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Angioplastia Primária na Mulher: Realidade Nacional

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Revista

Portuguesa

de

Cardiologia

Portuguese

Journal

of

Cardiology

www.revportcardiol.org

ARTIGO

ORIGINAL

Angioplastia

primária

na

mulher:

realidade

nacional

Rita

Calé

a,∗

,

Lídia

de

Sousa

b

,

Hélder

Pereira

a

,

Marco

Costa

c

,

Manuel

de

Sousa

Almeida

d

,

em

nome

dos

Investigadores

do

Registo

Nacional

de

Cardiologia

de

Intervenc

¸ão

1

aUnidadedeCardiologiadeIntervenc¸ão,HospitalGarciadeOrta,Almada,Portugal

bUnidadedeCardiologiadeIntervenc¸ão,CentrohospitalardeLisboaCentral,Lisboa,Portugal cUnidadedeCardiologiadeIntervenc¸ão,CentrohospitalardeCoimbra,Coimbra,Portugal dUnidadedeCardiologiadeIntervenc¸ão,HospitaldeSantaCruz,C.H.L.O.,Carnaxide,Portugal

Recebidoa3deoutubrode2013;aceitea26deoutubrode2013 DisponívelnaInterneta2dejulhode2014

PALAVRAS-CHAVE Angioplastiaprimária; Enfarteagudodo miocárdiocom supradesnivelamento deST; Sexofeminino Resumo

Objetivos: Amortalidadenamulherapósangioplastiaprimária(ICP-P)ésuperioràdohomem. Contudo, permanece contraditórioo papel do sexo poder ser fator de risco independente para mortalidade nocontexto de enfarteagudo domiocárdio com supradesnivelamentode ST(EAMST).CombasenoRegistoNacionaldeCardiologiadeIntervenc¸ão(RNCI),pretendemos avaliarcomoéqueogénerofemininoinfluenciaoprognósticoacurtoprazonosdoentescom EAMSTsubmetidosaICP-Panívelnacional.

Métodos: De60158 doentesincluídosprospetivamentenoRNCIde2002-2012,incluímosna análise7544doentescomEAMSTtratadosporICP-P,dosquais25%forammulheres.Utilizámos modelosderegressãologísticaeajustamentoporpropensityscoreparaavaliaroimpactodo sexonamortalidadehospitalar.

Resultados: Asmulheresforammaisidosas(68±14versus61±13,p<0,001),maisdiabéticas (30versus21%,p<0,001)ehipertensas(69versus55%,p<0,001).Oshomensforam revascula-rizadosmaiscedo(71versus63%nasprimeiras6horas,p<0,001).Choquecardiogénicofoimais frequentenasmulheres(7,1versus5,7%,p=0,032).Estasapresentaramumpiorprognósticoa curtoprazo,com1,7xmaiorriscodemorteintra-hospitalar(4,3versus2,5%;IC95%1,30-2,27; p<0,001).Utilizandoummodeloderegressãoajustadoatravésdeumpropensityscore,osexo deixadeserpreditordemortalidadehospitalar(OR1,00;IC95%0,68-1,48;p=1,00).

Conclusões: NoRNCIas mulherescom EAMSTtratadas comICP-Papresentaram maior risco cardiovascular, um acesso menos atempado aICP-P e um pior prognóstico. Contudo, após ajustamentodorisco,ogénerofemininodeixadeserpreditor independentedemortalidade hospitalar.

© 2013 Sociedade Portuguesa de Cardiologia.Publicado por Elsevier España, S.L. Todosos direitosreservados.

Autorparacorrespondência.

Correioeletrónico:ritacale@hotmail.com(R.Calé). 1 SociedadePortuguesadeCardiologia.

0870-2551/$–seefrontmatter©2013SociedadePortuguesadeCardiologia.PublicadoporElsevierEspaña,S.L.Todososdireitosreservados. http://dx.doi.org/10.1016/j.repc.2013.10.010

(2)

KEYWORDS Primaryangioplasty; ST-elevation myocardial infarction; Female

Primaryangioplastyinwomen:DatafromthePortugueseRegistryofInterventional Cardiology

Abstract

Aims:Although mortalityafter primary percutaneouscoronaryintervention (PPCI)ishigher inwomenthaninmen,there isdisagreementasto whethergender isanindependent risk factorformortalityinST-elevationmyocardialinfarction(STEMI).Ouraimwastoassesshow genderinfluencedshort-termprognosisinpatientsundergoingPPCIinthePortugueseRegistry ofInterventionalCardiology.

Methods:Of60158patients prospectivelyincludedinalargeregistryofcontemporaryPCI, from2002to2012,weincluded7544patientswithSTEMItreatedbyPPCI,ofwhom1856(25%) werefemale.Theeffectofgenderonin-hospitalmortalitywasassessedbymultivariatelogistic regressionanalysiswithpropensityscorematching.

