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Academic year: 2021

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Relatório Final

Estágio Profissionalizante

Mestrado Integrado em Medicina | 6º ano

Joana Pitta Esteves Pires Lopes | 2014255

Orientadora

: Professora Doutora Ana Neto

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“A Medicina é a ciência da incerteza

e a arte da probabilidade”

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO 1

2. OBJETIVOS 1

3. SÍNTESE DOS ESTÁGIOS PARCELARES 2

3.1. Cirurgia Geral (2 de setembro a 25 de outubro de 2019) 2 3.2. Ginecologia e Obstetrícia (4 de novembro a 29 de novembro de 2019) 2 3.3. Saúde Mental (2 de dezembro de 2019 a 10 de janeiro de 2020) 3 3.4. Medicina Geral e Familiar (20 de janeiro a 14 de fevereiro de 2020) 4

3.5. Pediatria (17 de fevereiro a 13 de março de 2020) 4

3.6. Medicina Interna 5

4. ELEMENTOS VALORATIVOS

5. REFLEXÃO CRÍTICA 7

Siglas e acrónimos

AEFCM​: Associação de Estudantes da

Faculdade de Ciências Médicas

ANEM​: Associação Nacional de Estudantes

de Medicina

DEO​: Diário de Exercício Orientado GO​: Ginecologia e Obstetrícia HDE​: Hospital Dona Estefânia HUA​: Hemorragia Uterina Anormal

MAC​: Maternidade Alfredo da Costa MGF​: Medicina Geral e Familiar

MIM​: Mestrado Integrado em Medicina NMS​: Nova Medical School

PNA​: Prova Nacional de Acesso SU​: Serviço de Urgência UC​: Unidade Curricular

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1. INTRODUÇÃO

O presente relatório destina-se a descrever as atividades desenvolvidas ao longo do 6º ano. O último ano do MIM da NMS é constituído pela UC ​Estágio Profissionalizante​, do qual fazem parte os estágios parcelares de Medicina Interna, Cirurgia Geral, Pediatria, Medicina Geral e Familiar, Ginecologia e Obstetrícia e Saúde Mental. O relatório contém ​quatro partes​:

1) objetivos gerais propostos para o 6º ano;

2) objetivos específicos com a descrição resumida de cada estágio parcelar; 3) elementos de valorização do meu percurso académico;

4) reflexão crítica dos resultados alcançados.

No fim do relatório estão os certificados de atividades extracurriculares, a tabela da organização dos estágios, e ainda gráficos da casuística de estágios selecionados.

2. OBJETIVOS

O plano curricular do MIM propõe-se a formar médicos dotados de competências nucleares, desenvolvendo capacidades transversais para o exercício da prática clínica. Assim, de forma a concluir a formação e garantir a melhor preparação para o exercício clínico, o 6º ano assume-se como um ano em que a prática clínica é privilegiada, com ganho crescente de autonomia, sempre de forma tutorada.

Segundo o documento “ ​Licenciado Médico em Portugal - Core Graduates Learning Outcomes Project​”, “o médico deve saber, saber fazer e como comportar-se perante o doente e comunidade”. Seguindo estes princípios, apresento os objetivos gerais para o 6º ano, que selecionei com base no documento supracitado: 1) ​dar consultas de forma supervisionada; 2)

estabelecer planos estruturados de diagnósticos e terapêutica; 3) treinar ​procedimentos

médicos básicos​; 4) ​consolidar e aplicar conhecimentos científicos adquiridos ao longo do

curso; 5) ​saber encaminhar patologias para cuidados de saúde especializados; 6) ​reconhecer

situações de perigo de vida e conhecer as suas abordagens ​; 7) treinar a ​comunicação verbal e

não verbal com o doente e com a sua família, adotando uma abordagem ​empática e holística​;

7) ​adotar comportamentos e atitudes profissionais​, aplicando princípios éticos, como

respeito pelo ser humano, confidencialidade, honestidade e integridade ​. Na descrição de

cada estágio apresento objetivos específicos que defini no início do ano.

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3. SÍNTESE DOS ESTÁGIOS PARCELARES

O Estágio Profissionalizante teve início a 2 de Setembro de 2019 e foi interrompido pela Pandemia COVID-19 a 9 de Março de 2020. Por consequência, não me foi possível realizar o estágio prático de Medicina Interna e o estágio opcional de Cardiologia, pelos quais teria especial interesse.

3.1.

