Universidade Federal
de
Santa Catarina Centrode
Ciências Agrárias Departamentode
AqüiculturaRELATÓRIO DE
ESTÁGIO
SUPERVISIONADO
llGraziela
Nunes
Doneda
Florianópolis/
SC
Universidade Federal
de
Santa Catarina centro de ciências Agrâriaé Departamentode
AqüiculturaRelatório
de
Estágio Supervisionado llRelatorio
de
Estágio Supervisionado IIdo
Cursode
Jlllllglll
UFSC
HU
Engenharia
de
AquiculturaNome
do
Aluno: GrazielaNunes
Doneda
Orientador: Luis Alejandro VinateaArana
Supervisor: Walter LuisMuedas
YauriEMPRESA:
UNISUL
Florianópolis/
SC
2003/2siaLsorEcA
i
AGRADECIMENTOS
Ao
Prof. Dr. Walter LuisMuedas
Yauri, pelo apoio, correções, aprendizado durante o Estágio e pela nova amizade.Ao
Prof. Dr. Luis Alejandro Vinatea Arana, por todo o aprendizadoque
me
proporcionou durante todo o curso e pelo grandeexemplo
de
profissional.Aos
meus
pais, por estarem aomeu
lado,sempre
me
apoiandoem
todosos
momentos
da minha
vida.As
minhas
irmãs Patricia, Raquel e Sara, simplesmente por existirem.A
bióloga Elaine e a zootecnista Débora, por todo ensinamento durante o estágio e pela grande amizade.Ao meu
namorado
Rafhael, pela paciência, apoioe
ajuda na realizaçãodo
Estágio e Relatório.A
minhaamiga
Karina, pela grandeamizade
durante todo o curso e pelacompanhia
no decorrerdo
estágio. Tanto nas horas difíceis quanto nas divertidas e descontraidas.A
todas as pessoasque passaram
pelaminha
vida, eque de alguma
forma ajudaram ame
tornar na pessoaque
hoje sou.A
turma 99.1do
Cursode
Engenhariade
Aqüicultura,que
esteve unida durante os quatroanos de
vida acadêmica.íND|cE
Agradecimentos ... .. Lista de figuras ... .. Lista de tabelas ... .. Lista de abreviaturas ... ..Resumo
... .. v1 1. Introduçao ... .. 2. Descrição da Empresa ... .. 2.1 Equabrás ... .. 2.2 Unisul ... .. 3. Estrutura do Laboratório de Transferência de pós-larvas ... .. 3.1 Sistema de Abastecimento de água ... .. 3.2 Sistema de Tratamento Físicocom
Filtros e Aquecimento 3.3 Sistema de Larvicultura ... .. 3.4 Sistema de canal coletor e tratamento físico de efluentes.. 3.5 Sistema de tratamento químico de efluentes e drenagem .. 4. Atividades Desenvolvidas ... .. 4.1 Unisul/ Equabras ... .. 4.1.1 Chegada das pós-larvas no laboratório ... .. 4.1.2 Rotina diária do laboratório ... .. 4.1.3 Despesca das pós-larvas no laboratório ... .. 4.1.4 Aclimatação nas Fazendas de Engorda ... .. 5. Resultados ... .. 6. Discussão ... .. 7. Referências Bibliográficas ... .. 8. Análise Crítica do Estágio - Conclusão ... .. iii ... .. iv » . . ¢ . . . ‹ . . ‹ - . . . .. . . . - . . . ¢ . . ¢ . . .H › ‹ . z . . . ‹ . . . . » ‹ . ‹ . ‹ . . › ‹ › « . . . .z . . . - . . ¢ ‹ . ¢ ‹ . . . - ‹ . . . .H . . . ‹ . . - . ‹ .U . . . ‹ ¢ z . . - - . . . - . . . z. . . . › . . . ‹ . . . - . . . .. ‹ . › z z . . ‹ . - z ‹ . z . . . .H - . . - . . . ‹ » . . ‹ . . › . . . ~ . . . .. . . . » . . .H . . . ‹ . . . » . . . » . - . - ‹ ‹ - - . . . .H . . . - . . . ‹ . . . ‹ ¢ . . ‹ . - ‹ zz ‹ › ¢ ‹ › ¢ ‹ ¢ - › › z . . . .H . . . . ¢ . . . ¢ . . . z z . . z - ¢ z z z - › . . . .. ... .. 12 ... .. 15 ... ..16 ... .. 18 ... .. 19 ... .. 20 ii i v \l\I\lU\LI1-b-lã-š-à!\Jl\)I\)›-^ 9iii
LISTA
DE FIGURAS
Figura 1: Croqui do laboratório de transferência de pós-larvas de camarão marinho ... .. 7
Figura 2: Chegada das pós-larvas no laboratório ... .. 7
Figura 3: Tanques de lavircultura ... .. 8
Figura 4: Filtro de brita ... .. 11
Figura 5: Despesca das pós-larvas ... .. 13
Figura 6: Tanque 300 litros ... .. 13
Figura 7: Coleta de amostras para contagem de larvas ... .. 14
Figura 8: Caixas de transporte de larvas ... .. 15
Figura 9: Gráfico da variação de salinidade da Lagoa de Santo Antônio nos meses de setembro, outubro e novembro de 2002. ... .. 17
LISTA
DE
TABELAS
Tabela 1:Resultados de temperatura, salinidade, densidade de cultivo e sobrevivência do
V
LISTA
DE
ABREVIATURAS
UNISUL-
Universidadedo
Sulde
Santa Catarina.FESSC-
Fundação
Educacionaldo
Sulde
Santa Catarina. PL- Pós-larva.L- Litro. g- grama.
