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Academic year: 2021

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C

A

PÍT

U

LO

VOGAIS EM CONTEXTO POSTÔNICO

MEDIAL NO PORTUGUÊS DE SÃO

TOMÉ

DANIELLE KELY GOMES

1. INTRODUÇÃO

Reflexões sobre o vocalismo átono sempre estiveram em pauta nos estudos sobre a Fonologia do Português, dada a variedade de processos que ocorrem nes-ses contextos. É sabido que o sistema vocálico de sete elementos, pleno na pauta tônica, sofre reduções, em função da atuação de processos fonológicos.

No âmbito do Português do Brasil (daqui por diante PB), uma ampla – porém longe de estar esgotada – descrição do comportamento das vogais nessa variedade pode ser observada em Brandão (2015). Em geral, o sistema vocálico átono se re-duz em função do grau de atonicidade da sílaba, coexistindo três subsistemas: o pretônico, com cinco elementos, dada a perda de contraste entre as vogais médias; o postônico final, com três segmentos, em função da neutralização entre as vogais médias e altas; e o postônico não final, a primeira sílaba postônica de um vocábu-lo proparoxítono, que constitui a grande controvérsia dos estudos sobre o vocalis-mo no PB, pois – para além de debates sobre o grau de reduções que ocorrem nesse contexto – processos de apagamento são produtivos em diversas normas brasileiras. Uma reflexão mais detalhada sobre esse contexto, no que tange à sua configuração e aos processos de apagamento, será apresentada posteriormente.

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No Português Europeu (doravante PE), as descrições revelam que o sistema tônico de sete segmentos1 apresenta uma reconfiguração para a pauta átona como

um todo, sem a distinção entre graus de atonicidade das sílabas. Mateus e D’Andrade (2001, p. 17-18) indicam que o vocalismo átono da variedade se rees-trutura em um sistema de quatro elementos, distribuído em dois graus de abertu-ra : três vogais altas ([i], [] e []) e uma a que os autores denominam como média []. Outro aspecto que marca a diferença entre os contextos átonos das varieda-des brasileira e europeia é a incidência do processo de apagamento de vogais no sistema átono em geral do PE, nas posições não acentuadas como um todo.

Se há descrições disponíveis e muito consistentes sobre processos fonológicos que atuam no vocalismo átono do PB e do PE, o quadro para as variedades afri-canas do Português é diametralmente inverso. De uma forma geral, as descrições sobre as variedades africanas do Português e sobre os crioulos de base lexical portuguesa são escassas, e se concentram em aspectos morfossintáticos, mais sa-lientes em situações de contato entre línguas. Aspectos fonológicos dessas varie-dades há pouco tempo vêm ocupando a agenda de reflexões sobre o “Português em África”.

Este capítulo se insere em uma proposta mais ampla de reflexão sobre aspec-tos fonético-fonológicos de uma variedade africana do Português, a falada em São Tomé e Príncipe (PST). Mais especificamente, as discussões aqui se concen-tram na observação do comportamento das vogais postônicas não finais, a pri-meira vogal postônica de um vocábulo proparoxítono. Conforme dito anterior-mente, a pauta acentual desse contexto é controversa nos estudos sobre a Fonologia do Português Brasileiro, e até certo ponto esclarecida no âmbito do PE, dado o fato de que o apagamento de vogais átonas, independentemente da posi-ção que ocupam, é bastante produtivo nessa variedade

Assim, tenta-se observar se é possível propor um continuum afro-brasileiro no comportamento das vogais postônicas não finais. Petter (2007: 9) defende que

as diferentes situações de contato, em épocas diversas, mas envolvendo o português e um conjunto de línguas muito próximas, as do grupo banto, produziram alguns resultados semelhantes nos níveis fonológico, lexical e morfossintático, que nos permitem defender a existência de um continuum afro-brasileiro de português. Mesmo considerando que não existam entida-des homogêneas identificáveis como “português africano”, “português

mo-1 Mateus e D’Andrade (2001) defendem que o PE e PB possuem, no subsistema tônico, o mesmo

nú-mero de segmentos no nível fonético, já que [] – categorizado por alguns estudos como um elemen-to fonológico que contrasta com [a] – na verdade causa um” contraste aparente”, pois “ a vogal acentuada [] é uma realização alternativa de outras vogais acentuadas em certos contextos” (p. 19).

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çambicano”, “português angolano” ou “português brasileiro”, a história do contato e os aspectos linguísticos comuns a essas variedades autorizam-nos a levantar a hipótese desse continuum.

