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A flexibilidade nas relações de trabalho e o cooperativismo

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(1)Revista de Ciências Gerenciais Vol. XII, Nº. 14, Ano 2008. A FLEXIBILIDADE NAS RELAÇÕES DE TRABALHO E O COOPERATIVISMO. RESUMO Ana Cláudia de Oliveira Leite Universidade Federal de São Carlos anadeoliver@yahoo.com.br. As conseqüências das mudanças socioeconômicas, tecnológicas e culturais, que geram o crescimento e o desenvolvimento da sociedade, influenciam diretamente a organização e a flexibilidade nas relações de trabalho. Atualmente, a sociedade depara-se com altos níveis de desemprego e má formação dos trabalhadores. No entanto, o novo mercado baseia-se na emergência de organizações enxutas e flexíveis e na consolidação da economia do conhecimento. Nesse cenário, buscou-se analisar a importância das cooperativas de trabalho como forma de atenuar essa deficiência, proporcionando, aos trabalhadores, melhores condições de trabalho e qualidade de vida, e às organizações, meios para garantir a sua sobrevivência no mercado. Palavras-Chave: cooperativismo, cooperativas de trabalho, flexibilidade do trabalho, relações de trabalho.. ABSTRACT The consequences of the socioeconomic, technological and cultural changes, that produce growth and development to the society, have influence on the organization and flexibility of the work relations. Nowadays, the society meet high levels of unemployment and bad training, but the new market is based on the emergence of shapely and flexible organizations and on the consolidation of a knowledge economy. In this setting, the importance of the jobs cooperatives was analyzed as a way to reduce this deficiency, giving to the workers, best work conditions and life quality, and to the organizations, means to guarantee their survive in the market. Keywords: cooperativism, jobs cooperatives, labor flexibilization, work relations.. Anhanguera Educacional S.A. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP. 13.278-181 rc.ipade@unianhanguera.edu.br Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Artigo Original Recebido em: 19/05/2008 Avaliado em: 03/08/2008 Publicação: 22 de setembro de 2008 69.

(2) 70. A flexibilidade nas relações de trabalho e o cooperativismo. 1.. INTRODUÇÃO Ao longo dos anos, a evolução da humanidade se caracterizou pelas mudanças tecnológicas, econômicas, sociais e culturais, cujas influências foram sentidas no desenvolvimento das sociedades primitiva, agrícola, industrial e do conhecimento. A organização e as relações de trabalho têm sido estudadas há muito tempo, mas é a partir da sociedade industrial, que esses estudos se intensificaram, culminando na diferenciação de seus períodos denominados: Era da Industrialização Clássica, caracterizada pelo início da industrialização; Era da Industrialização Neoclássica, que inseriu os países no contexto da globalização; e Era da Informação, na qual nos encontramos atualmente – composta pela valorização das inovações e do conhecimento – que exige do trabalhador uma nova postura em relação ao trabalho. As conseqüências da flexibilidade dos processos de trabalho, além de serem vistas no mercado de trabalho, também influenciam a criação dos produtos e padrões de consumo. Assim, surgem novos setores de produção, serviços financeiros, mercados, contribuindo com a intensificação de mudanças nas áreas comercial, tecnológica e organizacional (HARVEY, 1993). Entre as alternativas internas de flexibilidade nas relações de trabalho, há também as terceirizações, comuns nas redes de negócios. Não obstante, esse fenômeno pode gerar alguns efeitos sobre as condições de trabalho como, por exemplo, diminuição dos benefícios sociais, salários mais baixos, trabalho menos qualificado e sem registro, perda de representação sindical e jornada mais extensa. A flexibilidade nas relações de trabalho tem gerado diferentes formas de processo do trabalho e de organização da produção (HARVEY, 1993). Dessa forma, além das tradicionais empresas proletárias, patrimoniais, paternalistas e patriarcais, surgem novos tipos, tais como, as empresas autônomas e as cooperativas, cujas formas de produção são coletivas e, às vezes, informais, baseando-se na troca de bens e serviços e acordos internos e tendo, como política de produção, a negociação. Assim, para adequar-se às exigências do mercado de trabalho e garantir a sua sobrevivência econômica e social, os trabalhadores começaram a buscar novas formas de trabalho, entre elas, uma das que mais têm causado impactos nas relações de trabalho é a construção de cooperativas.. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2008 • p. 69-83.

