Ministry of database Agriculture Livestock and Supply (MAPA) in the National Organic Producers Register, updated in March 2015 was elaborated a map by map base of Minas Gerais provided by the Brazilian Institute Geographic Information (IBGE) of 2010 and the Geographical Information System open source, Quantum GIS version 2.4. It was noticed that only five municipalities, 32 of which comprise the area of operation, farmers have certified, representing 18%. It was observed that there is a small participation, among organic farmers in which practice certification. Several strategic, will be adopted in the actions performed by the researchers and extension of CVT / MG-Guayi to foster the expansion of organic agriculture and agroecology in the region, such as courses, meetings, lectures, such as the 8th Week of technological integration (SIT).

Keywords: organic certification; GIS; geotechnologies Introdução

O Centro Vocacional Tecnológico em Agroecologia e Produção Orgânica de Minas Gerais Guayi (CVT/MG-Guayi) têm como enfoque principal de atuação a troca de

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experiências e a consolidação dos conhecimentos orgânicos-agroecológicos entre os ambientes rurais e urbanos em Sete Lagoas/MG e municípios vizinhos, tais como da região pertencente à bacia hidrográfica do Rio das Velhas (Médios Velhos), a qual compreende 33 municípios. Tem como sede a Universidade Federal de São João Del Rei-UFSJ no campus Sete Lagoas.

A certificação dos alimentos orgânicos tem sido um meio de garantir ao consumidor que procedência e a qualidade do produto seguiram certo processo de produção tendo como base parâmetros orientados pela legislação brasileira. A legislação brasileira referentes à produção e comercialização de alimentos orgânicos é ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), sendo composta pela Lei 10.831-2003 e pelo do Decreto Nº 6.323-2007. Referente ao processo de certificação há duas possibilidades: primeiramente através de uma certificadora, que pode ser por auditoria ou vinculado ao Sistema Participativo de Garantia – SPG vinculada ao Organismo Participativo de Avaliação da Qualidade Orgânica – OPAC. A segunda possibilidade é via Organização de Controle Social –OSC., caso o interesse seja apenas pela venda direta ou institucional (www.agricultura.gov.br). Este trabalho teve como objetivo geral diagnosticar geograficamente os agricultores orgânicos certificados na área de atuação do CVT/MG-Guayi. Os objetivos específicos foram: (1) visa identificar as formas utilizadas no processo de certificação pelos agricultores; (2) elaborar mapa temático da localização geográfica dos agricultores orgânicos certificados; e posteriormemte (3) subsidiar a orientação das ações executadas pelos pesquisadores e extensionistas do CVT/MG-Guayi, contribuindo para que este seja um centro de referencia em agroecologia e produção orgânica na região.

Metodologia

Inicialmente realizou-se uma revisão bibliográfica sobre os temas relacionados aos processos de certificação orgânica, geotecnologias (geoprocessamento, SIG, entre outros). Para identificar os agricultores orgânicos certificados da região, a base de

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Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos atualizado no mês de março de 2015. Além disso, para elaboração do mapa foi necessário a obtenção da base cartográfica do Estado de Minas Gerais disponibilizado pelo Instituto Brasileiro de Informações Geográficas (IBGE) do ano de 2010. Após isso, com aporte de dados sistematizados no programa Excel e a base cartográfica do IBGE, utilizou-se o Sistema de Informação Geográfica de código aberto, licenciado segundo a licença pública GNU, Quantum GIS versão 2.4 para elaboração do mapa. Com o mapa temático elaborado, seguiu a interpretação, que consistiu, fundamentalmente, em estabelecer a ligação entre os resultados obtidos com as teorias oriundas da revisão bibliográfica, dando subsídios para posterior planejamento estratégico das atividades a serem realizadas na região pelo CVT/MG-Guayi.

Resultados e discussões

Observou-se através dos dados consultados no MAPA, 2015, que o processo predominante de certificação na região é por auditoria com 78%, seguido da Organização de controle social com 22%.

Na figura 1 que representa o mapa elaborado neste trabalho, observou-se que os municípios de atuação do CVT/MG-Guayi possuem agricultores orgânicos certificados. Nota-se que apenas seis municípios, dos 33 que compreendem a área de atuação, possuem poucos agricultores com certificação, representando 18% do total. O número absoluto de agricultores certificados são 18, sendo que destes, 16,66% localizam-se em Belo Horizonte e também 16,66% em Matozinhos. Em Funilândia, Jaboticatubas e Sete Lagoas, compreendem 5,55% cada município. O município de Capim Branco representou 50% do número total.