Para desenvolver o tema, este capítulo se desdobra por mais seis seções: em (2), apresentam-se as particularidades do contexto postônico não final; em (3), discutem-se aspectos relacionados à caracterização do sistema vocálico do Portu-guês de São Tomé e do Forro; nas seções (4) e (5), indicam-se, respectivamente, as hipóteses de trabalho e os fundamentos teórico-metodológicos que norteiam a investigação; em (6) expõem-se os resultados da análise, e em (7) tecem-se as considerações finais.

2. O CONTEXTO POSTÔNICO NÃO FINAL E SUAS ESPECIFICIDADES

O sistema vocálico do Português é composto por sete segmentos – /a/, //, //, /e/, /o/, /i/, // – plenamente especificados na posição tônica. Nas posições não acentuadas, processos de redução são verificados, com o funcionamento de sub-sistemas que se definem em função da posição da vogal em relação ao acento. As reconfigurações dos subsistemas átonos estão correlacionadas à perda de força expiratória na emissão de segmentos sonoros não acentuados. A perda de força expiratória leva a processos de redução, que afetam as vogais médias.

Câmara Jr. (1970) defende que há uma assimetria na atuação dos processos de redução no contexto postônico não final, com a neutralização entre vogais médias e altas no âmbito da série posterior, mas a manutenção da oposição entre médias e alta na série anterior, redundando em um subsistema de quatro elemen-tos (/a/, /e/, /i/, /u/). Bisol (2003) considera tal assimetria um processo não natural. A autora, com o suporte da Teoria Autossegmental e com base na análise de da-dos recolhida-dos no âmbito do projeto VARSUL, defende a tese de que no contexto postônico não final há a flutuação entre os sistemas de três e cinco segmentos, prototípicos das posições átona final e átona pretônica, respectivamente.

Santos (2015), a partir da análise de dados espontâneos e monitorados de corpora representativos das normas fluminenses, constata que as vogais médias [e, o] e altas [i, u] estão em variação no Rio de Janeiro, mas que a tendência é que se neutralizem em favor das vogais altas, levando à implementação de um subsis-tema de três elementos – /a/, /i/, /u/ – semelhante ao verificado na posição átona final. Em seus termos (op. cit, p. 189):

as variantes médias [e o] e altas [i u] estão em variação na fala fluminense, mas fonologicamente verifica-se a redução do quadro para /i a u/. Pode-se concluir que a assimetria entre as vogais /e/ e /o/ postônicas mediais, perce-bida por Câmara Jr. na fala carioca da década de 1940, embora seja

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aparen-temente uma distinção de nível fonológico, na verdade é uma questão de competição entre variantes fonéticas que são mais ou menos produtivas a depender da influência da escolaridade, do perfil idiossincrático do falante e do contexto discursivo.

Já o PE apresenta uma configuração para o sistema átono em geral muito diferente da observada no PB. Mateus e D’Andrade (2000: 134) afirmam que “o português europeu é uma língua em que as vogais não acentuadas são reduzidas e frequentemente apagadas. Isso é mais notável nas posições pós-acentual e final”.

Entretanto, além das diferenças em termos de configuração dos quadros vo-cálicos átonos, PB e PE divergem quanto à frequência da regra de apagamento de vogais. No PE, a não realização de vogais átonas é um processo produtivo, que afeta o vocalismo átono em geral. O PB ainda está “um passo atrás” na imple-mentação de regras de apagamento, já que são mais produtivas as regras de alte-amento vocálico. Gomes (2012, 2015, 2018) investiga, sob a perspectiva variacio-nista, o processo de apagamento das vogais postônicas não finais em dados espontâneos e semidirigidos representativos das normas fluminense e lisboeta. Seus resultados corroboram as constatações de Mateus; D’Andrade, sobre as di-ferenças quantitativas e qualitativas entre as variedades.

A autora observa que o processo de apagamento das postônicas não finais tem input baixo de aplicação nos dados espontâneos do PB por ela analisados (.07 para as normas culta e popular rural; .04 nos dados da norma popular urbana), e é um fenômeno condicionado por restrições linguísticas e sociais. Os dados es-pontâneos do PE vão em direção a um input alto de aplicação da regra (.56), condicionada exclusivamente por restrições de ordem linguística.

Uma possível explicação para as diferenças entre as variedades reside justa-mente no estágio de implementação das regras de alteamento em cada sistema vocálico átono: no PE, o processo de alteamento em contexto pretônico se conso-lida a partir do século XVIII, com posterior generalização para os demais contex-tos átonos. Pode-se postular que o apagamento de vogais seja uma etapa posterior à consolidação das regras de alteamento vocálico. O PB, por seu turno, ainda apresenta variação entre as vogais médias, sobretudo no contexto pretônico, um processo que – nesse contexto – é estável. Logo, se entendemos que o apagamento de vogais é uma etapa seguinte à de alteamento, justifica-se a baixa produtividade de apagamento de vogais no PB e a valorização social negativa que o processo recebe em determinados contextos linguísticos e sociais.

