DEPARTAMENTO
DE
ENFERMAGEM
CURSO DE
GRADUAÇÃO
EM
ENFERMAGEM
A
ENFERMAGEM
COMO
FACILITAIDORA
DA APROXIMAÇÃO
ER
MÃE,
RECEM
NASCIDO
E
FAMILIA
EM
CULTURAL DA
MULH
-
ALOJAMENTO
CONJUNTO,
FUNDAMENTADA
NA
TEORLA
DA
DIVERSIDADE E
UNIVERSALIl)ADE
DO
CUIDADO
CULTURAL
DE
d
HC ado|
||||||||Íí¡|Í4|U7||uM
Q UFSCE
.AnaPaua nagem 9GM
L.M
MM
-M
...I ._ _.M
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978 -. › ham TCC Or Sebod u o:A.en en 9724«M
M
M
-*M
MM
III
M
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M.
...à ._. CCSM N.C TCC Au UFSCT
EPQF 0377 Ex M 5” QC BSCCSM U :A LI. f _)MADELEINE
LEININGEJR.
ANA
PAULA SEBOLD
FABIANA
CORREA
Florianópolis
A
ENFERMAGEM
COMO
FAQILI
CULTURAL
DA
MULHER
-
MAE,
~
TADORA DA
APROXIMAÇAO
RECEM
NASCIDO
E
FAMILIA
EM
ALOJAMENTO
CONJUNTO,
FUNDAMENTADA
NA
TEORIA
DA
DIVERSIDADE
E UNIVERSALIl)ADE
DO
CUIDADO
CULTURAL
DE
MADELEINE
LEININGER.
T
rabalho de Conclusão de Curso apresentadoORIENTADORA:
Msc.
VitóriaRegina
Petteà disciplina de
Enfermagem
AssistencialAplicada
do Curso
deGraduação
em
Enfermagem
rs Gregório I
SUPERVISORA:
Eni”Maira
BeatrizKamke
3°
MEMBRO
DA
BANCA:
Dr”Marisa
MonticelliFLORIANÓPOLIS
que
explique eninguém
que não
entenda. Cecília Meireles.A
Deus
Pelo
dom
da vida,
por
toda
proteção
e
por
sempre
iluminar
nossos
caminhos.
'Â professora Kenya
Schimidt Reibnitz
por ter
nos
oportunizado
a
realização
deste trabalho
unindo4nos
como
dupla
e
por
toda
paciência,
carinho
e
dedicação.
A_
Nunca
te
esqueceremos
'Â'
nossa orientadora Professora Vitória Regina_
Petters
Gregório
(Vi)
4Por sua competência, atenção, dedicação, incentivo, carinho,
apoio
e
respeito
às
nossas
idéias.
Por
nos ter
guiado neste
momento,
depositando confiança
e
por
sempre ter
confiado em
nosso
trabalho.
Você
será
para
nós sempre
um
exemplo.
à nossa supervisora enfermeira Maira
Beatriz
Kanke
Que
em várias ocasiões
nos
mostrou
o
valor
da liberdade, do
respeito.
Obrigada por
ter
se
disponibilizado
a
os
receber
e
por
toda
a
atenção
a
nós
dispensada.
. professora Marisa Monticelli
.Ke
Por ser
muito mais
que
um membro
da
banca
examinadora,
sÂÊ'um
exemplo. Mas
principalmente por
sempre nos ter
incentivado
colaborando
com
o
presente
trabalho.
SAos
funcionários
do
Alojamento Conjunto
e
CIAM
Por nos
terem recebido com
tanto carinho,
por terem permitido
nossa
inserção de
-forma
agradável.
Obrigada por terem
compartilhado conosco
suas experiências, seu carinho, sua
disposição.
_Ãs
mães
mulheres, seus
recém
-nascidos
e
suas
famílias
por
nos
terem recebido
tão
bem,
por
toda
colaboração com nosso
trabalho,
mas
principalmente por
nos
deixarem compartilhar
 minha
mãe,
Por todas
as
lições de vida,
por abdicar muitas
e
muitas
vezes
de seus desejos
e
sonhos em favor dos meus,
por
todo
amor,
carinho,
por
todo
zelo,
por
todo respeito,
meu
eterno
~
respeito,
gratidao
e
amor.
Ao
meu pai
Que eu tenho
a
certeza
que esteja onde
estiver
está
neste
momento
orgulhoso.
Obrigada por
todas
as
lições de vida, de
amor,
por
todo carinho,
por
toda cumplicidade. Eu
o
amo
muito,
minhas
eternas saudades.
'Ã minha
família,
por entenderem minha
ausência,
por me
apoiarem sempre
e
por
todo
amor que há entre nós.
Principalmente
ã
minha
avô
Rosalina por
todo
o
apoio
durante
a
realização
da faculdade.
Ao Davi
Por
mesmo
sem
nem
saber falar
alegrar meus
dias,
apoiar-me
e
incentivar-me
a
continuar. Eu amo você
meu
afilhado.
A Aninha
Por ter
confiado
em alguém
-quevocê
nem
conhecia,
apostar
nesse
trabalho,
abdicar
de tudo
o
que já tinhas
e
voltar
até
aqui
para
a
finalização do curso.
Obrigada por
toda
a
amizade,
por
todas
as
lágrimas,
por
todos os abraços,
por
Ao Éder, Rafinha, Luis, Lucas, Rodrigo
e
ao
Neto por
toda
a
amizade,
por
todo
o
cuidado
comigo.
,Ao casal Luis
e
Vanika_
e
ao
Gui
por
todo
carinho,
por
"sempre
me
incentivaram,
apoiaram
e
torceram pela realização deste
A
Deus,
meu
criador,
meu Melhor
e
mais Fiel amigo, que me
deu
tudo
o
que tenho, que me abre
portas
e
ilumina
meus
caminhos,
que
nunca me abandona
e
me dá forças
e
coragem para encarar
os
momentos
de
luta,
que
me
dá saúde
e
ânimo
para correr
atrás dos
meus
sonhos...
Aos
meus
pais,
Maria
Salete
Luckmann Sebold
e
Valmor
Sebold,
pela minha
educação,
por
tudo
o
que
me proporcionaram,
que
muitas vezes renunciaram
seus
sonhos
para
que
os
meus
fossem
realizados.
Sem
vocês eu não
chegaria
até aqui.
Amo
vocês!!!
A
toda
a
minha
família,
tios, tias,
primos
e
primas,
que
por
muitas vezes serviram
como incentivo
nesta
caminhada.
Ao
meu
irmão, Paulo Henrique,
por
todo
o
carinho,z apoio,
incentivo
e
amizade.
Te adoro!!!
AAo
meu
lindo
e
pequenino
Davi... Que Amo! Amo!