mL-
mililitro.EDTA-
etileno diamino tetra-acéticoTon- tonelada.
PEIMAD-
Programa de
Estudos Interdisciplinaresdo
Meio Ambiente eRESUMO
O
estágio teve início no dia 02de
janeirode
2003
e término no dia 02 de abrildo
mesmo
ano.O
mesmo
foi realizado no Laboratóriode
Ciências Marinhasda
Universidadedo
Sulde
Santa Catarina situado na Av. MarechalColombo
Sales n° 84 no municípiode
Laguna-SC.A
Carcinicultura foi a área escolhidapara realização
do
estágiode
conclusãode
curso devido a grande identificaçãocom
amesma,
pois já havia feito outro estágio namesma
área, alémde
gerarempregos, proporcionar alta rentabilidade
como
atividade comercial e gerarreceitas significativas
de
exportação para o país.O
estágio foi realizado noLaboratório
de
Transferênciade
pós-lan/asde
Litopenaeusvannamei da
Equabrás, parceirada
UNISUL, onde
foram desenvolvidas atividades como:o aclimatação
de
pl's 9-10em
tanques para posterior transferênciapara os tanques
de
lan/icultura;o rotinas diárias
do
laboratório assimcomo
: alimentação,renovação,etc;
ø despescas das pI's;
ø aclimatação das pl's aos viveiros das fazendas
de
engorda.A
UNISUL
juntamentecom
a Equabrás contribuiuextremamente
para o desenvolvimentoda
carcinicultura no municípiode Laguna
noano de
2002/2003,sempre
atuandocom
total respeito na preservaçãodo
meio ambiente, na valorização dos trabalhadores e na consciência social, procurando odesenvolvimento sustentável visando o crescimento
da
aqüicultura.1JNTRoouçÃo
A
espécie exóticade camarão
marinho Litopenaeus vannamei, origináriado
Oceano
Pacífico é a principal responsável pelo atual desenvolvimento dacarcinicultura brasileira.
Com
suas característicasde
rusticidade ede
tolerância aamplas
variaçõesde
salinidade, substitui as espécies nativas e, atualmente écultivada
em
100%
das fazendas brasileiras (Rocha&
Rodrigues, 2000).A
regiãode
Laguna
lidera a produção catarinensede
camarão
em
cativeiro,
que
também
está presente nas regiões Norte(com 90
hectares divididosem
quatro fazendas) e Centro(com
32 hectares divididosem
dois estabelecimentos).A
região,que
alémde
Laguna,também
inclui Imaruí, Jaguaruna e Imbituba, contacom
aproximadamente900
hectaresde
lâminas d'água distribuídas por 52 fazendasde
carcinicultura.Devido à esse grande crescimento da carcinicultura
em
Santa Catarina, a Universidadedo
Sulde
Santa Catarina -UNISUL
em
parceriacom
a EquabrásAqüicultura e Tecnologia Ltda., instalaram no
PElMAD-Programa
de
Estudos Integradosem
Meio Ambiente e Desenvolvimentoda
UNISUL
localizado no Municipiode Laguna-SC
um
Laboratóriode
Transferênciade
pós-larvasde
Litopenaeus
vannamei
visando suprir ademanda
de
pós-Ian/asde camarão
marinho das fazendas
de
engordada
região Suldo
Estadode
Santa Catarina.O
Estágio Supervisionado ll foi realizado na Universidadedo
Sulde
SantaCatarina juntamente
com
o Laboratóriode
Transferênciade
pós-larvas da Equabrás.O
mesmo
foi supervisionado pelo professor pesquisador Dr. WalterMuedas
pertencente a
UNISUL.