(3) Ana Cláudia de Oliveira Leite. A participação das cooperativas na sociedade as inclui nas normas de mercado, o qual é regido pela competitividade, voltado à sua sobrevivência, crescimento e desenvolvimento. A partir dessa situação, assim como ocorre com as organizações empresariais, verifica-se a intercooperação entre as cooperativas como forma de se adaptarem a essas exigências do mercado. Sendo assim, o presente artigo tem como principal objetivo apresentar e discutir os princípios do cooperativismo, cujas influências enraizaram-se na flexibilidade das relações de trabalho, dando origem a novas formas de produção.. 2.. COOPERATIVISMO E SOCIEDADE A idéia de cooperativismo esteve sempre presente nas relações humanas, pois o homem tem necessidade de viver em grupo e os princípios da formação da sociedade são baseados na solidariedade e na ajuda mútua (COSTA, 2002). Isso pode ser observado desde os tempos da Grécia antiga, passando pelas civilizações Inca e Asteca, até os dias atuais. O cooperativismo teve diversos precursores: Plockoy, pastor protestante que, durante o século XVII, pregava a formação de cooperativas de consumo e de produção, baseadas nos ideais cristãos de lucros, salários e preços justos; John Bellers, filósofo inglês que, em 1695, propôs a formação de cooperativas de trabalho, organizadas de forma democrática, eliminando os intermediários no sistema econômico; e Fourier, que publicou diversas obras que, até hoje, são consideradas fontes de consultar para organização de comunidades cooperativas (COSTA, 2002). Entretanto, a origem da organização denominada hoje COOPERATIVA aconteceu no dia 21 de dezembro de 1844, quando 27 tecelões e uma tecelã fundaram no bairro de Rochdale, em Manchester (Inglaterra), a SOCIEDADE DOS PROBOS PIONEIROS DE ROCHDALE sob inspiração das idéias de ROBERT OWEN (1771-1858), considerado o pai do cooperativismo. OWEN criou a palavra COOPERATION, princípio cooperativo que buscava uma nova ordem social e econômica baseada na valorização, organização e distribuição do trabalho. Acreditava que o homem tem duas coisas que ele pode trocar com outro: o trabalho e o produto do trabalho... e o padrão natural de valor é, em princípio, o trabalho humano, ou o poder manual combinado com o poder mental do homem determinado em ação. (LUZ, 1998, p. 6).. Após o movimento de Rochdale, na Inglaterra, no ano de 1852, a lei das Sociedades Industriais e Cooperativas foi promulgada e, com isso, passou a regular as relações entre as cooperativas e o Estado (LIMA, 2004). Em 1895, em Genebra, foi criada a Aliança Cooperativa Internacional que ratificou os princípios de Rochdale: a adesão voluntária e livre de seus membros; a gestão democrática; a participação econômica dos membros na criação e no con-. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2008 • p. 69-83. 71.

(4) 72. A flexibilidade nas relações de trabalho e o cooperativismo. trole do capital; a educação e formação dos sócios; a intercooperação no sistema cooperativista. (LIMA, 2004, p. 47).. Ao longo dos anos, surgiram várias iniciativas cooperativistas, mas o cooperativismo moderno teve o seu ápice na Europa, após a Revolução Industrial, funcionando como resposta ao desemprego causado por ela (RICCIARDI; LEMOS, 2000). Observa-se que a cooperação é considerada em geral como uma instituição dos tempos modernos da época capitalista. Sempre existiu um espírito de cooperação e realizações que se aproximam muito as formas cooperativas atuais. Não é menos verdade que foi na época moderna que o movimento cooperativo teve a seu favor todos os elementos favoráveis para um verdadeiro desenvolvimento. Foi o regime econômico jurídico moderno, o regime do liberalismo econômico e da liberdade do trabalho e da associação que formou o ambiente próprio para a criação de associações cooperativas de todas as espécies (SILVA, 2000, p. 32). O cooperativismo surgiu, no Brasil, antes mesmo do seu descobrimento, por meio dos sistemas coletivos indígenas, os quais foram implementados após a colonização portuguesa e a vinda dos padres jesuítas (COSTA, 2002). Em pontos isolados no país, no decorrer do século XVII, formaram-se as primeiras sociedades solidárias, comandadas pelos padres jesuítas, fundamentadas no trabalho coletivo. Não obstante, as idéias cooperativistas modernas e as primeiras cooperativas organizadas só chegaram ao país após o início da imigração européia, principalmente italiana e européia. Observa-se que, antes de 1888, apareceram algumas tentativas de associações de caráter religioso e mutualista, as quais reuniam artesãos e trabalhadores livres. Mas foi no período entre 1888 e 1931, que foram criadas as primeiras cooperativas rurais e de consumo. Na década de 50, surgiram a União Nacional das Associações Cooperativistas e a Associação Brasileira de Cooperativas que, por meio de uma legislação cooperativista específica, se uniram e, em 1969, formaram a Organização das Cooperativas Brasileiras, regulamentando a constituição e o funcionamento das cooperativas no Brasil (SILVA, 2000). Nos anos 60 e 70, o cooperativismo brasileiro se definiu como Movimento Nacional, auxiliando ainda mais a sua expansão no país e fazendo com que, posteriormente, nos anos 80, se tornasse proibida a interferência do Estado nas cooperativas (COSTA, 2002). A partir daí, nos anos 90, o cooperativismo brasileiro firmou a sua participação na Aliança Cooperativa Internacional.. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2008 • p. 69-83.

