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Ver ao longe no 3º milénio a.n.e. Sobre a localização e o significado do Monte Novo dos Albardeiros.

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Transformação

e Mudança

no Centro e Sul

de Portugal:

o 4.º e o 3.º milénios a.n.e.

Actas do Colóquio Internacional

(Cascais, 4-7 Outubro 2005)

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Transformação

e Mudança

no Centro e Sul

de Portugal:

o 4.º e o 3.º milénios a.n.e.

Actas do Colóquio Internacional

(Cascais, 4-7 Outubro 2005)

VICtOr S. GOnçAlVeS • AnA CAtArInA SOuSA, eds.

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COlECÇÃO «CasCais TEmpOs anTiGOs» EDiTaDa pEla Câmara muniCipal DE CasCais DiriGiDa pElO prOF. ViCTOr s. GOnÇalVEs

VOlumE 1

Gonçalves, V. s. (2008) – A utilização pré-histórica da gruta de Porto Covo (Cascais).

Uma revisão e algumas novidades.

isBn 978-972-637-185-4

Volume 2

Gonçalves, V. S.; Sousa, A. C., eds. (2010) Transformação e Mudança no Centro e Sul de Portugal: 0 4.º e o 3.º milénios a.n.e.

Actas do Colóquio Internacional. (Cascais, 2005) VOlumE 3

Gonçalves, V. s. (2008) – A ocupação pré-histórica das furnas de Poço Velho (Cascais)

isBn 978-972-637-184-7

Em prEparaÇÃO

Alapraia. Uma necrópole de grutas artificiais do 3.º milénio a.n.e.

OriEnTaÇÃO EDiTOrial E GráFiCa Victor s. Gonçalves Capa Furadores de silex do Estoril e ponta de cobre das

Furnas do poço Velho, fotografia de Victor s. Gonçalves

FOTOGraFia E TraTamEnTO DiGiTal DE imaGEm Dos autores

DEsiGn GráFiCO TVm Designers imprEssÃO Dpi Cromotipo TiraGEm 2000 exemplares isBn978-972-637-000-0

DEpósiTO lEGal00000000000 lisboa 2010

© dos autores

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CasCa (Cascais: as antigas sociedades camponesas) é um projecto de investigação em curso no Centro de arqueologia da universidade de lisboa (uniarQ), no âmbito do «Grupo um», a decorrer com o apoio da Câmara municipal de Cascais e da FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia).

COLECÇÃO

C A S C A I S T E M P O S ANTIGOS

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Sobre a localização e o significado do Monte Novo

dos Albardeiros (Reguengos de Monsaraz)

n

Victor S. Gonçalves

1

n

António Alfarroba

R e S u M o O Monte Novo dos Albardeiros é uma pequena quinta fortemente forti‑ ficada na primeira metade do 3..º milénio. Na segunda metade do milénio, é um monumento funerário tipo tholos. Finalmente, foram feitas pelo menos duas depo‑ sições funerárias durante a Idade do Bronze.

Situa‑se junto ao Campinho, uma das freguesias de Reguengos de Monsaraz. A grande importância de este pequeno sítio reside no controlo estratégico que ele exerce sobre a planície megalítica atravessada e ordenada pela Ribeira do Álamo. Esse controlo estratégico justifica uma discussão em torno ao seu significado: sítio integrado numa rede de defesa colectiva do espaço, sítio autónomo, sítio em diálogo com o Castelo do Azinhalinho, muito maior, mas cuja estratégica posição é simétrica ao Monte Novo dos Albardeiros?

Palavras‑chave: 3..º milénio, Calcolítico, estratégias defensivas, povoados fortificados

A b S t R A c t Monte Novo dos Albardeiros is a small fortified farm in the first half of the third millenium and a funerary monument in the second half. Some Bronze age depositions have been found nearby the actual surface.

The location, nowadays near the small town of Campinho (Reguengos de Monsaraz County) is the key of the importance of the site: the visibility and the efective control of the megalithic plain of Reguengos. Just a fortified farm or, more than that, a com‑ ponent of a defense reseau?

Key words: 3rd millenium BCE, Chalcolithic, Defensive strategies, Fortified places

– Vês ao longe?

– Como, se as muralhas não me deixam?