Este estágio contribuiu excepcionalmente para
minha
formaçaoacadêmica
e profissional. Através
do
mesmo,
pude
botarem
prática a teoria captadaem
salade
aulaao
longodo
curso.2
2.
DEscR|çÃo DA
EMPREsA
2.1
EQuABRÁs
A
Equabrás Aqüicultura e Tecnologia Ltda éuma
empresa
formada por engenheiroscom
maisde
18 anosde
experiência na atividadedo
cultivode
camarões
a nível internacionalcom
especial atuação no Equador, Brasil e países da Centro-América.A
Equabrás foi constituídaem
11de novembro de 1997
inicialmentecom
a atuação nosegmento de
produção evenda de
pós-lan/asde camarões
Litopenaeusvannamei
e foi crescendo e ampliando as suas instalaçõessempre
procurando manter
como
diferencial o controleda
qualidadede
náuplios e pós- Iarvasflproduzidos nos seus laboratórios.A
Equabrássempre
atuacom
total respeito na preservaçãodo
meio ambiente, na valorização dos trabalhadores e na consciência social, procurando odesenvolvimento sustentável
de
todos os projetosque empreende,
na visãode
aportar para o crescimentoda
atividadede
aqüicultura.2.2
UNISUL
No
ano de
1964, foi abertoem
Tubarao o cursode
Ciências Econômicas,inicio
da
Fundação
Educacionaldo
Sulde
Santa Catarina- FESSC,
que
em
1989se tornaria a Universidade
do
Sulde
Santa Catarina-
UNISUL.
Atualmente a Universidade
tem
uma
estrutura multi-campi,com
raízesem
vários pontosdo
Suldo
Brasil.O
campus
de
Tubarão é a sede oficial, coordenando as unidadesde
Braço‹.
do
Norte, Imbituba e Laguna.Hoje a Unisul é
uma
instituição consolidada tanto no Suldo
Estado quanto na região metropolitanada
capital.A
Unisuldo
século XXI investeem
tecnologias eem
recursoshumanos,
atuando direta e indiretamente nas transformações sociais e econômicas.
A
produção científicada
Unisul é significativa evem
crescendoano
apósano.
Os
recursos são alocados atravésde
critérios claramente definidos: competência científica, curiosidade, criatividade, persistência e produtividade.. 3
conhecimentos e experiências aos alunos, estagiários e à
comunidade
em
que
vivem.Não
são estabelecidas áreas prioritárias ou exciudentes para a pesquisa.O
principal é manter
um
ambiente institucionalque
favoreça a criação e o desenvolvimentode
gruposde
pesquisas competentes, conseqüentes e pró-ativos.
Têm
alcançado destaque grupos e núcleosem
áreas taiscomo
Educação
Matemática Supen/isão Automática
de
Sistemas (robôs), Farmacologia eToxicologia
de
Produtos Naturais (com a primeira patentede
princípio vegetal encaminhada), Biologia Molecular (com destaque para estudosde
variaçõesde
HIV
em
Santa Catarina), Qualidadede
Água
(estudosde
sedimentos próximosde
plataformasde
extraçãode
petróleo e presençade
metaispesados
em
baciaslocais). Por seus resultados, estes grupos e núcleos estão recebendo apoio
de
instituições públicas
e
privadascomo
oCNPq
- Conselho Nacionalde
Desenvolvimento Científico e Tecnológico,
CASAN
-Companhia
de
Águas
eSaneamento
de
Santa Catarina,IPHAN
- Institutode
Patrimônio Histórico eArtístico Nacional, Secretaria
de
DesenvolvimentoUrbano e
Meio Ambiente,FINEP
- Financiadorade
Estudos e Projetos, principal agênciade
financiamento àciência
e
tecnologia no País, e outras.No
ano
de- 2002, aUNISUL
juntamentecom
aEQUABRAS
AQUICULTURA
tecnologia Ltda, firmaramuma
parceria e instalaramum
Laboratóriode
Transferênciade
pós-larvasdo camarão
marinho Litopenaeusvannamei
situado nas instalaçõesdo
PEIMAD
-Programa de
EstudosInterdisciplinares
do
Meio-Ambiente e Desenvolvimento no municípiode
Laguna- SC.4
3.