O problema que se coloca é onde o PST se situaria tendo em vista as carac-terísticas que distinguem a variedade brasileira da europeia no que concerne ao vocalismo átono? Seria possível, no que concerne ao comportamento das vogais postônicas não finais, estabelecer um continuum entre as variedades? Se partirmos

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do pressuposto de que o Português de São Tomé toma como norma de referência o Português Europeu, possivelmente se esperaria um alinhamento entre PST e PE na aplicação da regra de apagamento de segmentos vocálicos em geral, com foco específico na sílaba átona não final.

Todavia, é imprescindível observar de que maneira o contato entre línguas em São Tomé molda a norma do Português lá consolidada. Se, por um lado, é possível observar que as consequências da situação de contato entre línguas afetam de tal forma o PST que chega a aproximá-lo do PB no comportamento de algumas variá-veis linguísticas, de outro, também é possível notar que o multilinguismo pode di-recioná-lo para um caminho que o distancia tanto de sua “norma de referência” quanto da variedade que, por conta de aspectos históricos relacionados à situação de contato entre línguas, com ele mais se pareceria. É o que veremos mais adiante.

3. A CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA VOCÁLICO EM SÃO TOMÉ:

UMA COMPARAÇÃO ENTRE O FORRO E O PORTUGUÊS

Descrições sobre o sistema vocálico tanto do PST quanto das línguas que com ele coexistem no contexto insular apenas mais recentemente estão em evi-dência. Para a compreensão dos aspectos que caracterizam a variedade e que possam oferecer subsídios para a percepção da dimensão do contato entre línguas para a formatação do sistema vocálico do PST, é importante retomar as conside-rações apresentadas em Ferraz (1979), uma descrição sobre o Forro, crioulo de base lexical portuguesa falado por 36,3% dos que habitam a ilha de São Tomé2,

local onde foram recolhidos os dados desta investigação.

Ferraz (1979, p. 19-20) apresenta, para o Forro, um quadro vocálico em posição tônica idêntico ao verificado no PB, com sete vogais orais e cinco vogais nasais, conforme ilustra o Quadro 1:

Quadro 1 Vogais do Forro (posição tônica)

ANTERIORES CENTRAL POSTERIORES ALTA MÉDIA BAIXA BAIXA ALTA MÉDIA BAIXA

Não nasais i e  a u o 

Nasais ĩ ẽ – ã ũ õ –

Fonte: Ferraz (1979, p. 20)

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O autor não traz apreciações específicas sobre o vocalismo átono do Forro, mas, ao descrever processos fonéticos que afetam os itens lexicais do Português incorporados ao crioulo e a estrutura silábica, tece considerações importantes sobre o comportamento dos segmentos átonos, como se observa nos fragmentos a seguir:

(i) Palavras portuguesas têm tipicamente um número de sílabas maior do que o das palavras do Forro. As palavras do Forro são, geralmente, dis-silábicas. Essa diferença na estrutura silábica resulta em um frequente apagamento de segmentos quando palavras portuguesas são incorpora-das ao Forro. Esse apagamento – na forma de aférese, síncope ou apó-cope – pode envolver vogais átonas, sílabas ou sequências de segmentos. Segmentos acentuados em português não são apagados. (FERRAZ, 1979, p. 38)

(ii) Por conta de uma tendência derivada do Banto para a estrutura CVCV, palavras portuguesas com mais de duas sílabas são frequentemente re-duzidas à forma dissilábica. Em palavras portuguesas com mais de duas sílabas, uma delas com a estrutura CV, em que C é uma líquida, V é geralmente apagada, e a consoante líquida forma um grupo com uma consoante de outra sílaba, usualmente a primeira, como em: Ptg xícara /’šik/ -> ST ‘šikla; Ptg máscara /’mašk/ -> ST ‘mlaška. (idem, p. 47)

A partir das observações, percebe-se que o Forro apresenta tendência ao apagamento de segmentos átonos em diversos contextos, e à simplificação da es-trutura silábica, processos que se verificam em crioulos de uma maneira geral.