Results:Women wereolder(68±14 vs.61±13 years,p<0.001),with ahigherprevalenceof diabetes(30%vs.21%,p<0.001)andhypertension(69%vs.55%,p<0.001).Menweremore fre-quentlyrevascularizedwithinsixhoursofsymptomonset(71%vs.63%,p<0.001).Cardiogenic shockwasmorefrequentinwomen(7.1%vs.5.7%,p=0.032).Femalegenderwasassociatedwith aworseshort-termprognosis,with1.7timeshigherriskofin-hospitaldeath(4.3%inwomenand 2.5%inmen,95%confidenceinterval(CI)1.30-2.27,p<0.001).Aftercomputedpropensityscore matchingbasedonbaselineclinicalcharacteristics,in-hospitalmortalitywassimilarbetween womenandmen(oddsratio1.00,95%CI0.68-1.48,p=1.00).

Conclusions:IntheRegistry,womenwithSTEMItreatedbyPPCIhadagreaterrisk-factor bur-den,lesstimelyaccesstotreatmentandaworseprognosis.However,afterriskadjustment, femalegenderceasestobeanindependentpredictorofin-hospitalmortality.

© 2013 Sociedade Portuguesa de Cardiologia.Published by Elsevier España, S.L. All rights reserved.

Introduc

¸ão

A principal causa de morte na mulher continua a ser a doenc¸a cardiovascular. De facto, na Europa, cerca de 23%dasmortesnosexofemininosãopordoenc¸acoronária1.

A proporc¸ão de mulheres com doenc¸a coronária diagnos-ticada temvindo a crescer nosúltimos anos, noentanto, equando comparada com oshomens,esta continua aser uma patologia subdiagnosticada e subtratada nas mulhe-res,com menor recurso a estratégias derevascularizac¸ão eàterapêuticamédicaotimizada2.Poroutrolado,continua

aexistiracrenc¸adequeamulhertempiorprognósticodo queohomemapósangioplastiaprimária(ICP-P)3,4.Amaior

mortalidade na mulher podeser explicada por esta cons-tituirumgrupodemaiorriscocardiovascular,peladoenc¸a sersubdiagnosticadaesubtratadaou,ainda,poruma dife-renteanatomiaerespostabiológicaaoenfarte,inerenteao sexo3. Registosprévios apresentam resultados

contraditó-riosem relac¸ãoaosexocomofatorderiscoindependente paramortalidadenocontextodeenfarteagudodomiocárdio comsupradesnivelamentodeST(EAMST)3---7.

Com base no Registo Nacional de Cardiologia de Intervenc¸ão(RNCI),foinossoobjetivoanalisaropanorama nacional dotratamento doEAMST porICP-P nasmulheres e avaliar deque formao género influenciao prognóstico hospitalarnestesdoentes.

Métodos

Populac¸ãoemétodos

O RNCI é um registo observacional prospetivo de doen-tes submetidos a intervenc¸ão percutânea em diferentes

unidadesdecardiologiadeintervenc¸ãodopaís.Entre4de janeiro de2002e 24 dejulhode2012 foramincluídos 60 158doentes,em22centrosnacionais.Analisamos retrospe-tivamente 7.544 doentes consecutivos submetidosa ICP-P nocontextodeEAMSTcommenosde12horasdeevoluc¸ão. Adefinic¸ãodeEAMSTfoidadaatravésdapresenc¸ade sin-tomas compatíveis com isquemia do miocárdio com uma durac¸ão superior a 30 minutos e supradesnivelamento de ST persistente (superior a 1mm em duas derivac¸ões con-tíguas) ou bloqueio completo de ramo esquerdo de novo ou desconhecido. Foram excluídos osdoentes submetidos atrombólisenocasoíndex.

Nãohouvecritériosdeexclusãorelativamenteà comple-xidadedaformadeapresentac¸ão doEAMSTouànatureza daslesões.

Todos os doentes deram o consentimento informado aquandodasuainclusãonabasededadosprospetiva.

Compararam-seoshomenseasmulheresemrelac¸ãoàs característicasdemográficas,aosfatoresderisco,àhistória clínica pregressacardiovascular,à gravidadedadoenc¸a,à localizac¸ãodoEAMeàscaracterísticasdoprocedimento.

OseguimentoclínicohospitalarfoiobtidodoRNCI.

Análiseestatística

Nesta análise, os grupos de homens e de mulheres foram caracterizados segundo variáveis contínuas e cate-góricas. As variáveis categóricas foram caracterizadas recorrendoafrequênciasabsolutasefrequênciasrelativas. Acaracterizac¸ãodatendênciacentraleadadispersãodos valores das variáveis contínuasfoi estimada recorrendo à média amostral e ao desvio padrão, ou à mediana e ao

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intervalointerquartil,conformeseverificouounãosimetria nadistribuic¸ãodosseusvalores.

