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Aptidão funcional e factores de risco das doenças cardiovasculares em idosos: efeito prolongado de programas de exercício aeróbio e combinado

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Academic year: 2021

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disposto   no   Decreto‐Lei   216/92,   de   13   de Outubro.

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A elaboração do presente trabalho, apesar do seu carácter individual, contou com o apoio e o esforço de várias pessoas e entidades, sem as quais, a sua concretização se tornaria impossível. Neste sentido, gostaria de expressar o meu sincero agradecimento:

À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, pelo apoio institucional, e por ter possibilitando os meios necessários à realização deste trabalho.

Ao Professor Doutor José Oliveira, pela orientação, pela constante pertinência crítica e saber, que, juntamente com o seu apoio, rigor, disponibilidade, preocupação e amizade, se tornaram imprescindíveis para a concretização deste trabalho. Gostaria, também, de salientar a minha crescente admiração por esta pessoa, ao longo dos últimos anos, e a educação científica que me proporcionou.

Ao Professor Doutor Jaime Sampaio, pela orientação e, por todo o incentivo e amizade demonstrados. Serão poucas as palavras para espalhar a amizade e a admiração, que nutro por esta pessoa.

Ao Professor Doutor José Carlos Ribeiro, pela cordialidade e disponibilidade em ajudar numa fase importante deste trabalho.

A todos os meus colegas do departamento de desporto da UTAD, em particular aos meus amigos Victor Monteiro e Jorge Fernandes.

À Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, pela cedência dos instrumentos necessários para o desenvolvimento do presente trabalho.

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director do departamento de Desporto, à Mestre Mafalda Roriz, e aos técnicos da Câmara Municipal da Maia, responsáveis pelas classes de idosos que respeitaram e desenvolveram os programas de exercício.

À LabMed, laboratório de análises e exames clínicos, pelo apoio técnico e financeiro prontamente cedido.

À minha amiga Tânia, por todo o apoio prestado na recolha dos dados, pela constante disponibilidade e, pela amizade e confiança que sempre manifestou.

Aos meus antigos alunos de opção de actividade física adaptada, pela ajuda irrepreensível na recolha dos dados. Um agradecimento, especial, ao Luís Laranjo e ao Pedro Gomes.

Ao Paulo, enfermeiro responsável pelas recolhas de sangue, pela grande ajuda, disponibilidade e amizade.

Ao meu amigo Romeu, pela ajuda sempre profissional e, por estar presente em todas as ocasiões.

Aos meus Pais.

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prevenção das doenças cardiovasculares (DCV), em idosos, estão bem documentados na literatura. No presente estudo, procurou-se avaliar o efeito do exercício físico regular na AFunc de indivíduos idosos, comparando a resposta a dois programas tri-semanais com diferentes modos de exercício (exercício predominantemente aeróbio vs. exercício combinado). Depois de analisar a resposta ao nível da AFunc, procurou-se identificar os efeitos de ambos os programas em factores de risco das DCV e na sua agregação. A amostra foi constituída por 3 grupos (EXP1, n=15, 71,7 ± 4,7 anos; EXP2, n=16, 68,5 ± 3,5 anos; e o controlo, n=17, 67,0 ± 5,8 anos). Os indivíduos do EXP1 foram sujeitos a um programa de exercício predominantemente aeróbio (AERO), enquanto que os indivíduos do EXP2 a um programa combinando o AERO com o exercício resistido localizado (LOCAL), ambos com 32 semanas de duração (3 x semana). O programa de AERO consistiu em 2 sessões no meio terrestre, e 1 no meio aquático, constituídas essencialmente por exercícios cardiorespiratórios, e uma pequena parte específica dedicada à resistência muscular e à flexibilidade, a uma intensidade percepcionada como moderada. O programa combinado (AERO+LOCAL) repetia as sessões do programa de AERO, mas substituía uma sessão de AERO do meio terrestre, por uma sessão de LOCAL. O LOCAL consistiu em 7 exercícios, realizados em aparelhos de resistência variável, para os principais grupos musculares, a uma intensidade progressiva (65%-75% de 1RM, 3 séries, 8-12 repetições). O grupo controlo efectuou todas as avaliações previstas, mas os sujeitos que o constituíam não fizeram exercício. Após as 32 semanas de exercício, identificaram-se ganhos significativos na flexibilidade e na força dos membros inferiores para o EXP1, e melhorias significativas em todas as componentes da AFunc no EXP2, comparativamente ao grupo de controlo. Nos factores de risco das DCV, identificou-se uma diminuição significativa na percentagem de massa gorda, mas apenas para o EXP2. Para este grupo verificou-se ainda uma redução significativa do número de indivíduos hipertensos, e com os valores de triglicerídeos, de colesterol total e de lipoproteínas de baixa densidade altos, assim como uma diminuição significativa do número de factores de risco agregados. Após análise dos resultados reportam-se as seguintes conclusões: (1) ambos os programas de exercício físico melhoraram a AFunc dos idosos, porém o programa de exercício combinado foi mais eficaz, na medida em que obteve ganhos mais elevados e em todas as componentes; (2) 32 semanas de exercício combinado resultaram em positivas e significativas alterações na composição corporal dos idosos, embora ambos os programas tenham sido insuficientes para alterar a massa magra e o índice de massa corporal; (3) 32 semanas de exercício físico resultaram em modificações positivas nos valores da pressão arterial e do perfil lipídico, porém apenas no EXP2 se identificaram repercussões significativas na saúde clínica dos indivíduos que o constituíam; (4) o efeito crónico do exercício combinado repercutiu-se numa modificação positiva nos factores de risco associados às DCV; (5) finalmente, a prática regular de exercício físico mostrou ser um meio não farmacológico seguro e eficaz na melhoria da saúde cardiovascular da amostra estudada. Esta protecção cardiovascular foi manifesta nos dois grupos experimentais, mas de forma mais evidente no EXP2.