Crónicas de Sarnath, resposta do vigia ao acordar

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1. O Monte Novo dos Albardeiros

Localização

O povoado fortificado do M­onte Novo dos Albardei‑ ros (M­NAL) localiza‑se a cerca de 8800 metros a Sudo‑ este de M­onsaraz, no topo de uma elevação sobranceira à Ribeira do Álamo, a cerca de 1000 metros da sua mar‑ gem direita.

Coordenadas M­onte Novo dos Albardeiros: Coordenadas M­ilitares: X=259499,84 y=157992,21 Coordenadas Geográficas: Lisboa: ‑07.º 27’ 03,367’’ 38.º 23’ 08,013’’ Datum 73: ‑07.º 27’ 10,775’’ 38.º 23’ 10,884’’ WGS84: ‑07.º 27’ 07,466’ 38.º 23’ 13,679’’ ED50: ‑07.º 27’ 02,559’ 38.º 23’ 18,178’’ História Em 1984, um de nós (VSG) identificou formalmente o M­NAL, no concelho de Reguengos de M­onsaraz, fregue‑ sia do Campinho. Após uma primeira tentativa de diag‑ nosticar a situação, logo em 1984, visitou o sítio em 1985 e, com alguma surpresa, verificou a inexistência de qual‑ quer material arqueológico à superfície. No entanto, numa vala aberta com um caterpillar, observava‑se a presença de pedras com o aspecto de integrarem muros, aliás felizmente responsáveis pela danificação da máquina agrícola e pela suspensão temporária do van‑ dalismo. M­ateriais arqueológicos típicos do 3.º milénio apareciam em plena vala.

Decorreram escavações em M­arço e Abril de 1986, M­arço – Abril e Julho – Outubro de 1989. A partir destas últimas datas, foi impossível obter qualquer subsídio que permitisse a continuação dos trabalhos. Duas sondagens foram ainda executadas no sítio do M­AL (M­arco dos Albardeiros). Um requerimento para se escavar a pequena anta entre os dois povoados nunca teve deferimento.

As circunstâncias de todas estas ocorrências foram oportunamente narradas, no primeiro (e até agora único) texto exclusivamente dedicado às intervenções de terreno, e que só foram interrompidas pelo desinte‑ resse da tutela, então o IPPC, em continuar a apoiar as escavações (Gonçalves, 1988‑89). No entretanto, em 1989, foram recuperados dados, numa síntese de pers‑ pectivas diferentes (Gonçalves, 1989).

Em 2005, foram publicados dois novos textos sobre o M­onte Novo dos Albardeiros (Gonçalves, 2005; Gonçal‑

ves, Valério e Araújo, 2005). O primeiro divulgava pela primeira vez a imagem integral de uma figurinha teo‑ mórfica, cuja metade superior fora publicada em 1988‑89. Recuperada a parte inferior e colada, foi agora redesenhada. E observa‑se a semelhança óbvia com a figurinha recolhida nos M­arroquíes Bajos (Sanchéz, Bellón, Rueda, 2005). O segundo texto apresentava os dados disponíveis após as análises por EXDRF aos materiais metálicos, tanto calcolíticos como da Idade do Bronze, recolhidos no sítio.

A sequência da ocupação e a cronologia absoluta

Basicamente, o M­onte Novo dos Albardeiros inclui uma sequência de ocupação que se inicia com uma fase muito mal conhecida, talvez do Neolítico final, seguindo‑ ‑se a construção de um poderoso dispositivo defensivo, incluindo uma espessa muralha e, na área escavada, uma grande torre oca, com acesso a partir do interior através de um corredor que ainda mantinha dois lintéis

in situ. Junto ao ponto em que o corredor desembocava

na torre, foi encontrado um depósito votivo constituído por conchas de bivalves marinhos. Após o derrube da fortificação, e sobre o seu enchimento, foi construído um monumento funerário tipo tholos (Gonçalves, 1988‑89, p. 59). Com este por sua vez derrubado, fizeram‑ ‑se ainda algumas deposições funerárias da Idade do Bronze (Gonçalves, Valério e Araújo, 2005).