Acomparac¸ãodasvariáveiscategóricasfoirealizada uti-lizando o teste qui-quadrado ou o teste exato de Fisher, conforme o maisapropriado. Enquanto a comparac¸ão das variáveis contínuasfoi realizada usando o teste t de Stu-dentouotesteMann-Whitneyquandoospressupostospara autilizac¸ãodoprimeironãoeramsatisfeitos.Anormalidade dadistribuic¸ãodos valoresdasvariáveiscontínuasfoi tes-tadausandootestedeKolmogorov-Smirnoveaigualdade dasrespetivasvariânciaspelotestedeLevene.

O impacto que cada uma das variáveis consideradas (incluindo o sexo) tem na mortalidade foi avaliado numa análiseunivariávelem queseestimouooddsratio(OR)e respetivointervalode confianc¸aa95% (IC).Numprimeiro modeloderegressãoconsiderou-seunicamenteosexocomo variávelindependente. Posteriormenteo impacto dosexo namortalidadeintra-hospitalarfoiajustadoàpresenc¸ade outras variáveis construindo vários modelos de regressão logística.Nosegundomodeloajustámosoimpactodosexoà presenc¸adeidade>65anos.Noterceiromodeloajustámos o impactodosexoà idade,aosfatoresde risco(diabetes

mellitus,hipertensãoarterial,dislipidemiaetabagismo)e à história clínica pregressa cardiovascular (história prévia de EAM, revascularizac¸ão percutânea ou cirúrgica, insu-ficiência cardíaca congestiva, acidente vascular cerebral, doenc¸a arterial periférica e insuficiência renal crónica). No quarto modelo consideraram-se todas as variáveis do segundojuntamentecomasvariáveisclínicasdegravidade à admissão (presenc¸a de choque cardiogénico e EAM de localizac¸ão anterior). O quinto modelo foi ajustado para todasasvariáveis mencionadas previamentee ainda para ascaracterísticasdoprocedimento(tipodeacesso,tipode

stentetrombectomia).

De forma a minimizar a influência de bias de selec¸ão numestudonãoaleatorizado,umasegundaanálisefoi rea-lizadausandoaregressãologísticanadeterminac¸ãodeum

score de propensão, em que se considerou o sexo como variável dependente. O score de propensão foi usado no emparelhamento de mulheres e homens numa razão 1:1. As variáveis utilizadas no cálculo do score de propensão foram:idade,fatoresderiscoeantecedentes cardiovascula-res.Apósoemparelhamentodosindivíduosdosdoissexos,o riscoestimadodeocorrênciademorteintra-hospitalarpara asmulheres,quandocomparadascomoshomens,foi ajus-tadonovamenteporintermédiodeummodeloderegressão logísticaemqueforamincluídasasmesmasvariáveis consi-deradasnoquartomodelodescritoacima.

Na construc¸ão detodos osmodelosde regressão logís-tica referidos na determinac¸ão dos preditores de morte intra-hospitalar,o sexofoiforc¸adoa entrarnomodeloao ser incluído no primeiro bloco de variáveis, enquanto os outrospreditoresforamselecionadosapartirdeumsegundo bloco de variáveis, usando o método forward stepwise.

Aboacalibrac¸ãodosmodelosderegressãologísticafoi tes-tadapelotestede Hosmere Lemeshow.Enquanto assuas capacidades discriminatórias foram avaliadasa partir das estimativasdasrespetivasáreassobacurvaROC.

Foi considerado nesta análise o nível de significância de5%.

Aanáliseestatísticafoirealizada comosoftware esta-tísticoSPSS,versão19.0.0.2.

Resultados

Característicasbasais

Foram incluídos 7544 doentes consecutivos do RNCI sub-metidosaangioplastiaprimária nocontexto deEAMST.Os doentes foramdivididos em doisgrupos deacordo com o sexo:1856 doentes (25%) mulheres e 5688 doentes (75%) homens.Ascaracterísticasdemográficasbasaiseaclínicade apresentac¸ãohospitalarencontram-sedescritasnaTabela1. As mulheresforammaisidosas(68±14 versus61±13, p<0,001)eapresentarammaiorprevalênciadediabetes(30

versus21%,p<0,001),hipertensão(69versus55%,p<0,001) e insuficiência renal crónica (4 versus 2%, p=0,002). Por outrolado,erammenosfumadoras(22versus57%,p<0,001) ecommenor frequênciaapresentaramhistória dedoenc¸a coronária prévia como EAM (11 versus 15%, p<0,001), revascularizac¸ãopercutânea (11 versus 16%, p<0,001) ou cirúrgica(1versus2%,p=0,008).

OnúmerodedoentessubmetidosaICP-Pquerecorreram diretamentea um centro com cardiologia de intervenc¸ão foisuperiornosexofeminino(91versus89%,p=0,014),no entanto,essefatornãoinfluenciouotempoporta-balãoque foisemelhanteemambosossexos(Tabela2).Apesardisso, asmulheresforamrevascularizadasmaistardiamente(4,6

versus3,9horas,p<0,001)porquerecorrerammaistardeao hospital(4,3versus3,7horas,p<0,001).Apercentagemde homensrevascularizados nasprimeirasseishoras doinício dos sintomas foi superior à das mulheres (71 versus 63%, respetivamente,p<0,001).