EsTRu'ruRA
no
|_ABoRATÓR|o
DE
TRANs|=ERÊNc|A
DE
Pós-|.ARvAs
3.1
SISTEMA
DE
ABASTECIMENTO
DE
ÁGUA
A
entradada água
era feita atravésde
um
sistemade
bombeamento
no períodode
preamar, a qual era reservadaem um
Tanque
com
capacidade totalde
100m3
(Figura 1) emediada
por processode
filtragem ( 500 micras ) ecomplementada
por processosde
tratamento químicoda
água
(cloração, aeração e sedimentação).O
cloro constituium
poderoso bactericida. Oxida e agrupa os materiais orgânicos e inorgânicos, permitindo aremoção
das impurezas,ao
mesmo
tempo que mata
bactérias, protozoários,vermes
e vírus.Por essa razão é a alternativa considerada mais
adequada
para a purificação da água, reconhecida pelos organismos internacionaisde saúde
e referenciada porrevistas e publicações
do
mundo
inteiro.Sob
a formade
cloreto férrico epolicloreto
de
alumínio, o cloroage
com
eficácia na purificação das águas.O
cloroera retirado por processos
de
aeração antesda
entradada água
no sistemade
filtros e aquecimento.
3.2
SISTEMA
DE
TRATAMENTO
FÍSICO
COM
FILTROS
E
AQUECIMENTO
Após
24
horasde
armazenamento/tratamentoda água
no sistemade
abastecimento, a
mesma
era conduzida, porbombeamento,
para o sistemade
filtragem e aquecimento.O
referido sistema, constavade
filtrosde
100, 50 e 1micras,
que
sãoadequados
à retirada das partículasem
suspensão
ede
uma
caldeira para aquecimento da
água
até 32°C,que
era utilizadaem
sistema subseqüente.3.3
SISTEMA DE LARVICULTURA
Procedendo-se a filtragem e
ao
controleda
temperaturaadequada
da água, esta era distribuída pelos 16 tanquesde
larvicultura (capacidade total240
m3),confeccionados
em
fibrade
vidro,com
6,00m
de
comprimento, 2.15m
de
largura e 1,15m
de
profundidade, perfazendoum
volume
útil totalde
15,0m3
por5
unidade.
Os
referidos tanques estavam distribuidosem
ambiente abrigado e estão interconectados a quatro caixasde
despesca.3.4
SISTEMA
DE
CANAL
COLETOR
E
TRATAMENTO
FÍSICO
DE
EFLUENTES
O
sistemade
Iarvicultura incorporava canais coletores paraescoamento de
águas
residuais (os níveisde
trocade água
diário durante a Iarvicultura estãoentre 10 a
40%
- 32 a96 m3
-do
volume total,em
função das necessidadesdo
cultivo e dos parâmetros hidrobiológicos e fisico-químicos).
Os
referidos canais estavam interconectadoscom
os tanquesde
cultivo,com
as caixasde
despescae
com
as caixasde
decantaçãode
detritos.As
águas
residuais, provenientes da totalidade dos tanquesde
cultivo,passavam
pelas caixasde despesca
eeram
conduzidas, por gravidade para a Caixa 1, coletoras
de
detritoscom
sistemade
filtros e capacidadede
16 m3.Os
filtros,em
número de
três, tinham sistemade
anti-fuga
da
espécie cultivada.A
Caixa 2,com
capacidadede
8 m3, recebia aságuas
pré-filtradasda
Caixa 1. Equipadacom
sistemade
filtrode
segurança, acaixa 2 tinha
como
função a coletade
material fino.3.5
SISTEMA DE
TRATAMENTO
QUÍMICO
DE
EFLUENTES
E
DRENAGEM
Após
coletade
finos, aságuas
residuaiseram
conduzidas, por gravidade,para o
Tanque
3.Com
capacidadede 300
m3,o Tanque
3 destinava-seao
tratamento químico
do
efluente (cloração, aeraçãoe
sedimentação)num
tempo
médio
de
permanênciade
4,68 dias.Após
essetempo
é feita adrenagem
para alagoa
de
Santo Antônio,em
períodode
baixa mar.As
águas
drenadasestavam
dentro dos parâmetrosdo
artigo 10 para aságuas
salobras classe 7, (ResoluçãoAmãgz :___ 2__“__g_“_¿ O____m___=__ g___š_3
8
â>___W_|mÊä
_%__m__¿m_____= 2' °___e____2____8
___g_õ "_ _*____wE __:w_z___ ._ 8_ng_um_ O___C__U_)_ OQOEUO Ou mU>__U__3“_ 0° O_OC@_O_w__U__8
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83 _E__$_n_ 288 88257
4.