A cronologia absoluta datou a fortificação entre 2881‑2352 cal BC, a dois sigmas (ICEN‑530) e a constru‑ ção de tipo tholos entre 2468‑1927 cal BC, a dois sigmas (ICEN‑529).

A primeira datação está perfeitamente de acordo com o início da ocupação por arqueometalurgistas das penínsulas de Lisboa e Setúbal (Gonçalves e Sousa, 2007), numa acção que vai redefinir profundamente o território em todo o Centro e Sul do actual território português, e sobretudo o modo como ele é usado na exploração de recursos.

Significativamente, a figurinha teomórfica (Gonçal‑ ves, 2005), datada, por extensão, a partir do tholos, de 2468‑1927 cal BC a dois sigmas (ICEN‑529), apre‑ senta uma sincronia evidente com a recolhida no fosso 5 dos M­arroquíes Bajos, Jaén, datada também por extensão, a partir do fosso, de 2472‑2210 ou 2344‑2105 (todas as datas cal BC a dois sigmas, recalibradas a par‑ tir de Gonçalves, 1988‑89 e Sanchéz, Bellón, Rueda, 2005, usando o Calib 5.01). Repare‑se na proximidade dos parâmetros superiores, sendo as de Jaén talvez mais fiáveis no que se refere aos inferiores, o que res‑ ponde a menores desvios padrão, +/­‑ 100, no caso do

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M­onte Novo dos Albardeiros, +/­‑ 40 e 45, no caso dos M­arroquíes.

A interpretação do significado do sítio, nesta onda expansionista da arqueometalurgia do cobre, será dis‑ cutida adiante, ainda que, pelas suas dimensões, este‑

jamos muito provavelmente perante um sítio similar ao Cerro do Castelo de Santa Justa, no Alto Algarve Orien‑ tal, isto é: uma quinta fortificada integrada numa rede de povoamento (Gonçalves, 1989).

Fig. 2. A grande Torre oca do MNAL. A: acesso por Corredor a partir do interior da área habitada; C: lintéis in situ, na cobertura do Corredor de acesso; DV: depósito votivo sob o pavimento da entrada na Torre; V: vigia atravessando a parede da Torre, em direcção ao território sob controlo; RE: sucessivos reforços externos da Torre.

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Fig. 3. (em cima) VSG escavando dentro da Torre oca, em 1986 (foto Ana Paula Amendoeira). Do interior da Torre, só através da vigia (ou do topo da Torre) se tinha visibilidade efectiva. Em baixo, a parede interna da Torre com a vigia (detalhe) e a entrada da Torre vista do seu interior.

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Fig. 4. A evolução da escavação do acesso à Torre, vendo‑se na imagem de cima o acesso ainda parcialmente coberto pelos sedimentos. Observe‑se que, tal como no Cerro do Castelo de Santa Justa, não se trata de uma construção em pedra vã, sendo as camadas de pedras ajustadas com argila.

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2. O Monte Novo dos Albardeiros no seu contexto imediato

O local e os outros

O local é geograficamente marginal relativamente aos núcleos de monumentos megalíticos que definem o Grupo megalítico de Reguengos de M­onsaraz. Já em terrenos de xisto, na periferia das grandes manchas gra‑ níticas que claramente conformaram os contornos do referido território, fora dos alinhamentos visuais privi‑ legiados com o monte de M­onsaraz, induz que, numa leitura apressada e filtrada por um espírito hierarqui‑ zante, a possamos considerar irrelevante relativamente ao referido conjunto. Contudo, o facto de até agora ser o único povoado da região em que se identificaram muralhas, com expressão considerável e cuidados arquitectónicos raros, de que a torre oca com porta de acesso é o exemplo mais significativo, leva a que se deva proceder a uma mais cuidadosa e criteriosa análise do lugar e da sua relação com o meio físico da época, pelo menos aquele que se pode hoje conhecer.

Estamos perante uma quinta ou povoado pesada‑ mente fortificado, com um sistema de muralhas espes‑ sas, com torres arredondadas, tipologia adoptada em territórios tão diversos e em situações tão díspares como as que se foram arqueologicamente revelando nas últimas décadas, demonstrando a capacidade de difusão de um cânone arquitectónico e construtivo de ordem funcional, quase militar, um modelo teórico‑ ‑prático para a construção de um verdadeiro disposi‑ tivo defensivo, neste caso, prova da capacidade destas sociedades de saber aceitar e aprender a executar um modo de fazer, um modelo construtivo.