Com relação a variedades do Português falado em São Tomé, Silveira (2010, 2013) observa, para o subsistema tônico oral, o mesmo quadro de sete vogais que caracteriza o PB. A diferença entre o que ele chama de Português Vernacular de São Tomé e Príncipe (PVS) e o PE reside no fato de que no PVS há “a ausência categórica das vogais médias centrais [] e [] (entre as vogais tônicas)” (p. 36).

No âmbito da pauta pretônica, Silveira constata o subsistema com cinco segmentos, semelhante ao do PB, com a neutralização de /e, / e /o, / em favor das médias altas, /e/ e /o/. Nascimento (2018)3 também investigou o contexto

pre-tônico, com base em dados extraídos do corpus Variedades do Português (VA-POR), o mesmo utilizado nesta pesquisa. Seus resultados, contudo, divergem, em alguns aspectos, das tendências apresentadas por Silveira (op. cit).

3 Para maiores detalhes, sugere-se a leitura do capítulo de Nascimento, nesta obra, sobre o

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Em ambas as investigações, constata-se que a regra variável de alteamento das vogais médias é um processo presente no PST. Contudo, há diferenças quan-titativas entre as duas análises. Enquanto Silveira (2013, p. 39) observa uma mu-dança em curso, com a realização de /e, o/ como [i, u], com forte tendência para a reconfiguração do sistema de cinco para três segmentos /a, i, u/, Nascimento (2018) nota em seus dados uma situação distinta, com a manutenção de ambas as médias. Para a autora (p. 176),

as vogais médias pretônicas tendem à manutenção do timbre médio, pois todas as rodadas sugeriram baixos índices de aplicação das variantes [i] e [u]. Nesse sentido, pode-se dizer que, embora no padrão de referência euro-peu o alçamento se destaque, a manutenção parece predominar no dialeto investigado

No que concerne ao contexto átono final, Silveira (op. cit) observa que o sistema do PVS é idêntico ao verificado no PB, com três segmentos /a, i, u/. O mesmo quadro, em suas análises, figura no contexto postônico medial. Os resul-tados desta investigação, como serão discutidos adiante, divergem da caracteriza-ção apresentada pelo autor.

4. HIPÓTESES DE INVESTIGAÇÃO

A partir das considerações tecidas anteriormente, sobre a caracterização do vocalismo do Forro e descrições relativas ao sistema vocálico na variedade verna-cular falada em São Tomé, o propósito deste capítulo é investigar como se com-portam os dados com relação aos processos de (1) apagamento de vogais no con-texto postônico medial e (2) elevação das vogais médias no mesmo concon-texto. Os dois processos, no âmbito do PB, são variáveis; no que respeita ao PE, o apaga-mento é variável, enquanto a elevação já se encontra implementada no sistema.

A pergunta que se coloca é: qual seria o alinhamento do PST frente às varie-dades brasileira e europeia?

Partindo-se da hipótese de que o contato com outras línguas exerceria um papel fundamental na realização de um padrão acentual que é não natural até mesmo para indivíduos que possuem português como L14 e que não convivem em

situação de multilinguismo generalizado, espera-se que índices elevados de

apaga-4 Araújo et al. (2007: 37-38) realizaram um levantamento da produtividade dos padrões

acen-tuais, com base no levantamento de todos os verbetes do Dicionário Houaiss da Língua

Portu-guesa. Os autores chegaram a um total de 150.875 palavras, das quais 18.413 são

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mento da vogal postônica medial sejam encontrados no PST. Com relação ao es-tatuto das vogais médias no contexto átono medial da variedade, espera-se en-contrar variação entre as vogais médias e altas, que se aplicaria tanto na série anterior quanto na série posterior. Parte-se de tal hipótese por conta da variação entre vogais médias e altas no contexto pretônico, e assume-se que o contexto postônico não final também se caracterize por tal competição, mas com dimen-sões distintas.

5. FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA

A investigação empreendida neste capítulo tem por suporte teórico-metodo-lógico a Teoria da Variação e Mudança (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968). Foram analisados 12 inquéritos relativos à localidade de São Tomé, reco-lhidos no âmbito do projeto Variedades do Português (VAPOR), sob o abrigo do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa.

No total, levantaram-se 467 dados, analisados com o auxílio do software Goldvarb-X. Para a investigação do processo de apagamento da átona não final, postularam-se dez variáveis linguísticas – a natureza dos contextos antecedente e subsequente, os traços de articulação das vogais tônica, postônica medial e pos-tônica final, a estrutura da sílaba pospos-tônica não final, a classe morfológica do vocábulo, o número de sílabas da palavra e a produtividade do item no léxico –, e quatro variáveis sociais – sexo, idade, escolaridade e frequência de uso de um crioulo (Brandão, 2011). Na observação do comportamento das vogais médias no mesmo contexto, a análise – por conta do número de dados – é qualitativa, com observação dos índices percentuais e distribuição das ocorrências pelo léxico.