ATIVIDADES
DESENVOLVIDAS
4.1
UNISUL/
EQUABRAS
4.1.1
CHEGADA
DAS
PÓS-LARVAS
NO
LABORATÓRIO
O
laboratório daUNlSU|_/EQUABRAS,
não produzia pós-larvas de Lítopenaeus vannamei.As
mesmas
eram obtidas deum
segundo
laboratório da Equabrás localizadoem
Natal-RN.Para
chegarem
até Laguna-SC, as pós-larvaseram
colocadasem
sacosplásticos
com
artemia (alimento vivo) e oxigênio, dentro de caixas de isopor, asmesmas
eram
transportadas via aérea atéSão
Paulo, e de lá seguiam de caminhãoaté Laguna-SC.
Ao
todo, somava-se 30 horas de viagem.Ao
chegarem no laboratório, as pós-larvaseram
imediatamente retiradas dos sacos plásticos (Figura 2) e transferidas paraum
tanque de 2000L. Nesta era feita a aclimatação, onde enchia-se gradualmentecom
água dos tanques de larviculturapreviamente preparadas
com
temperatura, salinidade,pH
e oxigênio adequados,com
a finalidade de evitar mais estresse nas larvas, pela diferença dos parâmetros.A
'.~ -‹Í
V V',:.¡
8
A
aclimatação é importante no ciclo produtivo, porque minimiza o estresse das pós-larvas causado pelamudança
brusca de ambientecom
parâmetros físico-quimicos diferentes.
Após
o término desse processo, as pós-larvaseram
transferidas através de baldes para os tanques de Iarvicultura.Ao
todo são 16 tanquesde
15 toneladas cada(Figura 3).
Figura 3: Tanques de Iavircultura
Depois de três dias, era feita a contagem da população
com
o propósito desaber a sobrevivência total após todo o processo, desde a chegada até a transferência das pós-larvas para os tanques de Iarvicultura.
Comumente
obtinha-se9
4.1.2
ROTINA
DIÁRIA
DO
LABORATÓRIO
O
Laboratório de Transferência de pós-larvas de camarões marinhos cumpriauma
rotina diária de atividadescomo
horários de alimentação, manejo para obtenção de artemias, controle sanitário, medição de salinidade e temperatura. Essa rotinaestá melhor detalhada a seguir.
4.1.2.1
ALIMENTAÇÃO
A
alimentaçãocom
ração era feita de 3em
3 horas, ou seja, 8 vezes ao dia,com
dois tipos de ração-
a Ziegler e a Flake. Até pL 12 era fornecida30%
de Zieglere
70%
de Flake, e a partir de pL 13 trocava-se para70%
de Ziegler e30%
de Flake.Essa
mudança
nas quantidades é devido ao alto preço da ração Flake por ser importada, e ao crescimento das pL's que conseqüentementecomem
mais.Fazia-se diariamente
um
cálculo para saber a quantidade de raçaoadequada
a fornecerdependendo
do estágio que as pós-larvas se encontravam.A
partir deuma
tabela já estabelecidacom
as quantidades de raçãoem
gramas
por estágio de pós-larva e sabendo-se a população de cada tanque, obtinha-se a quantidade total aser fomecida por tanque.
Exemplo:
Em
um
tanque estao estocadas 4.000 pI's 13Onde
cada pL 13consume
0,269 de ração.Então faz-se 4.000 x 0,26 I 8(aIimentações por dia) = 130
gramas
de ração poralimentação.
Sendo
que desses 130g,70%
é de Ziegler e30%
éde
Flake.Também
era fornecidocomo
alimento para as pós-larvas, biomassa de artemia. Essaseram
dadas de 6em
6 horas, e a quantidade variava de acordocom
otamanho
das pL's.Incorporava-se Vitamina
C
na alimentação do camarão, isso deve-se ao fatodeste animal nao sintetizar essa vitamina.