(5) Ana Cláudia de Oliveira Leite. As atuais cooperativas seguem os “Princípios Básicos do Cooperativismo”, confirmados pela Aliança Cooperativa Internacional, os quais são: •. Adesão Livre e Voluntária: as cooperativas são organizações abertas às pessoas, que sejam aptas a integrá-las, assumindo responsabilidades, sem sofrer qualquer tipo de discriminação;. •. Controle Democrático: a gestão da cooperativa, incluindo as suas políticas e tomadas de decisão, é democrática, na qual são eleitos representantes entre os seus próprios membros;. •. Participação Econômica do Sócio: o capital da sociedade é composto pelas contribuições dos membros da cooperativa, sendo destinado aos seus objetivos sociais;. •. Autonomia e Independência: as relações com terceiros não afetam a autonomia e administração da cooperativa, pois a mesma é considerada uma organização autônoma de ajuda mútua, cuja gestão é realizada pelos seus membros;. •. Educação, Treinamento e Informação: a capacitação dos membros da cooperativa se dá de forma que contribua para o seu desenvolvimento;. •. Cooperação entre Cooperativas: a qual fortalece o movimento cooperativista, por meio das relações em conjunto;. •. Preocupação com a Comunidade: a cooperativa tenta contribuir para o desenvolvimento sustentável da comunidade, onde atua.. A partir dos princípios básicos do cooperativismo, são constituídas as cooperativas, cujo objetivo principal é serem associações entre pessoas, que atendam as suas necessidades econômicas, de produção industrial ou agropecuária, de oferta de serviços, de aquisição de bens, de comercialização de produtos, de acesso a operações financeiras, etc. Para isso, são considerados dois aspectos: a associação igualitária de pessoas e a empresa com propósitos econômicos, as quais se inter-relacionam por meio do voto igualitário, decisão compartilhada e trabalho em cooperação (RICCIARDI; LEMOS, 2000). As cooperativas devem atuar de forma a obter a participação do seu quadro social: o planejamento da cooperativa deve conter as necessidades dos cooperados; a comunicação entre os seus dirigentes e o quadro social devem ser organizados; o cooperado deve ser conscientizado sobre o cooperativismo, por meio de programas de educação cooperativista; e a direção deve aproximar-se do quadro social, mantendo um contato permanente. Cooperativa é a valorização do indivíduo, é a sua participação com responsabilidade consciente assumida. Para chegar a isso é preciso que a cooperativa disponha da oportunidade de que cada um possa e venha conhecer a sua realidade teórica e prática, para também opinar, ouvir e ser ouvido, somar pensamentos, idéias, palavras e atitudes. (PLACONÁ, 2001, p. 02).. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2008 • p. 69-83. 73.

(6) 74. A flexibilidade nas relações de trabalho e o cooperativismo. Uma cooperativa é composta pelos sócios ou cooperados, os quais, organizados em Assembléias Gerais, podem votar e ser votados, independente do número de cotas-parte, para eleger o Conselho de Administração e o Conselho Fiscal (SILVA, 2000). A Assembléia Geral, que pode ser Ordinária ou Extraordinária, “tem poderes para decidir negócios relativos ao objeto da sociedade e tomar as resoluções convenientes ao desenvolvimento e defesa dessa” (RANGEL, 2005, p. 58). O Conselho de Administração deve interpretar e transformar as decisões da Assembléia Geral em ações, assim como, “formular, planejar e traçar normas para as operações de serviços; e controlar os resultados da cooperativa, organizando-a em unidades, departamentos, divisões e seções ou serviços” (RANGEL, 2005, p. 58). E o Conselho Fiscal deve “acompanhar a cooperativa em todos os seus aspectos, exercer vigilância, aconselhar no funcionamento regular da cooperativa, além de opinar e sugerir propostas à administração” (RANGEL, 2005, p. 59). O Sistema Cooperativista é estruturado da seguinte forma: há as cooperativas singulares, que são constituídas por, no mínimo 20 pessoas físicas e/ou jurídicas; as confederações, as quais são cooperativas centralizadas, formadas por, no mínimo três singulares; e as confederações, compostas, pelo menos, por três federações. Segundo dados da Organização das Cooperativas Brasileiras, em 2003, estavam registradas 7355 cooperativas, distribuídas em 13 ramos de atuação: consumo, crédito, agropecuário, especial, educacional, habitacional, mineral, infra-estrutura, produção, transporte, trabalho, turismo e lazer (PICCININI; 2004). A seguir, são apresentadas as características de alguns tipos de cooperativa: •. Cooperativas de Consumo: sua principal finalidade é a aquisição de bens de consumo para os cooperados. As cooperativas de consumo podem se subdividir em fechada e aberta, a primeira admite pessoas ligadas somente a uma mesma área, profissão e sindicato, enquanto que a segunda admite qualquer pessoa que queira se associar, demonstrando um caráter mais popular;. •. Cooperativas Agropecuárias: voltadas para a área rural, essas cooperativas podem auxiliar na assistência técnica, armazenamento, industrialização e comercialização de produtos, além de prestar alguns outros serviços, tais como, a assistência social e educacional aos cooperados;. •. Cooperativas de Crédito: independentemente da sua área de atuação, rural ou urbana, estimulam a poupança e atendem as necessidades de crédito dos cooperados. Podem se dividir em crédito rural, crédito mútuo e crédito popular. As cooperativas de crédito rural são destinadas a produtores rurais de uma pequena região geográfica, já as cooperativas de crédito mútuo buscam criar o hábito de economia sistemática entre funcionários de uma mesma empresa, enquanto que as coopera-. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2008 • p. 69-83.