Cirurgia Geral

(2 de setembro a 25 de outubro de 2019)

O primeiro estágio parcelar que realizei foi de Cirurgia Geral no âmbito do Programa ERASMUS + ESTÁGIOS, na ​Faculté de Médicine da ​Université de Lorraine​ , em França. O estágio decorreu no ​Hôpital Central de Nancy​, onde integrei a equipa da ​Professeur Manuela Perez. Defini como objetivos específicos para o estágio: 1) sistematizar as complicações no pós-operatório e a sua gestão; 2) treinar a técnica de sutura e de assepsia; 3) reconhecer urgências e emergências cirúrgicas e as suas abordagens. O estágio consistiu na participação em três valências: Serviço de Internamento, Bloco Operatório e Consulta Externa. Grande parte do estágio decorreu no​Bloco operatório​, onde assisti e participei em cirurgias eletivas, sendo as mais frequentes a hernioplastia e colecistectomia, ambas por via laparoscópica. No total assisti a 30 cirurgias, das quais cerca de metade como segunda ou terceira ajudante e 2 como instrumentista, onde aprendi a preparar e manusear instrumentos cirúrgicos. No final das cirurgias, tive oportunidade de treinar a técnica de sutura no encerramento da ferida cirúrgica. Todas as manhãs era passada a visita médica aos doentes no ​Serviço de

Internamento​, incluíndo aos casos mais graves na Unidades de Cuidados Intensivos. Nesta

passagem, era efetuada a avaliação clínica, laboratorial e/ou imagiológica. A destacar a gestão de complicações do pós-operatório, onde sistematizei algumas das suas abordagens, como por exemplo, a infeção da ferida operatória e a infeção intra-abdominal. No serviço de internamento realizei a nota de entrada a 3 doentes. Na ​Consulta Externa observei consultas de seguimento cirúrgico, onde auxiliei na realização de pensos cirúrgicos e consultas de decisão, assimilando assim algumas indicações frequentes para cirurgia eletiva. Devido às características do estágio não participei no SU, e consequentemente, tive pouco contato com as urgências e emergências cirúrgicas, excluindo algumas situações no pós-operatório. Para além da avaliação contínua, fui também avaliada oralmente pela ​Professeur​ Manuela Perez.

3.2.

Ginecologia e Obstetrícia

(4 de novembro a 29 de novembro de 2019)

O estágio decorreu na MAC, num período de 4 semanas e foi dividido em duas partes: a 1ª metade dedicada à Obstetrícia e a 2ª à Ginecologia. Tendo em conta que a minha experiência no 4º ano foi essencialmente na área da Ginecologia, procurei neste estágio ganhar mais contato com a mulher grávida, aprofundando os conhecimentos na área da

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gravidez normal, principais patologias na gravidez, trabalho de parto e as suas complicações. Estipulei ainda como objetivos consolidar a abordagem e diagnóstico das principais patologias em ginecologia e treinar o exame físico, particular nesta especialidade. Nas primeiras duas semanas de estágio acompanhei a Dra. Marta Plancha na ​Unidade Materno-Fetal​, onde observei no total 23 grávidas (ver anexo II.A). No​Puerpério participei na visita a 5 puérperas, que considero ter sido proveitoso para a sistematização dos cuidados a ter no pós-parto. No

Bloco Operatório​, assisti a 2 cesarianas eletivas. Assisti a 13 ​Consultas de Alto Risco​, nas quais

consolidei o Programa de Vigilância da gravidez, as avaliações a realizar em cada trimestre e indicações para Consulta de Alto Risco. As duas últimas semanas foram dedicadas à

Ginecologia​, sob tutoria da Dra. Carla Leitão. Assisti a 13 ​Consultas de Ginecologia​, 2 consultas

no ​Centro de Fertilidade ​e 9 ​Cirurgias eletivas, onde coloquei um cateter vesical (ver anexo

II.A). Relativamente aos exames ginecológicos, assisti a 6 ecografias vaginais e 4 histeroscopias. Apesar de ter sido um estágio mais observacional, tive a oportunidade ainda de treinar e aperfeiçoar o exame ginecológico bimanual e com espéculo, realizar citologia do colo uterino e o exame objetivo à grávida, nomeadamente a medição da altura uterina e auscultação da frequência cardíaca fetal. Frequentei o ​SU 3 dias, onde assisti à consulta de 10 mulheres com patologia ginecológica e também de 11 grávidas em início de trabalho de parto, das quais assisti a 3 partos (1 eutócito e 2 distócitos) (ver anexo II.A). A passagem pelo SU foi muito positiva, pois permitiu-me sedimentar a abordagem e terapêutica das patologias mais frequente de GO. A nível formativo, participei em 2 reuniões organizadas pela Obstetrícia, dedicadas à revisão de artigos científicos e apresentei em grupo um caso clínico de Mola Hidactiforme, com revisão teórica da patologia.

