DENISE
cAoN
DE
soUzA
GAsTRosQU1sEz
ANÁLISE
DE
109
cAsos
Trabalho
apresentado
àUniversidade
Federal
de Santa
Catarina,para
aconclusão
do
Curso de
Graduação
em
Medicina.
Florianópolis
Universidade Federal de
Santa
Catarina
DENISE
cAoN
DE
soUzA
(;AsTRosQU1sEz
ANÁLISE DE
109
CASOS
Trabalho
apresentado à Universidade
Federal
de Santa
Catarina,para
aconclusão
do Curso
de
Graduação
em
Medicina.
Presidente
do
colegiado:
Prof.
Dr.
Edson
José
Cardoso
Orientador:
Prof.
Dr. José
Antonio
de
Souza
Co-orientador:
Prof.
Dr.
Edevard
José de
Araújo
Florianópolis
Universidade Federal de
Santa
Catarina
AGRADECIMENTOS
A
Deus, pela vida e por iluminar omeu
caminho.Ao
Prof. Dr. José Antonio de Souza, não apenas pela orientação, dedicação, paciência,estímulo e
compreensão
em
momentos
de
dificuldade,mas
também
peloexemplo de
profissional e docente.
Aos meus
pais, Sizenandode
Souza
Filho eSusana Maria
Caon
de Souza, pelopermanente
incentivo, apoio e confiançaem
tudoque
tenho realizado, porsempre
lutarempara
que
eu alcançassemeus
objetivos, pela estrutura eformação que
me
deram
e por fazeremparte
da
minha
vida.Aos meus
irmãos, GiselleCaon
deSouza
e JonathanCaon
de
Souza, por estaremsempre
por perto e por serem tão especiais.Ao
Osni Rahmeier, pela convivência, compreensão, incentivo, constante apoio e carinhoe por estar
sempre
aomeu
lado.Às
minhas
colegasde
turma, Carla Feix, Patrícia Baretta, Juliana Schmitz, Cristiane Eyng, Roseli dos Santos,Femanda
Fiorese Philippi,Femanda
Günther Ramos,
Luciana Goulartda
Silveira e KarinHedwig
Stricker e aomeu
colegaEduardo
Jorge, pela amizade, ajuda nosmomentos
dificeis eque
mesmo
envolvidoscom
seus próprios trabalhos prestaram-me
auxílio todas as vezesque
a eles recorri.Ao
GabrielGustavo Longo,
pelo fornecimento dedados
fundamentais nacomposição
deste trabalho.
Ao
Heitor Tognoli e Silva, pela disponibilidade e auxílio.Ao
Prof. Paulo Freitas pela ajudana
realização das análises estatísticas.Aos
funcionáriosdo
SAME
eda
bibliotecado
Hospital Infantil Joana deGusmão
eda
RESUMO
... ._SUM
MARY
... .. IINTRODUÇAO
... ..4
RESULTADOS
... .. 5DISCUSSAO
... .. 6CONCLUSOES
... ._ 7REFERÊNCIAS
... ..NORMAS ADOTADAS
SUMÁRIO
2OBJETIVO
... .. 3MÉTODO
... ..APÊNDICE
... _.RESUMO
Gastrosquise é
um
defeito congênitoda
paredeabdominal
poronde
há herniação devísceras.
O
tratamento é cirúrgico e deve ser iniciado logo após a estabilização clínicado
recém-nascido (RN). Este trabalho teve
como
objetivo avaliar os prontuáriosde 109
RN
operados
no
Hospital Infantil Joana deGusmão,
no
período de 01 de janeiro de1980
a 31de
dezembro
de 2001, e analisar os fatores associados à mortalidade.Nessa
casuística,48,62%
dos
RN
eram meninos
e51,38%
meninas.A
maioria dos pacientes não apresentaramdiagnóstico pré-natal
(DPN)
(73,39%)
e, muitoseram
procedentes de outras mesorregiõesdo
estado (64,22%).
O
parto normal foi o mais freqüente (55,05%).A
maioria dosRN
nasceu atermo (53,21%),
mas
o óbito foi maior nos prematuros(62,79%)
e três vezesmaior
nospacientes
com
baixo peso(48,53%) do que
noscom
pesoadequado
(16,22%).Dos
67
RN
operados após seis horas
do
nascimento,44,78%
evoluíram ao óbito.Dez
(66,67%)
RN
dos
15
que
apresentaram atresia, necroseou
perfuração intestinais(ANP)
morreram
eo
fechamento primário foi
o
mais freqüente (69,72%), apesar de o óbito ter sidomaior
nos submetidos ao fechamento estadiado (48,48%).Os
fatorescom
tendência a elevar as taxasde
mortalidade incluem:
RN
sem DPN,
procedentes de outras mesorregiões, nascidos de parto normal,com
mais de 6 horas de vida ao seroperado
e submetidos ao fechamento estadiado.Já, a prematuridade, peso abaixo
do adequado
ao nascimento, presençade
ANP
e ter nascidona
década de 1980 aumentaram
a mortalidade.SUMMARY
Gastroschisis is a congenital detect
of
theabdominal
wall throughwhich
intraabdominalviscera hemiate.
The
treatment is surgical and itmust
beperformed
soon after clinicalstabilization
of
thenewbom. The
aim of
this studywas
to evaluate medical recordsof 109
neonates operated in the Hospital Infantil Joana
de
Gusmão,
from
january lst1980
to
December
3lst 2001, and to analyse the factors associated to mortality. In this casuistic,48.62%
of
thenewboms
were boys
and51.38%
girls.The
majorityof
the patients didn'tpresent prenatal diagnosis
(PND)
(73,39%) and most of them were
originatedfrom
otherregions
of
the state (64,22%). Vaginal deliverywas
themost
frequentmode
of
delivery(55,05%).