Esta tipologia de fortificação é identificada num perí‑ odo de tempo relativamente curto, de cerca de 400 anos, entre o princípio do 3.º milénio a.n.e. e meados do mesmo, período confirmado no caso presente pela cultura material e pelo radiocarbono.

Uma vez que para este período se podem considerar fases de difusão, de instalação, de apogeu e de deca‑ dência do sistema construtivo, pode conjecturar‑se com alguma segurança que a difusão do modelo terá sido relativamente rápida, presumindo‑se assim uma eficaz rede de transmissão de conhecimento, a existên‑ cia de agentes condutores dessa difusão e a abertura das sociedades a novas tecnologias e uma adopção cer‑ tamente motivada por necessidades defensivas e con‑ dicionada pelos problemas construtivos a resolver.

A difusão de modelos arquitectónicos de grandes proporções pressupõe igualmente a existência de meios de representação, sendo impossível o transporte de exemplos, como o seria com artefactos. Trata‑se de

uma difusão exclusivamente cognitiva, descritiva, necessitando certamente de suporte gráfico ou tridi‑ mensional, um Projecto, sem o qual seria muito com‑ plicado comunicar, e talvez mesmo pensar, o como fazer.

A arquitectura e as visibilidades

Quanto às características arquitectónicas de tais for‑ tificações, temos essencialmente a muralha, em apare‑ lho de pedra seca ou com argamassa de terra, geral‑ mente de espessura considerável, no caso do M­onte Novo dos Albardeiros, cerca de 2 metros, podendo eventualmente alcançar 5 a 6 metros de altura, com os característicos torreões salientes em semi‑círculo, a intervalos curtos, como ponto de apoio para tiro com arco e flecha, por exemplo. M­as esta construção obvia‑ mente garante, em termos defensivos, a vantagem de poder utilizar outro tipo de projécteis, pedras arremes‑ sadas manualmente, por exemplo. Não podemos mini‑ mizar a relativa facilidade com que o tipo de alvenarias utilizado seria danificado, e mesmo derrubado, por um qualquer aríete primitivo, o que justificaria a sua ele‑ vada espessura e, igualmente, a proximidade dos torre‑ ões, com a vantagem de aproximar o ângulo de tiro late‑ ral sobre eventuais assaltantes e de aumentar o leque de armas disponíveis. Por outro lado, os torreões, com as suas várias tipologias, maciços, ocos, resultando do encurvamento do pano de muralha, ou da colagem pelo exterior do pano de muralha, terão, na estabili‑ dade do conjunto das estruturas, uma função funda‑ mental. Implantados geralmente em terreno inclinado, com fraca resistência a esforços transversos, pela ine‑ xistência ou ineficácia das argamassas, os panos de muralha deveriam aluir com facilidade no sentido exte‑ rior da fortificação. Os torreões teriam assim um impor‑ tante papel de contraforte, compensando a acção do escorregamento pela encosta (Gonçalves, 1989).

FIGURAS 5 A 9

As explicações

A implantação de um povoado com as características defensivas descritas, analisada na sua relação com a região em que se integra, que inclui os construtores do Grupo megalítico de Reguengos de M­onsaraz, pode ser abordada à luz de várias hipóteses‑base:

1. o povoado é autónomo em relação às comunida‑ des vizinhas (Perdigões, Castelo do Azinhalinho, M­on‑

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Fig. 5. Artefactos de cobre do MNAL. Ambas fases calcolíticas revelaram artefactos de cobre, mas, até agora, não se registaram vestígios de metalurgia no local (Gonçalves, 2005, remontado).

Fig. 6. Falange afeiçoada e polida, semelhante às encontradas na Península de Lisboa. Fase 3 do sítio (2.ª metade do 3.º milénio). Note‑se o tratamento da área central da base, com efeito vulvar. Altura do artefacto ideotécnico: 70,57 mm.

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Fig. 7. Aspectos do polimento do topo e da base da falange.