3.3.

Saúde Mental

(2 de dezembro de 2019 a 10 de janeiro de 2020)

O estágio de Saúde Mental decorreu no Hospital Egas Moniz, sob tutoria da Dra. Carolina Almeida. As prioridades definidas para o estágio foram a identificação de sintomas psicopatológicos, distinção de perturbação psiquiátrica ​versus variações normais não patológicas e conhecer a abordagem e terapêutica das principais perturbações psiquiátricas. O estágio decorreu no​Serviço de Internamento​, onde acompanhei a evolução de 16 doentes em várias entrevistas clínicas (ver anexo II.B). Foi um momento de aprendizagem prática, onde observei a minha tutora a conduzir entrevistas e a estabelecer relações terapêuticas com os doentes. Após as entrevistas, era discutido a psicopatologia e a respectiva abordagem/terapêutica. Destaco um caso de síndrome conversivo, que acompanhei até à sua resolução e onde participei na exclusão de diagnósticos diferenciais. Também assisti, pela primeira vez, à realização de 4 ​eletroconvulsoterapias​, uma técnica ainda controversa dentro

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da Psiquiatria. Fiquei a conhecer melhor as suas indicações e preparação do procedimento. A passagem pelo​SU​, assume mais uma vez um papel positivo, com destaque para a abordagem multidisciplinar com o objetivo de exclusão de patologia orgânica. Frequentei 3 dias o SU e observei 11 doentes, alguns dos quais continuei a acompanhar no internamento (ver anexo II.B). Semanalmente, às quinta-feiras assisti à reunião de serviço, composta por uma equipa multidisciplinar, o que reforça a importância da abordagem biopsicossocial nesta área. Realizei uma história clínica de Perturbação Bipolar, que me desafiou e me permitiu praticar a entrevista clínica sozinha.

3.4.

Medicina Geral e Familiar

(20 de janeiro a 14 de fevereiro de 2020)

O estágio de MGF teve lugar na USF do Feijó, sob tutoria da Dra. Cátia Cerqueira. Sabendo o papel basilar que a MGF assume no Sistema Nacional de Saúde (SNS), defini como prioridade aprofundar o papel do médico de MGF nos 4 tipos de prevenção, na referência a serviços secundários, na abordagem do doente no seu ambiente familiar e socioeconómico. Defini ainda outros objetivos, nomeadamente: 1) adoção de estratégias de gestão adequadas ao doente; 2) treino do exame objetivo nas diferentes valências da especialidade; 3) prática da condução da entrevista clínica, gestão de tempo e hierarquização de problemas. Ao longo do estágio assisti a ​Consultas de Saúde Infantil e Juvenil, de Saúde Materna, de Planeamento

Familiar, Saúde de Adultos e Consulta aberta ​, no total cerca de 130 consultas, das quais cerca

de 20 realizei sozinha, com supervisão. Ao longo do estágio tive a possibilidade de treinar o exame objetivo na idade pediátrica e na grávida, realizar exame ginecológico e colpocitologias. Elaborei ainda notas de referenciação a outras especialidades. Assisti a uma reunião de discussão de casos da Unidade de Saúde, feita em conjunto com o Serviço de Endocrinologia do Hospital Garcia da Horta. Apresentei ainda um trabalho sobre “Perturbação da Hiperatividade e Défice de Atenção”, destacando a importância do médico de MGF como sinalizador desta perturbação. A avaliação incluiu ainda a discussão do DEO.

3.5.