The
majorityof
the neonates(53,21%) were
bom
term, but deathwas more
frequent in the prematures
(62,79%)
and three timesmore
common
in patients withlow
birthweight
(48,53%)
than in patients with adequate birth weight (16,22%).Of
the67
neonates operated six hours afler birth,44.78%
had evolved to death.Of
the 15 neonates that presentedintestinal atresia, necrosis or perfuration
(ANP),
10(66,67%)
died and primary closurewas
the
most
frequent, eventhough
death had beenmore
common
in those su bmitted to the stagedrepair (48,48%).
The
factors that tend to raise mortality rates include: neonates withoutPND,
those patients originated
form
other regions, vaginal delivery, being operatedmore
than6
hours alter birth and being submitted to the staged repair. Prematurity,
low
birth weight, presenceof
ANP
and beingbom
in the 80's had beenshown
to increase mortality.LiNTRoDUÇÃo
Gastrosquise é definida
como
um
defeito congênitoda
paredeabdominal
localizadolateralmente, usualmente à direita, ao cordão umbilical intacto. Através deste defeito ocorre
protrusão de vísceras abdominais para a cavidade amniótica M6.
A
incidência relatada varia de l:6000 'O' 17' lsa l:l00O0 4'
M'
12' M' 19' 2°nascidos vivos, e
tem aumentado na
últimadécada
'Z' l7` 19%.Tem
sido relatado
que
a distribuição entre. . , 12 14
meninos
emeninas
e semelhante ' .A
patogeniada
gastrosquise é controversa l' 9' lo' ll' 25” 26.De
Vries 25,Davenport
et al. lle
Ramsden
et al.” relataram ue a involu ão da veia umbilical direita levaria a altera Ç õesno
desenvolvimento
da
parede abdominal,com
aformação
deum
defeito neste local e,conforme
outros autores o defeito seria originado da ruptura de
uma
hémia do
cordão umbilical 5' 8' 27.A
dosagem
de alfa-fetoproteína séricamatema,
realizada entre osegundo
e o terceirotrimestre da gestação, apresenta-se elevada
não
apenas na gastrosquise,mas
também
nos. . ' 2 . . , . , ,
defeitos
do
tubo neural e na onfalocele 3' 6' 8' 9' 4' 26' 28. Assim, o diagnostico pre-natal eefetivamente realizado
com
base nas características ultra-sonográficasda
presença de alças.
_.
.,.
14-ós~›i3ós‹›22
29intestinais soltas, boiando
no
liquido amniotico ' ' ' ' ' 1 ' l ' l ' 4' 5' 28'.
Numerosos
autores referiram
que
a idade gestacionalmédia
para o diagnóstico é de20 semanas
4' 6' 9' lz' U' ló, l8O
diagnóstico ao nascimento faz-se pela presençado
defeito para-umbilical, à direitado
cordão umbilical,
que
estáem
posição nomial, geralmente depequeno tamanho
esem
membrana
recobrindo as vísceras herniadas,que
geralmente incluem os intestinos delgado egrosso e o estômago,
havendo
raramente protrusãodo flgado
l' 2' 4' 943' ls' ló' 25.As
alças
intestinais evisceradas apresentam-se espessadas, aderidas e aparentemente encurtadas,
. , . .4 . .
cobertas por
um
exudato inflamatorio l ' 9' lo' 17' 3°' 31.O
desenvolvimentoda
cavidadeabdominal
épróximo
ao normal l' 2.A
incidência de anomalias associadas varia de13%
a33%
e a sua presença afeta oprognóstico l' 12' 18' lg' 21' 22' 32. Dentre elas, as
mais
freqüentes são as digestivascomo
asatresias intestinais I' 15 ' lg' '9' 21' 22.
Foi referido
que
necroses e perfurações intestinaistambém
- , - , 2 22.24
Quanto
aosRN
com
diagnóstico pré-natal, alguns autores relataramque
o parto cesáreotraz benefícios 3' 4' 8 ,
orém
outros referem ue nãohá
diferen as entre o ti P o de artorealizado e a evolução clínica
do
RN
6' 7' '3” M” “'20” 26' 29' 3°' 33* 34O
tratamento cirúrgicodeve
ser iniciado o maiscedo
possível após a estabilizaçao, . 3 3 . , , . . . . .
clinica
do
RN
2” 5” 7” 8” 29' 30' 5' 6.Os
cuidados pre-operatoriosdevem
incluirmedidas
para evitarhipotermia e desidratação 2' l4” lg' 29' 30" 3538, principalmente
quando
é necessário o transporte paraum
centro especializado lg' 29. Procede-se adescompressão do
tubo digestivo 2” 5' 7' 19' 3°* 3°' 37* 39' 4°e é iniciada a cobertura antibiótica 2” 7' 29” 35`37' 4°.
O
primeiro reparo cirúrgico foi realizado porWatkins
em
1943
4> 22' 3°.Em
1948,
Gross
relatou
um
novo método
usando somente
retalhos de pele 1' 2' 4” 22” 2°' 35' 37” 38.Em
1967,
Schuster
propôs
o uso de próteses parapromover
pressão sobre as alças, forçando seu rápidoretomo
à cavidadeabdominal
l* 2' 4' 22” 2°' 35'”.Mais
tarde,em
1974, Othersen e Hargest,substituíram o material por tela
de
silicone reforçadacom
dacron
4.Em
1969, Allen eWrenn,
propuseram
a colocação de prótese de silicone recobrindo as alças intestinaisem
forma de
cilindro l' 29” 3°' 38.