Fig. 8. Figurinha teomórfica da segunda metade do 3.º milénio recolhida no MNAL. Observem‑se os grosseiros componentes não plásticos da cerâmica, visíveis na área de fractura da Cabeça. Altura do artefacto ideotécnico: 79,91 mm.

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Fig. 9. Figurinha teomórfica da segunda metade do 3.º milénio recolhida nos Marroquíes Bajos, Jaén (segundo Sanchéz, Bellón, Rueda, 2005, Lám. V, p. 160, retocada).

saraz, Areias 15) e a localização e fortificação assume‑se como um factor defensivo (ou ofensivo) próprio, do povoado e do seu território;

2. o território e os seus habitantes teriam uma orga‑ nização comunitária e o povoado e o seu sistema defen‑ sivo faria parte de um sistema defensivo global, sendo a localização escolhida por motivos de importância estratégica territorial. Neste caso, não é impossível a existência de outros pontos de controlo do território semelhantes, ainda não identificados;

3. pode eventualmente verificar‑se um misto de ambas situações anteriormente referidas, pressupondo um sistema de povoados de grandes dimensões, povo‑ ados abertos e pequenos núcleos independentes, mas com uma política de defesa comum, reforçada por for‑ tins ou quintas fortificadas que comunicariam visual‑ mente entre si.

Poderemos começar por analisar o local em relação a vários factores, na sequência do que foi feito anterior‑ mente (Gonçalves, 1989):

1­‑ Capacidade de uso de solos

O povoado localiza‑se numa mancha de solos de capacidade adequada à agricultura de enxada (C, B/­C,

pequenas línguas de A), com um raio mínimo de 1 km, com extensões para Nordeste em direcção à Ribeira do Álamo, e uma vasta mancha para Sudoeste, de solos de melhor capacidade (B), na zona da actual povoação de Campinho. Um planalto com cerca de 1 km2, clara‑

mente relacionado com o povoado, a Sul deste, onde se localiza a Anta dos Albardeiros, define‑se como área de recursos privilegiada deste povoado.

Neste aspecto teremos todas as hipóteses em aberto. O povoado tem viabilidade económica, por assim dizer, podendo assegurar condições de sobrevivência à sua população, com recursos variados próximos.

2­‑ Características geológicas

O povoado encontra‑se em zonas de xistos (Forma‑ ção de Barrancos, xistos roxos e esverdeados, com raras intercalações de vulcanitos ácidos e básicos), embora o planalto confinante a Sul constitua uma ilha de grani‑ tos biotíticos de grão fino.

3­‑ Características geográficas

O povoado localiza‑se no topo Nordeste de uma ele‑ vação alongada sobranceira à margem esquerda da Ribeira do Álamo. Esta elevação aparece numa segunda

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Fig. 10. O Monte Novo dos Albardeiros visto do povoado do Neolítico final do Marco dos Albardeiros.

Fig. 11. O povoado do Neolítico final do Marco dos Albardeiros visto do Monte Novo dos Albardeiros.

linha da zona mais acidentada que define a fronteira nascente do território megalítico a Sul. Para Norte e Nascente, o terreno apresenta‑se declivoso, sendo a relação com o pequeno planalto perfeitamente defi‑ nida a Sul e a continuação da crista a Sudoeste bastante mais suave.

4 ‑ Relações de visibilidade

O local escolhido para o povoado, uma elevação de segunda linha relativamente à crista que define a fron‑ teira da planície megalítica, não o terá sido com certeza pelo domínio visual sobre essa planície, visto para isso ser muito mais adequada a primeira linha de elevações

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sobranceira a essa zona. O que este local proporciona é uma excelente visibilidade para ambas margens da Ribeira do Álamo, com destaque para a zona da planície a Norte deste curso de água. Que houvesse uma intenção de domínio sobre esta região, não se afigura razoável a partir deste ponto, na margem oposta da Ribeira do Álamo. O que nos parece de destacar é a forte relação visual com o povoado do Castelo do Azinhalinho. Com efeito, os dois povoados relacionam‑se no sentido Norte‑ ‑Sul, ambos a cotas semelhantes e com um vale entre eles, ou seja com uma forte relação visual. Esta intervisi‑ bilidade seria também possível caso o povoado se loca‑ lizasse na primeira linha de elevação sobranceira à pla‑ nície megalítica, sendo então fundamental perceber qual a mais valia da localização adoptada. Essa mais valia poderia ser o controlo visual dos vários vales que se definem a Poente, bem como de uma considerável exten‑ são do vale da ribeira do Álamo. Com efeito, esta locali‑ zação permite o controlo de uma série de vales conver‑ gentes na passagem da Ribeira do Álamo, mesmo abaixo deste povoado, região não controlável de qualquer outro ponto com ocupação conhecida e com relações de visi‑ bilidade com os outros povoados da região. Com efeito, tanto do Castelo do Azinhalinho como do monte de M­onsaraz, estes vales não são visíveis, e estas são as ele‑