Amo! E
tem
sido
a
minha
razão de
viver
e
meu maior incentivo para
tudo
que
faço.
A mamãe
te
ama demais!!!
Ao
meu querido Fãbio_Augusto, por
ter
compartilhado
comigo
todos esses
momentos,
pelo
carinho, apoio,
compreensão
e
pelo
“auxílio
com
o
computador”.
Te amo
meu
amor!!!
 minha colega
e
amiga
Fabiana,
pelos
momentos
de
alegria
e
dificuldades
que
passamos
juntas.
Obrigada por
tudo!!!
Te
adoro!!!
Belinha,
,Biel,
Rita, Renata,
Dona
Rosaura, Renato
e
Lú
CORREA,
Fabiana;SEBOLD,
Ana
Paula. A*enfermagem
como
facilitadorada
aproximação
cultural entre amulher - mãe, recém
-
nascido e famíliaem
alojamentoconjunto,
fundamentada na
teoriada
diversidade e universalidadedo
cuidadocultural
de Madeleine
Leiniger. 2004. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso deGraduação
em
Enfermagem)_- Centro de Ciências da Saúde, universidade federal de SantaCatarina. `
O
presente trabalho relata a experiência desenvolvida pelas autoras, enquanto acadêmicasde enfermagem, da disciplina
Enfermagem
Assistencial Aplicada da VIII° UnidadeCurricular
do
Curso de Graduaçãoem
Enfermagem
da Universidade Federal de Santa Catarina.Teve
como
objetivo geral desenvolver junto à mulher - mãe, aorecém
nascido e à família o processo de enfermagem, prestandoum
cuidado cultural,em
alojamento conjunto,fundamentado na Teoria da Diversidade e Universalidade
do
Cuidado Cultural deMadeleine Leininger.
A
prática assistencial foi realizadano
período de agosto a outubro de2004.
O
referencial teórico adotado para direcionar a prática assistencial, foi a teoria dadiversidade e universalidade do cuidado cultural de Madeleine Leininger,
no
qual a teórica acreditanaimplementação
dê cuidado transculturalembasada
num
olhar antropológico sobre o indivíduo.A
mesma
trabalhacom
quatro níveis distintos e complementares que sedividem
em;
o “primeiro nível que é mais geral e amplo.O
nível dois que oferececonhecimento sobre os indivíduos, famílias, grupos e instituições
em
vários níveis de saúdee propicia significados e expressões culturalmente específicos
em
relação à saúde.O
níveltrês focaliza o sistema popular, o sistema profissional e a enfermagem, permitindo a
comparação de semelhanças e diferenças,
ou
seja, a universalidade e diversidade culturaldo
cuidado.
O
nível quatro é o nível das decisões e ações de cuidadoem
enfermagem
e envolve a preservação/ manutenção, acomodação/negociação e repadronização/ reestruturação cultural do cuidado. Para implementar o referencial na prática utilizamos a aplicaçãodo
processo deenfermagem
baseadasno
processo deSILVA
(2002), que se divideem
quatro fases distintas: Conhecer a situação, Refletir a situação, Planejamento eImplementação
do
cuidado e Avaliaçãodo
cuidado. Durante o desenvolvimento desteestudo percebeu-se a grande diversidade cultural entre as famílias atendidas
no
alojamento conjunto. Essa diversidade veio nos mostrar o quanto é importante o atendimento dessas famílias de fonna particularizada, focalizada nas suas crenças, valores, significados e práticas de cuidado, 0 que favoreceuque
a assistência fosse prestada de formaculturalmente congruente.
E
2.
OBJETIVOS
... ..11 2.10bjetivo geral ... ... ..11 2.2 Objetivo específico ... ... ..11 3.REv1sÃo
DE
coN-TEÚDOS
... ... ..12 3.1 Puerpério ... ..12 3.1.1 Divisãodo
puerpério ... ..13 3.1.2Fenômenos
puerperais ... ..14 _ 3.1.3 Modificações locais ... ..153.1.4 Modificações gerais
do
puerpério ... .... ..163.1.5 Processo
de
cuidarno
puerpério ... .... ..213.2
Amamentação
... ... ..25' 3.2.1
Promoção do
aleitamentomaterno
... ..263.2.2
Os
dez passospara
o
sucessodo
aleitamento ... ..28_3.2.3
Anatomia
e fisiologiada
lactação ... .. .... ..293.2.4
Vantagens
do
aleitamentomaterno
.... ., ... ...313.2.5 Técnica
da
amamentação
... .. ... ..353.2.6 Técnica
para
extraçãomanual
do
leite ... .. ... ..363.2.7
Problemas
freqüentesna
amamentação
e assistênciade
enfermagem
... .-. ... ..' ... ..403.3
Alojamento Conjunto
... ... ... ..453.3.1
Vantagens
... .. ... .. ... ..463.3.2
População
atendida ... .L ... .. ... ..49› 3.3.3
Normas
para implementação
e avaliaçãodo
sistemade
AC
... ..493.3.4 Determinações gerais ... ..51
3.3.5
Alojamento Conjunto do
Hospital Universitário ... ..533.3.6 Assistência
ao recém
-
nascidono Alojamento Conjunto
... ..543.4
Recém
- nascido ... .. ... ..553.4.1
Exame
físicodo recém
-
nascido ... ... .. ... ..553.4.2 Desenvolvimento
do
processo educativo ... ..603.4.3 Controle e avaliação dos sinais vitais ... ..'....61
3.4.4
Medidas
de
higiene ... ..623.4.5 Curativo umbilical ... ..63
3.4.6 Avaliação
da perda
ponderal ... ..633.4.7
Observação
das eliminações ... ..643.5 Cultura e Fa1m'lia
no
processo de nascimento vivenciadoem
alojamento conjunto...` ... ..653.5.1 Cultura e família ... ... .. ... ..65
3.5.2 Cultura e alojamento conjunto ... ..67
4.
SUPORTE TEORICO
... ..704.1
Abordagem
teóricade Madeleine
Leiniger ... ..70` 4.1.1
Conhecendo
a Teórica ... .'. ... ...704.1.2
A
Teoriada
Diversidade e Universalidadedo
Cuidado
Cultural ... ..71'5.
METODOLOGIA
... .-. ... ..805.1 Local
da
prática assitencial ... ..805.1.1
Alojamento
Conjunto
... ..815.1.2 Estrutura física ... .. ... ..82
5.2 Sujeitos
do
estudo ... ..825.3 Processo
de
enfermagem
... ..835.4
Plano
de ação globalem
relação aos objetivos ... ..855.5 Aspectos Eticos
da
práticade
enfermagem
... ..885.6Componentes
éticosdo
estudo ... .. ... ...896.