Atualmente,
conforme
Stojan 39, háum
método
simples e baratoque
utilizao cordão umbilical para o fechamento
do
defeito.O
tratamento de escolha é o fechamento primárioda
paredeabdominal
l' 2” 4” 5” M* l9'2l° 23'29* 30' 32* 33” 34° 3841.
Na
vigência de desproporção entre as vísceras herniadas e a cavidadeabdominal
é indicado o fechamento estadiado, evitando complicaçoes referentes à pressao intra-abdominal elevada l' 2' 4' l9`2l* 29” 30' 32' 34%' 38`4lApós
a correçao cirúrgica, suporte ventilatórioquando
necessário, e nutrição parenteral~...
. ~ ,. . ...343.3s3<›
sao iniciados.
A
almientaçao oral e introduzida progressivamente l” 2' Zl' 22” 2°” lo” ” S' '. . ,_, , , . . . 6 9
As
complicaçoes pos-operatorias incluemproblemas
gastrintestinais (isquemia l” ' l7' l '22, 32, 35,
obstrução 2, 6, 14, 32, 37, fistula 2,14, 15,22, 32, 37, 39
e disfilnção prolongada 2, 3, 17, 21,22, 32-34,
- - ~ ~ - 4 9-22 29 32 se 4o ~
3840),infecçaodateridal”2°l4'2l'32°35'4l* 2,sepsel'2”°'l5'l7*l ” * ”35* '
,compressaoda
veia cava inferior 1' 2* 37' 39,
insuficiência respiratória l” 2” ls* lg* 22
e outras
que
irão determinar aevoluçao de cada
RN.
Quanto
aos fatores prognósticos, além destas complicações, a associaçãocom
outras- - . 2 s 22 30,32 - i,s,29,3o,32,34,4o . 3, 29, 30,314
anomalias congenitas ' l t ”
, a prematuridade , o baixo peso l,a
presença de atresia 9” l7' ls” 22” 2°” 3°' 4°, necrose 9* 22
ou
perfurações intestinais 9' 22, otempo
entre o nascimento e a correção cirúrgica 5” l7' 29' 35,o tipo de operação realizada l' 4' 5” lg' 29' 30' 35” 38” 39*
ll, os cuidados relacionados ao transporte lg' 29* 36” 38
pós-3
operatório 2° 25” 3°* 37' 38,
são fatores
que influenciam
na sobrevida dosRN
portadoresde
gastrosquise.
O
aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas l`4” 6' '4' ZL 22” 29” 3°' 36'” associadocom
o. , . , 3 . . . . . _
diagnostico pre-natal l” 2' 4” ls” 29' 6,
a melhoria
dos
cuidados intensivos neonatais 1' 1” 4” 6” 7, '4' 29'3 3 , . - ~
i, 2, ó, 14, 21, 22, 29, so, 33, 34, só-39, 4
30* 3 ” 7,
as tecnicas de nutriçao parenteral prolongada l
e
de
. À . . z - › _() _ -3 A . . .
assistencia ventilatoria 1” 2" 21* 22' 2°” Ã ' ló
8,
tem
permitido aqueda
progressiva das taxasde
mortalidade.
Com
a finalidade de identificar os fatoresque
influenciam a mortalidade das crianças2.
OBJETIVO
Avaliar os recém-nascidos portadores
de
gastrosquise, operadosno
Hospital InfantilJoana
de
Gusmão
(HIJG), no períodode
01 de janeiro de1980
a 31 dedezembro de
2001, e3.
MÉTODO
Este é
um
estudo clínico,com
delineamento transversal e de coleta retrospectivados
dados.
Foram
analisados os prontuáriosde
109 pacientescom
diagnóstico de gastrosquiseatendidos
no
Hospital InfantilJoana
de
Gusmão
(HLIG),em
Florianópolis, estadode
SantaCatarina, durante o período de 01 de janeiro de
1980
a 31 dedezembro
de 2001.Os
dados
foram coletados
em
prontuários fornecidos pelo Serviço deArquivos Médicos
e Estatísticos(SAME)
do
HIJG
e deuma
pesquisa realizada anteriormente 43.Utilizando-se
uma
ficha previamente elaborada (apêndice),foram
coletadosdados
sobre: sexo, tipo de parto, diagnóstico pré-natal, idade gestacional, peso ao nascer,
procedência, idade ao ser operado, presença de atresia, necrose
ou
perfuração intestinais,malfom1ações
associadas, tipode
operação realizada, utilização de nutrição parenteral prolongada(NPP)
e de assistência ventilatória, complicações e ocorrência de Óbito.Quanto
ao tipo de parto, os pacientesforam
distribuídosem
nascidos por partonormal
ou
cesáreo.Quanto
à idade gestacional, os recém-nascidos(RN)
foram
distribuídos utilizando-se aclassificação
de Marcondes
44(Quadro
1).QUADRO
1-Classificação
da
idade
gestacional,segundo
Marcondes
44.Pré-tem1o
I
Menos
de37 semanas
de gestaçãoTermo
Í
Entre
37
e42 semanas
de gestaçaoPós-termo
T
Mais de 42 semanas
de gestaçaoQuanto
ao peso ao nascimento,em
gramas, osRN
foram
distribuídosem
quatro grupos,segundo
Avery
et al.”(Quadro
2).QUADRO
2 -Classificação
do
peso de nascimento,
segundo Avery
et al.45.Peso
adequado
I
Peso
acima
de2500g
Baixo peso (BP) Peso entre
1500g
e2500g
Muito
baixo peso(MBP)
Peso entrel00Og
e1500g
Extremo
baixo peso(EBP)
I
Quanto
à procedência, osRN
foram
distribuídosde
acordocom
os critériosdo