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Figura 1: Mapa dos municípios, em número de 33, de atuação do projeto CVT/MG-Guayi (Centro Vocacional Tecnológico em Agroecologia e Produção Orgânica de Minas Gerais) nos quais possuem agricultores orgânicos certificados (Março-2015) Segundo o Censo Agropecuário de 2006, dentre o total de 90.498 estabelecimentos agropecuários no Brasil praticam a agricultura orgânica, 1,7% do total de estabelecimento agropecuários sendo que apenas 5.106 destes são produtores certificados (IBGE, 2012). Nesse sentido, pode-se perceber diante da observação dos dados que há uma pequena participação, dentre os produtores orgânicos, daqueles que praticam e possuem a certificação. Isto, segundo Brancher (2003) afeta a comercialização, uma vez que a certificação proporciona transparência ao consumidor e maior abrangência a novos mercados consumidores (BRANCHER, 2003). Segundo Mozz e Silva (2014), a agricultura orgânica é praticada, sobretudo, pelos pequenos e médios produtores, representando 90% do total de estabelecimentos que praticam a agricultura orgânica, destinando sua produção ao mercado interno. O volume de produção praticado pelos agricultores familiares é

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destinada para o mercado interno (1.453 toneladas) e 92% para o externo (15.820 toneladas) (MOZZ e SILVA, 2014). Neste sentido, o custo gerado pelo processo de certificação, devido ao baixo volume de produção, pode inviabilizar a própria certificação (MOZZ e SILVA, 2014) Além disso, os dados do Censo Agropecuário demonstram que agricultores que praticam a agricultura orgânica, possuem baixo nível de escolaridade, o acesso limitado à assistência técnica e a reduzida participação em organizações sociais (MOZZ e SILVA, 2014). Para Brancher (2003), essas características influenciam a baixa adoção de certificação por parte dos produtores orgânicos. O nível de instrução predominante entre os agricultores orgânicos é o ensino fundamental incompleto, seguido pelos que não sabem ler e escrever, juntas, as duas categorias perfazem 63,9% dos produtores. (IBGE, 2009 apud BARBOSA e SOUZA, 2012). Campanhola e Valarini (2001) apud Mozz e Silva (2014), corroboram a influencia do baixo nível de escolaridade afirmando que as normas e regulamentos pode ser considerado um problema pelos agricultores, pois o grau de entendimento da legislação em vigor é limitado. Em relação à assistência técnica, 75,2% dos produtores orgânicos não receberam nenhum tipo de assistência técnica, sendo que destes, 2,9% fazem uso da certificação na produção orgânica. Os dados do Censo Agropecuário de 2006 também demonstram que ao receber assistência técnica, mesmo que de maneira irregular, a adoção da certificação passa a ser 10,9% e quando possuem assistência técnica regularmente o numero passa a ser 18,1% de certificados. . (IBGE, 2009 apud BARBOSA e SOUZA, 2012)

Nesse sentido, as melhorias no nível de escolaridade, assistência técnica e participação social poderiam contribuir na expansão do uso da certificação orgânica (MOZZ e SILVA, 2014; BARBOSA e SOUSA, 2012). Uma das ações estratégicas, resultado deste diagnostico, que o CVT/MG-Guayi realizará será uma programação na 8º Semana de Integração Tecnológica (SIT) da EMBRAPA MILHO E SORGO em maio de 2015. A programação fomentará o encontro, o dialogo e a capacitação técnica dos agricultores do ambiente rural e urbano, proporcionado a troca de experiências e desafios que eles tem observado na agricultura tendo em vista a

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transição orgânica-agroecológica, e bem como de palestras sobre o processo de certificação.

Conclusões

É importante que existam espaços de discussão, troca de informação e formação técnica para os agricultores da região visando à melhoria do acesso a informação, a assistência técnica, possibilitando a expansão da certificação da agricultura orgânica-agroecológica na região. Dessa maneira, tendo em vista a organização da programação em agroecologia da 8º SIT, o diagnóstico espacial dos agricultores orgânicos certificados na área de atuação do CVT/MG-Guayi contribuiu para subsidiar a orientação das ações executadas pelos pesquisadores e extensionistas do CVT/MG-Guayi, cumprindo os objetivos gerais e específicos deste trabalho.

Agradecimentos: Agradecemos o apoio do CNPq através dos recursos do projeto no 487727/2013-4 para o desenvolvimento do CVT-MG/Guayi, e da FAPEMIG.

Referências bibliográficas:

ARAÚJO, S.F.D; PAIVA, D. S. M; FILGUEIRA, M. J (2007). Orgânicos: expansão de mercado e certificação. Holos, Ano 23, Vol. 3. 2007.

BARBOSA, F. W.; SOUSA, P. E Agricultura orgânica no Brasil: características e desafios. Revista Economia & Tecnologia (RET) Volume 8, Número 4, p. 67-74, Out/Dez 2012

BRANCHER, P. C. Importância da Certificação na definição dos preços de produtos orgânicos praticados na Região Metropolitana de Curitiba. Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural

www.sober.org.br/palestra/12/01O034.pdf acessado em 25.04.2015

GRAZIANO, O. G et al. A certificação de produtores orgânicos no Brasil: um estudo exploratório. Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural. 2006.

http://www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/organicos/regularizacao-producao-organica, acessado em 25.04.15

IBGE, Censo Agropecuário 2006 Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação. 2012.

MOOZ, E. D.; SILVA, M. V. Alimentos orgânicos. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 39, n. 1, p. 99-112, abr.

Referências

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