6. RESULTADOS

No que se refere ao processo de regularização dos proparoxítonos a paroxí-tonos a partir da aplicação da regra de apagamento da vogal postônica medial, a distribuição dos dados de apagamento/manutenção da postônica medial no cor-pus analisado está expressa na Tabela 1, a seguir.

Tabela 1 Distribuição dos dados

APL % EXEMPLO

apagamento da vogal 162 34,7% século – [‘sklU]

manutenção da vogal 305 65,4% lógica – [‘lZk]

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Os resultados revelam que o processo de apagamento da postônica medial é um fenômeno produtivo no PST (34,7%). Por se revelar como uma regra variável, é possível um tratamento estatístico dos dados, em busca dos condicionamentos linguísticos e sociais que se apresentem como relevantes para a ocorrência do fe-nômeno. No Quadro 2, a seguir, indicam-se as restrições que condicionam a ocorrência do fenômeno em foco.

Quadro 2 Condicionamentos estatisticamente relevantes para o apagamento da

postônica medial no Português de São Tomé (PST)

Condicionamentos natureza do contexto precedente

escolaridade frequência de uso de um crioulo

classe morfológica

Input inicial: .35

seleção: .30

Significância .001

No Quadro 2, acima, evidencia-se que, das 14 variáveis independentes pos-tuladas, 04 – duas linguísticas e duas sociais – foram consideradas relevantes es-tatisticamente. A seguir, tecem-se considerações sobre esses condicionamentos. A análise considera, em um primeiro momento, as variáveis linguísticas, e, poste-riormente, as restrições sociais.

6.1 Variáveis linguísticas: a consoante precedente e a classe morfológica

As análises de cunho variacionista sobre o processo de apagamento da pos-tônica medial em variedades do PB (CAIXETA, 1989; AMARAL, 2000; SILVA, 2006, 2010; FONSECA, 2007; LIMA, 2008, 2017; RAMOS, 2009; CHAVES, 2011; GOMES, 2012) são unânimes em destacar o papel dos segmentos adjacen-tes à vogal para a aplicação da regra: se há a possibilidade de a consoante que acompanha a vogal ser ressilabificada, a queda do segmento vocálico é favoreci-da. No âmbito do PE (FERNANDES, 2007; GOMES, 2012), a queda da vogal postônica medial promove a formação tanto de encontros consonânticos que obe-decem às condições de boa-formação de sílaba em português quanto de sequên-cias não admitidas fonologicamente, mas possíveis do ponto de vista fonético. Na Tabela 2, a seguir, apresentam-se os índices percentuais e pesos relativos para o contexto precedente à postônica medial.

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Tabela 2 Atuação da variável Natureza do contexto precedente para o apagamento da vogal

postônica não final

NATUREZA DO CONTEXTO PRECEDENTE EXEMPLO APL/OCO P. R

Consoantes obstruintes típico – [‘tipkU] 140/274 = 51.1.% .68

Consoantes nasais nômada – [‘nõmd] 11/68 = 14.1% .26

Consoantes líquidas católica – [ka’tk] 8/57 = 13.6% .21

Onsets vazios e ataques complexos fábrica – [‘fabk] 4/36 = 10% .23

Nos dados, conforme evidencia a Tabela 2, a presença de uma consoante obs-truinte no ataque da sílaba postônica medial é, de acordo com os índices estatísticos, o fator preponderante para a implementação do apagamento da vogal átona medial (.68). Todos os demais contextos fônicos considerados, por estarem muito abaixo do ponto neutro, não foram considerados relevantes do ponto de vista estatístico.

Todavia, uma compreensão mais abrangente do papel do contexto só é pos-sível quando se considera também a Natureza do segmento subsequente à postô-nica medial, dada a pressão exercida pela possibilidade de ressilabificação das consoantes adjacentes quando ocorre a queda da vogal. Ferraz (1979, p. 47), des-taca que no Forro a síncope de vogais é favorecida, nos vocábulos com mais de duas sílabas, quando há a presença de consonante líquida em uma estrutura silá-bica CV, o que forma um ataque complexo e, por consequência, diminui a pala-vra para que o item de origem portuguesa se adapte ao padrão dissilábico, proto-típico do crioulo. Na Tabela 3, a seguir, apresentam-se índices numéricos para os segmentos no contexto subsequente à vogal postônica medial. Apesar de não ter sido indicado como relevante5, vale aqui uma apreciação dos resultados para esse

condicionamento.