Pediatria

(17 de fevereiro a 13 de março de 2020)

O estágio de Pediatria decorreu no HDE, tendo como tutora a Dra. Rita Machado. O estágio prático foi interrompido no dia 9 de março devido à Pandemia COVID-19. Tendo em conta que o estágio anterior de Pediatria foi realizado no estrangeiro e num Serviço de Hemato-oncologia, procurei neste ano adquirir uma visão mais alargada das diferentes valências da especialidade, desde a abordagem diagnóstica e terapêutica das patologias mais frequentes, a situações de urgência. A maioria do estágio decorreu no ​Serviço de

Internamento de Pediatria Médica 5.1​, onde acompanhei no total 14 doentes, com idades

entre os 21 dias e 3 anos (ver anexo II.C). Durante o estágio, treinei o exame clínico na idade

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pediátrica e realizei dois diários clínicos. Acompanhei a Dra. Margarida Alcafache na ​Unidade

de Adolescentes ​durante uma manhã, onde treinei a comunicação com o adolescente e

apliquei o modelo HEADSSS. Destaco um caso de Anorexia Nervosa, que me sensibilizou e me desafiou a nível ético e humano. Ao longo do estágio assisti às seguintes consultas: 8 ​Consultas

do Viajante, ​onde sistematizei cuidados a ter para prevenir doenças do viajante e

recomendações de vacinação; 9 ​Consultas de Pediatria Geral​, entre as quais casos de atraso de crescimento e má progressão ponderal; 5 ​Consultas de Imuno-alergologia​, que considero uma mais valia, pois o contacto ao longo do curso com esta especialidade é escasso. Frequentei o ​SU 4 dias, onde observei 26 doentes com idades entre 1 mês e 15 anos (ver anexo II.C). Considero ser fundamental a passagem pelo SU, para o desenvolvimento de raciocínio clínico rápido e metódico, relativamente à formulação de hipóteses diagnóstico, escolha de exames complementares de diagnóstico e estabelecimento de critérios de gravidade. A nível formativo, assisti a uma aula de Imuno-alergologia sobre o tema “Anafilaxia” e a duas sessões clínicas, da Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos e da Equipa de Cuidados Paliativos Pediátricos. Participei ainda no​workshop Emergências pediátricas. No final elaborei uma história clínica de Febre sem foco no lactente e realizei um trabalho sobre o “consumo de suplementos alimentares pelos adolescentes”. Apesar de ter sido um estágio maioritariamente observacional, foi também bastante abrangente, tendo contactado com patologias frequentes e, também com casos complexos, permitindo-me colmatar falhas em relação a estágios anteriores.

3.6.

Medicina Interna

Tal como já referi, o estágio de Medicina Interna decorreu em moldes diferentes do previsto. Tendo em conta que é uma das áreas basilares da Medicina e também uma das áreas que mais contactei durante o curso, defini no início do ano como objetivos: 1) consolidar a abordagem das principais patologias; 2) ganhar autonomia, através da realização de diários clínicos e notas de alta; 3) estabelecer estratégias de gestão adequadas; 4) reconhecer situações de perigo de vida; 5) treino de procedimentos na enfermaria, como punção arterial e venosa e colocação de cateteres vesicais. Não tendo sido possível participar no estágio prático, foi proposto aos estudantes que iriam realizar o estágio no Hospital de Santa Marta (4 no total incluindo eu) a realização de um ​artigo de revisão sobre o tema ​“COVID-19: uma doença

sistémica? Manifestações e complicações não pulmonares” ​, sob orientação do Prof. Doutor

Sousa Guerreiro, Dra. Teresa Garcia e Dr. André Almeida. O artigo foi entregue no dia 4 de junho e a sua apresentação decorreu no dia 15 de junho, através da plataforma ZOOM.

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4. ELEMENTOS VALORATIVOS

Ao longo do meu percurso na NMS procurei sempre novos desafios relacionados (ou não) com Medicina, que considero terem sido essenciais para a minha formação académica e pessoal. A nível formativo, colaborei com o Departamento de Anatomia como ​Monitora durante o 2º e 3º ano (ver anexo III). Para além de continuar em contato com uma área que gostei muito de estudar, foi uma experiência desafiante e que me despertou interesse na área do ensino. Realizei um​estágio clínico ​no âmbito do programa PECLICUF da AEFCM, no serviço de Hemato-oncologia do Hospital CUF Infanto Santo em 2017, por ser uma das áreas do meu interesse (ver anexo IV). A experiência internacional foi sempre um objetivo académico, profissional e pessoal. No 5º ano, fiz um semestre em Strasbourg, pelo programa ​ERASMUS+ e no 6º ano realizei o Estágio de Cirurgia Geral em Nancy, pelo programa ​ERASMUS+ESTÁGIO (ver anexo V). Escolhi estagiar em França por vários motivos: 1) ensino exigente e de qualidade, em que a componente prática é privilegiada; 2) aprender uma nova língua; 3) por ser um país multicultural. No semestre em Strasbourg, escolhi fazer um estágio opcional em Geriatria durante duas semanas, por ser uma área ainda pouco desenvolvida em Portugal. Destaco ainda o estágio de um mês no SU, como o estágio ao longo do curso de Medicina em que tive mais responsabilidades e que me foi dada mais autonomia, pelo que em termos práticos foi muito enriquecedor. Durante dois anos consecutivos integrei a ​Comissão