Aevoluc¸ão em choquecardiogénicofoi maisfrequente nas mulheres (7,1 versus 5,7%, p=0,032). Não houve diferenc¸as novaso culpável pelo EAM ou na extensão da doenc¸acoronária,com umapercentagem dedoenc¸a mul-tivasosemelhanteemambosossexos.

Característicasdoprocedimento

As características do procedimento estão descritas na

Tabela 2. O acesso vascular usado com maior frequência em ambos os grupos foi o femoral. O acesso radial foi usado com menor frequência na mulher (14 versus 17%, p=0,001).Nãohouvediferenc¸asnotipodestentusado,mas procedeu-seamaistrombectomia(23versus26%,p=0,003) eadministrac¸ãodeinibidoresdaglicoproteínaIIb/IIIa(27 ver-sus 35%, p<0,001) noshomens. A obtenc¸ão de fluxo TIMI 3nofinal doprocedimentofoi tendencialmente mais fre-quentenosexomasculino,traduzindoummelhorresultado angiográfico.

Preditoresdamortalidadehospitalar

Amortalidadehospitalarfoisuperiornasmulheres(4,3 ver-sus2,5%,p<0,001).Estimou-sequeoriscodeocorrênciade mortenosexofemininoseja1,7vezessuperioraoriscono sexomasculino(IC95%:1,30-2,27;p<0,001)(Tabela3).

Apósajusteparaaidade>65anos,verifica-sequeeste fatorcontribuiulargamenteparaexplicaroexcessoderisco das mulheres comparativamente aos homens (Tabela 4). Apartir da análise multivariável (Figura 1), ospreditores

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Tabela1 Característicasdemográficaseapresentac¸ãoclínica

Mulheres(n=1.856) Homens(n=5.688) Valordep

Demográficas Idade(anos) 68±14 61±13 <0,001 Idade>65anos 62,9 37,4 <0,001 FatoresderiscoCV Diabetesmellitus 29,6 20,6 <0,001 Dislipidemia 43,5 45,4 0,164 Hábitostabágicos 21,6 57,3 <0,001 Hipertensãoarterial 68,8 54,8 <0,001 HistóriapregressaCV EAM 10,7 15,3 <0,001 ICP 10,9 15,9 <0,001 CABG 0,9 1,9 0,008 AVC 6,3 4,4 0,003 DAP 2,8 3,0 0,676 ICC 3,6 2,4 0,013

Insuficiênciarenalcrónica 4,0 2,5 0,002

Apresentac¸ãoclínicaàadmissão

Choquecardiogénico 7,1 5,7 0,032

Frac¸ãodeejec¸ãoVE≤40% 19,1 17,1 0,225

Valoresapresentadosemmédia±DPoufrequênciarelativa.

AVC:acidentevascularcerebral;CABG:cirurgiaderevascularizac¸ãocoronária;CV:cardiovascular;DAP:doenc¸aarterialperiférica;EAM: enfarteagudodomiocárdio;ICC:insuficiênciacardíacacongestiva;ICP:intervenc¸ãocoronáriapercutânea;VE:ventricularesquerda.

independentesparaaocorrênciademorteintra-hospitalar foramaidade>65anos,adoenc¸aarterialperiférica, ante-cedentesdeinsuficiênciacardíacacongestiva,evoluc¸ãoem choquecardiogénicoeenfarteanterior.Apresenc¸ade disli-pidemia,ousodestentsrevestidosporfármacoeoacesso radialforamvariáveisprotetoras.AáreasobacurvaROCno modelofinalfoide0,88,oquetraduzaexcelente capaci-dadedediscriminac¸ãodomodeloobtido.

Apartirdeummodeloderegressãologística,que consi-derouosexocomovariáveldependente,determinou-seum propensityscorequeposteriormentefoiusadono empare-lhamentode1338mulherese1338homens,numarazão1:1.

Acesso radial OR morte IH (95%IC) 0,34 (0,17-0,69) 0,41 (0,27-0,64) 2,43 (1,69-3,48) 0,70 (0,48-1,00) 5,22 (2,84-9,60) 3,44 (1,73-6,85) 3,56 (2,39-5,29) 1,20 (0,83-1,73) 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 0,330 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 0,050 14,74 (10,34-21,03) 0,003 p DES vs BMS Enfarte anterior Choque cardiogénico Dislipidemia DAP ICC Idade ≥ 65 anos Sexo feminino

Figura1 Preditoresdemortalidadehospitalarnaangioplastia primária(análisemultivariada).

BMS:stents metálicos; DAP:doenc¸a arterial periférica; DES:

stentsrevestidosporfármaco;ICC:insuficiênciacardíaca con-gestiva.