Tabela 3 Natureza do contexto subsequente

NATUREZA DO CONTEXTO EXEMPLO APL/OCO P. R

Consoantes obstruintes hipótese – [i’pts] 106/296 = 35,8% (.44)

Consoantes nasais mínimo – [‘mĩmU] 46/121 = 38% (.60)

Consoante líquida lateral oráculo – [o’aklU] 4/8 = 50% (.75)

Consoante líquida vibrante chácara – [ak] 7/20 = 25,9% (.58)

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Na tabela acima, os índices estatísticos relativos à atuação das variantes consoante líquida lateral, nasal e líquida vibrante indicam serem esses contextos os que mais favorecem a aplicação da regra de apagamento (.75, .60 e .58, respec-tivamente), sendo as obstruintes as consoantes que bloqueiam a aplicação da re-gra. De certa forma, observa-se que a mesma tendência que se verifica, conforme Ferraz (op. cit.), no Forro se mantém no PST, também se observa nas variedades do PB: quando a queda da postônica medial promove a formação de cluster com-plexo formado por uma consoante obstruinte e uma líquida, o fenômeno é am-plamente favorecido. No PE, conforme citado anteriormente, a condição de boa-formação pode ser violada, promovendo, no nível fonético, o encontro de consoantes potencialmente não ressilabificáveis.

Com relação à atuação da outra variável linguística selecionada, classe mor-fológica do vocábulo, os resultados expressos na Tabela 4 revelam que os nomes são os itens atingidos pela regra de apagamento, enquanto os verbos se mostram como contextos morfológicos de resistência.

Tabela 4 Atuação da variável Classe morfológica do vocábulo para o apagamento da vogal

postônica não final

CLASSE EXEMPLO APL/OCO P. R

Nomes doméstica – [d’mtk] 159/412 = 38,6% .53

Verbos ajudávamos – [aZ’davmU] 6/55 = 10,9% .27

Uma possível justificativa para esses índices pode residir no fato de que, nos verbos, a postônica medial se localiza nas desinências de tempo e modo (dos preté-ritos imperfeito e mais-que-perfeito do indicativo e no pretérito imperfeito do sub-juntivo). Por estar no contexto de informação morfológica, talvez a retenção da vogal átona medial seja o mais prototípico nessa classe morfológica. Entretanto, o número pequeno de dados inviabiliza a investigação mais profunda dessa hipótese.

6.2 Variáveis sociais: escolaridade e frequência de uso de um crioulo

Do ponto de vista dos condicionamentos extralinguísticos, o programa de análises estatísticas apontou que as variáveis Escolaridade e Frequência de uso de um crioulo são restrições que condicionam o apagamento da postônica medial nos dados do PST.

Os resultados para as duas variáveis têm de ser observados em função da relação que se estabelece entre os condicionamentos. Na Tabela 5, a seguir, estão expressos os índices para a variável escolaridade.

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Tabela 5 Atuação da variável Escolaridade para o apagamento da vogal postônica não final

ESCOLARIDADE APL/OCO P.R

Nível Fundamental 8/75 = 10.7% .14

Nível Médio 65/154 = 42.2% .64

Nível Superior 89/238 = 37.4% .60

Os resultados da tabela acima revelam serem os indivíduos de nível médio de instrução aqueles que mais favorecem o apagamento da postônica (.64), seguidos dos de nível superior (.60). Os indivíduos de nível fundamental de instrução atuam como bloqueadores do processo (.14). Tal resultado soa contraditório, já que as análises sobre o fenômeno em outras variedades do Português indicam serem os indivíduos de escolaridade baixa os que mais favorecem a aplicação da regra. Contudo, um olhar atento sobre a variável justifica os índices encontrados.

Para a apreciação dos índices relativos à escolaridade, é necessário que se reflita sobre o papel da Frequência de uso de um crioulo, indicado na Tabela 6, a seguir6. Vale destacar que esta variável originalmente é controlada em três níveis

distintos de uso de crioulos (frequência baixa, frequência média e frequência alta). Contudo, nesta investigação, não foram levantados os dados nos inquéritos relativos aos informantes que se expressam regularmente em crioulo.