Organizadora das Jornadas Médicas da NOVA​, um evento da AEFCM focado na Educação

Médica. No primeiro ano em que organizei o evento, integrei o Departamento de Logística; na segunda vez fui Vice-Presidente (ver Anexo VI). Em ambos os congressos pude exercer várias tarefas, como gestão de projeto, financiamento, gestão de pessoas e liderança. Foi uma fase desafiante, principalmente pela organização do tempo e tarefas, mas que sem dúvida valeu pela experiência e aprendizagem. Em 2018, participei num Curso de Public Speaking organizado pela Speak and Lead, com o objetivo de melhorar alguns pontos fracos na exposição ao público (ver anexo VII). Por outro lado, o Voluntariado foi sempre uma atividade que me envolvi desde cedo. Destaco em 2018 o ​Saúde Porta-a-Porta​, onde visitei quinzenalmente juntamente com uma colega, uma senhora que vivia em condições precárias, rodeada por um contexto familiar complexo e com várias comorbilidades (ver anexo VIII-A). Colaborei também com a Santa Casa da Misericórdia, dando ​explicações a dois alunos do Ensino Básico com dificuldades sócio-económicas em 2015 e 2016 (ver anexo VIII-B). Além da participação nas atividades descritas, tive a possibilidade de aprofundar o desenvolvimento de

soft skills​,​ ​através do ​Programa Nacional de Educação não formal​ da ANEM (ver anexo IX).

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5. REFLEXÃO CRÍTICA

Tendo em conta os objectivos propostos, analisarei os resultados obtidos nos estágios, citando os pontos mais positivos bem como as principais dificuldades encontradas.

Considerando o caráter profissionalizante dos estágios do 6º ano comparativamente aos realizados em anos anteriores, defini como prioridade adquirir mais experiência de forma a ​ganhar maior autonomia. Em termos práticos, este ganho foi mais notório no estágio de MGF, dado que tive a possibilidade de ​dar consultas de forma supervisionada. Considero que foi importante não só para o treino da condução da entrevista clínica, gestão de tempo e comunicação verbal e não verbal, como também para ganhar confiança e perder a timidez perante o doente. No entanto, considero que tenho alguns pontos a melhorar, como por exemplo a redução do tempo das consultas, a capacidade de não dispersar nos motivos de consulta e a hierarquização de problemas. Quanto a estabelecer planos estruturados ​de diagnóstico e terapêutica, acredito ter capacidade para realizar planos estruturados com hipóteses diagnóstico e exames de 1ª linha em situações comuns, porém, ainda não estou apta de forma autónoma a estabelecer planos terapêuticos. As atividades que mais contribuíram para o treino do raciocínio clínico foram as seguintes: realização de Consultas Abertas supervisionadas no estágio de MGF, elaboração de histórias clínicas nos estágios de Saúde Mental e Pediatria e participação no SU, nos estágios de GO, Saúde Mental e Pediatria. A prescrição de fármacos é uma área em que sinto maior dificuldade e na qual necessito de mais experiência, juntamente com estudo autónomo. Escolhi fazer o estágio de Cirurgia Geral em França, à procura de novos desafios e de mais experiência prática, que sabia estar garantida pelo contacto anterior que tive em ERASMUS. Um dos aspetos mais positivos foi o treino de

procedimentos médicos​básicos​, como a ​técnica de sutura​, sendo que me sinto autónoma o

suficiente para a realizar sozinha após este estágio.