Apósajusteusandoestemodeloestatístico,amortalidade intra-hospitalarentremulheresehomensfoisemelhantena ordemdos3,9%(OR=1,00;IC95%:0,68-1,48;p=1,00). Evoluc¸ãodamortalidadehospitalaraolongo doperíododoestudo

Aprevalência daICP-PnasmulheresnoRNCI temvindo a crescer de forma linearao longodos anos (11% de 2002-2005versus15%de2006a2008versus19%de2009a2012; p<0,001 paraatendência),semelhante aoobservado nos homens (Figura 2).Ao longodos anos incluídosno estudo amortalidadehospitalardasmulheresfoisempresuperior comparativamentecomoshomens,comdiferenc¸asquese acentuaramnosúltimosanos(Tabela5).

Embora a taxa de mortalidade hospitalar tenha dimi-nuído em termos absolutos em ambos os sexos, entre

Prevalência de ICP primária no RNCI 30,0% 25,0% 11,9% Homens Mulheres 10,9% 16,4% 15,2% 20,2% 19,1% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% 2002-2005 2006-2008 2009-2012 20,0%

Figura 2 Prevalência da angioplastia primária namulher e

nohomemaolongodosanosincluídos noregistonacionalde cardiologiadeintervenc¸ão.

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Tabela2 Característicasdeprocedimento

Mulheres(n=1.856) Homens(n=5.688) Valordep

Tempos(min)

Dor-balão 274(175-482) 237(152-391) <0,001

Dor-porta 260(160-452) 223(140-380) <0,001

Porta-balão 24(14-50) 22(14-47) 0,472

Formadeadmissão

AdmissãodiretaacentrodeICPprimária 90,6 88,5 0,014

Transferidodeoutrohospital 9,4 11,5 0,014

Vasorelacionadocomoenfarte

Troncocomum 0,9 1,0 0,657 Descendenteanterior 36,3 36,3 0,997 Circunflexa 13,4 15,1 0,078 Coronáriadireita 49,4 47,1 0,090 Pontagem 0,1 0,5 0,007 Vasosdoentes Troncocomum 2,9 3,9 0,056 Descendenteanterior 71,6 68,1 0,006 Circunflexa 39,6 43,6 0,004 Coronáriadireita 55,1 56,9 0,192

Doenc¸acoronáriamultivaso(≥2vasos) 47,4 49,0 0,223

Tipodelesão A 9,3 9,2 0,906 B 34,5 33,9 0,694 C 56,3 56,9 0,657 ReestenoseIntrastent 2,0 2,9 0,049 Tipodeacesso Femoral 86,0 82,7 <0,001 Radial 13,8 17,0 0,001 Braquial 0,2 0,2 1,000

Angioplastiacomstent 78,1 79,9 0,110

Tipodestent

DES 44,4 46,8 0,105

BMS 55,1 52,9 0,141

Trombectomia 22,7 26,2 0,003

GlicoproteínasIIb/IIIa(abciximab) 26,7 35,0 <0,001

Balãodecontrapulsac¸ãointra-aórtico 3,8 3,0 0,122

FluxoTIMI3àadmissão 25,0 21,7 0,016

FluxoTIMI3final 92,2 93,6 0,075

Revascularizac¸ãocompleta 59,1 56,1 0,028

Valoresapresentadosemmediana(P25-P75)oufrequênciarelativa.

BMS:stentsmetálicos;DES:stentsrevestidosporfármaco;ICP:intervenc¸ãocoronáriapercutânea.

2002-2012, essa reduc¸ão só foi significativa nos homens (Figura3).

Discussão

Característicasclínicaseangiográficas

Àsemelhanc¸ademuitosoutrosestudosderevascularizac¸ão coronária, em ambos os contextos de cirurgia de revascularizac¸ão coronária e de intervenc¸ão percutânea, aapresentac¸ãoclínica dadoenc¸acoronáriavariaentreos

sexos3---6,8,9. A mulher temuma apresentac¸ão dasíndrome

coronáriaagudanumaidademaisavanc¸ada,emmédiauma décadamaistarde,emaisfrequentementetêmqueixas atí-picasemdetrimentodaanginaclássica.Asmulherestêmum piorperfilcardiovascularcommaiorprevalênciade diabe-tesmellitusehipertensãoarterial.Aacumulac¸ãodefatores deriscocardiovascularesécomumnamulheremidade pós--menopausa1.

Apesar doelevadoperfil derisco damulher submetida aangioplastiaprimária,aextensãodadoenc¸acoronáriaé semelhanteàdohomem,comumaprevalênciasemelhante dedoenc¸amultivaso9.