Palavras-chave: Exercício físico, idosos, aptidão funcional, doenças cardiovasculares,

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elderly subjects, particularly in functional fitness and cardiovascular diseases (CVD) prevention. In the present study, we first examined the effects of prolonged physical exercise in functional fitness of elderly individuals, comparing 2 exercise programs (generalized aerobic exercise program vs. combined exercise program). Secondly, we examined both exercise programs on risk factors of CVD and corresponding aggregates. The sample was divided into 3 groups: 2 experimental groups (EXP1, n=15, 71,7 ± 4,7 years; EXP2, n=16, 68,5 ± 3,5 years) and one control group (CONT, n=17, 67,0 ± 5,8 years). The subjects from the EXP1 participated in a generalized aerobic exercise program (AERO), and the subjects from the EXP2 participated in a program combining AERO with local resistance exercise (LOCAL), both with 32 weeks (3 x week). The AERO program consisted of 2 sessions on land and 1 in an aquatic environment, which were mainly aerobic exercises and a small portion devoted to specific muscle resistance and flexibility, the intensity perceived as a moderate. The combined program (AERO+LOCAL) repeated the sessions of the AERO program, but replacing a session of the AERO-land by a session of LOCAL. The LOCAL consisted in 7 exercises for the major muscle groups with a gradual intensity (65% -75% of 1RM, 3 sets, 8-12 repetitions). After the 32 weeks of exercise there were significant gains in flexibility and strength of the lower limbs for the EXP1, and significant improvements in all components of functional fitness in EXP2, when compared to the control group. For the risk factors for CVD, there was a significant decrease in the percentage of fat mass, but only for the EXP2. For this group there was still a significant reduction in the number of hypertensive individuals, and with the high values of triglycerides, total cholesterol and low-density lipoprotein and a significant decrease in the number clusters of risk factors. In summary, the main study results showed: (1) both exercises programs improved the functional fitness in elderly subjects, however, combined exercise was more effective showing that EXP2 was significantly better compared to the other groups; (2) 32 weeks of combined exercise resulted in positive and significant changes in body composition of the elderly, on the other hand, neither exercise programs result in relevant improvements of the lean mass and body mass index; (3) 32 weeks of physical exercise resulted in positive changes in the blood pressure and lipid profile values, but only in EXP2 significant repercussions have been identified; (4) long term combined exercise significantly reduces the aggregate CVD risk factors in EXP2 (5) finally, the practice of regular physical exercise has proved to be a non-pharmacological means safe and effective in improving cardiovascular health of the sample studied. The cardiovascular protection was evident in the 2 experimental groups, but was more evident in EXP2.

Key-words: Exercise, older adults, functional fitness, cardiovascular disease, body

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Resumo vii

Abstract ix

Índice geral xi

Índice de Quadros xiii

Índice de Figuras xv

Lista de abreviaturas xvii

1. Introdução 3

2. Revisão da literatura

2.1. Envelhecimento e aptidão funcional 19

2.1.1. Aptidão muscular 19

2.1.2. Aptidão cardiorespiratória 25

2.1.3. Actividade física 31

2.2. Envelhecimento e factores de risco das doenças cardiovasculares 32

2.2.1. Composição corporal e obesidade 32

2.2.2. Pressão arterial 34

2.2.3. Perfil lipídico 36

2.3. Benefícios do exercício 37

2.3.1. Na aptidão funcional 37

2.3.2. Nos factores de risco das doenças cardiovasculares 39

2.4. Bibliografia 46

3. Parte experimental

3.1. Estudo 1. Efeito do exercício na aptidão funcional

3.1.1. Introdução 63 3.1.2. Material e métodos 66 3.1.3. Resultados 77 3.1.4. Discussão 85 3.1.5. Conclusões 94 3.1.6. Bibliografia 95

(12)

3.2.3. Resultados 111

3.2.4. Discussão 116

3.2.5. Conclusões 125

3.2.6. Bibliografia 126

3.3. Estudo 3. Efeito do exercício na pressão arterial

3.3.1. Introdução 135 3.3.2. Material e métodos 138 3.3.3. Resultados 142 3.3.4. Discussão 148 3.3.5. Conclusões 155 3.3.6. Bibliografia 156

3.4. Estudo 4. Efeito do exercício no perfil lipídico

3.4.1. Introdução 163 3.4.2. Material e métodos 166 3.4.3. Resultados 170 3.4.4. Discussão 179 3.4.5. Conclusões 187 3.4.6. Bibliografia 188

3.5. Estudo 5. Impacto do exercício na modificação da agregação dos factores de risco das doenças cardiovasculares

3.5.1. Introdução 195 3.5.2. Material e métodos 197 3.5.3. Resultados 200 3.5.4. Discussão 205 3.5.5. Conclusões 211 3.5.6. Bibliografia 212

(13)

Quadro 2. As alterações funcionais e estruturais musculares com o envelhecimento………... 20

Quadro 3. As alterações estruturais e funcionais, associadas ao envelhecimento, do sistema cardiovascular………... 27

Quadro 4. Definição e classificação dos níveis de PA, segundo a European Society of Hipertension e a European Society of Cardiology (2003)………. 35

Quadro 5. Classificação dos TGC, CLT, LDL e HDL, de acordo com o National Cholesterol Education Program (2002)………. 36

Quadro 6. Principais resultados, de estudos de referência, no efeito dos diferentes modos de exercício nos factores de risco das DCV………. 44

Quadro 7. Características da amostra final, em baseline…………..………... 67

Quadro 8. Exercícios resistidos do programa de AERO……….. 70

Quadro 9. Exercícios resistidos das sessões de LOCAL………. 72

Quadro 10. Intensidade das sessões de exercício, avaliada através da percepção subjectiva de esforço, usando a escala de Borg (média ± desvio padrão)………..….. 72

Quadro 11. Bateria de testes do Fullerton’s Functional Fitness Test……….... 73

Quadro 12. Valores médios (± desvios padrão), das variáveis relacionadas com a AFunc, nos 5 momentos de avaliação……….. 77

Quadro 13. Modelo misto linear para os testes do Fullerton’s Functional Fitness Test..….….. 78

Quadro 14. Valores de 1RM (média ± DP) reportados no EXP2, ao longo das 32 semanas, e os respectivos ganhos percentuais (média ± DP)………..… 83

Quadro 15. Valores médios (± desvio padrão) da massa corporal, IMC e %MG e peso da MM, em função do tempo………. 111

Quadro 16. Modelo misto linear para as variáveis IMC, %MG e MM……….. 112

Quadro 17. Regressão linear múltipla para %MG e MM………... 114

Quadro 18. Odds ratios e intervalo de confiança (IC) a 95%, para a %MGE e IMCE relativamente ao Exercício (não praticante)………. 114

(14)

Quadro 20. Valores médios (± desvio padrão) da PA de repouso (mmHg) em função do

tempo……….. 142

Quadro 21. Modelo misto linear para as variáveis PAS e PAD………... 142

Quadro 22. Regressão linear múltipla para PAS e PAD………... 145

Quadro 23. Odds ratios e intervalo de confiança a 95% (IC 95%), para a PASE e PADE relativamente ao Exercício (não praticante) e IMCE………...… 145

Quadro 24. Teste do χ2, para as diferentes categorias de PAS e PAD (grupo x momento [baseline vs. pós-teste])………... 146

Quadro 25. Tabela de contingência para as variáveis PAS e PAD (por categorias), no EXP2, antes e após o programa de exercício combinado……….. 146

Quadro 26. Valores médios (± desvio padrão) das variáveis do PL (mg/dl) em função do tempo……….. 170