AVALIAÇÃO DOS
OBJETIVOS
... ..916.1 'Resultado
do
Objetivo 1 ... ..916.2 Resultado
do
Objetivo2
... ... ..936.3 Resultado
do
Objetivo 3. ... ..966.3.1 Descrição
do processode
Enfermagem
... ..986.3.2 Percepção dos processos ... ._. ... ..113
' 6.4 Resultado
do
'Objetivo4
.... .. ... ..116 6.5 Resultadodo
Objetivo 5 ... ..118 7.CONSIDERAÇÕES
FINAIS
... ..121 s.REFERÊNCIAS
... ..123 9.APÊNDICES
... ..126 10.ANEXOS
... ..1351
n\1TRoDUçÃo
V
O
último ano
do
Curso deGraduaçao
em
Enfermagem
da'Universidade Federal deSanta Catarina
(UFSC), na
qual estamos inseridascomo
acadêmicas, possibilita - nos aescolha
do tema
edaárea
a .quetemos
mais afinidade para a realizaçãodo
-Trabalhode
Conclusão
do
Curso (TCC). Essa liberdade de escolha nos abreum
leque de possibilidades, eserve
como
um
estímulo para a realização deum
trabalho voltado para as nossas necessidadescomo
estudantes,além
de serum
momento
propício para aprofundarmos acompreensão
dasnecessidades de cuidado
da
clientelacom
quem
desenvolvemos a prática assistencial.Assim, 0 desejo de realizarmos a prática assistencial e o desenvolvimento
do
nossoestudo na «área de Obstetrícia e Neonatologia, abordando a mulher-mãe, o recém-nascido e a família, iniciou-se antes
mesmo
de nossas experiências vividas durante a disciplina deEnfennagem
Obstétrica, jáno
finaldo
Curso de Graduação.O
anseio por esta área-sempre
esteve presente
em
nossas vidas, e foiamplamente
estimulado durante a graduação.Alguns
fatos marcantesem
nossa vida familiar,também
serviramcomo
um
despertar para este interesse.Uma
_de nós experienciou a vivênciado
parto e o processo de pós-parto ainda durante a graduação,quando do
nascimentodo
seu primeiro filho.Observou
durante operíodo de intemação várias situações
que
como
paciente etambém como
acadêmica deEnfennagem
afizeram
indagar sobre o papel daenfermagem
durante o processodo
nascimento.Notou
.que aenfermagem
não tinhauma
preocupaçãoem
atender -individuahnente, respeitando .a cultura de cada paciente.As
informaçõesquando
dadas às pacientes,nao
eram
claras,ou
seja, as pacientes por muitas vezes nao entendiam a linguagemutilizada para a explicação dos procedimentos. -
Notamos
também
ainda durante a graduaçaoque
por muitas vezes o cuidadoque
era prestado nos estágios era impositivo e muitas vezes não levavaem
conta os valores culturaisdos indivíduos aos quais prestávarnos' cuidados. Já na sétima unidade curricular,
quando
entramos
em
contatocom
a obstetrícia sentimos a necessidade de desenvolverum
trabalhoque
focalizasse o serhumano
no
período de pós-parto, juntamentecom
o seu recém-nascido e sua família deforma
a entrarem
acordocom
o saber popular e o saber profissional. 'Acreditamos que para desenvolver
uma
assistência baseadanum
cuidado culturalcongruente e de qualidade é imprescindível conhecer e respeitar os comportamentos, crenças,
valores, significados e práticas culturais
do
serhumano.
'
'
De
acordocom
Monticelli (1997), nãoimpondo
o saber profissional e valorizando oassistência de
melhor
qualidade.Entendemos que
a assistênciacompreende
uma
relação deensino
-
aprendizagem,buscamos
unir os saberes populares e os saberes profissionais afim
de
tomar o
processo crítico econgmente
com
omodo
de
vida das pessoas.Cremos
que
somados
estes conceitos, agregando a eles nossomarco
teóricopodemos
executaruma
assistência mais efetiva, através deum
olhar cultural.Tendo
em
vista nossa preocupaçaoem
efetuar o cuidado deenfermagem que
estivesse vinculado à cultura, crenças e valores
do
indivíduo,buscamos
através da Teoria daDiversidade e Universalidade
do Cuidado
Cultural de Madeleine Leininger nortear nossotrabalho.
Escolhemos
utilizar esta teoria,'pois acreditamosque
ao aplicá-la 'à nossa prática,haverá o favorecimento
do
cuidado deenfermagem
a mulher-mãe, recém-nascido e família,respeitando as suas crenças, valores, significados e práticas.
Tomamos como
ponto de partida a idéiaque
aenfermagem
como
profissão prestadora de cuidado deve considerarno
seu cotidiano de trabalho, os diferentes padroes culturais encontrados, respeitando assim oshábitos. e costumes de seus clientes/pacientes,
sem
esquecerque
aenfennagem
também
possui suabagagem
cultural eque
estapode
vir a influenciar as práticasdo
cuidado.Optamos
por desenvolver nosso trabalhono
Alojamento Conjunto daMatemidade
do
Hospital Universitário(HU)
situadono campus
universitárioda
UFSC,
na cidade deFlorianópolis, SC, por termos
uma
maior afinidade e convivênciacom
a equipemultidisciplinar atuante neste setor e por termos realizado nossos estágios da disciplina de
Enfermagem
Obstétrica e Neonatologica neste local.Devemos
explicitar -também,que
amaternidade através
do
seu trabalho e dedicação, foi premiada duplamente pelo Ministério daSaúde, recebendo o título de Hospital
Amigo
da Criança, por promover, proteger e apoiar oAleitamento
Matemo,
recebendo ainda oPrêmio Galba
de Araújo, por humanizar a atençaoao parto.
A
comodidade
de estar situado nas imediações da bibliotecauniversitária,do
departamento de graduação de enfermagem,
bem como
dos demais setoresda
universidadeque
nos possibilitauma
maior facilidade de usufruir dosmesmos,
foitambém
um
fator importante na decisão da escolhado
campo
de estágio.2
OBJETIVOS
2.1 Objetivo
Geral
rDesenvolver junto à .mulher-mãe, ao recém-nascido e à família o -processo de
enfermagem,
prestandoum
cuidado cultural,em
Alojamento Conjunto,fundamentado na
Teoria da Diversidade e`Universalidadedo Cuidado
Cultural de Madeleine Leininger.2.2 Objetivos Específicos
l..
Conhecer
o funcionamento e a organizaçãodo Alojamento
Conjuntono
qualestaremos realizando a prática assistencial e divulgar junto à equipe de
enfermagem
nossotrabalho e objetivos.
'
2. Identificar
as
crenças, valores, 'significados e práticas culturaisque
asmulheres-mães e famílias
possuem no que
diz respeito aos cuidados a serem desenvolvidosdurante o período de pós-parto.
