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O USO DA FITA DE FIBRA DE CARBONO COMO REFORÇO ESTRUTURAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL: conhecimento, uso e divulgação.

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O uso da fita de fibra de carbono como

reforço estrutural na construção civil:

conhecimento, uso e divulgação

Leonardo Victor Pereira Wanderley1,

Alynne Lopes Salgueiro2;

Wandesson Marques de Sousa Gomes3;

Valdívio Rodrigues Cerqueira4;

1 Aluno egresso do médio-integrado (Téc. Edificações) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IFMA, Campus Imperatriz. E-mail: leonardovictor.ifma@gmail.com;

2 Aluna egressa do médio-integrado (Téc. Edificações) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IFMA, Campus Imperatriz. E-mail: lynnelopess@gmail.com;

3 Aluno graduando de Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IFMA, Campus Imperatriz. E-mail: wanderson.marques@acad.ifma.edu.br;

4 Professor do Ens. Básico Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IFMA, Campus Imperatriz. E-mail: valdivio.itz@ifma.edu.br;

RESUMO

As estruturas compõem um dos elementos mais importantes em uma obra, pois todos os demais elementos dependem de sua solidez para estabilidade da edificação, compre-endendo assim a sustentação (vigas, colunas, lajes, paredes, dentre outros). A frequente necessidade de ampliar a capacidade de resistência das estruturas, responsáveis pela esta-bilidade e deste modo, visar maior segurança na Construção Civil, levou pesquisadores ao desenvolvimento de novas tecnologias de reforço. Materiais desenvolvidos com a utili-zação de fibras de carbono tiveram ligados inicialmente à área da Aeronáutica e automo-bilística e, posteriormente, de forma recente na Engenharia Civil. O presente estudo tem como objetivo demonstrar a eficiência na durabilidade, praticidade e segurança e conhe-cimento da Fita de Fibra de Carbono (FFC) como reforço estrutural na Construção Civil, caracterizada pelo sistema CFRP (Carbon Fiber Reiforced Polymers). Durante a realização dos estudos sobre o sistema, constatou-se a necessidade do reforço de pontes, viadutos e demais elementos estruturais, e a importância do conhecimento da tecnologia do CRFC. As fibras de carbono, as quais são constituídas por outros milhares de monofilamentos, que no final de sua produção, resulta em fibras de alta resistência, que ao formar a FFC, pelo entrelaçamento destas, oferece várias vantagens para a engenharia, principalmente no que tange ás solicitações mecânicas nas estruturas (tração, compressão, entre outros). A FFC é resposta da demanda nas últimas décadas por materiais mais resistentes e durá-veis, despertando o interesse, devido às diversas propriedades, como: tenacidade, resis-tência a ambientes agressivos, rigidez, entre outros. Demonstrada graficamente superior a outros métodos de reforço estrutural.

Palavras-chave: Polímeros. Estruturas. Compósitos. Resistência.

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The use of the carbon fiber tape as a

structural strength in civil construction:

knowledge, use and dissemination

ABSTRACT

Structures make up one of the most important elements in a work because all other elements depend on their solidity for stability of the building, thus comprising support (beams, columns, slabs, walls, among others). The frequent need to increase the capacity of resilience of structures, which are responsible for stability, and also aim for greater safety in Civil Construction, led researchers to the development of new reinforcement technologies. Materials developed with the use of carbon fibers were initially linked to the area of Aeronautics and Automobile and later, in a recent way in Civil Engineering. The present study aims to demonstrate the efficiency in the durability, practicality and safety and knowledge of the Carbon Fiber Tape (CFT) as a structural reinforcement in Civil Construction, characterized by the CFRP (Carbon Fiber Reinforced Polymers) system. During the studies on the system, the need to reinforce bridges, overpasses and other structural elements was verified, as well as the importance of the knowledge of CRFC technology. The carbon fibers, which are constituted by thousands of other monofilaments that at the end of their production results in fibers of high resistance, and also when forming the CFT, by the interweaving of these ones, offers several advantages for the engineering, mainly with respect to the mechanical requests in the structures (traction, compression, among others). The CFT has been responding to the demand in the last decades for more resistant and durable materials, arousing the interest, due to the diverse properties, such as: tenacity, resistance to aggressive environments, rigidity, among others. It is shown graphically superior to other methods of structural reinforcement.

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1 INTRODUÇÃO

O conhecimento dos materiais de constru-ção restringe-se, sobretudo, na possibilida-de possibilida-de análises e comparação possibilida-de situações como forma de obter melhores resultados. Neste aspecto, este conhecimento torna-se imprescindível, visto a necessidade de apli-car corretamente os materiais.