Quadro 27. Modelo misto linear para as variáveis do PL……….. 171

Quadro 28. Regressão linear múltipla para TGC e CLT………..…. 174

Quadro 29. Regressão linear múltipla para HDL e LDL………. 175

Quadro 30. Odds ratios e intervalo de confiança a 95%, (IC 95%) para os TGCE e CLTE relativamente ao Exercício (não praticante) e IMCE………... 175

Quadro 31. Odds ratios e intervalo de confiança a 95%, (IC 95%) para as LDLE e HDLB relativamente ao Exercício (não praticante) e IMCE………... 176

Quadro 32. Teste do χ2, para as diferentes categorias dos TGC, CLT, LDL e HDL, para os (grupo x [baseline vs. pós-teste])………... 176

Quadro 33. Tabela de contingência para as variáveis TGC e CLT (níveis de classificação), no EXP2, antes e após o programa de exercício combinado………. 177

Quadro 34. Tabela de contingência para a variável LDL, no EXP2, antes e após o programa de exercício combinado………... 178

Quadro 35. Indicador, critério e factor de risco correspondente para DCV……….... 198

Quadro 36. Baseline da frequência (n) e relativa (%) das contagens do número de factores de risco das DCV, para os diferentes grupos……….... 200

(15)

OBS e PLR………... 201

Quadro 39. Teste do χ2, para as variáveis PAR, OBS e PLR para a variável grupo, nos 2 momentos (baseline x pós-teste)……….... 202

Quadro 40. Tabela de contingência para as variáveis PA e PL, no EXP2, antes e após o

programa de exercício combinado………... 202

Quadro 41. Teste do χ2,para a variável NFR, em função do grupo para 2 momentos (baseline x pós-teste)……….... 203

Quadro 42. Tabela de contingência para a variável NFR, no EXP2, antes e após o programa de

exercício combinado……….…… 203

Quadro 43. Odds ratios e intervalo de confiança a 95% (IC 95%), para ausência ou presença

de factores de risco das DCV relativamente à PEF…………..……….. 204

Índice de Figuras

Figura 1. Desenho do estudo………... 68 Figura 2. Pirâmide dos blocos, e da progressão da duração do período da componente

cardiorespiratória, do programa de AERO………..……… 69

Figura 3. Pirâmide da progressão da carga das sessões de LOCAL……… 71 Figura 4. Linhas de tendência polinomial de 3º grau para os diferentes grupos no desempenho

do back scratch, ao longo dos 5 momentos de avaliação: CONT (r2=0,91); EXP1 (r2=0,94); EXP2 (r2=0,98)………... 79

Figura 5. Linhas de tendência polinomial de 3º grau para os diferentes grupos no desempenho

do chair sit-and-reach, ao longo dos 5 momentos de avaliação: CONT (r2=0,99); EXP1 (r2=0,99); EXP2 (r2=0,99)………...… 79

Figura 6. Linhas de tendência polinomial de 3º grau para os diferentes grupos no desempenho

do 30-second chair, stand ao longo dos 5 momentos de avaliação: CONT (r2=0,94); EXP1 (r2=0,99); EXP2 (r2=0,99)……….….. 80

Figura 7. Linhas de tendência polinomial de 3º grau para os diferentes grupos no desempenho

do arm curl, ao longo dos 5 momentos de avaliação: CONT (r2=0,99); EXP1 (r2=0,99); EXP2

(16)

Figura 9. Linhas de tendência polinomial de 3º grau para os diferentes grupos no desempenho

do 6-minute walk, ao longo dos 5 momentos de avaliação: CONT (r2=0,91); EXP1 (r2=0,97); EXP2 (r2=0,98)………. 82

Figura 10. Desenho do estudo………... 106 Figura 11. Linhas de tendência polinomial de 3º grau (para o CONT e EXP1) e de 2º grau (para

o EXP2) dos valores de %MG, ao longo dos 5 momentos de avaliação: CONT (r2=0,96); EXP1 (r2=0,77); EXP2 (r2=0,95)……….…… 112

Figura 12. Linhas de tendência polinomial de 4º grau (para o CONT) de 3º grau (para o EXP1)

e de 2º grau (para o EXP2) dos valores de MM, ao longo dos 5 momentos de avaliação: CONT (r2=1,00); EXP1 (r2=0,99); EXP2 (r2=0,90)……… 113

Figura 13. Desenho do estudo………...… 138 Figura 14. Linhas de tendência polinomial de 3º grau (para o CONT) e de 2º grau (para o EXP1

e EXP2) dos valores de PAS, ao longo dos 5 momentos de avaliação: CONT (r2=0,83); EXP1 (r2=0,95); EXP2 (r2=0,98)....………... 143

Figura 15. Linhas de tendência polinomial de 3º grau (para o CONT) e de 2º grau (para o EXP1

e EXP2) dos valores de PAD, ao longo dos 5 momentos de avaliação: CONT (r2=0,94); EXP1 (r2=0,91); EXP2 (r2=0,97). ………..…… 144

Figura 16. Desenho do estudo……….. 166 Figura 17. Linhas de tendência polinomial de 3º grau dos valores de TGC, ao longo dos 5

momentos de avaliação: CONT (r2=0,98); EXP1 (r2=0,71); EXP2 (r2=0,94)………...… 171

Figura 18. Linhas de tendência polinomial de 3º grau dos valores de CLT, ao longo dos 5

momentos de avaliação: CONT (r2=0,75); EXP1 (r2=0,70); EXP2 (r2=0,89)………... 172

Figura 19. Linhas de tendência polinomial de 4º grau (para o CONT) de 3º grau (para o EXP1)

e de 2º grau (para o EXP2) dos valores de LDL, ao longo dos 5 momentos de avaliação: CONT (r2=1,00); EXP1 (r2=0,87); EXP2 (r2=0,95)……… 173

Figura 20. Linhas de tendência polinomial de 3º grau dos valores de HDL, ao longo dos 5

momentos de avaliação: CONT (r2=0,99); EXP1 (r2=0,99); EXP2 (r2=0,99)………... 174

Figura 21. Diagrama de fluxo do protocolo de avaliação……….. 197 Figura 22. Principais resultados do efeito dos diferentes modos de exercício………… ….… 218

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AFunc……….……… Aptidão funcional

cm………..…….……… Centímetros

CLT………..………. Colesterol total CLTE……….………. Colesterol total elevado CC……….………. Composição corporal VO2max……….…… Consumo máximo de oxigénio DCV……….……….. Doenças cardiovasculares AERO……….... Exercício aeróbio ou com predominância aeróbia LOCAL………..………. Exercício resistido localizado FCmax………..……… Frequência cardíaca máxima FFFT………..……… Fullerton’s Functional Fitness Test CONT………..……… Grupo de controlo EXP1……….………. Grupo experimental um EXP2……….………... Grupo experimental dois IMC………..………. Índice de massa corporal IMCE……….………. Índice de massa corporal elevado Kg………..………. Kilogramas kg/m2……….……… Kilogramas por metro quadrado