vações com ocupação conhecida, no primeiro caso, e provável, no segundo, com maior domínio visual na área. O local tem assim importância estratégica no controlo de uma série de acessos de outra forma facilmente utilizá‑ veis por intrusos e uma relação directa de visibilidade com um grande povoado contemporâneo implantado em plena região megalítica e com ela certamente conec‑ tado (Gonçalves e Sousa, 2000), o povoado do Castelo do Azinhalinho.

Percebe‑se assim a importância do local, de um ponto de vista de defesa comunitária, como um local excelente para colocar uma área habitada, também com funções de aviso, função para a qual a intervisibi‑ lidade com outros povoados seria fundamental. Com essa função exclusiva seria, no entanto, possível encon‑ trar uma série de localizações que dominassem visual‑ mente o território e pudessem efectuar avisos sobre eventuais movimentações agressivas.

O que torna este sítio único são essas relações de domínio visual e intervisibilidades num entorno propí‑ cio ao estabelecimento de um povoado de dimensões consideráveis num ponto facilmente defensável.

3. O Monte Novo dos Albardeiros:

quinta fortificada ou unidade de controlo político‑social da planície megalítica de Reguengos?

A importância defensiva, para o conjunto do territó‑ rio, de um povoado de alguma dimensão, com a possi‑ bilidade de conseguir abrigar um certo número de gente armada, de algum modo equivalente aos fortins de Los M­illares, é o de complicar, para um grupo ata‑ cante, a penetração nesse território, onde continuaria a existir um povoamento disperso e bens que importava preservar (colheitas, rebanhos, cobre). Assaltar um ter‑ ritório deixando pelas costas um grupo adversário importante, sujeitando‑se a manobras de envolvi‑ mento, e mesmo a ver a retirada cortada, configura uma manobra militar desastrosa em qualquer época. Assim, para atacar o território por esta zona, seria imprescin‑ dível aniquilar este povoado e a sua força militar. Para dificultar ou impedir isso, serviriam as fortes muralhas, que proporcionariam defesa até à chegada dos reforços eventualmente pedidos pela directa comunicação visual com o povoado do Castelo do Azinhalinho.

Analisando o terreno, e presumindo a existência de uma situação semelhante no monte de M­onsaraz, cla‑ ramente se percebe o completo domínio que estes dois locais, complementando‑se, exercem sobre a fronteira nascente dos construtores do Grupo megalítico de Reguengos de M­onsaraz, possibilitando a localização e

Fig. 12. A planície megalítica de Reguengos de Monsaraz vista do MNAL.

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comunicação rápida de qualquer incursão e a desloca‑ ção de efectivos para controlar a rectaguarda do grupo invasor.

Grande parte do que acima foi dito permaneceria válido para um povoado autónomo, sem intenções de complementaridade estratégica com o restante territó‑ rio, assumindo‑se então como seu território fértil o pla‑ nalto Sul e a extensão de terreno para Sudoeste, com a visibilidade panorâmica total num raio de 1 km, pro‑ porcionando uma defesa efectiva. O desinteresse quase total pela visibilidade para a vasta zona de implantação de monumentos megalíticos a Poente, presumindo‑se por isso a não existência de relações directas com a exploração desse território, contribui para essa defini‑ ção do território de recursos do povoado. As fortes muralhas possibilitariam uma capacidade defensiva e dissuasiva que permitiria a manutenção da integridade do seu território, sendo que os interesses territoriais não se sobreporiam.