`
3. Refletir sobre as crenças, valores, significados e práticas culturais desenvolvidas pelas mulheres-mães e familias durante o período pós-parto, planejando, negociando,
implementando
e avaliando diariamente o processo de enfermagem, demodo
aacomodar, adaptar
ou
repadronizar os cuidadoscom
a mulher-mae, família e recém-nascido.4.
Promover
encontroscom
as mulheres-mães e famílias, visando estabeleceruma
interaçaocom
asmesmas,
permitindoque
estas esclareçam suas dúvidas, externem seus sentimentos, favorecendo o reconhecimento e a diversidade cultural e assim a negociação darealização
do
cuidado cultural congmente. '5. Realizar a revisão da literatura dos temas abordados,
bem como
osque
envolvem
a aproximaçao cultural entre aenfermagem
e amulher
mae,recém
nascido e família,buscando
aprofundar nossos conhecimentos acerca da teoria escolhida,bem como
os assuntos relacionados à Obstetrícia, Neonatologia e Período Pós-parto.~ 1
3
REv1sAo
DE
coNTEUDos
3.1
PUERPÉRIoz
Puerpério (puer
=
criança, parere=
parir), sobre-partoou
pós-parto, é 0 período cronologicarnente variável, de duração imprecisa, que se inicia logo após o parto e temrinaquando
asmodificações
locais e gerais detenninas pela gestaçãono
organismomatemo
retomam
às condiçoes nonnais. -Popularmente é conhecidocomo
resguardoou
quarentena(SANTOS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002). 'No
puerpério, adaptações fisiológicas e comportamentais complexasocorrem
nasmulheres e sao caracterizadas: -
- pela regressão das
modificações
anátomo-fisiológicasque produzem
durante agestação e o parto (fenômenos involutivos); _
. - pelo estabelecimento da lactação
(fenômeno
progressivo);- pela adaptação psicológica da
mãe;
t - pelo estabelecimento da relação
mãe
- filho e família.~ ~ / ~ - z ~
_As alteraçoes biologicas
que
ocorremno
organismomatemo
no
pos parto saocomandadas
por duas funçõesbem
distintasdenominadas
de crise e recuperação genital.'
No
que
se refere à primeira,predominam
a involução da musculatura uterina eda
mucosa
vaginal, e quanto à segunda,assumem
papel de destaque os processos regenerativos dasmucosas
uterina e vaginal (Rezende, 1995). Tais alterações, entretanto, não dão conta de reconstituir completamente o organismomatemo,
deixandoem
algumas situações seqüelas irreversíveis, taiscomo:
''
- destruição dos remanescentes
do
hímern;_ V
- alteração morfológica
do
orifícioextemo do
colo uterino (fenda transversal); - soluções de continuidade diversas o canal vaginal;V
-
- estrias gravídicas;
3. 1. 1
o
PUERPÉRIO
PODE
SER
Dlvmrno
EM
TRÊS
PERíoDos
D1sTmTos.
-
a) Puerpério imediato:
tem
início logo após a dequitação e se estende até odécimo
dia pós-parto. Está caracterizado pelo predomínio da crise genital,onde
prevalecem osfenômenos
catabólicos e involutivos das estruturas hipertrofiadas e hiperplasiadas nagestação,
bem
como
pelas alterações gerais referentes à regressão dasmodificações
determinadas pela gravidez.
b) Puerpério tardio: vai
do décimo
primeiro dia até o quadragésimo quinto dia.É
operíodo de transição entre a fase da crise e da recuperação genital, mitigando a primeira e
ganhando
impulso à segunda, especiahnente nas mulheresnão
lactantes.c) Puerpério remoto: é o período de duração imprecisa,
que
tem
inícioo46
dia e se estende até a completa' recuperação das alterações detenninadas pela gestação e parto, e oretorno dos ciclos menstruais ovulatórios normais nas mulheres não lactantes, este período é curto,
podendo
perdurar entre50
a60
dias.Nas
lactantes, este período poderá ser maior,dependendo da
duração da lactação.3.1.2
FENÔMENOS
PUERPERAIS:
Involução uterina:
A
diminuiçãodo
tamanho do
útero édenominada
involução.De
acordocom
Bower
Jr. (1991), este
fenômeno tem
sido objeto de inúmeros estudoshá
mais decem
anos.Da
revisao de literatura realizadaveremos
alguns aspectosque
consideramos importantes destacar para a assistência deenfermagem
(SANTOS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002). E' '
Logo
após a expulsão da placenta, o úterocomeça
a contrair-se intensamente,tomando-se endurecido e globoso,
podendo
ser palpado na linhamédia
entre a cicatrizumbilical e a sínfise púbica.
Após
algumas horas ele atinge a altura da cicatriz umbilical epermanece
por24
a48
horas.Nos
dias subseqüentes, o útero sofreuma
rápida reduçãodo
tamanho
e de peso.Medindo
20
cm
de altura e4
cm
de espessura, passano
40
dias para 7 a 8cem
dealtura e 1 a 1,5
cm
de espessura.De
acordocom
Santos,2002
na superfície intema, logo após o parto, o sítioplacentário constitui-se
numa
área saliente, decontomos
irregulares, cruentas e sangrante,medindo
cerca de 10cm
de diâmetro.Ao
término de dez dias, seutamanho fica
reduzido àmetade.Toda
a espessurado
endométrio se regenera duas a trêssemanas
após o parto,com
exceção da área placentária, cuja regeneração completa se dá
em
tomo
da sexta e oitavasemana
pós-parto.(SANTOS
apud
OLIVEIRA; MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002).Essa área se desprende lentamente pelo crescimento
do
tecido endometrialsubjacente por baixo da zona de inserção.Distúrbios desses processos
podem
ocasionar hemorragia.`
- ›
O
A
involução uterinatem
como
causa principal _a repentinaqueda na taxa dos níveisde estrogênio e progesterona,
que
desencadeia a liberação de enzimas proteolíticasno
endométn`o.Essas enzimas, através de
um
processo de autólise, transformam o materialprotéico das células endometriais
em
substanciasque
são absorvidas e eliminadas pela urina._
A
quantidade das células é preservada durante a involução uterina,mas
'háuma
redução
do
seuvolume
(tamanho),que
passa de 171 micra decomprimento
por 11,5 micra deespessura, para, respectivamente, 17,5 e 4,5 micra ao término
do
puerpério(SANTOS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002).A
velocidade desse processo involutivo sofre influencia de determinadas condições,podendo
sermais
lentaem
situações nas quais ocorreram grandes distensões durante a gestação (polidrâmio, gemelaridade), pós-cesárea, nas puérperas não lactantes ena
ocorrênciade quadros infecciosos.