Eram
fornecidas 75g de VitaminaC
as 9:00 e as 21:00, ou seja, de 12em
12 horas.10 4.1.2.2
MANEJO PARA
OBTENÇAO
DE ARTEMIA
A
artemia (Artemia franciscanaKELLOGG,
1906), era estocadaem
tanques de500L
com
água aquecida entre 27-30°C, por 24 horas.Após
esse procedimento, amesma
era recolhidaem
malhas de 100 e 200 micras,onde
na malha de 200ficavam
presos os ovos que não tinham sido eclodidos juntamentecom
as cascas dos cistos eclodidos, e abaixo desta ficava a de 100onde
ficavam presas as artemias.Tendo
separado tudo, cascas (córion) e cistosque
não tinham sidoeclodidos, esses
eram
reestocados por mais 24 horas e depois disso, novamente fazia-se a separação das artemias, onde as cascaseram
desprezadas.Eram
fornecidas artemia viva e biomassa de artemia para as pós-larvas.Calculava-se
uma
média de 700g de artemia por alimentação, a qual era feita de seisem
seis horas, ou seja 4 alimentações por dia.O
ideal era 1.5009 por alimentação,mas
não era possível devido à falta de tanques apropriados para tal atividade , por isso completava-secom
biomassa de artemia.4.1.2.3
CONTROLE
SANITÁRIO
Na
lan/icultura é inevitável a presença de contaminantes, pois as fontes de contaminação são diversas e muitas vezes de difícil identificação, entre os mais conhecidos se têm os protozoários, bactérias, fungos e as microalgas cianoficeas.Também
existem enfermidades devido à deficiência nutricional (falta debalanceamento do alimento), ou
também
pode acontecer porum
erro de contagem da população ou baixa temperatura.Os
controles sanitários realizados na Iarvicultura do Laboratório de Transferência de pós-larvas daUNISUL
/EQUABRAS
eram:o Filtração da água captada da lagoa por
um
filtro de 500 micras ecomplementada
por processos de tratamento químico da água (cloração, aeração e sedimentação);11
Filtraçao da água que sai dos reservatórios para os tanques de larvicultura
com
filtros de 100, 50 e 1 micra;Limpeza de todo material utilizado na larvicultura
com
cloro;Filtração da água do efluente
com
filtro de brita de saída completadatambém
com
cloro, aeração e sedimentação nos reservatórios antes de voltar para a lagoa (Figura 4);Figura 4: Filtro de brita
Tratamentos terapêuticos nos tanques de larvicultura
com
Oxitetraciclina e Eritromicina,ambos
antibióticos,eram
fornecidos 40gramas
por tonelada e 1g por tonelada na estocagem respectivamente estocagem.
EDTA:
etileno diamino tetra-acético (quelante de metais pesados) a partir depL7- 15g/tonelada,
uma
vez por dia.Formol (37%): para matar protozoários, dado
200mL
duas vezes ao dia, sendoque
uma
das vezes é fornecida depois da renovação.Renovação
da água dos tanques de larvicultura: era feita diariamente, renovando-se 6 toneladas do volume total de águado
tanque.Dependendo
dasalinidade desejada nos tanques de larvicultura, completava-se essas 6
toneladas
com
água doce ou salgada, correspondente a40%
do volume total12
Para obter êxito na Iarvicultura,
eram
estabelecidos horários para alimentação, para renovação de água, assimcomo
para tratamentos terapêuticos. Para isso, a Iarvicultura contavacom
relatórios parciais de cada tanque de cultivo,com
índices de produções mensais e por ciclo, que ajudavam a identificaruma
produçãocom
êxito.Por isso é importantíssimo contar
com
essas fichascom
o histórico dos tanquestodos os dias.
4.1.2.4
TEMPERATURA
A
temperatura da água dos taques era medida de trêsem
três horas, ou seja, 06:00, 09:00, 12:00, 15:00, 18:00, 21:00, 24:00, 03:00 horas.4.1.2.5
SALINIDADE
A
salinidade da Lagoa era medida através deum
refratômetro de meiaem
meia hora, devido a fortes oscilações no decorrer do dia. Isto ocorre devido a grandeinfluência da maré, tanto astronômica quanto metereológica sobre a lagoa. Geralmente a salinidade encontrava-se abaixo da desejada. Por isso só captava-se água da lagoa para o reservatório
quando
esta estavacom
uma
salinidadeadequada
para o cultivo.4.1.3
DESPESCA
DAS
Pós-|_ARvAs
No
LABORATÓRIO
As
pós-larvasficavam
no laboratório até atingirem a idadeadequada
para serem transferidas paras as fazendas de engorda. Essa idade variava de pL 20 a pL 30,dependendo
também
da solicitação do comprador.Três dias antes da data de povoamento, o comprador informava ao laboratório
13
Os
parâmetros de temperatura e salinidade da água dos tanques onde as pós-larvas estavam acondicionadas e da água do viveiro que seria povoado eram
medidos.
A
comparação
entre as duas situações dava ao técnico a condição de deflnira velocidade de aclimatação, tentando igualar o mais próximo possível taisparâmetros.
Após
esse processo, dava-se início a despesca. Para o sucesso deuma
despesca, os animais
devem
sofrer o minimo de estresse possível.A
despesca na Iarvicultura é realizada baixando-se o nível de água dostanques, através da abertura do registro situado na parte inferior (abaixo do tanque) para que a água saia por gravidade.