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Tabela3 Preditoresunivariáveisdemortalidadehospitalar OR(IC95%) Valordep Demográficas Sexofeminino 1,72(1,30-2,27) <0,001 Idade>65anos 3,52(2,62-4,73) <0,001 FatoresderiscoCV Diabetesmellitus 1,79(1,33-2,41) <0,001 Dislipidemia 0,64(0,48-0,87) 0,004 Hábitostabágicos 0,35(0,26-0,49) <0,001 HistóriapregressaCV AVCprévio 1,86(1,11-3,09) 0,016

Doenc¸aarterialperiférica 3,72(2,27-6,12) <0,001

Insuficiênciacardíacacongestivaprévia 5,22(3,25-8,37) <0,001

Insuficiênciarenalcrónica 2,53(1,41-4,53) 0,001

Apresentac¸ãoclínicaàadmissão

Choquecardiogénicoàadmissão 17,42(13,13-23,12) <0,001

Frac¸ãodeejec¸ãoVE≤40% 14,81(8,31-26,40) <0,001

Enfarteanterior 2,01(1,50-2,69) <0,001

Doenc¸atroncocomume/oumultivaso 1,48(1,12-1,95) 0,005

Característicasdoprocedimento

FluxoTIMI3àadmissão 0,57(0,35-0,93) 0,024

FluxoTIMI3final 0,14(0,10-0,21) <0,001

Acessoarterialradial 0,24(0,13-0,45) <0,001

BMS 2,88(1,98-4,18) <0,001

Trombectomia 0,70(0,50-0,98) 0,038

Revascularizac¸ãocompleta 0,72(0,55-0,96) 0,023

Tabela4 MortalidadehospitalarentrehomensemulheressubmetidosaICPprimária

OR(IC95%) Valordep ÁreacurvaROC

Modelo1 ORnãoajustado 1,72(1,30-2,27) <0,001

Modelo2 ORajustadoàidade>65anos 1,31(0,98-1,74) 0,064 0,66 Modelo3 ORajustadoàidadeeHxCVpregressa 1,07(0,76-1,50) 0,695 0,74 Modelo4 ORajustadoàidade,HxCVpregressae

apresentac¸ãoclínicadegravidade

1,09(0,75-1,57) 0,655 0,86 Modelo5 ORajustadoàidade,HxCVpregressa,

apresentac¸ãoclínicadegravidadee variáveisdoprocedimento

1,20(0,83-1,73) 0,330 0,88

CV:cardiovascular;Hx:história;IC:intervalodeconfianc¸a;OR:oddsratio;ROC:receiveroperatingcharacteristic.

HxCVpregressaincluifatoresderiscoCV(diabetesmellitus,hipertensãoarterial,dislipidemiaehábitostabágicos)ehistóriaclínica pregressacardiovascular(históriapréviadeEAM,revascularizac¸ãopercutâneaoucirúrgica,insuficiênciacardíacacongestiva,acidente vascularcerebral,doenc¸aarterialperiféricaeinsuficiênciarenalcrónica).Apresentac¸ãoclínicadegravidadeincluiapresenc¸adechoque cardiogénicoàadmissãoeEAMdelocalizac¸ãoanterior.Variáveisdoprocedimentoincluemacessoradial,tipodestentetrombectomia.

Tabela5 Mortalidadehospitalardeacordocomosexoeanodeadmissão

Ano Mulheres(%) Homens(%) OR(IC95%) Valordep

2002-2005 7,1 4,4 1,68(0,82-3,43) 0,152

2005-2008 3,4 2,0 1,75(0,94-3,25) 0,073

(7)

Evolução da mortalidade por género 12,0% 10,0% 8,0% 6,0% 4,0% 4,4% 2,0% 2,5% Homens Mulheres 7,1% 3,4% 4,3% p = 0,010 p = 0,128 2002-2005 2006-2008 2009-2012 2,0% 0,0%

Figura 3 Evoluc¸ão da mortalidade hospitalar ao longo do períododoestudoemhomensemulheres.

A incidência de insuficiência cardíaca congestiva e de choquecardiogéniconaadmissãohospitalaré significativa-mentesuperiornamulher,apesardeteremmenoshistória préviadeenfartedomiocárdioeapresentaremumafunc¸ão ventricular esquerdasemelhante.Esta observac¸ão é simi-lar a muitos outros estudos3,4,9. A maior prevalência de

disfunc¸ãodiastólicadevidoàidadeavanc¸adaeà cardiopa-tiahipertensiva,temsidoaexplicac¸ãomaisfrequentemente proposta10.Ummiocárdiohipertrofiadopodesermenos

tole-rante a períodos isquémicos transitórios. Adiminuic¸ão da

compliance diastólicaqueocorre apósoclusãoabrupta de vasopodesermenosbemtoleradaemdoentescom hipertro-fiaventricularesquerda10.Poroutrolado,amaiorincidência

deinstabilidadehemodinâmicaàadmissãopodeser expli-cada pelo facto de asmulheres chegarem ao laboratório de hemodinâmica com um maiortempo de evoluc¸ão dos sintomas3. Defacto,o atraso paraareperfusão mecânica

ésuperiornasmulheresdevidoaumatrasonotempoentre oiníciodossintomaseaapresentac¸ãoaohospital(otempo dor-portanasmulheresésuperioraodoshomens)3,4,11.Nas

décadasde50-60,adoenc¸acoronáriaeraconhecidacomo sendoumadoenc¸a dosexomasculino. Apartir dadécada de70oaumentodadoenc¸acoronárianosexofemininofoi atribuídoamudanc¸asnoseuestilodevida,comaumentodo tabagismo,oaparecimentodacontracec¸ãooraleoaumento daatividadeprofissional12.Isto,aliadoaofactodeadoenc¸a

cardiovascularcontinuaraseraprincipalcausademortena mulher1,refleteaimportância desedesenvolvermedidas

desensibilizac¸ão dedicadasao sexofeminino paraalertar paraosreconhecimentodos sintomasdoEAMe parafocar a necessidadedeumpedido deajuda imediato.O tempo entreossintomaseareperfusãomecânicaéumdosfatores modificáveisentreospreditoresdemauprognóstico.