Nas
lactantes a involução uterina, demodo
geral, é mais rápida, graças aoreflexo
uteromamário, através
do
qual, 'à estimulação da região mamilo-aoreolar e_de toda a partefuncional da glândula mamária, são acionadas, pela liberação de ocitocina, as contrações uterinas, traduzidas
como
cólicas pelas puérperas(SANTOS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002).Loquiação:
As
perdasque
escoarn pelo trato vaginal após o parto são designadas de lóquios. Constitui-seem
secreções resultantes da produção de exsudatos e transudatos misturadoscom
elementos celulares
descamados
e sangue,que
procedem_da ferida placentária,do
colo uterinoe da vagina
(SANTOS
apud
OLIVEIRA; MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002). --
De
acordo
com
Santos,2002
existem variações fisiológicas na quantidade ecaracterísticas dos lóquios (principahnente na cor), de acordo
com
o período puerperal. Destemodo,
osmesmos podem
ser classificadosem
três tipos: ›*
,Vennelhos
ou
sanguinolentos (-lochia rubraou
cruenta), presentes nos primeiros trêsa quatro dias, constituindo-se de sangue, tecido decidual necrosado e células epiteliais.
Geralmente a quantidade é semelhante à
do
fluxo
menstrual'Serosanguinolentos (lochia fusca), presentes
no
terceiro ao quarto dia até o décimo.Sua
coloração passa para rósea-acastanhada, resultante das alterações de hemoglobina,diminuiçao
do
número
de hemácias e elevação dos leucócitos. -~ Serosos (lochia flava), sao observados após o
décimo
dia,
podendo
se estender até a quintaou
sextasemana
eassumem
coloração amareladaou
branca.Apesar
de ter-sido objeto de estudo de inúmeras mensurações inexisteum
consensoentre 'os autores
em
relação à quantidadedo
fluido loquial eliminado, dadas às variaçõesindividuais observadas.
Os
lóquios_possuem
odor característico, sendo descritocomo
semelhante ao
do
sangue menstrual, constituindo-se o odor fétido, sugestivo de infecção.Qualquer patologia
do
endométrio, colo uterinoou
vaginamodifica
as característicasdos lóquios, seja
na
quantidade,na
corou no
odor.Em
algumas situaçõespode
haver a retenção de lóquios, situação clínica considerada indesejável, pois predispões à infecção puerperal. Esta ocorrência étambém,
designada de loquimetria*(SANT
OS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002).3.1.3
MoD1r‹¬1cAçõEs
LocA1sz
Vagina:
apresenta-se edemaciada, arroxeada, congestionada e dilatadaaproximadamente
por três semanas.A
partir daí,começa
a reassumir a aparênciado
estado anterior à gestação,permanecendo algum
relaxamentodo
tecido. Esse processo é lento e secompleta,
embora não
inteiramente, por volta de seissemanas
após o parto.O
epitélio vaginal mostra-se atrófico pela carência de estrogênio, alcançando sua regressãomáximaem
tomo
do
15 dias.
Nas
primíparas, observa-se a presença de lacerações dos remanescentesdo
hímem,
que sãochamados
de canínculas mirtiformes.São
assim denominadas porque seassemelham
àforma
de recortes de folhas de mirto.
Rezende
In: Santos, 2002.Vulva:
logo apóso
parto apresenta-se edemaciadacom
apagamento
dos pequenos lábios.É
comum
a ocorrência de pequenas rasgaduras especialmentena
comissura inferior.Rezende
In: Santos, 2002. -
Colo
uterino: Iniciahnente apresenta-se flácido, violácio, lacerado ecom
bordas distensíveis.Ao
final de sete dias, oedema
e essas lesoes encontram,-se reduzidos,porém
a cervix naoretoma. jamais à situação pré-gravídica.
Seu
orifícioextemo
se altera morfologicamentepassando de
uma
abertura redonda e regular, auma
outra,com
aspecto de fenda ligeiramenteirregular e transversal (Ziegel, Cranley, 1985; Rezende, 1995; Mello,
Neme,
1995 In: Santos 2002.)O
espaço existenteno
canal cervical logo após o parto possibilita a introdução deuma
mão,
após alguns dias, dois dedos e, ao termino deuma
semana, apenasum
dedo
(SANTOS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002).3.1.4
MODIFICAÇÕES
GERAIS
Do
PUERPÉR1oz
Além
dosfenômenos
puerperais normais emodificações
locais já abordados,ocorrem
importantesmodificaçoes
sistêmicasno
organismo materno, as quais seraoabordadas a seguir: _
Estado geral: nos primeiros dias de puerperio,
dependendo do
tipo de parto (fácilou
difícil, vaginal
ou
cesárea) e outros fatores individuais, amulher
poderá experimentar alguns desconfortos físicos eemocionais.(SANT
OS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002). Vz .
Poderá sentir-se extenuada pelo_esforço despendido, apresentar calafrios e sede nas
Em
relação aos sinais vitais, observa-se algumas alterações que são específicasdo
período puerperal.A
temperatura poderá se elevar até 38 C,retomando
aonormal
em
24
horas. Tal
fenômeno
é justificado pela presença de soluções de continuidadeno
canaldo
parto, através dos quais, microorganismos solução tóxicasinvadem
a circulaçãomatemanas
primeiras72
horas,sem
que
isso seja considerado a instalação deum
quadro clínico infeccioso. _Em
decorrência da freqüente .elevação da temperatura o terceiro e quarto dia depuerpério,
quando
ocorre à apojadura, originou-se a crença da febredo
leite, quasesempre
sem
fundamento.É
nessa faseque
ocorre grande proliferação degermes no
canal vaginal, esua ascensão à cavidade uterina provoca o
aumento
da temperatura.(SANTOS
apud
OLIVEIRA; MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002).H
»
A
freqüênciado
pulso está diminuída os primeiros seis a oito dias de puerpério e échamada
de bradicardia puerperal (60 a70
bpm).A
mesma
ocorre devido auma
diminuiçaodas contrações cardíacas após o nascimento
do
bebê e à reduçãodo
leito vascular (Rezende,1995; Mello,
Neme,
1995; Ziegel, Cranley, 1985 In: Santos, 2002).No
que
se refere ao peso corporal,em
média, a puérpera perde cerca de 5Kg
logoapós o parto (feto, placenta, líquido amniótico),
havendo queda
adicional deaproximadamente
3Kg
(involução uterina, loquiação, diurese, sudorese) entre o sétimo edécimo
dia(SANTOS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002).Sistema
hematopoiético: após' o parto ocorrem importantes alterações sangüíneas eplasmáticas
no
organismomatemo,
entre as quais destacarnos:-
c Declinação
do volume
sanguíneoem
funçãodo volume
de sangramentoprovocado pela dequitação, retornando ao nonnal
com
cerca de seis semanas;-
Diminuiçao do
número
de hemácias nos primeiros dias para se normalizarprogressivamente; -
- Observação
de
leucocitose (15.000 -' 20.000rmn),
retomando
aonormal
durantehá
primeirasemana
pós-parto;u
`
- Elevação das plaquetas nos três primeiros dias,
retomando
logo ao normal.-
Queda
da
taxa de hemoglobina,que
prossegue declinando;- Diminuição
do
hematócrito logo após o parto,retomando
ao nonnal após o- ,Elevação da hemossedimentação nos primeiros doas de puerpério,
nonnalizando-se dentro de três a cinco semanas.