InstitutoBrasileiro de
Geografia
e Estatística(IBGE)
46em
procedentesda
mesorregião da grandeFlorianópolis
(Águas Mornas, Antônio
Carlos, Biguaçú, Florianópolis,Governador
CelsoRamos,
Palhoça, SantoAmaro
da Imperatriz,São
José eSão
Pedrode
Alcântara) e de outras mesorregiões de Santa Catarina.Quanto
à idade ao ser operado, osRN
foram
distribuídosem
2 grupos: o primeiro até 6horas e o
segundo
com
mais de 6 horas de vida.Em
relação ao tipo de operação, os pacientesforam
distribuídos entre ossubmetidos
aofechamento
primárioou
estadiado.Foi pesquisada a ocorrência de diagnóstico pré-natal
(DPN),
procurando-sedados
referentes à realização de ultra-sonografia
(USG)
durante a gravidez.Foram
pesquisadasno
prontuário médico, informações sobre a presençaou não
demalformações
associadas(em
caso positivo, estasforam
citadas), presençaou
não
de atresia,necrose
ou
perfuração intestinais, complicações e intercorrências pós-operatórias (relatadasquando
presentes), usoou
nãode
nutrição parenteral prolongada(NPP)
ede
assistênciaventilatória e ocorrência
ou
nãode
óbito.No
caso de óbito, foi realizada a relação destecom
as seguintes variáveis: tipo de parto, diagnóstico pré-natal, idade gestacional, peso ao nascer,
procedência, idade ao ser operado, presença de atresia, necrose
ou
perfuração intestinais, tipode operação realizada e período de ocorrência
do
óbito.Os
dados
colhidosforam
digitados utilizando-se oprograma
Epidata 2.0 e avaliadoscom
o programa
Epiinfo 6.04.A
freqüência de todos os fatores de interesse foi descritade
acordo
com
o óbito e a sobrevida.A
incidência de óbito de acordocom
grupos específicos foicomparada
utilizando-se o testedo
qui-quadradocom
um
nível de significânciade
95%
4.
RESULTADOS
TABELA
1-
Distribuição
dos
pacientes portadores
de
gastrosquise,operados
no
Hospital
InfantilJoana
de
Gusmão
no
período de
01de
janeiro
de
1980
a
31 de
dezembro
de 2001,
segundo
o
sexo,
em
número
(n) epercentual (%).
Sexo
n%
Masculino
53Feminino
56
48,62 51,38 Total 109 100,00FONTE:
SAME
-
HIJG, 1980-2001TABELA
2
-
Distribuição
dos
pacientes portadores
de
gastrosquise,operados
no
Hospital
InfantilJoana
de
Gusmão
no
período
de
01
de
janeiro
de
1980
a 31
de
dezembro
de
2001
,segundo
a
ocorrência
de
diagnóstico
pré-natal(DPN)
esua
relação
com
os óbitos,em
número
(n) epercentual (%).
Sobrevida Óbito Total
DPN
_í__-
n ° Á› n%
n%
Sim
16 76,19Não
45
56,25Não
referido 6 75,00 23,81 43,75 25,00 21 19,27 80 73,39 8 7,34 Total67
61,47 38,53 109 100,00FONTE:
SAME
- HIJG. 1980-2001Qui-quadrado: 1.99
TABELA
3
-
Distribuição
dos
pacientes portadores
de
gastrosquise,operados
no
Hospital
InfantilJoana
de
Gusmão
no
período
de
01
de
janeiro
de
1980
a
31
de
dezembro
de 2001,
segundo
a
procedência
esua
relação
com
os
óbitos,em
número
(n)e
percentual (%).
Procedência Sobrevida 1'l%
Óbito Total n%
n%
Grande
Florianópolis 31 Outros36
73,81 53,73 ll 26,1942
38,53 31 46,2767
61 ,47 Total67
61,4742
38,53 109 100,00FONTE:
SAME
-
HIJG, 1980-2001Qui-quadrado: 3,59
p: 0,058
TABELA
4
-
Distribuição
dos
pacientes portadores
de
gastrosquise,operados
no
Hospital
InfantilJoana
de
Gusmão
no
período
de
01
de
janeiro
de
1980
a 31
de
dezembro
de 2001,
segundo
idade
gestacional
esua
relação
com
os
óbitos,em
número
(n) epercentual (%).
Idade Gestacional
n
%
Sobrevida Óbito Total
n
%
n%
Pré-termo 16Termo
46
Não
referida ,_ ___
5 37,21 79,316550
Total67
61,4727
62,7943
39,45 12 20,6958
53,21Í!
37,50_
7,3í_
42
38,53 109 100,00FONTE:
SAME
-
I~IIJG¬ 1980-2001Qui-quadrado: 16,73
9
TABELA
5
-
Distribuição
dos
pacientes portadores
de
gastrosquise,operados
no
Hospital
InfantilJoana
de
Gusmão
no
período
de
01
de
janeiro
de
1980
a
31
de
dezembro
de 2001,
segundo
o
tipode
parto
esua
relação
com
os
óbitos,em
número
(n) epercentual
(%)-
T¡po de
Pam
sobrevida Óbito Totalfl
%
n%
n%
Normal
33 Cesáreo 31Não
referido 3 55,00 68,89 75,0027
45,00 14 31,1 l l 25,0060
55,0545
41,28
4
3,67 Total67
61,4742
38,53 109 100,00FONTE:
SAME
- HIJG. 1980-2001Qui-quadrado: 1,54
pr 0.214
TABELA
6
-
Distribuição
dos
pacientes portadores
de
gastrosquise,operados
no
Hospital
InfantilJoana
de
Gusmão
no
período
de
01
de
janeiro
de
1980
a
31
de
dezembro
de 2001,
segundo
o peso ao
nascimento
esua relação
com
os
óbitos,em
número
(n)e
percentual (%).