Relativamente ao objetivo de ​consolidar e aplicar conhecimentos científicos​,

considero que em todos os estágios práticos que realizei tive oportunidade de sistematizar matérias de anos anteriores, complementando com o estudo autónomo para a PNA. Destaco os estágios de GO e Pediatria, que foram bastante completos, colmatando algumas lacunas de estágios anteriores. Por outro lado, em Saúde Mental apenas contactei com patologia aguda, tal como no estágio do 5º ano, pelo que reconheço que necessito de adquirir mais experiência com a doença estável e com o seguimento de perturbações psiquiátricas na comunidade. Em relação ao objetivo​saber encaminhar patologias para cuidados de saúde especializados, foi no estágio de MGF onde foi possível sistematizar algumas indicações e realizar cartas de

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referenciação. O contacto com ​situações de perigo de vida ocorreu essencialmente em contexto do SU. Contudo, seria no estágio de Cirurgia Geral e de Medicina Interna que esperava ter tido mais experiência com estas situações, pelo que terei de completar em estágios futuros.

Apesar da maioria dos estágios terem sido observacionais, tive oportunidade de treinar a ​comunicação verbal e não verbal com o doente e com a sua família, nomeadamente em MGF, Pediatria, durante a entrevista clínica aos adolescentes, e Saúde Mental, no momento da colheita da história clínica. Destaco a importância de realizar uma abordagem holística em todas as áreas e não esquecer o contexto bio-psico-social do doente. Todos os momentos de contacto com os cuidados de saúde foram importantes para a ​adopção de

comportamentos e atitudes profissionais​, através do ​respeito pelo ser humano,

confidencialidade, honestidade e integridade ​. Considero essenciais para qualquer profissão e

característicos do papel humanitário que os profissionais de saúde apresentam na Sociedade, sendo um dos fatores que me atraiu para seguir esta área.

Não sendo possível por razões incontornáveis realizar o estágio prático de Medicina Interna, no qual que tinha expectativas altas, também não foi possível cumprir os objetivos esperados. Apesar disso, retirei outros aspetos positivos para a minha formação: trabalhar em equipa, treinar e aperfeiçoar a escrita de artigos científicos e realizar a pesquisa e seleção de informação pertinente. Consciente desta lacuna, pretendo colmatá-la com a realização de um estágio prático assim que for possível, independentemente do estágio já definido para o ano do Internato de Formação Geral.

A ​UC Estágio Profissionalizante apresentou um papel importante para a minha preparação do exercício clínico, na medida em que me proporcionou aproximação com a realidade profissional e me permitiu colmatar falhas de anos anteriores. No entanto, não esqueço a necessidade de aperfeiçoamento contínuo e a existência constante de pontos a melhorar. Olhando retrospetivamente para o 6º ano e para os 6 anos de curso, considero que alcancei os objetivos esperados para a formação pré-graduada, graças ao trabalho, motivação e dedicação que ganham sentido pelo meu fascínio e interesse pela Medicina desde sempre. Este caminho não teria sido possível sem o apoio incondicional dos meus pais, irmãos e amigos, por quem deixo um grande Obrigada. Não esqueço ainda, os professores, médicos e todos os doentes que passaram ao longo do meu percurso e que me permitiram chegar até aqui. Sinto-me feliz e confiante para iniciar a próxima etapa.

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Anexos

Anexo I – Organização e avaliação dos estágios parcelares

Anexo II – Casuísticas doentes observados nos estágios parcelares do 6º ano

A. Estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia B. Estágio parcelar de Saúde Mental

C. Estágio parcelar de Pediatria

Anexo III – Certificado Monitora do Departamento de Anatomia​ (2015/2016 e 2016/2017)

Anexo IV – Certificado do Estágio clínico – PECLICUF ​(2016/2017)

Anexo V – Certificados de Reconhecimento Académico de Programa de Mobilidade

A. ERASMUS + - ​Faculté de Medecine, Université de Strasbourg​ (2018/2019) B. ERASMUS + Estágio - ​Faculté de Medecine, Université de Lorraine ​(2019/2020)

Anexo VI – Comissão Organizadora Jornadas Médicas da NOVA

A. Comissão Organizadora das III Jornadas Médicas da NOVA (2016/2017) B. Comissão Organizadora das IV Jornadas Médicas da NOVA (2017/2018)

Anexo VII –​ ​Certificado de Curso de Public Speaking IST ​(2017/2018)

Anexo VIII –​ ​Certificado de Voluntariado

A. Saúde Porta-a-Porta (2017/2018)

B. Explicações na Unidade de Saúde W Mais - Santa Casa da Misericórdia (2014/2015 e 2016/2017)

Anexo IX – Certificado Programa Nacional de Educação não formal PNEF​ (2017/2018)

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Anexo I – Organização, atividades e avaliação dos estágios parcelares