Tabela 6 Atuação da variável Frequência de uso de um crioulo para o apagamento da vogal

postônica não final

APL/OCO P. R

Frequência baixa 108/323 = 33,4% .43

Frequência média 54/144 = 37.4% .63

Não é possível tratar a escolaridade sem considerar o grau de contato que esses informantes mantêm com os crioulos que coexistem com o PST. Na Tabela 6, aci-ma, observa-se que os indivíduos que se reconhecem como falantes eventuais de

6 A variável Frequência de uso de um crioulo foi formulada por Brandão (2016, p. 91) nos

seguin-tes termos: “frequência (a) zero/baixa, referente aos indivíduos que se expressam fundamental-mente em português; (b) média, relativa aos indivíduos que se expressam em português, mas dominam um crioulo e dele fazem uso eventualmente; (c) alta, abarcando os indivíduos que, embora falem o português e o tenham como L1, se expressam, regularmente, num crioulo.”

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crioulo tendem a apagar a postônica medial (.63), enquanto os que se reconhecem como falantes apenas de português são menos suscetíveis ao processo (.43).

Quando se cruzam as variáveis sociais selecionadas, é possível justificar o motivo pelo qual os falantes do nível intermediário são aqueles que mais imple-mentam o apagamento da postônica medial. Os resultados estão indicados na Tabela 7, a seguir.

Tabela 7 Cruzamento entre as variáveis Escolaridade e Frequência de Uso de um crioulo

NÍVEL FREQUÊNCIA BAIXA FREQUÊNCIA MÉDIA

Fundamental 5/8 = 62.5% 3/8 = 37.5%

Médio 14/65 = 21.5% 51/65 = 78.4%

Superior 89/89 = 100% –

Os indivíduos que se reconhecem como falantes eventuais de crioulo se concen-tram, nesse conjunto de dados, entre os de nível médio de escolarização. Os índices expressos na Tabela 7, acima, reforçam a tendência de que os falantes de Forro, por conta de esse crioulo, em geral, regularizar palavras polissilábicas portuguesas em dissílabos, apliquem com mais frequência a regra de apagamento da vogal átona medial (78,4%) do que os informantes que se reconhecem como falantes apenas de Português, no nível médio de escolarização (21,5%).

Sobre o processo de elevação das vogais médias na pauta postônica medial, antes da apresentação dos resultados verificados na amostra, é importante reto-mar algumas considerações sobre o contexto.

Santos (2015), em uma análise que busca discutir o estatuto fonológico das vogais átonas não finais no PB e no PE, destaca que, na variedade europeia, estão consolidadas:

(i) as regras de alteamento, tanto na série anterior como na série posterior; (ii) a simultânea posteriorização de /e/;

(iii) a elisão de vogais.

Já na variedade brasileira, seus resultados apontam para:

(i) os momentos finais de implementação do alteamento de /e/ e /o/; (ii) o apagamento de vogais, mas em proporções menores do que as

verifi-cadas no PE;

(iii) variação entre as articulações médias e altas das vogais, processo con-dicionado por aspectos sociais e estilísticos.

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De Paula; Brandão (2012), com base na análise de dados de corpora socio-linguísticos representativos da fala culta (NURC) e da fala popular (PEUL e APERJ) do Rio de Janeiro, constatam que a vogal média posterior vem se mos-trando mais propensa ao alteamento, enquanto a anterior tende a manter a reali-zação como média na maior parte dos dialetos, mesmo não estando imune ao alçamento. As autoras observam que (p. 147)

a depender da variedade, pode-se ter, em contexto postônico não final, um quadro fonológico simétrico – de cinco (/i e a o u/) ou três (/i a u/) vogais, ou um quadro assimétrico de quatro vogais (/i e a u/), como o que se verifi-ca na variedade culta verifi-carioverifi-ca (...).

No Português de São Tomé, Silveira (2013) atesta que o quadro postônico não final é configurado em uma série de três elementos, [i, a, u], e que o Português Vernacular de São Tomé difere do PE por não apresentar o schwa [], sendo o /a/ realizado como [a]. O PVS também se diferenciaria do PB pois, para Silveira, na variedade brasileira, o quadro postônico medial teria a mesma configuração do contexto pretônico7, enquanto que, no PVS, os quadros postônicos não final e

final seriam idênticos, sem a possibilidade de manutenção da realização média para /e/ e /o/.

Os dados recolhidos no corpus Variedades do Português diferem dos resul-tados verificados por Silveira em sua amostra. Mesmo com o pouco número de ocorrências de palavras que apresentam uma vogal média na sílaba postônica medial, o que impede uma análise quantitativa refinada, os índices expressos na Tabela 8, a seguir, vão em direção a um quadro muito semelhante ao verificado por Câmara Jr. e por De Paula; Brandão na norma culta carioca.