_ Sobrevlda Peso ao nascimentoeo
n
/o Óbito Total n%
n%
Adequado
31 Baixo peso 35Muito
baixo peso 0Extremo
baixo peso 0Não
referido 1 100,00 83,78 51,47 0,00 0,00 6 16,22 33 48,53 3 100,00 0 0,00 0 0,0037
33,9468
62,39 3 2,75 0 0,00 1 0,92 Total67
61,4742
38,53 109 100,00FON'l`l:.`:
SAME
- HUG,
1980-2001Qui-quadrado: 9,38
TABELA
7
-
Distribuição
dos
pacientes portadores
de
gastrosquise,operados
no
Hospital
InfantilJoana
de
Gusmão
no
período
de 01 de
janeiro
de
1980
a
31 de
dezembro
de 2001,
segundo
a
idade
ao
seroperado
esua relação
com
os
óbitos,em
número
(n)e
percentual (%).
Idade ao ser operado
nS0l~da
%
Óbito Totaln
%
n%
0_|
6hs24
72,73+
de 6 hs37
55,22Não
referido 6 66,67 9 27,27 33 30,2730
44,7867
61,47
3 33,33 9 8,26 Total67
61 ,4742
38,53 109 100,00FoNTEz
SAME
_ HIJG. 1980-2001A
Qui-quadrado: 2,16
p: 0,142
TABELA
8
-
Distribuição
dos
pacientes portadores
de
gastrosquise,operados
no
Hospital
InfantilJoana
de
Gusmão
no
periodo
de
01
de
janeiro
de
1980
a 31
de
dezembro
de 2001,
segundo
a
presença
de
atresia,necrose
ou
perfuração
intestinais(ANP)
esua
relação
com
os
óbitos,em
número
(n) epercentual (%).
ANP
_fi1i'¡dL
%
fl Óbito Total n%
n%
Sim
5 33,33Não
62
65 ,96 66,67 15 13,76 34,0494
86,24 Total67
61 ,47 38,53 109 100,00FONTE:
SAME
-
HlJ(J¬ 1980-2001 Qui-quadrado: 4.52 p: 0,033ll
TABELA
9
-
Distribuição
dos
pacientes portadores
de
gastrosquise,operados
no
Hospital
InfantilJoana
de
Gusmão
no
período
de
01
de
janeiro
de
1980
a 31
de
dezembro
de 2001,
segundo
o
tipode
operação
esua relação
com
os
óbitos,em
número
(n) epercentual (%).
. ~ Sobrevida Óbito Total
Tipo de
operaçaomí
n
%
n%
n%
Fechamento
primário50
65,7926
34,2176
69,72Fechamento
estadiado 17 51,52 16 48,48 33 30,28Total
67
61,4742
38,53109
100,00l‹`ON'l`E:
SAME
- HIJG, 1980-2001Qui-quadrado: 1,42
p: 0.233
A
assistência ventilatória foiempregada
em
103 pacientes, correspondendo a94,50%
dos
casos.Não
foi utilizadaem
6(5,50%) que foram
a óbitono
pós-operatório imediato.A
nutrição parenteral prolongada(NPP)
foi utilizadaem
91(83,48%)
recém-nascidos,enquanto
que
em
18(16,52%)
não.Dos
que não
receberamNPP,
17 evoluíram para o óbito.Malformações
associadasforam
encontradasem
19(17,43%)
pacientes. Dentre elas, asTABELA
10
-
Complicações
apresentadas pelos pacientes portadores
de
gastrosquise,
operados
no
Hospital
InfantilJoana
de
Gusmão
no
período de 01 de
janeiro
de
1980
a
31
de
dezembro
de
2001,
segundo
o
tipode complicação
e/ou
intercorrênciaem
número
(n) epercentual (%).
Complicaçao
e/ou . , . n%
mtercorrencia Sepse27
Distúrbio ácido-básico27
Broncopneumonia
20
Atelectasiapulmonar
16 Deiscência de parede 14 17,65 17,65 13,07 10,46 9,15 Obstrução intestinal06
3,92 Outras*43
28,10 Total 153 100,00FONTE:
SAME
-HUG,
1980-2001*Outrasz infecção de parede, insuficiência renal aguda, hemorragia digestiva, relluxo gastro-esofágico, hémia
incisional, perlílração intestinal. deiscência do silo, enterocolite nccrozante, endocardite séptica, meningite,
trombose da veia cava superior, hematoma subdural, edema pulmonar, broncoaspiração, pneumotórax e
granuloma subglótico, eventração, hémia umbilical, hidronetrose, infecção do trato urinário, pneumonia,
coagulação intravascular disseminada, hemorragia intracraniana, hemorragia pulmonar, enlisema pulmonar, crise
convulsiva, displasia broncopulmonar, desnutrição, monilíase oral, distúrbios da dcglutição, hipotireoidismo, anasarca, hipertenção arterial sistêmica, pneumoperitônio, peritonite. pneumomediastino, necrose intestinal, aderências intestinais.
TABELA
11
-
Distribuição
dos
pacientes
portadores
de
gastrosquise,operados
no
Hospital
InfantilJoana
de
Gusmão
no
período
de 01 de
janeiro
de
1980
a
31 de
dezembro
de 2001,
segundo
o
intervalodo
período
de
ocorrência
esua relação
com
os
óbitos,em
número
(n) epercentual (%).