(7) Ana Cláudia de Oliveira Leite. tivas de crédito popular, além de oferecerem taxas de juros e custos de serviços mais baixos, são abertas à comunidade; •. Cooperativas Educacionais: visam capacitar ou aprimorar conhecimentos para os cooperados e/ou seus dependentes, podem ser formadas por alunos maiores de idade ou por pais de alunos. Dessa forma, as mensalidades são mais baixas e os pais passam a participar de forma mais efetiva na vida escolar de seus filhos;. •. Cooperativas de Habitação: atuam na área de construção civil. No entanto, observa-se que, atualmente, podem ser consideradas “consórcios para construção de casas e não cooperativas, já que têm como característica básica a sua liquidação, tão logo seja concluído o projeto habitacional” (SILVA, 2000, p. 53);. •. Cooperativas Especiais: são formadas por pessoas parcialmente integradas na sociedade, de menor idade ou que apresentam certo grau de incapacidade;. •. Cooperativas de Mineração: atendem aos interesses de micromineradores, incluindo diversos treinamentos, que visam à preservação do meio ambiente;. •. Cooperativas de Produção: nesse tipo de cooperativa, os cooperados se responsabilizam pela produção e comercialização de determinados segmentos;. •. Cooperativas de Serviços: prestam diversos serviços exclusivos aos seus cooperados;. •. Cooperativas de Saúde: oferecem serviços médicos, psicológicos, odontológicos, entre outros;. •. Cooperativas de Infra-estrutura: prestam coletivamente um determinado serviço ao seu quadro social como, por exemplo, cooperativas de eletrificação e telefonia rural;. •. Cooperativas de Transporte: atuam no transporte de cargas e passageiros, como moto-boys, transportes escolares e de veículos, entre outros;. •. Cooperativismo de Turismo e Lazer: visam potencializar o potencial turístico das comunidades, no que diz respeito à hospedagem e serviços;. •. Cooperativas de Trabalho: são constituídas por pessoas que atuam numa mesma área profissional, com o objetivo de melhorar a remuneração e as condições trabalho.. Independentemente do tipo de cooperativa, as cooperativas melhoram a distribuição de renda; aumentam as oportunidades de trabalho; integram e humanizam as relações econômicas; promovem o desenvolvimento socioeconômico justo; despertam a consciência da cidadania; e satisfazem as necessidades básicas de estima e autorealização (RICCIARDI; LEMOS, 2000). Porém, dentre os diversos tipos de cooperativas, as cooperativas de trabalho se destacam por sofrerem influência e influenciarem a organização e as novas relações de trabalho na sociedade.. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2008 • p. 69-83. 75.

(8) 76. A flexibilidade nas relações de trabalho e o cooperativismo. De acordo com pesquisas, percebe-se que os segmentos que mais se destacam são as cooperativas de trabalho, de crédito e agropecuárias, sendo que as primeiras correspondem a 37,61% do número de cooperativas no Brasil, fato que demonstra a flexibilidade das relações de trabalho no país (TEIXEIRA, 2000).. 3.. COOPERATIVAS DE TRABALHO A terceirização é um fenômeno de grande expressão na atualidade e tem se expandido para diversos setores econômicos, entre eles o agrícola, o industrial e o de serviços (PICCININI, 2004). As cooperativas de trabalho, com legislação própria, desenvolvem grande parte da terceirização vista no mercado, pois possuem mais agilidade e flexibilidade na adaptação às necessidades do mercado e operam com menores custos. Para entender-se o atual papel das cooperativas de trabalho na sociedade, a seguir são discutidos as suas origens, conceitos e atuação no mercado brasileiro. No século XIX, como conseqüência do movimento operário, surgiram as primeiras cooperativas de trabalho na Inglaterra, que logo se expandiram a outros países da Europa (LIMA, 2006). O movimento cooperativista fundou-se inicialmente com os socialistas utópicos, que propunham a autogestão do trabalho como reação defensiva ao desemprego e às condições de vida e de trabalho dos operários industriais. Com os princípios democráticos e igualitários, propunha o associativismo no trabalho ainda dentro do capitalismo ou como forma de superar o capitalismo. (LIMA, 2004, p. 46).. Mesmo o cooperativismo sendo considerado uma forma alternativa ao capitalismo, Karl Marx advertiu sobre o perigo da autoexploração pelos trabalhadores e, como demonstrou Rosa Luxemburg, ao fato de que os trabalhadores serem patrões de si mesmos, que possibilitaria a transformação das cooperativas de trabalho em empresas capitalistas. Tal contradição nos ideais cooperativistas deu margem à criação da “Tese da Degeneração das Cooperativas”, elaborada por Webb & Web, a qual afirmava que tais democracias acabariam por sucumbir às necessidades empresariais e contratar funcionários assalariados, transformando-se em organizações capitalistas (LIMA, 2004). Mesmo com essa contradição na formação das cooperativas, durante o século XX, países como Itália e França mantiveram ações do movimento cooperativista. Na Itália, inclusive, são identificados três fatores que contribuíram para esse fenômeno: a proximidade das cooperativas com partidos políticos, o apoio estatal e as perspectivas comerciais favoráveis (LIMA, 2004).. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2008 • p. 69-83.