HDL………..…. Lipoproteínas de alta densidade HDLB………..…... Lipoproteínas de alta densidade baixos LDL………..………... Lipoproteínas de baixa densidade LDLE………... Lipoproteínas de baixa densidade elevados MG………..………. Massa gorda MM……….……….... Massa magra mg/dl………..…………. Miligramas por decilitro

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NFR………... Número de factores de risco agregados OBS………..……….. Obesidade %MG………..……….. Percentagem de massa gorda %MGE……….…….. Percentagem de massa gorda elevada PL………..………... Perfil lipídico PLR………..……….. Perfil lipídico de risco PC……….…….. Pontos de corte PEF………..………... Prática de exercício físico PA………..……….………. Pressão arterial PAR………..………. Pressão arterial de risco PAD………..……….. Pressão arterial diastólica PADE………..……….. Pressão arterial diastólica elevada PAS………..………. Pressão arterial sistólica PASE………..……. Pressão arterial sistólica elevada χ2………..….………. Qui-Quadrado

reps………..……….. Repetições TGC………..……….. Triglicerídeos TGCE………..……….... Triglicerídeos elevados 1RM……….……... Uma repetição máxima

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O envelhecimento das populações é um dos fenómenos demográficos que caracteriza as sociedades desenvolvidas, ou em vias de desenvolvimento. Segundo o Instituto Nacional de Estatística [1], entre 1960 e 2001, o envelhecimento demográfico em Portugal traduziu-se por um decréscimo de cerca de 36% na população jovem e um incremento de 140% da população idosa. O fenómeno do envelhecimento demográfico, definido como o aumento relativo de idosos na população total, ocorreu em todas as regiões do país, sendo que, apenas no Norte e nas duas Regiões Autónomas se manteve uma proporção de jovens (0-14 anos) superior à de idosos (acima de 65 anos). Durante o período intercensitário, a proporção de jovens diminuiu passando de 20,0%, em 1991, para 16,0%, em 2001. Ao contrário, a proporção de idosos aumentou de 13,6% para 16,4% na última década. Em 2006, o Instituto Nacional de Estatística [2] reportou um aumento da fracção de população idosa sendo à data desse relatório de 17,3%.

O aumento da esperança média de vida à escala global é uma das maiores conquistas da humanidade e representa, do ponto de vista histórico, um traço do desenvolvimento e da cultura humana. Este fenómeno, associado ao aumento do número e da proporção de idosos nas populações, constitui-se como um dos mais importantes desafios de natureza social do século XXI, e tem suscitado o interesse da comunidade científica sobre o envelhecimento e as repercussões na saúde, no bem-estar e na qualidade de vida dos idosos.

O envelhecimento está associado a alterações estruturais e funcionais, independentes de factores ligados ao estilo de vida, às doenças e incapacidades [3]. Estas alterações são devidas ao envelhecimento primário, isto é, ao envelhecimento normal ou saudável, afectando a generalidade dos sistemas orgânicos, tecidos e células [3-9]. O envelhecimento primário é acompanhado pelo declínio da função e do desempenho motor de que são exemplos a diminuição da aptidão cardiorespiratória, da força e potência musculares, da flexibilidade e do equilíbrio [10-14].

(22)

As alterações fisiológicas, das funções e do desempenho motor, com o aumento da idade, parecem ser cruciais, na medida em que representam a erosão da capacidade de reserva dos sistemas orgânicos [3]. Para além disso, a capacidade de tolerância e de resposta a várias formas de stress fica diminuída ou atenuada em indivíduos de idade avançada, comparativamente a jovens adultos [3, 9, 15]. Tem sido sugerido que os idosos têm maior susceptibilidade a diversos tipos de agressão e à lesão, necessitam de mais tempo para os processos de regeneração e reparação, o que se traduz num aumento do custo energético da vida, em menores recursos para a realização das actividades da vida diária (de carácter ocupacional e de lazer) e num maior tempo de recuperação em condições agudas [15]. Assim sendo, é de extrema importância a manutenção ou atenuação do declínio da capacidade de reserva, uma vez que esta determina a capacidade dos indivíduos permanecerem activos e serem capazes de melhor se adaptarem e tolerarem o stress.

Apesar das alterações decorrentes do envelhecimento primário serem inevitáveis, factores ambientais ou do estilo de vida, tais como a inactividade física, a exposição tabágica e comportamentos alimentares inapropriados ou de risco, podem influenciar negativamente e agravar o declínio da capacidade de reserva orgânica. Este facto conduz à deterioração da aptidão física e da saúde, com o consequente aumento do risco de mortalidade e maior prevalência e incidência de doenças crónicas (doença das artérias coronárias, hipertensão, obesidade, diabetes, síndrome metabólico, cancro, osteoporose e osteoartrite) [4, 8, 12, 16-21].

Os dados de relatórios e os resultados de pesquisas epidemiológicas, que estão disponíveis, sublinham que os idosos têm pouco envolvimento em actividades físicas ou que, uma elevada proporção deles, não atinge a carga mínima (frequência, intensidade, duração) associada à protecção contra as doenças crónicas major e incapacidades [16, 18, 22-27]. Num relatório sobre a população portuguesa, 93% dos idosos inquiridos reportaram nunca realizar qualquer tipo de exercício físico [23]. Apesar dos resultados de relatórios e pesquisas efectuados em idosos de outros países, desenvolvidos ou em vias

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de desenvolvimento, não atingirem a mesma magnitude dos reportados anteriormente em Portugal, o retrato está longe de ser o melhor. Num estudo efectuado por Katzmarzyk et al. [25], o risco atribuível à inactividade física para diversas doenças crónicas (doença das artérias coronárias, acidentes cerebrovasculares, hipertensão, cancros do cólon e da mama, diabetes tipo 2 e osteoporose) variou de 11% a 36%.

O exercício físico praticado de forma regular promove benefícios evidentes para a saúde, por contrariar os efeitos deletérios associados ao envelhecimento [10, 13, 28-30]. De facto, a relação entre a aptidão funcional (AFunc)

e a actividade física ou o exercício é recíproca; a AFunc permite aos idosos

envolverem-se em actividades com exigência física, e a actividade física ou o exercício ajudam a preservar e/ou aumentar a AFunc. A AFunc, é genericamente

definida como a capacidade de realizar as actividades quotidianas com autonomia e sem dificuldade, e representa um importante indicador de saúde e qualidade de vida em indivíduos idosos [31-33]. Diversos estudos mostram que indivíduos, que se mantiveram activos ao longo de bastantes anos da sua vida, apresentam, em idades avançadas, algumas das principais funções fisiológicas (respiratória, cardiovascular, neuromuscular e cognitiva) melhor preservadas e uma AFunc mais elevada (aptidão aeróbia, força e potência muscular,

flexibilidade e equilíbrio), sendo capazes de realizar mais e melhores tarefas diárias que os seus pares, que permaneceram sedentários [8, 10, 13, 24, 28-30, 34, 35].