- .
Aumento
da
atividade fibrinolítica devido ao estresse da parturição;-
aumento
nas primeirassemanas
após o parto dos fatores de coagulação já presentesna
gestação, o q predispõe a tromboflebite e embolia(SANTOS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002).Sistema
urinário:Nas
primeiras horas apóso
partohá
um
aumento da
capacidadeda
bexiga,mas
suasensibilidade pressão exercida pela urina encontra-se diminuída.
A
mesma
apresenta-seedemaciada, hiperemiada e,
em
alguns casos,com
petéquias e hemorragias submucosas.Observa-se
também
aoexame
cistoscópico, após parto vaginal,edema
do
trígono e atonia damusculatura
da
parede vesical,que
poderão impedir o esvaziamento espontâneoda
bexiga,provocando
obstrução' uretral e, conseqüentemente, dificuldade demicção
e retençãourinária.(SANT
OS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002).Em
outras situações, as mulheresconseglem
urinar,mas
são incapazes de esvaziarcompletamente a bexiga,
permanecendo
urina residual.Como resultadodo
traumado
parto, omeato
urinário e os tecidos subjacentespodem
se apresentar edemaciados, initados e traumatizados. Essas alterações, 'aliadas a outros fatorescomo
a diminuição da sensibilidade pela anestesia e a dificuldade de urinarem
posição horizontal, contribuem para anocorrênciada retenção urinária,
que
por sua vez,quando
presente, expões amulher
aum
alto risco deinfecção
do
sistema urinário. '~
Segundo
Santos, 2002, a incontinência urinária não é muito requente, todaviapode
ocorrer nos primeiros dias de puerpério, desaparecendoem
seguida.É
causada principahnente pela atonia esfincterianaou
por lacerações traumáticas.De modo
geral, a função ureteral voltaSistema
respiratório:~
Após
o parto,em
conseqüênciado
esvaziamento uterino, ocorre a descompressãodo
diafragma,provocando
o desaparecimento da dificuldade respiratória e amudança
do
tipo derespiração, passando
de
costalsuperior para tóraco abdominal(SANTOS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002).Sistema
tegumentar:Com
freqüência, segundo santos, 2002, ocorre a queda de cabelos, sudorese eenfraquecimento das unhas, tornando-as quebradiças.
A
hiperpigmentaçãoda
face (cloasmagravídico),
do
abdome
(linha nigra) e_da
mama
(aréola secundaria) sofre redução gradativa,mas, às vezes, poderá ser de duração longa.
As
estrias de coloraçao violácia, resultantes da gravidez recente, permanece,porém
sua tonalidade é alterada para o aspecto perolado, esbranquiçado.
Sistema
endócrino: aUma
vez expulsa a placenta, se deflagrauma
queda
brusca das concentrações circulares doshonnônios
que lhe são atribuídos, especialmenteno
que se refere ao estrogênio e a progesterona.A
diminuição,em
quantidades consideráveis, dos níveis plasmáticos de estradiol e deprogesterona penníte a manifestação completa de ação lactogênica da prolactina e ocitocina, cuja secreçao, acrescida
doa hormônios
corticóides, é fundamental para a produçao e ejeçaoláctea.
Em
funçao dessas alteraçoes hormonais, o restabelecimento dos ciclos menstruais sedá,
mas
mulheres não lactantes, cerca de seissemanas
após o parto.Nas
lactantes, .este período é variável,dependendo
da freqüência e duraçaodo
estímulo da sucçãoou
ordenha manual.(SANTOS
apud OLIVEIRA; MONTICELLI;
Sistema
digestivoLogo
após o parto,com
o esvaziamentodo
útero, o estômago, o intestino delgado eocólon
retomam
'à posição anatômica nonnal, favorecendo o esvaziamento mais rápidodo
estômago
e a normalização das funções gastrointestinais.Mesmo
assim, neste período é requente a ocorrência da obstipação intestinal causada principalmente pela (0):-
Morosidade
intestinal estabelecida durante a gestação;-
_ Súbita perda da pressão intra
- abdominal;
- diminuição
da
motilidade gastrointestinal pelo usoda
analgesiaou
anestesia usada durante o parto. _
- relaxamento
ou
flacidez da musculatura abdominal perineal;- repouso físico relativo e dieta da puérpera;
-
medo
da puérperaem
romper
os pontosou
de sentir dor ao evacuar;- presença de hemorróidas (veias varicosas
no
reto), decorrentesdo
esforçodistendido
no
período expulsivo; _ V-
edemas
gengivais, algumas vezes presentesna
gravidez,também
regridemem
alguns dias após o parto.(SANTOS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
3.1.5
O
PROCESSO DE
CUIDAR
NO
PUERPÉRIO:
-
A
assistência
no
puerpério integra o conjunto de açoes planejadas, executadas econstantemente avaliadas, .nos seus diferentes períodos,
ou
seja, tardioou
remoto.Independente
do
marco. conceitual, referencial teóricoou
teoria adotada, assistência deenfennagem no
pós-parto deverá ser realizada visando 0 atendimento individualizado e integralda
puérpera, isto é,contemplando
aspectos nas suas dimensões (físicas, psíquicas,social, cultural e espiritual).
Daí
a importância de se utilizaruma
metodologia afim
dedirecionar
adequadamente
a assistência de enfermagem,que
deverá ser sistemática, científica e levarem
conta(SANTOS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002).0
A
história e o estilo de vida da puérpera, suas experiências, valoresculturais, crenças e costumes;
0 Tipo de parto (fácil, difícil, vaginal
ou
cesárea,com
ou
sem
episiorrafia) eoutros fatores individuais;
A A
0,
Os
períodosdo
puerpério (imediato, tardioou
remoto), osfenômenos
puerperais (involutivose progressivos) e asmodificações
locais e sistêmicas;0
As
fases hospitalar e domiciliar;0 Estabelecimento da relação
mãe-filho
e familiares.Exame
físicoda
puérpera
Tem
como
objetivo obter informações acercado
estado geral da puérpera,com
ênfase ao
fenômenos
puerperais, àsmodificações
locais e sistêmicas queocorrem no
puerpério e outras alteraçoes relacionadas ou naocom
este período.Deve
ser realizado diariamente enquanto amulher
permanecer intemada namatemidade ou
por ocasião daconsulta puerperal, após a alta hospitalar
(SANTOS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
Deve-se
observar
no exame
físico:0 -
Estado Geral: observar postura, expressão facial, estado de ânimo, humor,
locomoção, aparência geral, queixas; -
0 Sinais Vitais: verificar freqüência cardíaca, freqüência .respiratória
(com
suascaracterísticas), temperatura, pressão arterial; .