(9) Ana Cláudia de Oliveira Leite. Ao longo do século XX, outras iniciativas foram surgindo e o cooperativismo foi se desenvolvendo com ou sem o apoio dos governos. Nos países socialistas, por exemplo, as cooperativas integraram-se ao Estado, descaracterizando-as em sua autonomia e, nos países em desenvolvimento, foram usadas para atenuar problemas de desigualdade social, principalmente, no meio rural. Com a internacionalização dos mercados, a partir dos anos 70, ocorreram crises nas economias socialistas, mudanças tecnológicas e organizacionais no trabalho, transformações nas sociedades capitalistas e crescimento do desemprego. Dessa forma, as cooperativas de trabalho apareceram para tentar solucionar tais problemas, que acometiam a sobrevivência dos trabalhadores (LIMA, 2006). As cooperativas de trabalho possuem certas características: são entidades formadas para a prestação de serviços aos seus cooperados; representam uma forma de organização de profissionais autônomos; possuem caráter de contribuição mútua entre os cooperados; não objetivam lucro; e desenvolvem atividades econômicas de proveito comum (BORDAZ, 2000). Sendo o cooperativismo de trabalho, uma forma especial de gerar trabalho, riqueza e melhor qualidade de vida dos trabalhadores, já é um modelo consolidado e de sucesso. No processo de opção por uma cooperativa, sempre haverá estímulos e motivos que impulsionam o trabalhador. Uma pessoa é estimulada e encontra motivos para participar de uma cooperativa de trabalho quando idealiza, compreende e acredita, no mínimo: •. Que seu lugar no mercado de trabalho é conquistado realizando serviços como profissional autônomo, e para clientes que lhe agradam como parceiros;. •. Que há grande probabilidade de ser mais bem remunerado trabalhando da forma acima;. •. Que precisa atualizar-se constantemente e que só a capacitação técnicaadministrativa o manterá competitivo e o fará crescer como profissional e pessoa;. •. Que sempre haverá competências, conhecimentos e habilidades, sejam técnicas, operacionais, administrativas e/ou gerenciais, essenciais para ela continuar no mercado, com remunerações que considera justa;. •. Que precisa associar-se, cooperar, com outras pessoas com competência, conhecimentos e habilidades, complementares as suas e com essas pessoas somar e dividir esses recursos. (PLACONÁ, 2001, p. 01).. Dentre os modelos de cooperativas de trabalho mais comuns, devido às características particulares de suas formações, destacam-se as chamadas “defensivas”, “alternativas”, de “geração de renda” e as “pragmáticas” (LIMA, 2004). As cooperativas “defensivas” são apoiadas por ONGs (organizações nãogovernamentais), instituições da sociedade civil e sindicatos, com a principal finalida-. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2008 • p. 69-83. 77.