Para além disso, existem evidências de maior longevidade para os indivíduos fisicamente activos, comparativamente aos indivíduos sedentários [6].

Por outro lado, os estudos em indivíduos idosos, sedentários e/ou com manifestação clínica de doenças crónicas e incapacidades, evidenciaram que a capacidade e a tolerância ao exercício aumenta significativamente em resultado da prática de exercício de forma regular [6, 27, 29, 30], e que essa modificação se associa com a plasticidade e as respostas adaptativas dos sistemas cardiovascular, muscular esquelético, nervoso (central e periférico) e, ainda, do tecido ósseo [6, 9, 14, 27, 30]. Adicionalmente, os benefícios resultantes da realização de exercício, de intensidade moderada a vigorosa parecem

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conduzir a um prognóstico mais favorável em indicadores de saúde, pelo facto de se observar uma atenuação e/ou abrandamento da progressão das doenças ou incapacidades. Deve ser igualmente enfatizado que a percepção subjectiva de saúde e de bem-estar aumenta consideravelmente nos idosos, quando estes se tornam mais activos [27].

As medidas tomadas, para melhorar a qualidade de vida e preservar a saúde de indivíduos idosos, são cada vez mais importantes, mais ainda, quando se verifica que o número de idosos nas populações continua a aumentar. Conforme anteriormente reportado, o envelhecimento é acompanhado de alterações estruturais e funcionais, que aumentam o risco de mortalidade e morbilidade. Essas alterações determinam o nível de AFunc[36-38]. Porém, de um

ponto de vista operativo a AFunc é representada por itens ou componentes,

como são a aptidão cardiorespiratória, a aptidão muscular (força e flexibilidade) e a composição corporal [39]. A AFunc e a actividade física estão directamente

relacionados, isto é, baixos níveis de actividade física resultam na diminuição significativa da AFunc [40, 41]. A AFunc declina com a idade, a partir da adultícia

jovem, mas a taxa de declínio é maior a partir dos 75 anos, identificando-se nesta idade perdas de aproximadamente 50% [11, 42]. Para serem funcionalmente independentes e continuarem a desempenhar as tarefas da vida diária, os idosos têm de manter a força muscular, aptidão cardiovascular e a capacidade respiratória [42-45].

A maioria dos estudos acerca do efeito crónico do exercício na AFunc em idosos

utilizou programas de exercício direccionados especificamente para o desenvolvimento da aptidão cardiorespiratória, através do modo de exercício aeróbio ou predominantemente aeróbio* (AERO), de forma isolada [46, 47], ou

* Exercício envolvendo simultaneamente grande quantidade de grupos musculares e sistemas (e.g. sistema nervoso central, neuromuscular e/ou cardiorespiratório) por tempo prolongado [39].

(25)

ainda para a aptidão muscular, através do exercício resistido localizado†

(LOCAL) [48, 49]. Menos frequentes são os estudos em que os programas de exercício combinaram nas sessões realizadas os dois modos de exercício anteriormente referidos [50, 51]. Contudo, as recomendações mais actuais, para a prescrição do exercício em idosos, apontam no sentido dos programas incluírem tarefas que viabilizem o recurso a diferentes modos e que permitam o desenvolvimento concorrente das principais componentes da AFunc. Em

consequência, os programas de exercício para idosos devem integrar AERO, LOCAL, exercícios de flexibilidade, exercícios de equilíbrio e de agilidade [52-54]. Os programas baseados em AERO têm um efeito maior na componente da aptidão cardiorespiratória aeróbia, e menor contribuição para o aumento da AFunc, nas componentes força e resistência muscular, flexibilidade e

agilidade [38, 53]. Por contraste, os resultados de estudos, combinando os modos de exercício aeróbio com o exercício resistido, demonstraram terem um efeito maior em todas as componentes da AFunc[32, 38, 48, 49, 55-59].

A maioria dos estudos quasi-experimentais, realizados nestes domínios do desenvolvimento das várias componentes da AFunc em idosos, caracterizam-se

pela relativa curta duração dos programas de intervenção (8 a 16 semanas), ou seja, sem um seguimento ao longo do tempo, que permitisse avaliar repetidamente as variações da AFunc. Este aspecto parece importante, na

medida em que viabiliza o estudo da relação dose-resposta, neste constructo [48, 49, 58, 60-64].

Em face do anteriormente exposto, no âmbito do efeito do exercício físico na AFunc em idosos, resultaram as seguintes questões de pesquisa:

1. Programas de exercício com diferentes predominâncias de modos têm distintas repercussões nas componentes da AFunc?

Exercício realizado de forma dinâmica, com o uso de diversos modos de sobrecarga (e.g. aparelhos de resistência variável, bandas elásticas, entre outros) para desenvolver a força,

(26)

2. Qual a variação longitudinal nas diferentes componentes da AFunc, em

resposta a programas de exercício regular?

Para dar resposta às perguntas anteriormente formuladas, desenvolveu-se um estudo, cujos objectivos foram:

1. Avaliar longitudinalmente o efeito de programas de exercício físico regular, com duração prolongada (32 semanas) na AFunc de indivíduos idosos.

2. Avaliar longitudinalmente o efeito crónico de 2 programas tri-semanais de exercício físico na AFunc. Um programa de exercício predominantemente

aeróbio (AERO) e outro de exercício combinado (AERO+LOCAL).

Entre as doenças mais prevalentes nos idosos, destacam-se as cardiovasculares (DCV), que representam a maior causa de morte e de incapacidade entre os idosos dos países industrializados [36, 37, 65]. Nos idosos, níveis baixos de AFunc estão associados a um elevado risco de manifestação

clínica de eventos cardiovasculares (fatais e não fatais) e de mortalidade por todas as causas [24, 66-70].

A hipertensão, a obesidade e a dislipidemia são factores de risco de DCV, tendo elevada prevalência nos idosos e com tendência para se agregarem [71,

72]. De acordo com os resultados do Framingham Heart Study, os indivíduos

normotensos no intervalo etário de 55 a 65 anos possuem um risco de 90% de desenvolverem hipertensão durante o resto da sua vida [72], 35% dos homens e

60% das mulheres com mais de 65 anos têm um perfil lipídico (PL) desfavorável [73] e adultos obesos, com o índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 kg/m2, têm menos 6-7 anos de esperança média de vida, quando comparados com indivíduos com IMC normal [74].