Na
extremidade final do cano de despesca coloca-seum
cano teladocomo
filtro, omesmo
usado para renovação. Deixa-sebaixar
70%
do volume total da água do tanque.Em
seguida, pode ser iniciado oprocesso de despesca propriamente dito. Através de puçás, duas ou três pessoas
dentro dos tanques
pescavam
aos poucos as pós-larvas (Figura 5) e as levavamimediatamente para tanques de 300 litros (Figura 6),
com
aeração constante eartemia viva (40 náuplios/larva), para serem acondicionadas e contadas antes de irem para as caixas de transporte.
14
Após
o tanque já ter sido despescado, homogeneizava-sebem
a caixa (água e larvas) e coletava-se 4 amostras de 150 ml cada (Figura 7). Posteriormente dava-se
um
choque térmicocom
gelo nas larvas coletadas parauma
contagem mais segura.Após
a contagem das larvas, tirava-se a media das 4 amostras emultiplicava-se pelo volume do tanque (300L), e dividia-se pelo volume do coletor de amostras (0,15OL), onde o resultado e a quantidade de pós-larvas contidas no tanque.
Figura 7: Coleta de amostras para contagem de larvas
Através desses cálculos era possível fornecer a quantidade certa de pós-
larvas solicitada pelo comprador.
Depois de todo esse processo, as pós-larvas
eram
pescadas novamente por puçares e colocadasem
caixas de transportes de carga viva (transfish), fixadas nacarroceria de
um
caminhão (Figura 8).As
mesmas
eram
abastecidascom
águapreviamente acondicionada no laboratório e artemia viva, além de possuírem
aeraçâo.
Cada
caixa temuma
capacidade de400L
e comporta 250 mil pós-larvas (625 pós-larvas/Litro).15 ` 1+
see,
¡ . iÉ
. -_Figura 8: Caixas de transporte de larvas
4.1.4
ACLIMATAÇÃO NAS FAZENDAS
DE
ENGORDA
Ao
chegarem
na fazenda, as pós-larvaseram
transferidas para tanques que continham o dobro do volume das caixas de transporte.Esses
eram
equipadoscom
sistemas de aeração, cilindros de oxigênio euma
bomba
que permitia a troca lenta da água do tanque pela água do viveiro ao qual aslan/as seriam transferidas. Essa troca lenta de água é feita para que ocorra
um
equilíbrio nos parâmetros fisico-químicos (oxigênio dissolvido, salinidade,
temperatura e pH) da água do viveiro e da água do tanque de aclimatação. Tanto os parâmetros da água dos tanques quanto da água dos viveiros
eram
medidosconstantemente até que esses se igualassem.
A
partir destemomento
as Ian/as jápodem
ser transferidas para o viveiro através deum
sifonamento.Sendo
que de forma geral ajustada de 2 a 3ppm
de
salinidade por hora, a temperatura auma
razão de 1°C por hora e opH
a 0,5 unidades por hora.Geralmente, as aclimataçöes
eram
feitas de madrugada, pois esse era o período onde haviamenos
variação de temperatura, oxigênio epH
da água do viveiro, ou seja, causavamenos
estresse nas Ian/as.A
aclimatação pode ser feita de formarápida ou demorada, isso dependerá das diferenças entre os parâmetros do tanque e do viveiro.
16
5.
RESULTADOS
Durante o período de estágio, todas as atividades
do
Laboratório foram realizadascom
êxito, obtendo-se dados satisfatórios de sobrevivência das pós- lawas, tanto no transportecomo
durante o cultivo no laboratório, verificando-setambém
na despesca nas fazendas.Durante o processo de produção de pós-larvas, a primeira contagem das larvas era feita três dias após a chegada das
mesmas
no laboratório. Geralmenteobtinha-se
uma
sobrevivência entre 70-80%.O
cálculo da sobrevivência nas fazendas de engorda era feito durante adespesca dos camarões.
No
segundo ciclo de 2002/2003 a sobrevivência média dos cultivos nas fazendas ficouem
torno de 80%.Abaixo, segue
uma
tabela deacompanhamento
dos tanques de Iarviculturadurante o periodo de estágio (Tabela 1).
No.
Tanque
Temperatura Salinidade Densidadede
SobrevivênciaMédia Média Cultivo Larva/L (%)
1 29 +/- 1 25 +/- 3 73,3 2 29 +/- 1 25 +/- 3 76,0 3 29 +/- 1 25 +/- 3 86,6
4
29 +/- 1 25 +/- 3 83,3 5 29 +/- 1 25 +/- 3 81,3 6 29 +/- 1 25 +/- 3 72,6 7 29 +/- 1 25 +/- 3 66,0 8 29 +/- 1 25 +/- 3 68,0 9 29 +/- 1 25 +/-3 57,3 10 29 +/- 1 25 +/- 3 71,3 11 29 +/-1 25 +/-3 73,3 12 29 +/- 1 25 +/- 3 58,6 13 29 +/- 1 25 +/- 3 67,3Tabela l:Resultados de temperatura, salinidade, densidade de cultivo e sobrevivência do cultivo
Iarvicultura fase ll.