Sobrevida Óbito Total
Período de ocorrência
íí
n
%
n%
n%
1980-1989
14 45,16 17 54,84 3128,44
1990-2001
53 67,9525
32,05 78 71,56Total
67
61,4742
38,53109
100,00FONTE:
SAME
- HIJG. 1980-2001Qui-quadrado: 3.95
5.
DISCUSSÃO
A
gastrosquise éuma
deformidadeda
paredeabdominal
M6, cuja incidência varia entre1:6000 10* 17' 18
a 1:10000 4” 7`°” 12' 14' W” 2°
nascidos vivos.
Na
literatura pesquisada,tem
sidodescrita
uma
distribuição semelhante entremeninos
e meninas'2° 14. Neste estudohouve
um
discreto
predomínio do
sexo feminino(51,38%)
em
relação ao sexo masculino(48,62%)
(Tabela 1).
Vários autores relataram
que
o diagnóstico pré-natal realizado peloexame
ultra-sonográfico
éum
fatorque
contribui para oaumento
das taxas de sobrevida nosRN
com
gastrosquise, principalmente pela possibilidade de intervenções médicas e de
um
melhor
manejo da
gestaçao, possibilitandouma
transferênciada
gestante durante o pré-natal paraum
centro especializado
que comporte
cuidados intensivos neonatais I”M'
8' IMO' 24” 28” 29” 36' 47.Nessa
casuística, recém-nascidos(RN)
sem
diagnóstico pré-natal(DPN)
foram
maisfreqüentes
(73,39%)
e a probabilidade de óbito foimaior
nestegrupo (43,75%) do que nos
com
DPN
(23,81%)
(Tabela 2).Como
citaram Vilela et al.29, esta baixa incidência deDPN
poderia ser explicada pelo
pequeno
acesso aoexame.
Já, amaior
mortalidade nosRN
sem
DPN
sugere,conforme
Vilela et al.” eMaksoudl,
a faltade programação
paraum
encaminhamento
precoceda
gestante aum
centro capacitadocom
vagas disponíveisem
unidadesde
terapia intensiva. Outro fator negativo seria o transporte inadequado 1919.Quanto
ao transportedo
RN
paraum
centro especializado, muitos autores referiram anecessidade
de medidas
que
evitem complicaçõescomo
hipotermia e desidratação 5) M” 19' 29' 3°”35'”. Deve-se seguir
um
protocolo para obtençãode
um
melhor
prognóstico '9. Vilela et al. 29 eQuirk
et al.5 descreveramque
RN
nascidosem
outras localidadespossuem
um
piorprognóstico decorrente
do maior
intervalo detempo
entre o parto e a operação reparadora e,também
do
transporte inadequadoque
agrava as condições clínicasdo
paciente.Nessa
pesquisa,
67 (61,47%)
pacienteseram
procedentes de outras mesorregiõesdo
estado e destes,31
(46,27%)
evoluíram ao óbito, enquanto42 (38,53%) nasceram
na grande Florianópolis e11
(26,19%)
morreram,mostrando
uma
tendênciamaior
de sobrevida nosRN
da grandeFlorianópolis (Tabela 3). Esta incidência elevada
de
RN
procedentes de outras mesorregiõesalta taxa
de
óbito destes pacientes sugereum
transporte inadequado,como
citadoem
algumas
- 9
pesquisas'9'2 .
A
prematuridadetem
sido freqüentemente associada à gastrosquise e vários autores referemque
as taxas demorbidade
e mortalidadeaumentam
nestesRN
3” IO” ls' 29' 30* 32* 4°.Fisher et al. 18 relataram esta associação
em
40%
dos casos.Nessa
casuística,aproximadamente
40%
dos pacientesforam
prematuros, resultado semelhante aoda
literatura.Corroborando
osdados
dos autores pesquisados, dos43 (39,45%)
RN
prematuros,27
(62,79%)
evoluíram para o óbito, enquantoque dos 58 (53,21%)
RN
a termo, 12(20,69%)
morreram.
Assim, o Óbito foi cerca de três vezesmaior
nos pacientes pré-termosdo
que nos
nascidos a termo. Estes
dados mostraram que
a prematuridadeaumenta
a mortalidade nesses pacientes(p<
0,001) (Tabela 4).Com
relação ao tipo de parto, amelhor conduta
ainda é controversaH"
14” '8`20` 29” 30” 33' 47.Alguns
autores sugeriram a cesariana eletivacomo
forma
mais segurade
parto nosRN
com
DPN,
pois onúmero
de complicaçoes decorridasdo
contadodo
líquido amnióticocom
asalças intestinais torna-se menor, diminuindo a taxa de mortalidade 3” 4' 7' 8' 3°' 34.
Outros autores referiram
que não
hádados
suficientesque confirmem
este fato 6* 7” 9" 13” 18' 20' 24' 26” 29” 3°” 33* 34” 38'47.
Reynolds
33, Stringer et al.l°,How
et al.7 eLewis
et al.” relataramque
o tipo e otempo
do
parto
deveriam
ser determinados por indicaçoes obstétricas e nao pela presençado
defeitoda
parede abdominal.