O exercício é um instrumento eficaz, não farmacológico, para a prevenção e terapia da saúde cardiovascular dos idosos. Vários estudos têm demonstrado que o exercício é eficaz no combate à obesidade, à dislipidemia e à hipertensão [19, 75, 76]. Existem evidências que o aumento da AFunc, em sujeitos

(27)

idosos, em consequência da prática regular do exercício físico, se traduz também, na diminuição e/ou atenuação dos factores de risco e das patologias associadas ou subjacentes às DCV [77, 78].

Neste contexto, diversos estudos, centrados na modificação da AFunc e de

factores de risco das DCV, utilizaram, de forma exclusiva, ou o modo de AERO ou o modo de LOCAL [52, 67, 71, 79]. Os resultados destes estudos permitiram concluir que os programas, que utilizam apenas um dos modos de exercício, apresentam repercussões de magnitude diversa em cada uma das componentes da AFunc e também nos diferentes factores de risco das DCV. Os

estudos, que utilizaram programas de exercício multi-modais, concluíram que a combinação e o efeito concorrente dos diferentes modos de exercício permitia obter resultados superiores na AFunc e também em vários dos factores de risco

das DCV. Recentemente, tendo em conta as vantagens dos diferentes modos de exercício, as principais organizações de saúde recomendam a combinação dos dois modos de exercício (AERO+LOCAL) [40, 41, 75].

Contudo, e no que toca aos factores de risco das DCV, nem sempre os resultados das pesquisas efectuadas apontaram no sentido da sua alteração significativa, em consequência dos programas de exercício realizados. Os problemas relacionados com a carga utilizada (frequência, intensidade e duração das sessões) são, muitas vezes, apontados como a causa para a ineficácia dos programas. Um dos aspectos relacionados com a carga de exercício, raramente mencionado como possível causa da ineficácia na modificação dos factores de risco ou da sua agregação, é a duração dos programas de exercício. Habitualmente, mas também compreensivelmente, a duração dos programas de exercício em estudos quasi-experimentais é relativamente curta (menos de 16 semanas). Tratando-se de populações de idade avançada e, por isso, com alguma diminuição da redundância biológica para responder a certos estímulos, é de admitir que o factor duração do programa possa influenciar os resultados.

(28)

Em face do anteriormente exposto, e no âmbito do efeito do exercício físico nos factores de risco das DCV em idosos, resultaram as seguintes questões de pesquisa:

1. A prática regular de exercício têm influência na modificação dos factores de risco das DCV de indivíduos idosos?

2. Programas com diferentes predominâncias de modos de exercício têm repercussões de magnitude distintas na modificação dos factores de risco das DCV de indivíduos idosos?

3. Qual a variação longitudinal nos diferentes factores de rico das DCV em resposta a programas de exercício?

4. Existirá agregação dos factores de risco das DCV e pode esta ser modificada através do exercício físico?

5. Existirão diferenças na alteração da agregação em função do modo de exercício realizado?

Para dar resposta às perguntas anteriormente formuladas, definiram-se os seguintes objectivos:

1. Avaliar longitudinalmente o efeito de programas de exercício físico, com a duração de 32 semanas, na modificação de alguns dos factores de risco das DCV (composição corporal, pressão arterial e perfil lipídico).

2. Avaliar o efeito crónico de 2 programas tri-semanais de exercício físico nos factores de risco das DCV (AERO vs. [AERO+LOCAL]).

3. Identificar a presença de agregação dos factores de risco das DCV

4. Avaliar o efeito crónico de 2 programas tri-semanais de exercício físico, com diferentes modos de exercício, na modificação da agregação dos factores de risco das DCV.

(29)

Estrutura da dissertação

A estrutura da dissertação está repartida por diferentes capítulos, de forma a responder adequadamente às perguntas formuladas e à extensão dos objectivos definidos:

No Capítulo 1, é feito o enquadramento contextual da dissertação, justificando a pertinência dos propósitos, que conduziram à sua realização. Apresenta os principais objectivos.

No Capítulo 2, encontra-se a revisão da literatura que suporta os conceitos apresentados e discutidos nos capítulos seguintes.

No Capítulo 3, encontram-se os estudos que procuram responder a cada um dos objectivos enunciados. Este capítulo é constituído por 5 estudos independentes (ver Quadro 1).

Quadro 1. Estudos realizados na parte experimental e respectivos objectivos.

Capítulo 3 Parte Experimental

Estudo 1

Efeito do exercício físico na aptidão funcional

Avaliar o efeito crónico de 2 programas tri-semanais de exercício físico, um de AERO e outro de exercício físico combinado (AERO e LOCAL), na aptidão funcional.

Estudo 2

Efeito do exercício no IMC e na composição corporal

Avaliar os efeitos de 2 programas tri-semanais de exercício físico, um de AERO e outro de AERO+LOCAL, no IMC e na composição corporal.

Estudo 3

Efeito do exercício na pressão arterial

Avaliar os efeitos de 2 programas tri-semanais de exercício físico, um de AERO e outro de AERO+LOCAL na pressão arterial.

Estudo 4

Efeito do exercício no perfil lipídico

Avaliar os efeitos de 2 programas tri-semanais de exercício físico, um de AERO e outro de AERO+LOCAL no perfil lipídico.

Estudo 5

Impacto do exercício na modificação da agregação dos factores de risco das doenças cardiovasculares

Verificar a presença de agregação de factores de risco das DCV numa amostra de idosos e analisar a resposta a longo prazo da agregação dos factores de risco a 2 programas tri-semanais de exercício físico, um de AERO e outro AERO+LOCAL.

O Capítulo 4 apresenta as principais conclusões, sintetizando a essência dos resultados dos estudos parciais apresentados no capítulo 3 e, desta forma,

(30)

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(37)

2.1. Envelhecimento e aptidão funcional 2.1.1. Aptidão muscular

O envelhecimento está associado ao declínio da aptidão funcional (AFunc) e,

apesar da elevada variação observada em indivíduos idosos, traduz-se, entre outros aspectos, por alterações da função e do desempenho neuromuscular [1,

2]. Essas alterações são caracterizadas por perdas da massa muscular,

habitualmente designada por sarcopenia e, em consequência, pela diminuição da força muscular. De facto, estudos de natureza transversal [3, 4], em indivíduos de ambos os sexos, demonstraram reduções da massa muscular de 30% a 50% entre os 40 e os 80 anos de idade. Porém, resultados de estudos longitudinais reportaram diminuições ainda mais elevadas com a idade (1% a 3%/ano).