(10) 78. A flexibilidade nas relações de trabalho e o cooperativismo. de de manter os empregos dos trabalhadores, em caso de fechamento ou falência das empresas, enquadrando-se nos princípios da Economia Solidária. Segundo Singer, o conceito de Economia Solidária possui diversas acepções (Economia Social, Economia Popular), mas conserva, em comum, a contraposição entre a solidariedade e o individualismo competitivo predominante na sociedade capitalista. Trata-se de organizações de produtores em forma de autogestão: na igualdade de direitos de todos os membros; na propriedade comum do capital; numa distribuição mais igualitária, bem como em sua gestão democrática. A cooperativa seria, por excelência, o tipo ideal de empreendimento solidário, voltado aos desempregados, aos trabalhadores em via de perder o emprego e aos pobres. Constitui-se resposta à reestruturação econômica capitalista e às suas conseqüências na precarização do trabalho e da vida social. (LIMA, 2004, p. 53).. Os movimentos contraculturais dos anos 60 e 70 resultaram na criação de cooperativas “alternativas”, cujas necessidades sociais se sobrepunham a necessidade do lucro, é o caso de escolas de línguas, lojas de comida, livrarias, editoras, entre outros negócios. O crescimento do desemprego desencadeou o surgimento de cooperativas de “geração de renda”, apoiadas em programas governamentais de obras emergenciais e programas propostos por agências de desenvolvimento, as quais visam à criação de empregos. Há também cooperativas “pragmáticas”, isto é, que funcionam terceirizadas para e pelas mesmas empresas ou fazem parte de programas estatais de geração de renda. Algumas cooperativas atuam de forma a somente baratear os custos de produção, desviar a aplicação dos direitos trabalhistas e economizar com a contratação de mão-de-obra sem instrução e desqualificação. Em muitos casos, são consideradas falsas cooperativas por serem criadas por ex-patrões ou ex-funcionários com cargos de chefia de empresas, que visam apenas reduzir os custos da força de trabalho. Assim, os ideais cooperativistas não são respeitados e há subordinação no trabalho, com hierarquia, disciplina e até mesmo controle de tempos e movimentos (PICCININI, 2004). Segundo a Constituição, o cooperativismo deve ser incentivado pelo Estado e, de acordo, com a CLT, o trabalhador deve receber sua proteção. O Ministério do Trabalho fiscaliza as cooperativas, partindo do pressuposto de que elas são fraudulentas na sua totalidade. Com isso, desestimula a formação de novas cooperativas e o desenvolvimento das que são realmente autogeridas. (PICCININI, 2004, p. 77).. Uma verdadeira cooperativa de trabalho deve oferecer ao associado: trabalho, que lhe garanta ganho superior do que se estivesse trabalhando de forma isolada, e serviços como, por exemplo, aquisição de equipamentos e alimentos a baixo custo e assistência médica (PICCININI, 2004). Entretanto, independentemente do tipo de cooperativa, deve-se considerar a sua dependência das redes empresariais e órgãos públicos, e como isso influencia diretamente a visão dos trabalhadores sobre o trabalho autogestionário e suas futuras perspectivas (LIMA, 2004).. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2008 • p. 69-83.

(11) Ana Cláudia de Oliveira Leite. 4.. COOPERATIVAS DE TRABALHO NO BRASIL Hoje em dia, muitas organizações no Brasil buscam, como resposta à adaptação ao mercado, flexibilizar a jornada de trabalho, contratar mão-de-obra em tempo parcial, terceirizar ou subcontratar. Entretanto, tais medidas, podem gerar desemprego, má distribuição de renda e exclusão social. Nesse cenário, surgem as associações de trabalhadores, entre elas, as cooperativas de trabalho, viabilizando uma atividade produtiva e garantindo a sobrevivência dos trabalhadores (PICCININI, 2004). A inclusão das cooperativas na legislação brasileira ocorre em 1932 com o Decreto-Lei nº 22232, que regulamentou sua existência. Atualmente, são geridas pela Lei nº 5764/71, que regulamenta seu funcionamento. A partir da Constituição de 1988, o governo fomentou o cooperativismo, garantindo a sua autogestão. A legislação que apóia a formação do cooperativismo já se encontrava no artigo 174 da Constituição Federal Par. 2º - Lei 5764/71 que surge, buscando reverter o quadro de desemprego e reunir os trabalhadores como o fim de fazer uma conexão entre o mercado e o trabalhador. (PICCININI, 2004, p. 74).. O cooperativismo de trabalho no Brasil iniciou-se em 1938, com a fundação da Cooperativa de Trabalho dos Carregadores e Transportadores de Bagagens do Porto de Santos, que atendia todas as exigências da legislação trabalhista (RANGEL, 2005). No entanto, as cooperativas de trabalho adquiriram visibilidade apenas nos anos 80, por meio de movimentos de recuperação de fábricas falidas e a criação de cooperativas, organizadas por profissionais liberais e desempregados (LIMA, 2006). A Lei nº 8949/94, numa nova redação do art. 442 da CLT, em seu parágrafo único, diz que, para qualquer ramo de atividade da cooperativa, não existe vínculo empregatício entre os associados, nem entre estes e seus tomadores de serviços. O objetivo desta nova redação foi o de viabilizar a terceirização, que é uma tendência da sociedade atual para a flexibilização das leis trabalhistas. Perante a lei, não existe vínculo empregatício, e os pagamentos são combinados pela cooperativa e repartidos entre os associados, de forma proporcional às operações realizadas. O trabalhador que se associa a uma cooperativa é considerado autônomo pela lei. (PICCININI, 2004, p. 75).. Alguns países são extremamente cooperativistas e que o Brasil deveria seguir os seus exemplos, é o caso da Alemanha, Canadá, Espanha, Holanda e Portugal, que possuem 50% do trabalho realizado por cooperativas, e da Finlândia, cuja participação nesse sistema chega a 95% (BORDAZ, 2000). Uma das maiores diferenças que existem entre o Brasil e os países mais desenvolvidos (com qualidade de vida maior) é o fato de sermos muito bom no individual, enquanto somos péssimo no coletivo. Apesar de ser o brasileiro criativo, inteligente, esperto (individualmente), em comparação com o europeu e norteamericano, coletivamente, deixamos muito a desejar. Assim, como pessoas isoladas somos muito bons, enquanto que como coletividade somos péssimos. O cooperativismo é uma revolução necessária, que busca dar cabo desta situação que só faz com que nosso país fique no marasmo coletivo. (BORDAZ, 2000, p. 01).. Como já foi visto, as cooperativas contribuem significativamente no melhoramento das relações do trabalho, possibilitando a inclusão de diversos setores da soci-. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2008 • p. 69-83. 79.