Tabela 8 Realização das médias postônicas não finais

REALIZAÇÃO COMO MÉDIA ELEVAÇÃO TOTAL DE DADOS

/e/ 17 = 80% 4 = 20% 21

/o/ 0 16 = 100% 16

Os resultados expressos na Tabela 8 sugerem, para o PST, a mesma assime-tria proposta por Câmara Jr.: variação no âmbito da série anterior, com a

compe-7 Nas palavras do autor (op. cit., p. 40):

“No sistema do PE descrito por Mateus e D’Andrade (2000), é apresentado o conjunto dos se-guintes fones na posição postônica não final: [i, a, u], enquanto que no PB (variedade utilizada por Câmara Jr., 1995 [1970]), é apresentado o seguinte conjunto [i, u, e, o, a]”.

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tição entre as realizações [e] e [] para a /e/; e alteamento na série posterior, com a neutralização entre média e alta no contexto, com a realização de /o/ como [U]. Um olhar detalhado para os itens lexicais encontrados no corpus, expressos na Tabela 9, a seguir, permite uma análise mais abrangente dos processos.

Tabela 9 Itens lexicais proparoxítonos com vogal média na sílaba postônica medial e suas

realizações fonéticas /e/ /o/ [e] [] [] gên[e]ro (8 ocorrências) fenôm[e]no (3 ocorrências) núm[e]ro (2 ocorrências) út[e]ro cér[e]bro cél[e]bre alfând[e]ga indíg[]nas quilôm[]tro voltáss[]mos líd[]res ép[]ca (11 ocorrências) incôm[]do (2 ocorrências) monót[]na mét[]do Espín[]la 17/21 = 80% 4/21 = 20% 16/16 = 100%

Na Tabela 9, acima, fica patente o número reduzido de itens com vogais mé-dias postônicas na amostra (11 itens distintos com vogal /e/, 5 itens diferentes com vogal /o/), o que, evidentemente, nos permite apenas sugerir que, na amostra, o panorama que se verifica é o mesmo que vigorava na norma carioca culta descri-ta em Câmara Jr. (1970)

Evidentemente, a não naturalidade do quadro assimétrico tende a ser resolvi-da. E um possível caminho para essa resolução talvez possa redundar na estabiliza-ção do contexto postônico medial em um quadro com três elementos. Contudo, somente uma investigação mais consistente, com um maior número de dados e com o controle de outros contextos além dos inquéritos do tipo DID, pode trazer uma luz sobre a configuração do sistema vocálico postônico medial da variedade.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As análises realizadas neste trabalho permitem as seguintes observações quanto aos dois processos investigados.

No que se refere ao apagamento da vogal postônica não final, os resultados sugerem que a redução dos vocábulos proparoxítonos ao padrão acentual paroxí-tono é um processo bastante frequente (34.7%), condicionado por fatores

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linguís-ticos (natureza do segmento precedente e classe morfológica do vocábulo) e so-ciais (escolaridade e frequência de uso de um crioulo).

Já em relação ao comportamento das vogais médias postônicas não finais, os indícios revelam que o PST – no conjunto de dados analisados – apresenta uma configuração muito semelhante à observada por Câmara Jr. para a norma culta carioca, com variação entre a vogal média e a alta no âmbito da série anterior (/e/ – [e] ~[]), em favor da manutenção da vogal média e implementação da regra de alteamento na série posterior (/o/ – []).

Com relação à proposição de um continuum afro-brasileiro para os proces-sos, talvez não seja possível – nesse conjunto de dados – afirmar que, em ambos os fenômenos investigados, o PST estaria se aproximando do PB ou do PE, este último, em teoria sua “norma de referência”.

Conforme demonstrado ao longo do capítulo, as regras de apagamento de vogais no PB ainda estão sujeitas a valoração negativa, e os inputs baixos de ocor-rência do processo podem corroborar a estigmatização do apagamento. No PE, as alterações profundas no vocalismo átono levam, como etapa posterior, à im-plementação de regras de apagamento de segmentos vocálicos. Já o PST, em fun-ção da influência do crioulo Forro, tende muito mais a aplicar processos de elisão de segmentos, em uma tentativa de regularizar os itens com mais de duas sílabas ao padrão dissilábico, não estando as regras de apagamento vinculadas a um es-pelhamento no PE.

No que concerne às regras de alteamento das vogais médias postônicas me-diais, os dados aqui apresentados revelam que o PST estaria em um estágio ante-rior ao que o PB (a norma fluminense) se encontra hoje. Todavia, os poucos dados e a falta de um controle em outros contextos impedem afirmações mais consisten-tes sobre o comportamento de /e/ e /o/ postônicos não finais na variedade. Está aí uma agenda que urge ser cumprida para uma melhor caracterização do vocalis-mo átono não final do Português de São Tomé.

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