Para a maioria das pessoas idosas, as perdas de massa muscular são acompanhadas por reduções semelhantes da força e potência musculares, assim como de um incremento da fragilidade* e da fatigabilidade [4, 5]. Estas alterações, parecem ocorrer de forma similar nos dois sexos e nos grupos musculares dos segmentos distais e proximais dos membros [1, 6]. Nos homens, pelo facto de, habitualmente, terem valores de força superiores às mulheres, as alterações de força, com a idade, são maiores. Curiosamente, parece que a força resultante de acções musculares excêntricas está mais preservada nos idosos [1].

As alterações da massa e da força muscular relacionadas com a idade têm consequências negativas na AFunc dos idosos e podem constituir-se como

factores desencadeantes de estados de fragilidade, que resultam em diminuição da mobilidade, da capacidade para efectuar tarefas do dia-a-dia, menor tolerância ao esforço, diminuição do dispêndio energético diário e da

* A fragilidade é definida por cinco indicadores principais: fraqueza muscular (diminuição da força), perda de peso, níveis baixos de actividade física, exaustão e baixa velocidade de

(38)

actividade física e, em última instância, na passagem de uma condição de vida autónoma e independente para uma condição de vida na dependência de terceiros [2, 4]. Está claramente demonstrado que a diminuição da força muscular nos idosos é um preditor independente de morbilidade, incapacidade e mortalidade [3, 7, 8].

No Quadro 2, apresentam-se as principais alterações musculares associadas ao envelhecimento.

Quadro 2. As alterações funcionais e estruturais musculares com o envelhecimento.

Alteração Estudo ↓ força e potência Frontera et al. (1991) [9]; Foldvari et al. (2000) [10] ↓ da tensão específica Korhonen et al. (2006) [11]

↓ da massa muscular Lexell, 1993 [12]

Atrofia das fibras musculares Aniansson et al. [13]; Grimby e Saltin 1983 [14] ↓ do número de fibras musculares Lexell, 1983 [15]

↓ do número de unidades motoras Brown et al.(1988) [16] ↓ de enervação Grimby e Saltin 1983 [14] ↑ de tecido conjuntivo Adams et al.(1999) [17] ↑ de tecido adiposo Borkan et al. (1983) [18] ↓ da capacidade respiratória das fibras Coggan et al. (1993) [19] ↑ aumento ↓ diminuição

Os níveis de actividade física declinam com a idade, e o desuso contribui para a perda da massa e da função muscular [2, 20]. O envelhecimento caracteriza-se pela diminuição da velocidade de contracção e da tensão específica das fibras musculares (também designada por qualidade muscular [21]). Os indivíduos idosos muito activos, envolvidos em programas de exercício intensos, em modalidades como a natação ou corrida de longa duração, registam perdas de massa muscular, tal como acontece aos seus pares sedentários [22]. Contudo,

desportistas idosos, muito treinados em modalidades requerendo o uso de resistências externas elevadas, mantêm valores de massa e força muscular comparáveis a controlos sedentários jovens [22]. Não obstante, a velocidade de contracção e a tensão específica das fibras tipo I e II de velocistas idosos não é revertida pelo facto de serem treinados [11, 23]. Assim, os factos anteriormente

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relatados sugerem que outros factores, que não apenas o desuso, contribuem também para as perdas de massa e da função muscular.

O envelhecimento está associado à perda progressiva de motoneurónios, e consequentemente, à desnervação das fibras musculares. Apesar da re-enervação ser possível por outros motoneurónios, este processo parece ser uma compensação insuficiente para evitar a atrofia e progressiva perda de fibras musculares. Os motoneurónios rápidos são preferencialmente afectados e, com o aumento da idade cronológica, ocorre uma atrofia selectiva das fibras tipo II [12, 24]. Por outro lado, as fibras tipo II desnervadas podem ser re-enervadas por motoneurónios lentos, resultando disso uma alteração dos traços fenotípicos dessas fibras [20]. Em consequência da perda de massa muscular, da alteração da proporção dos fenótipos das fibras, em especial pela atrofia e redução do número de fibras tipo II, e ainda, da redução de unidades motoras, a força e potência muscular são afectadas negativamente. Contudo, a redução da velocidade de contracção das fibras musculares ocorre em todos os fenótipos, independentemente de qualquer alteração na composição das isoformas das cadeias leves ou pesadas da miosina. Este facto parece sugerir alterações com a idade nos filamentos de miosina e/ou actina [12, 24].

Os estudos efectuados em animais evidenciaram que um aumento da oxidação de miosina contribui para a redução da fracção de pontes cruzadas formadas, o que explicará que, com o aumento da idade, ocorra uma redução da tensão específica em fibras isoladas de ratinhos [25, 26]

.

Outro factor, que poderá desempenhar um papel importante na alteração da função muscular em consequência do envelhecimento, é o aumento da glicação da miosina, em resultado da diminuição da sensibilidade à insulina e dos mecanismos de controlo da glicemia sanguínea [20, 27]. Em consequência, ocorrem importantes diminuições do deslizamento dos filamentos de actina [28,

29].

Quando se considera a alteração da função muscular devido às modificações pós-translacionais da miosina, este último aspecto tem sido apontado como

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sendo o reflexo de stress oxidativo, que parece estar aumentado com o incremento da idade [20]. A diminuição da eficiência respiratória mitocondrial e o incremento da formação de espécies reactivas de oxigénio são consequências do stress oxidativo. As espécies reactivas de oxigénio estão associadas à agressão/lesão de proteínas, lípidos, ácidos nucleicos e hidratos de carbono, apesar de estimularem diversos sistemas de defesa enzimáticos e não-enzimáticos [30]. Durante o envelhecimento, a produção de espécies reactivas de oxigénio aumenta em consequência do declínio da função das mitocôndrias. Lesões múltiplas parecem explicar a diminuição da taxa respiratória mitocondrial e da actividade dos diferentes complexos da cadeia respiratória, visto que o músculo esquelético humano é particularmente sensível e vulnerável ao stress oxidativo [30].

Em condições de inflamação local ou sistémica persistente, os sistemas de defesa são incapazes de contrariar a taxa de produção de espécies reactivas de oxigénio e de citocinas pró-inflamatórias, tais como factores de necrose tumoral (TNF-α), interleucina 6 (IL-6) e a interleucina 1-β (IL-1β) [2, 20]. As

citocinas TNF-α, IL-6 e IL-1β têm um efeito catabólico, induzindo a degradação de proteínas e a supressão da síntese proteica, estando, portanto, associadas à perda de massa muscular e diminuição da força. O TNF-α induz também a apoptose das células musculares. Para além do anteriormente exposto, tem sido sugerido que o efeito deletério das espécies reactivas de oxigénio no músculo esquelético dos idosos pode estar aumentado como resultado da incapacidade para expressar proteínas de choque térmico, protectoras de lesão induzida pelas espécies reactivas de oxigénio [20].