Conforme
Simmons
et al”,não há
métodos
confiáveis para selecionar osfetos
que poderiam
ser beneficiadoscom
um
parto antecipado, assim,recomendaram
o cursonormal
da
gestação. Langer et al. 26 e Swift et al.4 descreveramque o
partoprematuro
pode
ser vantajoso para prevenir
danos
intestinais,mas
é necessário estar atento aos riscosrelacionados à prematuridade. Esse trabalho encontrou
uma
maior
freqüência de partonormal
(55,05%), sendo
que
a probabilidade de óbito foimaior
nestesRN
(45,00%)
emenor
nos
nascidos de parto cesáreo (31 ,1 1%),
porém sem
significância estatística (p: 0,214) (Tabela 5).Alguns
autores relataramque
pesomenor
que 2.500g
ao nascimento diminui a sobrevida 3, 29' 3°" 33' 41.Neste estudo, 71
(65,14%)
pacientes apresentaram peso abaixodo
adequado
e a mortalidade foi três vezesmaior
nos nascidoscom
baixo pesoquando
comparados
com
RN
de pesoadequado
(p: 0,002).Além
disso, todos os pacientes nascidoscom
muito baixo peso foram a óbito (Tabela 6). Estes resultados estavamde
acordocom
osdados dos
autores citados deque
o peso ao nascer abaixodo adequado
éum
fatorque
15
Vilela et al. 29 relataram
um
aumento
no risco demorte
neonatalquando o
intervaloentre o nascimento e o tratamento é
maior do que
quatro horas ereconheceram que
esteperíodo prolongado possui
um
efeito negativono
prognósticoem
virtudedo
transporte inadequado e ausência de assistênciamédica
durante ele.Nesse
estudo, apenas33 (30,27%)
RN
foram
submetidos ao reparo cirúrgicoem
até seis horasdo
nascimento,enquanto 67
(61,47%)
foram operados após seis horas (Tabela 7). Este fato poderia ser explicado pela procedência dosRN
de outras mesorregiõesdo
estado, pela ausênciade
vagasem
unidades deterapia intensiva (UTI) e pela necessidade de preparaçao
do
paciente para colocá-loem
condições cirúrgicas lg' 29.
A
ocorrência de óbito foimaior
nos submetidos à cirurgiaapós
seishoras de vida
(44,78%)
do
que
nos operados até seis horasdo
nascimento (27,27%), sugerindoque
quanto mais tardio o procedimento cirúrgico,maior
otempo
de
exposição dasvísceras ao ambiente,
aumentando
onúmero
de
complicaçoes e resultandoem um
piorprognóstico 4” 24” 2°
(Tabela 7).
A
incidência demalfomações
associadas à gastrosquise,como
descreveram algunsautores, varia de 13 a
33%
2” 12” 18' 19' 21. Entre asmais
comumente
descritas encontram-se asdigestivas, principalmente as atresias intestinais 2' 19' 21* 22. Foi descrito
que
a atresia intestinalassociada
com
a gastrosquisetem
uma
evoluçaocom
pior prognóstico, poishá maior
necessidade de procedimentos cirúrgicos 'S' 26* 3°” 40.
Nesse
trabalho, as mais freqüentesforam
as atresias intestinais (7 casos) e o divertículo de
Meckel
(4 casos),concordando
com
osresultados da literatura.
Molik
et al. 22 referiramuma
maior
morbi-mortalidade nosRN
com
atresia, necroseou
perfiiração intestinais
(ANP),
poisrequerem
uma
permanência
mais longa de ventilaçãomecânica, apresentam
um
tempo maior
de disfunção intestinal eum
período maior até toleraralimentações enterais completas. Encontrou-se na literatura
que
a associação deANP,
em
RN
com
gastrosquise, confereum
pior prognóstico 9' 22* 24.Nessa
casuística, 10(66,67%) dos
15pacientes
que
apresentaramANP
foram a óbito, enquantoque 32 (34,04%)
dos94
sem
estaassociação sobreviveram, resultado semelhante à literatura.
Dessa
maneira pode-se afirmarque
atresia, necroseou
perfuração intestinaisaumentam
a mortalidade (pt 0,033) (Tabela 8).O
reparo cirúrgico de escolha descrito pela maioria dos autores é o fechamento primário(FP) 1* 2” 4" 5' M” 19'” 23" 29” 3°” 3234' 37`4l. Vários autores
recomendaram
uma
abordagem
individualizada
que depende
do tamanho do
defeito, da quantidade de víscerashemiadas
eda
víscero-- 2 4 s zi 23 29 ao 32 34-só 39 ~ ' -
abdominal
1' ' ' 1 ' 19' ' ¬ ' ' ' ' '4°.Quirk
et al. ° referiramque
as taxasde
mortalidade
em
RN
com
fechamentoem
estágios é significante. Muraji et al. 38 descreveramque
oFP
é o procedimento preferido por requerermenor
tempo de
assistência ventilatória,permitir alimentação enteral precoce e
conseqüentemente
um
menor
periodode
internaçãohospitalar. Stringer et al.19 e Swift et al.4 relataram
que
háuma
tendência deFP
com
sucessoem
RN
encaminhados
durante o pré-natal.Nessa
pesquisa,76 (69,72%)
pacientesforam
submetidos ao
FP
e 33(30,28%)
ao fechamento estadiado (FE).O
óbito foimaior
entre osRN
que foram
submetidos aoFE
(48,48%)
do
que
noscom
FP
(34,21%)
(Tabela 9). Esse fatopoderia ser explicado,
conforme
muitos autores, poruma
maior
incidência de infecçãono
. . i 2 ‹› 21 29 3o,3s,37.3‹›-42
reparo
em
estagios ' '1 ' ' 'Tem
sido relatadoque
a incidênciade
complicações pós-operatóriasem
RN
com
.,
.i2óisi7i9293o3235394o
--..
gastrosquise e
comum.