Característicasdoprocedimento

Relativamente às características do procedimento de intervenc¸ão percutânea também existem algumas diferenc¸as entre géneros. Está descrito que as mulhe-restêmartériascoronárias demenordiâmetroequeesse factopodeinfluenciarotipodematerialutilizado, favore-cendoo menor usode stents1.Issonãose verificounesta

análisedoRNCI,sendosemelhanteautilizac¸ãodestentse otipodestentutilizadoemambosossexos.Areduc¸ãoda reestenosecomageneralizac¸ãodousodestentsrevestidos porfármaco parece sersemelhanteem ambos ossexos13.

A reduc¸ão do calibre das artérias, aliada à observac¸ão

deumamaior tendênciapara vasoespasmo arterial, pode serumaexplicac¸ãoparaomenorusodoacessoradialnosexo feminino.O sucessodoprocedimento derevascularizac¸ão percutâneaésemelhanteemambosossexos14,assimcomo

ousodenovosfármacosantitrombóticos15.Apesardisso,o

usodeinibidores das glicoproteínasIIb/IIIa,como fármaco coadjuvantedaterapêuticaantitrombóticanaangioplastia primária, foi muito inferior nas mulheres. O motivo para essa observac¸ão pode residir no facto de as mulheres submetidas a intervenc¸ão percutânea apresentarem mais complicac¸ões hemorrágicas e vasculares, comparativa-menteaoshomens16,17.UmasubanálisedoACUITYmostrou

queas mulheresapresentaram mais complicac¸ões hemor-rágicasaos 30 diasdo que oshomens, semdiferenc¸as na mortalidadeacurtoealongoprazo.Asmulherestratadas com bivalirudina tiveram menoscomplicac¸ões hemorrági-cas,comparativamentecomaestratégiaantitrombóticade heparina com inibidores da glicoproteína IIb/IIIa, embora semdiferenc¸asnoseventosisquémicos18.

Existeaindaaevidênciadotratamentodadoenc¸a coro-nárianosexofemininodiferirdosexomasculino,commais mulherescomEAMSTeidade>65anosateremmenoracesso àterapêuticadereperfusão1.Nopanoramanacional

portu-guês, nos últimos anos asmulheres tiveram umaumento progressivo de acesso à ICP-P, aspeto que certamente se reflete na reduc¸ão da taxa de mortalidade hospitalar do EAMST, observada em ambos os sexos, entre 2002-2012. Apesar destes avanc¸os conseguidos nos últimos anos no tratamentodoEAMST,inclusivenosexofeminino,a morta-lidadehospitalarnãoajustadacontinuaasermaiselevada nosexofeminino,convidando àreflexãosobreestratégias quemelhoremaestratificac¸ãoderisco,diagnósticoe tera-pêuticodadoenc¸acardiovascularnamulher.

Mortalidadeintra-hospitalar

Estaanálise doRNCI revelaque, na realidadenacional, o génerofemininonãoéumpreditorindependentede morta-lidadehospitalarnocontextodeenfarteagudodomiocárdio tratadoporICP-P.Naanálisenãoajustada,asmulherestêm piorprognósticodoqueoshomens.Mas,àsemelhanc¸ade estudospréviospublicados5---7,19,20,após ajustamento

esta-tísticoparaascomorbilidadeseoutrosfatoresprognósticos adversos,ogénerofemininodeixadeserpreditor indepen-dentedeprognósticoadversoapósintervenc¸ãopercutânea. Esteachadofoireprodutívelnaanálisederegressãologística multivariada,assimcomonaanáliseajustadaaopropensity score.

Na era da trombólise, a sobrevida hospitalar da mulher foi consistentemente inferior à do homem21,22,

com mais complicac¸ões hemorrágicas fatais associadas à terapêutica19. Num estudo multicêntrico, com 395

doentes (27% mulheres) com EAMST, que comparou a revascularizac¸ãopercutâneacomatrombólise,a angioplas-tiaprimáriafoiumpreditorindependentedesobrevidana mulher19.Numa subanálisedoestudo randomizadoGUSTO

IIb, ambos os sexos beneficiaram quando submetidos a angioplastiaprimáriacomparativamenteàtrombólise,com menoseventosadversos majora 30dias,maso benefício emtermosabsolutofoisuperiornasmulheres(aangioplastia primáriapreveniu56eventosem1000nasmulheresversus

(8)