(12) 80. A flexibilidade nas relações de trabalho e o cooperativismo. edade. Contudo, tais benefícios podem se esvair se as regras de amparo aos trabalhadores forem burladas e as cooperativas forem utilizadas como fonte de desvio de verbas. Para exemplificar a importância dessa contribuição das cooperativas na melhoria das condições de trabalho, verificou-se os resultados de um estudo de caso, no qual foi efetuada uma pesquisa na cidade de Porto Alegre (RS), com 13 cooperativas de trabalho, por meio da aplicação de questionários a presidentes, diretores, coordenadores e secretários. O objetivo foi confirmar se as mesmas atuavam segundo os princípios cooperativistas e também identificar algumas características pertencentes à flexibilidade nas relações de trabalho, qualidade de vida dos trabalhadores, condições de trabalho e de empregabilidade (PICCININI, 2004). As cooperativas de trabalho analisadas compunham um grupo de seis áreas diferentes: serviços técnicos; serviços de informática; telecomunicações; serviços diversos; turismo e eventos; e saúde. Apesar de pertencerem a áreas bem diversificadas, em geral, os entrevistados avaliaram a flexibilidade do trabalho de forma positiva. A flexibilidade do trabalho nessas cooperativas baseou-se em contrato e jornadas flexíveis, juntamente com o aperfeiçoamento e aprendizagem de novas tarefas, o que, segundo os entrevistados, auxiliou na adequação dos trabalhadores às necessidades do mercado. A qualidade de vida é um item de extrema importância para as cooperativas pesquisadas, pois parte delas se mostrou preocupada com o oferecimento de benefícios, tais como, planos de saúde, seguro de vida, ambiente de trabalho agradável, cesta básica, cursos de capacitação, seguro renda temporária, etc. As cooperativas que ainda não ofereciam benefícios como esses, estavam planejando-os ou implantando-os. As cooperativas eram vistas, pela maioria dos entrevistados, como uma forma de desenvolver-se profissionalmente, enquanto que apenas uma minoria as considerava como uma atividade temporária até voltarem ao mercado de trabalho formal. Em relação à organização do trabalho, os entrevistados afirmaram que a flexibilidade do trabalho foi útil às cooperativas e aos cooperados no sentido de que houve redução do tempo ocioso do associado; maior satisfação e, conseqüentemente, maior produtividade; maior participação dos cooperados nas decisões; pouca evasão dos cooperados; minimização de perdas, redução dos valores de saída e reordenação; e maior amplitude de negociação com o mercado.. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2008 • p. 69-83.

(13) Ana Cláudia de Oliveira Leite. Com o estudo de caso, verifica-se a importância que as cooperativas de trabalho adquiriram, ao longo dos anos, no país (PICCININI, 2004). Não obstante, o crescimento desse novo segmento no mercado deve estar preparado para adequar-se as mudanças constantes na sociedade. Uma das medidas tomadas por grande parte das cooperativas, para garantirem a sua sobrevivência, é a intercooperação.. 5.. INTERCOOPERAÇÃO ENTRE COOPERATIVAS Hoje em dia, com a globalização de mercados e a presença de um ambiente imprevisível, susceptível a aceleração das mudanças na sociedade, vive-se em um cenário, no qual a vantagem competitiva das organizações é centrada na valorização do conhecimento, inovação, integração e interligação, rompendo as fronteiras entre concorrentes, fornecedores, clientes e empresas. Apesar de o sistema cooperativo brasileiro prever normas, princípios doutrinários e leis, as cooperativas, assim como as outras sociedades econômicas, estão inseridas nas regras de mercado e, por conseqüência, podem passar por situações que envolvam oscilações, recessões, riscos e oportunidades. Por isso, não se deve considerar a forma de constituição das cooperativas como uma vantagem competitiva, pois a mesma também deve ser baseada na interação junto aos clientes, sejam eles outras cooperativas ou o mercado em geral (GALERANI, 2003). A competitividade e a sobrevivência das cooperativas baseiam-se em sua capacidade de estabelecer e manter relações com outras cooperativas, fato comprovado pelo estabelecimento da intercooperação como um dos princípios básicos da Aliança Cooperativa Internacional. Independentemente das razões que levam as cooperativas a fazerem acordos de cooperação entre si, esse processo poder ter vantagens e desvantagens. As vantagens podem ser vistas na redução de custos, aumento da produtividade, melhor utilização dos recursos, otimização dos investimentos, melhoria nas práticas de gestão, modernização do processo produtivo, inovação e desenvolvimento de aprendizagem, fortalecimento na participação no mercado exterior, entre outras. Porém, as desvantagens aparecem se houver perda de autonomia de algumas das partes envolvidas e aumento do custo relativo ao processo de coordenação do processo. Por isso, tais vantagens e desvantagens devem ser analisadas, juntamente com as características de cada cooperativa e com as variáveis ambientais, que influenciam o seu desenvolvimento e. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2008 • p. 69-83. 81.