0
Mamas: devem
ser observadas e palpadas visando avaliar condições paraamamentação.
O. tamanho, a tensão, a simetria, presença de cicatrizes, cirurgias, estrias,ou
outras irregularidades
devem
ser registrados.Os
mamilos
também merecem
atenção especiale
devem
ser avaliados quanto ao seu tipo, integridadeou
alterações de fonnação.A
presença de colostro e/ou a quantidaded
produção Láctea deve ser observada;0
Abdome:
observar presença de distensão abdominal, flatulênciaou
áreas desensibilidade através da palpação.
Deverá
ser questionado sabre a presença de peristaltismo efunção intestinal. Observar e registrar características de incisão abdominal,
quando
forcesariana;
0 Útero: verificar e registrar a altura
do
fundo uterino, tendo por base a cicatrizumbilical. Assim,
o
útero poderá estar acima ao nívelou
abaixo da cicatriz umbilical deacordo
com
o período puerperal;0 Bexiga: avaliar presença de distensão vesical (bexigoma), freqüência, características da urina, disúria, incontinência e retenção urinária;
0 Região Vulvo-perineal: observar alterações locais, coloração, presença de
edema, equimoses,
hematoma,
episiotomia, lacerações, presença de hemorróidas;0 Lóquios: observar, registrar cor, odor, quantidade e aspecto de acordo
com
operiodo puerperal;
V
0
Membros
inferiores (pés, pernas e coxas): observar presença de varizes,Homans,
que
será positivoquando
a puérpera manifestar dor na região poplítea ao serflexionado
o pé.A
positividade indica trombose venosa profunda(SANTOS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002).Processo
de
cuidarno
puerpério imediato (1°ao
10° dia),Nas primeiras horas que se
cedem
ao parto (48 a72
horas),ou
seja, durante operíodo de intemação hospitalar, a
mãe
e o recém-nascidodevem
permanecerno
Sistema deAlojamento
Conjunto, algumas informações referentes a puérperadevem
ser obtidas pela enfermeira da unidade. Tais infomiações incluem o tipo e a horado
parto, a analgesia, anestesia recebida, ovolume
da' perda sanguínea, 0tempo
decorrido- entre a ruptura dasmembranas
ao parto, a episiotomiaou
a laceração e qualquer outra intercorrênciano
parto.Neste periodo, o plano de
enfennagem
de assistência a puérpera deve incluir os seguintescuidados:
0 Verificar os sinais vitais de
6/
6 horas;0
_ Observar estado das
mucosas
e hidrataçao;0 Encorajar a
deambulação
precoce;0 Verificar altura
do
fundo uterino, observando sua consistência e localização;Bem
com
as características da incisão operatóriaquando
o parto for cesáreo;0 Inspecionar diariamente o períneo e o estado dos genitais extemos; condições de higiene, cicatrização da episiotomia / laceração, presença de edema,
hematoma
e sinais deinflamaçao;
0 « Observar continuadarnente e
registrar características dos lóquios; '
0 Orientar para higiene
do
períneocom
água corrente, especialmente após as0 Avaliar o estado das
mamas
e mamilos; produção láctea apojadura, ingurgitamento, fissura mamilar;- 0 '
Controlar micção, características da urina, volume, freqüência e distúrbios urinários, especialmente nas primeiras
24
horas; ~0 Controlar e registrar diariamente a função intestinal;
Na
ocorrência dehemorróidas, observar tamanho, desconforto e sensibilidade;
'
0 Observar
membros
inferiores, atentando para os sinais precoces de tromboses eflebites; '
0 Discutir
com
amulher
- mãe
os conceitos-relacionados à prática nutricional, higiene' corporal e cuidados puerperais;-'
'
0 Avaliar o estado emocional da
mãe
e a aceitaçãoem
relação aos cuidadoscom
o recém-nascido: curativodo
coto umbilical, banho, vestuário, alimentação, imunização;0 Ministrar
medicamentos
prescritos, observando efeitos colaterais.Em
casos defluidoterapia, realizar controle e cuidados
com
amesma
(SANTOS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002). ~O
processode
cuidarno
puerpério tardio (11°ao
45° dia) e' puerpérioremoto
(45° dia
em
diante)Durante o período de intemação
ou
por ocasião da alta, a puérpera deverá receberorientações sobre os cuidados a serem observados
no
puerpério tardio e remoto, taiscomo:
0 Características fisiológicas e patológicas dos lóquios;
0 Higiene e nutrição;
'
0 Exercícios físicos visando recuperar o tônus da musculatura abdominal e perineal; '
O
›
-A
0 Retorno da atividade sexual;
0
Amamentação;
0 Planejamento' familiar;
0 Consulta pediátrica, teste
do
pezinho e consulta puerperal entre o 7° e o 10° dia;0 Prevenção
do
câncerdo
colo uterino e detecção precocedo
câncer demama;
0 Imunização
do
bebê;Direitos da
mulher
trabalhadora, da criança edo
adolescente(SANTOS
apud
OLIVEIRA;
MONTICELLI;
BRÚGGEMANN,
2002). '3.2
AMAMENTAÇÃO
O
desenvolvimento tecnológico e científico, especialmente nas ultimas décadas,possibilitou acumular muitos dados sobre leite
matemo
e hoje se sabe que a práticado
aleitamento natural constitui-seem
um
modo
inigualável de sefomecer
o alimento ideal para os lactentes, pennitindo seu crescimento e desenvolvimento saudáveis. Para alguns, a interrupção prematura daamamentação
é perigosa, especialmente nos paísesem
desenvolvimento, pois muitos dos alimentos
que
passam
a-serem
utilizados 'a partirdo
desmame
são inadequadosdo
ponto de vista nutricional. Paralelamente, a probabilidade deque
a criança sofra de diarréiaaumenta
significativamente, pois parte dos alimentos utilizadosno
desmame
e os substitutosdo
leitematemo podem
expor a criança, pela primeira vez, aBRÚGGEMANN,
2002).As
características bioquímicas e imunológicas de espécie- especificidade, própriasdo
leitehumano,
lhe conferemuma
composição
ideal e incomparávela qualquer outro tipo de leite: bacteriologicamente é seguro e imunologicamente apresenta
fatores de proteção e de defesa contra infecções, principalmente as gastrointestinais.