17
A
salinidade da água da lagoa variava muito.No
PEIMAD
-Grupo
de Pesquisaem
Estudos Interdisciplinares
em
Meio Ambiente e Desenvolvimento da UNISUL, localonde foi instalado o Laboratório de Transferência de pós-larvas de
camarão
marinho,está se fazendo
um
estudo de monitoramento da variação da salinidade da água da Lagoa de Santo Antônio.Foram
obtidos dados no período de setembro a novembro de 2002 deste trabalho o qual mostra a grande variação da salinidade. Abaixo, segueum
gráfico que demonstra essa variação de salinidade (Figura 9).SALINIDADE 40 35' . . z_ 1 30 À' 6 ` 6. f _ 25
lII'líÍz
illi.ahi
20
llfi
"‹§¡i_
~ É z ` ' 15 Íz _ i - il' " . g ¬ 1 10 ` ¡ 5 Oo~
1- (O 1- (O 1- (D 1- 1- 1- 1- 1- 1- 1- 1- (\¡ C\| 1 1 3 36 4 46 5 56 6 66 7 76 8 86 9 96 O 06 `_¡_Figura 9: Gráfico da variação de salinidade da Lagoa de Santo Antônio nos meses de setembro, outubro e
novembro de 2002.
Obsen/ação:
A
linha horizontal vermelha no gráfico está indicando que só era bombeada18
6.
o|scussÃo
Apesar de fornecer
um
agradável ambiente de trabalho, o laboratório olaboratório carecia de alguns equipamentos,
como
oxímetros, pHmetro, entre outros,os quais são indispensáveis
num
laboratório de produção de pós-lan/as de camarões marinhos.No
laboratório de transferência de pós-larvas houve dificuldade de se obter águacom
salinidades adequadas para o cultivo, isso ocorreu no decorrer de todo oestágio.
Outro ponto a ser ressaltado era a falta do setor de produção de microalgas, o qual e importantíssimo para o êxito de
uma
Iarvicultura.As
microalgas não somentesão importantes na aqüicultura
como
fonte de alimentar,mas também podem
auxiliarna
manutenção
da qualidade da água, pois temum
papel fundamental no balanço do oxigênio, do dióxido de carbono e dos compostos nitrogenados, sobretudo a amônia (Derner, 1997).Foi necessário contornar o problema da variação de salinidade da lagoa. Freqüentemente teve-se que reduzir a renovação, pois a água da lagoa estava
com
a salinidade muito baixa e não era adequado bombeá-la para os reservatórios. Porisso,
quando
a salinidade estavaadequada
para o cultivo, enchia-se os reservatóriosde água e
também
aproveitava -se mais dois ou três tanques de lan/icultura para aquecer e reservar água também.19
1.
REFERÊNCIAS
B|B|.|oGRÁ|=|cAs
ANDREATTA,
E.,ALFONSO,
E.,COELHO,
M.,BELTRAME,
E.,SEIFFERT,
W.,
VINATEA,
L.,PETERSEN,
R.,DERNER,
R.&
MUEDAS,
W.
1997 “Produção dePós-larvas de
Camarão
Marinho" II Curso Internacional, Florianópolis-SC, 03 a 12 denovembro
de 1997. http://www.io.usp.br/DOB/doblabs/micrmar.htmI http://vwwv.Iabomar.ufc.br/gecmar/publicacoes.html http://vvvvw.acaq.org.br/noticias/2003/not 14b 05 2003.htmI httg://www.Icm.ufsc.br/ http://www.suI-sc.com.brlafolhalmonoqrafial http://www.epaqri.rct-sc.br/Rac/camarao.html20
a.
ANÁL|sE
cRiT|cA
Do
EsTÁc|o
-coNci.usÃo
O
estágio supervisionado ll foi extremamente essencial para o aprendizadofora do ambiente de sala de aula. Isto se deveu às diversas práticas realizadas no
local,
onde
pude contarsempre
com
o auxílio de profissionais os quais trabalham nolaboratório, tanto no ensinamento do manejo das atividades realizadas nos diversos
setores, quanto no esclarecimento de dúvidas.
A
duração de 360 horas de estágio possibilitouuma
visão mais ampla dacarcinicultura.
O
supervisor se mostrouem
todos osmomentos
estar solicito e disposto a sanar todas as dúvidas que surgiam.Minha formação acadêmica e pessoal foi grandemente enriquecida e pretendo