(14) 82. A flexibilidade nas relações de trabalho e o cooperativismo. crescimento, para que haja a consolidação de uma parceria vantajosa para as partes envolvidas.. 6.. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao se analisar o conteúdo exposto no presente trabalho, verificou-se que, com as atuais e futuras mudanças na sociedade, é praticamente impossível os trabalhadores e as organizações sobreviverem sem se adaptarem a essa nova realidade. Os conceitos de trabalho, que valorizavam o emprego fixo e estável, amplamente divulgados no século XX, estão sendo substituídos por outros, que consideram a flexibilidade e a capacidade de empregabilidade fundamentais. Nesse contexto, encontra-se a divergência entre o que as organizações precisam para garantir a sua existência, baseando-se na economia do conhecimento, e a qualificação dos trabalhadores, considerada, em sua maioria, precária. As cooperativas de trabalho surgem nesse processo, como forma de atenuarem esse problema social, ao fornecerem aos trabalhadores, educação, informação e autonomia. Com isso, as organizações empregadoras podem obter vantagem competitiva e qualidade, ao contratarem os serviços da cooperativa, o que torna essa relação vantajosa para ambas as partes. Mas, para que cumpram efetivamente o seu papel, convém salientar a importância de uma maior fiscalização do Ministério do Trabalho e do Ministério Público, para que as cooperativas de trabalho possam realmente constituir uma nova forma de viabilização do trabalho e não uma fonte de desvio de verbas e atos fraudulentos.. REFERÊNCIAS BORDAZ, F. L. A. As verdadeiras cooperativas e o seu papel no próximo milênio. In: RH.com.br. 28 fev. 2000. Disponível em: <http://www.rh.com.br/ler.php?cod=1614&org=3>. Acesso em: 16 abr. 2006. COSTA, M. C. O. Cooperativa de Crédito Rural da Região da Mogiana (CREDISAN): diagnóstico e perspectivas de atuação no financiamento rural. 92 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) – Curso de Pós-graduação em Engenharia Agrícola. Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 2002. GALERANI, J. Formação, estruturação e implementação de aliança estratégica entre empresas cooperativas. RAE Eletrônica, São Paulo, v. 2, n. 1, jan./jun. 2003. <http://www.rae.com.br/eletronica>. Acesso em: 10 jun. 2006. HARVEY, D. A condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. 3. ed. São Paulo: Loyola, 1993.. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2008 • p. 69-83.

(15) Ana Cláudia de Oliveira Leite. LIMA, J. C. O trabalho autogestionário em cooperativas de produção: o paradigma revisitado. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 19, n. 56, out. 2004, p. 45-62. ______. Os trabalhadores e a autogestão: pragmatismo e subjetividade. In: Curso de Especialização em Gestão Organizacional e Recursos Humanos: Relações Industriais. São Carlos: UFSCar, 2006. (Apostila de Disciplina). LUZ, N. W. Análise da gestão de uma cooperativa de trabalho médico através do processo decisório: um estudo de caso da Unimed Florianópolis. Dissertação (Mestrado em Ergonomia) – Curso de Pós-graduação em Engenharia de Produção. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 1998. Disponível em: <http://bdtd.ibict.br/>. Acesso em: 11 abr. 2006. PICCININI, V. C. Cooperativas de trabalho de Porto Alegre e flexibilização do trabalho. Sociologias, Porto Alegre, v. 6, n. 12, jul./dez. 2004, p. 68-105. PLACONÁ, J. O papel das cooperativas de trabalho na gestão empresarial e na globalização. In: RH.com.br. 20 nov. 2001. Disponível em: <http://www.rh.com.br/ler.php?cod=3213&org=3>. Acesso em: 10 abr. 2006. RANGEL, E. Percepção de médicos cooperados sobre processos de controle de custos em uma cooperativa de trabalho médico: estudo de caso. 141 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Curso de Pós-graduação em Administração. Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis. 2005. RICCIARDI, L.; LEMOS, R. J. Cooperativa, a empresa do século XXI: como os países em desenvolvimento podem chegar a desenvolvidos. São Paulo: LTr, 2000. SILVA, F. P. Cooperativa: uma nova relação de trabalho: o caso da Unimed Circuito das äguas, São Lourenço/MG. 2000. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção e Sistemas) – Curso de Pós-graduação em Engenharia de Produção e Sistemas. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. Disponível em: <http://bdtd.ibict.br/>. Acesso em: 11 abr. 2006. TEIXEIRA, C. P. Cooperativas de Profissionais de Saúde dos Serviços Municipais e Estaduais no Município do Rio de Janeiro e a Cooperativa do Hospital Geral de Nova Iguaçu: abordando as prestadoras. 90 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro. 2000.. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2008 • p. 69-83. 83.

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