A
sepsee
uma
delas ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ',
mas
insuficiênciarespiratória 1' 2' 15' 19' 22,
disfunção intestinal prolongada 1`3' 17' 21' 22' 3234' 3740,
obstrução
intestinal 2' 6' 14' 22' 32' 37,
compressão
da veia cava inferior 1' 2' 39,deiscência
de
sutura 1' 37' 42e
'T
distúrbios hidroeletrolíticos 1' “°' 38
também podem
ser encontrados.Nesse
estudo, as complicações maiscomuns
foram
a sepse (27 casos) e os distúrbios ácido-básicos (27 casos) (Tabela 10).A
sobrevida dosRN
operadosde
gastrosquisetem aumentado após
a introduçãoda
nutrição parenteral prolongada
(NPP)
e os efeitos decorrentes da disfunção intestinaldeclinaram
com
o seu uso 1`3' 19'21'22'29'311'33'34'37`41.Dos
18(16,52%)
pacientes desta pesquisaque nao
a utilizaram, 17foram
a óbito.A
assistência ventilatória(AV)
foiempregada
em
103(94,50%)
pacientes e não foiutilizada
em
6(5,50%)
RN,
que foram
a óbitono
pós-operatório imediato,não
podendo
serrealizada
uma
comparação
com
a taxa de mortalidade. Muraji et al.” ressaltaramque
aAV
permitiu
aumentar
o fechamento primário, poisameniza
as complicações respiratóriasdecorrentes
da
elevada tensão intra-abdominal causada pela significativadesproporção
víscero-abdominal.
O
prognóstico dosRN
com
gastrosquise,segundo
a maioriados
autores,tem melhorado
. . . i-4, ó, is, 4, is,2o-22, z<›,3o,33, 31.321,41 ~ ~
progressivamente nos ultimos
tempos
1.
A
evoluçao dasopçoes
terapêuticas
com
os avanços dos cuidados neonatais 1' 3'H'
14' 22' 29' 30' 33' 36' 37 eo refinamento das técnicas cirúrgicas 1`3' 5' 6' 14' 21' 22' 29' 30'
37”
aumentaram
as taxas de sobrevida desses- z - z - 4 - -3. õ. .
pacientes.
Os
progressos nas tecnicas anestesicas 5' 7' 1 '37l7
21” 22” 29” 3°' 33* 34” 36%” 4]
e
da
assistência ventilatória I” 2” 21” 22° 29' 3°” “'38também
têm melhorado
0prognóstico consideravelmente. Vários autores referiram índices de
10%
a20%
de
mortalidade, tendo regredido nos últimos anos 4' lg* 2°' 21' 3°* 35' 41.
Nessa
casuística, encontrou-se mortalidade de
54,84%
entre1980
e1989
e,de
32,05%
entre1990
e 2001.Com
essesresultados, pode-se dizer
que
a mortalidade regrediu nos últimostempos
como
muitos autorestêm
relatada 4~ “› “*» 2°› 2” 2°› 3° (pz 0,047) (Tabela 1 1).Desta maneira, espera-se
que
esse trabalho tenhachamado
a atenção para a importânciado
diagnóstico precoce, assimcomo
para os fatoresque elevam
a mortalidade, paraque
possam
ser minimizados, possibilitandoum
aumento
aindamaior
nas taxasde
sobrevidaó.
coNcLUsÓEs
l. Baixo peso ao nascer, prematuridade, presença
de
atresia, necroseou
perfuração intestinais e nascimento nadécada de
1980
aumentam
astaxas
de
mortalidade.2. Parto normal, ausência de diagnóstico pré-natal
(DPN),
procedênciade outras mesorregiões
do
estado, fechamentoem
estágios e reparo7.
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3536
37
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Fetalgastroschisis and omphalocele: is cesarean section the best
mode
of delivery?Am
JNORMAS
ADOTADAS
As
normas
adotadas para a confecção deste trabalhoforam
as determinadas pelocolegiado
do
cursode
graduaçãoem
Medicina
da Universidade Federalde
Santa Catarina,através
da
resolução 001/2001.Para as referências
foram
utilizadas asnormas
determinadas pelaconvenção
de Vancouver.APÊNCIDE
FICHA
DE
COLETA
DE
DADOS
I.
Dados
do
paciente:Nome:
... ..Registro:.... Data de Nascimento: ... .. Sexo: ... .. 2. Diagnóstico pré-natal: ( )Sim
( )Não
( )Não
referido 3. Procedência: ( )Grande
Florianópolis ( ) Outras 4. Idade gestacional: ( ) Pré-termo ( )Termo
( )Não
referido 5.Tipo de
parto: ( )Normal
( ) Cesário ( )Não
referido 6. Peso ao nascimento: ( )Adequado
( ) Baixo peso( )
Muito
baixo peso( )
Extremo
baixo pesooperado:
()o
_
1 ó horas( )
+
de 6 horas( )
Não
referido8. Presença de atresia, necrose
ou
perfuração intestinais( )
Sim
( )
Não
9. Tipo
de
operação:( )
Fechamento
primário ( )Fechamento
estadiado10.
Uso
de assistência ventilatóriaz( )
Sim
( )
Não
1 1.
Uso
de nutrição parenteral prolongada:( )
Sim
( )Não
12.Malformações
associadas: ... .. 13.Complicações
pós-operatórias: ... .. 14.Óbiwz
( )Sim
( )Não
15. Período de ocorrência
do
óbito: ( )1980-1989
TCC
UFSC
PE
0475
Ex.lNCMH1
TCC
UFSC
PE
0475Autor Souza, Denlse Caon
Tltulo Gastrosqulse análise de 109c
972807175 Ac 254070