O
leitematemo
reduz o riscode
enterocolite necrotizante nos recém-nascidos prematuros.As
infecçoes respiratórias e as alergias sao
menores
nos lactentesamamentados.
-.
Do
ponto de vista nutricional, o leitehumano,
em
quantidades adequadas, é capaz desuprir todas as necessidades alimentares
da
criança durante os seis primeirosmeses
de vida.Os
benefícios psicológicos se' revestem de igual importância,uma
vez 'que através daamamentaçao
se estabeleceuma
profunda relaçao entre binômiomae/filho
detenninada porum
processo de interação e transação proporcionados por fortes estímulos sensoriais,auditivos, táteis, visuais' e emocionais.
A
mesma
tarnbém ofereceum
adequado
desenvolvimento intelectual, psicossocial .e acuidade visual
do
lactente., tAlém
desses aspectos, aamamentação
como
método,pode
ser consideradatecnicamente natural, de -fácil aprendizagem, higiênica e prática,
economicamente
barata epraticamente isenta de custos.
Entre estas vantagens, encontramos, ainda, na literatura, benefícios fisiológicos para
a saúde
da mulher que amamenta,
entre as quais citamos osfenômenos
regressivosdo
puerpério,
que ocorrem
com
maiorrapidez graças ao efeito da ocitocina,que
agindo sobre amusculatura
do
útero, previnetambém
a atonia uterina e hemorragiano
pós-parto imediato; aamamentação
reduz os riscos damulher
contrair anemia, câncer demama
e ovário, osteoporose e esclerose múltipla na pré-menopausa; aamamentação
exclusiva garante àmãe
proteção de99%
contra a gravidez durante os seismeses
após o parto enquanto amesma
semantiver amenorreica e se o
bebê
foramamentado
com
freqüência esem
interrupçãonotuma
(sANTos,
1999,Apuà
santos R.v., GarciaM.
1, 2002).O
3.2.1
PROMOÇÃO DO
ALEITAMENTO
MATERNO
Segundo
Silva (1997) aamamentação assume
significados diferentesem
várias culturas, sendoum
comportamento
social mutávelconforme
as épocas e costumes (p.17).A
XVIII
o ato deamamentar
era_ considerado repugnante e ridículo pelas mulheres aristocratas e burguesas, estas então adotaram asamas
de leite. ~~
No
final
do
século XVIII, alguns paisesda Europa
ofereciarn o leite de animais àscrianças
em
chifres,porém
os resultados não foram satisfatórios edemonstraram que
de 7entre 10 crianças alimentadas desta forma,
morriam
antes de completar 1 ano-de vida.Na
metade
do
séculoXIX
o leite de vacacomeçou
a ser adotadocomo
suplementação alimentar._
,Com
o adventodo
leiteem
pó
juntamentecom
sua praticidade' e acessibilidade, aprática da
mamadeira
tornou-se bastante difundida.O
leiteem
pó
passou a se consolidarem
todos os países junto _à população e os profissionais de saúde,que
o consideravam o alimentomais
adequado
aosRNs,
e destaforma
.a práticado
aleitamentomatemo
progressivamentediminuíra;
Porém
em
conseqüência destecomportamento
às taxas de- mortalidade infantilaumentaram, principalmente nos grupos de pessoas mais pobres, dos países
subdesenvolvidos. _
Com
a percepção de toda esta situação ecom
o intuito de reverter este processo dealimentação infantil industrializada, forarn feitos estudos e campanhas,
que
procuravam
estabelecer estratégias para demonstrar a importância
do
aleitamentomatemo,
promovendo
amanutenção
de sua práticaem
todo omundo.
'De
acordocom
Lawrence apud
Santos (2002), existem dois tipos de intervenção parapromover
o aleitamentomatemo,
sendo estas de oferta edemanda.
Asintervençoes sobre a ofertada
lactação. se referem àsque
aumentam
a disponibilidade de leite materno, aomesmo
tempo
em
que
diminuem
a disponibilidade de seus substitutos. Adotar rotinas hospitalaresque
favoreçam o aleitamento
matemo,
como
-por exemplo,_promover
o. contato precoce e contínuoentre
mãe
e filho, restringir o uso de leite artificial, entre outros, constituem-seem uma
intervenção sobre a oferta. _'
As
intervenções sobre ademanda
são aquelas que afetam a motivação e atitude dasmulheres frente ao aleitamento.
Podem
'ser educativas, utilizando infonnações, motivaçãoou
mensagens de
risco. VSegundo
Giugliani (1994) atribui-se ao aleitamentomatemo
a prevenção de mais de6 milhões de mortes
em
criançasmenores
de 12meses
a cada ano.A
promoção do
aleitamento
matemo,
segundo a autora,pode
ser realizada através de: educação dosprofissionais de saúde, educação das gestantes,
acompanhamento no
pós-parto, educação da apopulação
em
geral,mudança
das rotinas hospitalares,comunicação
em
massa,nonnas
paracomercialização de alimentos para lactentes, proteção à
mãe
que
trabalha e ações de baseTendo
em
vista a necessidade de adotar medidas de intervenção para reverter os alarmantes índices dedesmame
precoceem
todo omundo,
aOMS
e aUNICEF em
1989criaram o
programa
HospitalAmigo
da Criança, que consisteem
uma
importantecampanha
mundial que- visa promover, proteger e .apoiar o aleitamento
matemo
mediante a adoção dedez passos para o sucesso
do
mesmo,
pelas maternidades e hospitais geraiscom
leitosobstéuicos.
V
.
Esta
campanha
foi lançadaem
1990 evem
sendo implantadacom
sucesso tantoem
países desenvolvidoscomo
em
desenvolvimento. Atuahnente, já existemno
mundo
aproximadamente
15 mil HospitaisAmigos
da Criança, entre os quais 190 estãono
Brasil e12
no
estado de Santa Catarina. (Oliveira, M.E., Monticelli, M., -Briiggemann, O.M.
Enfermagem
obstética e neonatológica: textos fundamentais. Florianópolis:UFSC/CCS,
2o02.P.137).V
3.2.2
DEZ
PASSOS
PARA
O
SUCESSO
DO
ALEITAMENTO,
SEGUNDO A
OMS/
UNICEF
(1989): '1) Ter
uma
norma
escrita sobre aleitamento,que
deveria ser rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados de saúde. _2) iTreinar toda a equipe -de cuidado de saúde, capacitando-a para
implementar esta norma. r “
'
3) Infonnar todas as gestantes sobre as vantagens e o
manejo do
aleitamento.4) Ajudar as
mães
a iniciar o aleitamento na primeirameia
hora após onascimento. . .
5) Mostrar as
mães
como
amamentar
ecomo
manter a lactaçãomesmo
sevierem a serem separadas de seus filhos.
~
6)