Estágio Período Local Tutor Atividades Avaliação

Cirurgia Geral 2 de Set a 25 de Out de 2019 Hôpital Central, Nancy Professeur Manuela Perez -BO -Serviço de Internamento -Consulta Externa -Avaliação em exame oral Ginecologia 4 a 29 de Nov de 2019 MAC Dra. Marta Plancha -UMF, Puerpério -Consulta de

Alto -Risco -BO -SU -Reunião Obstetrícia -Apresentação caso clínico de Mola Hidactiforme -Relatório de estágio Obstetrícia Dra. Carla Leitão -Consulta de Ginecologia -Centro Fertilidade Psiquiatria 2 de Dez de 2019 a 10 de Jan de 2020 Hospital Egas Moniz Dra. Carolina Almeida -Serviço de Internamento -Eletroconvulsoterapia -SU -Reunião multidisciplinar -História clínica de Perturbação Bipolar -Relatório de estágio Medicina Geral e Familiar 20 de Jan a 14 de Fev de 2020 USF do Feijó Dra. Cátia Serqueira

-Consultas de Saúde Infantil e Juvenil

-Saúde Materna, -Planeamento Familiar, -Saúde de Adultos -Consulta aberta -Reunião com apoio Endocrinologia -Apresentação trabalho “Perturbação da Hiperatividade e Défice de Atenção” -DEO Pediatria 17 de Fev a 9 de Março de 2020

HDE Dra. Rita Machado

-Internamento Pediatria 5.1 -Unidade de Adolescentes -Consulta do Viajante -Consulta de Pediatria Geral -Imuno-alergologia: consulta e aula “Anafiláxia” -Sessões clínicas -​Worshop ​Emergências pediátricas -História clínica sobre febre sem foco no lactente -Trabalho sobre “Consumo de suplementos alimentares pelos adolescentes” -Relatório de estágio Medicina Interna - HSM -

-Escrita e apresentação de um artigo de revisão sobre “COVID-19: uma doença sistémica? Manifestações e complicações não pulmonares”

BO: Bloco Operatório; DEO: Diário de Exercício Orientado; HDE: Hospital Dona Estefânea; HSM: Hospital Santa Marta; MAC: Maternidade Alfredo da Costa; SU: Serviço de Urgência; UMF: Unidade Materno-Fetal

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Anexo II – Casuísticas doentes observados nos estágios parcelares do 6º ano

A. Estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia

Gráfico 1​. Motivo de

internamento de doentes observadas na UMF.​Legenda: RCF: Restrição do Crescimento Fetal; STFF: Síndrome Transfusão

Feto-fetal; UMF: Unidade

Materno-Fetal

Gráfico 2​. Motivo de Consulta

Ginecologia de doentes

observadas. Legenda: HUA: Hemorragia uterina anormal

Gráfico 3 ​. Motivo de admissão

de doentes observadas no SU.

Legenda: HUA: Hemorragia uterina anormal

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B. Estágio parcelar de Saúde Mental

Gráfico 4​. Motivo de admissão no SU por género de doentes observados.

Gráfico 5​. Motivo de internamento por género de doentes observados.

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C. Estágio parcelar de Pediatria

Gráfico 6​. Patologia/condição de doentes observados no internamento.

Gráfico 7​. Motivos de admissão no SU de doentes observados.

Legenda: ITU: infeção do trato urinário; OTM: Otite média; TCE: Traumatismo craneoencefálico

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Anexo III – Certificado Monitora do Departamento de Anatomia

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Anexo IV – Certificado do Estágio clínico – PECLICUF

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Anexo V – Certificados de Reconhecimento Académico de Programa de Mobilidade

A. Erasmus + - ​Faculté de Medecine, Université de Strasbourg

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B. ERASMUS + Estágio - ​Faculté de Medecine, Université de Lorraine

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Anexo VI – Comissão Organizadora Jornadas Médicas da NOVA

A. Comissão Organizadora das III Jornadas Médicas da NOVA

(22)

B. Comissão Organizadora das IV Jornadas Médicas da NOVA

(23)

Anexo VII –​ ​Certificado de Curso de Public Speaking IST

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Anexo VIII – Certificado de Voluntariado

A. Saúde Porta-a-Porta

(25)

B. Explicações na Unidade de Saúde W Mais - Santa Casa da Misericórdia

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Anexo IX – Certificado Programa Nacional de Educação não formal (PNEF)

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