O TNF-α, via activação do Factor Nuclear Kappa B (NF-κB) suprime factores reguladores da miogénese, que são factores de transcrição muscular que controlam a diferenciação celular e a expressão de genes importantes para o desenvolvimento das fibras musculares e para o crescimento mediado por células satélite e, ainda, para a reparação e regeneração muscular, após agressão e lesão [20].

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Se a sua capacidade proliferativa parece manter-se, apesar do envelhecimento, já o seu número e capacidade para se diferenciarem parece diminuir, o que indica que as perdas de massa muscular poderão estar associados a estes últimos factos [2, 20]. Por outro lado, o aumento da expressão de proteínas inibidoras de diferenciação, apesar de estimularem a proliferação de células satélite, pode, contudo, inibir a sua diferenciação, ao influenciar negativamente a actividade dos factores regulatórios da miogénese [31]. Assim sendo, a elevada expressão de proteínas inibidoras de diferenciação e a diminuição da função dos factores reguladores da miogénese podem ser a causa subjacente da mais reduzida capacidade de diferenciação das células satélite musculares, da diminuição da síntese de proteínas e do incremento da apoptose celular no músculo envelhecido [31].

A diminuição da capacidade de regeneração e reparação muscular dos idosos, parece estar associada a alterações hormonais, que, por sua vez, estarão igualmente associadas às perdas da massa muscular, diminuição da força muscular e da aptidão funcional [2]. De facto, em idosos, e comparativamente a adultos jovens, têm sido descritas reduções dos níveis circulantes de hormonas anabólicas, tais como a testosterona e o Factor de Crescimento Insulínico Tipo 1 (IGF-1). Nas mulheres, o declínio da segregação de estrogénios, associado à menopausa, está suficientemente documentado, e é apontado como causa da diminuição de efeito anabólico no músculo esquelético. Os estudos epidemiológicos disponíveis mostram associações entre a diminuição dos níveis de testosterona e o declínio da massa muscular, da força e aptidão funcional [32, 33]. Os estrogénios e a testosterona podem ter um importante papel na sarcopenia, na medida em que a diminuição dos níveis destas hormonas pode estar associado ao aumento da produção de citocinas (IL-6 e IL-1) e, assim, terem indirectamente um efeito catabólico no músculo envelhecido [1, 34]. Por outro lado, foi demonstrado que, in vitro, o IGF-1 desempenha um importante papel na estimulação e da proliferação e diferenciação de células satélite e está associado ao aumento da expressão de proteínas musculares específicas. Assim sendo, o aumento da expressão de IGF-1 pode contribuir

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para restaurar a capacidade proliferativa de células satélite, atenuando a atrofia relacionada com o envelhecimento [1]. Finalmente, é reconhecido que o envelhecimento está associado à diminuição da ingestão de alimentos. Este facto é considerado um importante factor para o desenvolvimento e progressão da sarcopenia, com concomitante diminuição da função muscular [1].

Com o envelhecimento, verifica-se um aumento da gordura e do tecido conjuntivo intramuscular. Estas alterações reduzem o volume de tecido contráctil disponível para as funções de locomoção e metabólicas, aumentando, por outro lado, o tecido conjuntivo responsável pela diminuição da velocidade de contracção [9, 35].

Os idosos que praticam exercício resistido localizado (LOCAL) têm mais massa e força muscular, comparativamente aos idosos sedentários [36, 37]. Alguns estudos com idosos reportam ganhos de força superiores a 100%, após algumas semanas (12 semanas) de treino com LOCAL [38, 39]. O LOCAL aumenta também a área de secção transversa do músculo em indivíduos idosos [38, 39].

O envelhecimento acentua as perdas de distensibilidade dos tendões e de amplitude do arco de movimento das diversas articulações. Por outro lado, a diminuição da flexibilidade, associada ao envelhecimento, limita significativamente a capacidade de um indivíduo no desempenho de tarefas da vida diária [40-42]. Com o envelhecimento, verifica-se uma redução da

elasticidade do tecido conjuntivo, por degeneração nas componentes elastina e colagénio, que se traduzem num aumento da rigidez deste tecido, e numa diminuição da viscosidade do líquido sinovial [6, 43, 44]. Por sua vez, estas alterações resultam numa perda de mobilidade e estabilidade das articulações [45].

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2.1.2. Aptidão cardiorespiratória

O fornecimento de oxigénio para a contracção muscular representa o mais importante factor limitativo à realização de exercício aeróbio ou predominantemente aeróbio (AERO), com duração superior a 1 ou 2 minutos [46, 47]. O consumo máximo de oxigénio (VO2max) representa a principal

medida da capacidade aeróbia e aptidão cardiovascular [47, 48].

O trabalho muscular intenso induz o aumento das concentrações intramusculares de iões de hidrogénio livre e a consequente diminuição do pH [49]. Elevadas concentrações de fosfato inorgânico e reduzidas concentrações de potássio dentro das células musculares, provocam a diminuição da excitabilidade da membrana, a diminuição do número de pontes cruzadas formadas, e o aumento da fatigabilidade e fragilidade muscular [44, 50]. Por outro lado, o trabalho muscular também está também dependente dos substratos energéticos disponíveis, em particular do glicogénio muscular, que representa uma fonte primária. Apesar da massa gorda (MG) armazenada ser substancialmente utilizada para produzir energia, a deplecção de glicogénio induz a fadiga, quando o trabalho muscular se realiza de forma intensa. O suprimento de oxigénio para a oxidação de gorduras, de glicogénio e de metabolitos no músculo está dependente das funções cardiovascular e respiratória.

A aptidão cardiorespiratória de que o VO2max é o principal indicador, está

positivamente associada à independência funcional, à qualidade de vida e à diminuição do risco de mortalidade (por todas as causas). Para além disso, diversos estudos demonstraram que a aptidão cardiorespiratória é um factor de risco cardiovascular independente, pelo que o seu declínio com a idade pode contribuir para a morte prematura em adultos de meia idade ou idosos [51-55]. Nos Estados Unidos da América, tal como em Portugal, as doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de mortalidade em todos os segmentos da população, mas com maior expressão nos idosos. Estima-se

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Figura 2. Pirâmide dos blocos, e da progressão da duração do período da  componente cardiorespiratória, do programa de AERO
Figura 3. Pirâmide da progressão da carga das sessões de LOCAL.
Figura 4. Linhas de tendência polinomial de 3º grau para os diferentes grupos no desempenho do back scratch, ao  longo dos 5 momentos de avaliação: CONT (r 2 =0,91); EXP1 (r 2 =0,94); EXP2 (r 2 =0,98)
Figura 6. Linhas de tendência polinomial de 3º grau para os diferentes grupos no desempenho do 30-second chair,  stand ao longo dos 5 momentos de avaliação: CONT (r 2 =0,94); EXP1 (r 2 =0,99); EXP2 (r 2 =0,99)
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Referências

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