A Ribeira do Álamo, como fronteira com a área de influência do Castelo do Azinhalinho, a cordilheira a Norte, como fronteira com a vasta região megalítica e uma zona de domínio efectivo com solos de qualidade adequada. Conta igualmente com uma posição de charneira entre três dos núcleos de ocupação megalí‑ tica do território (o Norte, o Sul e o Nascente), de que poderia advir alguma importância estratégica.

Contra esta hipótese autonomista, temos fundamen‑ talmente a relação visual e geográfica com o Castelo do Azinhalinho, traçada a esquadro, como sentinelas dis‑ postas no topo de esporões convergentes sobre o vale da Ribeira do Álamo, espinha dorsal do Território mega‑ lítico de Reguengos de M­onsaraz.

Por outro lado, na perspectiva de um território com povoamento politicamente fragmentado, e sem planos de defesa comuns, a potente fortificação de um povo‑ ado periférico como o do M­onte Novo dos Albardeiros induziria a conclusão de que bastantes outros teriam sido fortificados, de forma a garantir a sua própria defesa, facto que não se tem verificado. Com um número considerável de povoados abertos a ser identi‑ ficado, apenas o do M­onte Novo dos Albardeiros, com muralha comprovada, fortes suspeitas da existência de muralhas no Castelo do Azinhalinho e fossos no povo‑ ado dos Perdigões. Curiosamente, os dois povoados com muralhas são justamente os dois povoados que constituem o dicótomo geo‑estratégico que vimos refe‑ rindo e ambos para a primeira metade do 3.º milénio.

Claro que nestas, como noutras coisas, o bom senso e a multiplicidade de variáveis são companheiros a nunca deixar para trás, donde que a aparente perfeição

do modelo deva ser encarada sempre com alguma des‑ confiança. Neste caso, por exemplo, deveremos lembrar‑ ‑nos do tão próximo povoado do M­arco dos Albardei‑ ros, que lhe é anterior e cujas razões de abandono desconhecemos. Bem como a ocupação do M­NAL anterior à fortificação, o que de algum modo limita a probabilidade de um Wellington calcolítico, planeando umas linhas de torres monsarenses, rodeado de arqui‑ tectos viajados ou bem informados àcerca dos mais modernos sistemas construtivos de estruturas defensi‑ vas. A ocupação anterior às muralhas do local e do cume do M­arco dos Albardeiros, a pouco mais de 1 km para Sul, mostram o interesse do sítio em geral como local de habitat anterior à sua importância estratégica, ou, pelo menos, quando esta ainda não exigia defesas físicas.

O local de implantação do povoado do M­arco dos Albardeiros, embora a uma altitude superior e com contacto visual com o Castelo do Azinhalinho, não con‑ trola visualmente os vales convergentes na Ribeira do Álamo. Se o critério para a ocupação e fortificação cal‑ colítica fosse exclusivamente o do domínio visual sobre o território próximo, o local do M­arco dos Albardeiros seria talvez mais apropriado e defensável, visto apre‑ sentar declives idênticos em todas as direcções.

O controle visual dos vales e curso da Ribeira do Álamo aparenta assim ser um critério fundamental na implantação da fortificação calcolítica do M­onte Novo dos Albardeiros.

O planeamento e entendimento de este facto terá sido certamente um acto cognitivo continuado, depre‑ endido da utilização e apropriação do território ao longo do tempo, cruzado com as novas necessidades defensivas, eventualmente conformado por experiên‑ cias militares positivas ou negativas que terão despole‑ tado as opções de implantação destas fortificações. O Wellington monsarense não é um indivíduo, é uma personagem colectiva, difundida no tempo e no espaço e fundada num profundo conhecimento das caracterís‑ ticas geográficas do território que habita. É em rigor a mesma personagem que, por tentativa e erro, vai pro‑ curando as melhores localizações para habitar e con‑ trolar a paisagem, que vai definindo a antropização do espaço natural com pontuações precisas e possivel‑ mente revestidas de carácter simbólico, que se con‑ forma na definição de um colectivo, de uma sociedade intimamente relacionada com um espaço físico específico.

Lisboa, Outono de 2005

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1 Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ).

Workgroup on the ancient peasant societies. Faculdade de Letras. P‑1600‑214. Lisboa. Portugal. vsg@fl.ul.pt

B i B l i o g r a f i a

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(22)

Fig. 13.1. Carta de capacidade de usos de solos com altimetria e linhas de água.