42eventosem 1000nos homens)20.Aintroduc¸ãoda

angi-oplastiaprimária como tratamentoprivilegiadodo EAMST, aprogressivamelhoriadatécnicadeintervenc¸ão percutâ-neae dastaxasde sucessodoprocedimento, assimcomo osavanc¸osna terapêuticaantiagregante e anticoagulante adjuvante, são fatores que podem explicar as diferenc¸as encontradas entre estudos prévios e os atuais. Contudo, algunsestudosatuaisqueavaliaramdiferenc¸asentre géne-ros no contexto da angioplastia primária, apresentaram resultadosdiferentesdopresenteestudo,comosexo femi-ninoaserumpreditorindependentedepiorprognósticoa curtoprazo, independentedaidadeedos fatoresderisco cardiovascularesbasais3,4.Estesestudossugerema

existên-ciadediferenc¸asfisiopatológicasentreossexosquepodem contribuirpara oaumentodamortalidade namulher com EAMST.Os estrogénios, que nas mulheres asprotegem da aterosclerosecoronária23,podemlevaraodesenvolvimento

deplacasvulneráveismenosestenóticas24.Assim,as

mulhe-resteriammenoscirculac¸ãocolateralemenoscapacidade dedesenvolverpré-condicionamentonoEAMST,agravando oprognósticodoenfarte25,26.Masestemotivoapenas

expli-cariadiferenc¸asencontradasnasmulheresjovensemidade pré-menopausa.Poroutrolado,apresenteanálisedoRNCI, comparativamenteaosestudospréviosassinalados3,4,

apre-senta uma amostra de maior dimensão (>7000 doentes tratadosporICP-P)queagregadadosmulticêntricos, refle-tindomelhor o panoramadeumpaíse nãodeumcentro único,ametodologiaestatísticaétambémsuperiorao incor-poraropropensityscore,eapresentadadosmaisatuaiscom umataxademortalidadeintra-hospitalarinferior,quernos homensquernasmulheres.Numaanáliseajustadaaorisco, recentementepublicada,em13752doentes(34,6% mulhe-res),Kovacicetal. clarificaramofacto deosexonãoser umpreditorindependentedemortalidadeapósintervenc¸ão percutâneanaeradosstentsfarmacológicos27,suportando

osdadosdoestudoatual.

Limitac

¸ões

O presente estudo é um estudo observacional, nãocego, nemrandomizado,motivopeloqualpoderáhaverfatoresde confundimentoadicionalquepodemnãotersido reconheci-dosoucontabilizadosnaanálisederiscoajustada.Ofacto denãohaverdadosrelativamenteaoseventos hemorrági-cos,sendoumfatorderiscoindependentejáconhecidode mortalidade,éoutralimitac¸ãodopresenteestudo.Ousoda medicac¸ãointra-hospitalar,nomeadamente,antiagregac¸ão (comexcec¸ãodousodeinibidoresIIb/IIIa)eanticoagulac¸ão adjuvante não é conhecido, como tal, a possibilidade de haverdiferenc¸asnaadministrac¸ãodestesfármacosentreos sexosnãopodeserexcluída.

Conclusão

Nesta amostra do RNCI, as mulheres com EAMST trata-dascomICP-Papresentarammaiorriscocardiovascular,um acessomenosatempadoaICP-Peumpiorprognóstico. Con-tudo,após ajustamentodorisco, ogénero femininodeixa deserpreditorindependentedemortalidadehospitalar.

Responsabilidades

éticas

Protec¸ãodepessoaseanimais.Osautoresdeclaram que osprocedimentosseguidosestavamdeacordocomos regu-lamentosestabelecidospelosresponsáveisdaComissãode Investigac¸ãoClínicaeÉticaedeacordocomosdaAssociac¸ão MédicaMundialedaDeclarac¸ãodeHelsinki.

Confidencialidade dos dados.Os autores declaram ter seguidoosprotocolosdeseucentrodetrabalhoacercada publicac¸ãodos dadosdepacientese quetodosos pacien-tesincluídos noestudoreceberaminformac¸õessuficientes e deram o seu consentimento informadopor escrito para participarnesseestudo.

Direitoàprivacidadeeconsentimentoescrito.Osautores declaramterrecebidoconsentimentoescritodospacientes e/ousujeitosmencionadosnoartigo. Oautorpara corres-pondênciadeveestarnapossedestedocumento.

Conflito

de

interesses

Osautoresdeclaramnãohaverconflitodeinteresses.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao Centro Nacional de Colec¸ão de DadosdeCardiologia(CNCDC),emparticularàDr.aAdriana

Belo, peladisponibilidadee peloapoioprestadono trata-mentoestatísticodosdados.

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Imagem

Tabela 1 Características demográficas e apresentac ¸ão clínica
Tabela 2 Características de procedimento
Tabela 5 Mortalidade hospitalar de acordo com o sexo e ano de admissão
Figura 3 Evoluc ¸ão da mortalidade hospitalar ao longo do período do estudo em homens e mulheres.

Referências

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