Fig. 13.2. Capacidades de uso de solos BC e C com altimetria e linhas de água. Os povoados e monumentos inserem‑se na sua maioria em zonas com solos de capacidade BC e C. À volta do Monte Novo dos Albardeiros verifica‑se uma mancha significativa de solos de estes tipos.

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Fig. 14.1. Área de visibilidades a partir do Monte Novo dos Albardeiros. Verifica‑se uma zona de grande visibilidade a toda a volta do povoado, num raio médio de 1km, domínio dos vales a nascente, domínio visual do vale da Ribeira do Álamo, domínio visual da planície a norte, até ao Castelo do Azinhalinho, desprezo pelo controlo visual da planície a poente.

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Fig. 15.1. Linha de perfil entre o Monte Novo dos Albardeiros e Monsaraz, visibilidade clara para Monsaraz, a uma distância de 8,8 km.

Fig. 15.2. Linha de perfil entre o Monte Novo dos Albardeiros e Castelo do Azinhalinho. Visibilidade desimpedida para o Castelo do Azinhalinho, com um vale de permeio (distância: 4 km).

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Fig. 16.1. Carta geológica com curvas de nível e linhas de água. Rosa ‑ granodioritos e tonalitos; verde tropa – formação de Barrancos, xistos roxos e esverdeados; rosa claro – granitos biotíticos de grão fino; verde alface – vulcanitos básicos e raros ácidos.

Fig. 16.2. Sobreposição de manchas de síntese com carta geológica. Rosa forte – linhas de festo mais relevantes; rosa fraco‑ linhas de festo significativas. Verde forte – grande concentração de monumentos megalíticos; verde médio – concentração média de monumentos megalíticos; verde fraco – baixa concentração de monumentos megalíticos; azul‑ vales; verde alface ‑ zona de domínio visual e físico do Monte Novo dos Albardeiros; roxo – zona de controle visual do Monte Novo dos Albardeiros.

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Fig. 17.1. Sobreposição de manchas de síntese com altimetrias e linhas de água.Rosa forte – linhas de festo mais relevantes; rosa fraco – linhas de festo significativas; verde forte – grande concentração de monumentos megalíticos; verde médio – concentração média de monumentos megalíticos; verde fraco‑ baixa concentração de monumentos megalíticos. Azul – vales; verde alface – zona de domínio visual e físico do Monte Novo dos Albardeiros; roxo ‑ zona de controlo visual do Monte Novo dos Albardeiros.

Fig. 17.2. Sobreposição de manchas de síntese com carta geológica, altimetrias e linhas de água. Rosa forte – linhas de festo mais relevantes; rosa fraco – linhas de festo mais significativas; verde forte – grande concentração de monumentos megalíticos; verde médio‑ concentração média de monumentos megalíticos; verde fraco‑ baixa concentração de monumentos megalíticos. Azul – vales; verde alface ‑ zona de domínio visual e físico do Monte Novo dos Albardeiros; roxo ‑ zona de controlo visual do Monte Novo dos Albardeiros.

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Fig. 18.1. Sobreposição de manchas de síntese com áreas de visibilidades. Do Monte Novo dos Albardeiros tem‑se um grande domínio visual sobre a confluência dos vales.

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Fig. 19.1. Altimetrias na área do Monte Novo dos Albardeiros.

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Fig. 20.1. Altimetria e linhas de água com destaque das áreas de festo.

Imagem

Fig. 1. Os primeiros mapas de localização e de capacidade de uso dos solos do MNAL (Gonçalves, 1989).
Fig. 2. A grande Torre oca do MNAL. A: acesso por Corredor a partir do interior da área habitada; C: lintéis in situ, na cobertura do  Corredor de acesso; DV: depósito votivo sob o pavimento da entrada na Torre; V: vigia atravessando a parede da Torre, em
Fig. 3. (em cima) VSG escavando dentro da Torre oca, em 1986 (foto Ana Paula Amendoeira)
Fig. 4. A evolução da escavação do acesso à Torre, vendo‑se na imagem de cima o acesso ainda parcialmente coberto pelos sedimentos
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