Os estudos acerca dos melhoramentos na construção civil são constantes e teve seu apogeu com o surgimento do cimento Portland, no séc. XIX. Permitindo, posterior-mente, a verticalização das edificações. As pesquisas sobre materiais de construção, sua aplicação e características avançaram consi-deravelmente nos últimos anos, principal-mente no que tange aos reforços e reparos de estruturas. No Japão, por exemplo, tais pes-quisas intensificaram-se a ponto de culminar com grandes tecnologias, originadas devido aos constantes abalos sísmicos, dado às ne-cessidades estruturais presentes na época. A qualidade dos materiais empregados nas técnicas construtivas usadas nas edificações influi diretamente na segurança e solidez da construção, que, por sua vez, devem apresentar a resistência desejada a fim de suportar as solicitações mecânicas e confe-rir segurança às obras.

Sendo assim, é frequente a necessidade de ampliar a capacidade de estruturas de con-creto. Ora por acidentes, erros, ação de car-gas atuantes em determinados pontos, que em algum momento podem vir a oferecer riscos. Na maior parte destes casos, a técnica de reforço estrutural tem ficado limitada a sis-temas tradicionais, como o uso de chapa de

aços, estrutura complementar, dentre outros, que exigem manuseio de peças grandes di-mensões e cargas elevadas, logística complexa devido à alta concentração de equipamentos. Portanto, este trabalho propõe apresentar um estudo sistemático sobre a utilização da Fita de Fibra de Carbono como reforço estrutural na construção civil, também co-nhecida por Carbon Fiber Reiforced Poly-mers (CFRP), explorando os conhecimen-tos já consolidados na literatura, assim como promover a socialização dos mesmos com a nossa comunidade estudantil e pro-fissional da área.

2 METODOLOGIA

O desenvolvimento deste estudo, como forma de alcançar os objetivos previstos, se deu de forma qualitativa e quantitativa, tanto por considerar os aspectos bibliográ-ficos acerca do tema quanto pela análise das informações obtidas em pesquisas de campo. As pesquisas bibliográficas se deram através das análises dos diversos materiais de pesquisa da área de Engenharia Civil, como tecnologia, qualidade na construção e utilização do carbono como reforço estru-tural, encontrados em livros e periódicos impressos ou oriundos da internet.

A análise de campo, como parte fundamen-tal e de natureza quantitativa, constituiu-se de um meio importante para a obtenção dos resultados. A pesquisa de campo foi re-alizada na cidade de Imperatriz - MA, com profissionais e estudantes universitários da área construtiva, bem como engenheiros atuantes no mercado civil da cidade.

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A pesquisa de campo, foi realizada com 120 pessoas, entre docentes e estudantes do curso de bacharel em Engenharia Civil no Centro Universitário do Maranhão (CEU-MA), Campus Imperatriz. Foram utilizados questionários abertos, com perguntas de al-ternativas e múltiplas escolhas, nos quais os participantes tinham a oportunidade de expressar a experiência profissional e pes-soal, o que possibilitou um enriquecimento significativo dos resultados obtidos.

O objetivo foi, a partir da coleta de informa-ções do questionário, levar um pensamento coletivo acerca de tecnologias não usuais na Construção Civil, subsequente, à um pen-samento crítico sobre a segurança das edi-ficações e a importância de um sistema de reforço estrutural altamente eficiente. O questionário teve caráter semiestrutu-rado, com questões objetivas e subjetivas, com temáticas relacionadas à inovação tec-nológica da engenharia civil no Brasil, sis-temas de reforços estruturais, critérios ava-liativos de qualidade das edificações e sobre o conhecimento da fibra de carbono como elemento de reforço estrutural.

A divulgação foi realizada por meio de apre-sentações orais em seminários, palestras, entrevistas e em eventos científicos, além de apresentada em empresas de engenharia de grande renome na região tocantina, o que corrobora para o avanço técnico, cons-trutivo e informacional.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As análises bibliográficas e o estudo de cam-po demonstram que o sistema de reforço

com fibras de carbono é altamente eficien-te, devido suas notórias vantagens, basea-do em seu contexto histórico e propriedade dos elementos constituintes.

Corriqueiramente, há sempre a necessi-dade de ampliar a capacinecessi-dade de carga de estruturas de concreto armado em obras correntes. Ora por acidentes, erros de pro-jeto, ação de cargas excessivas atuantes em determinados pontos e que pode oferecer riscos a estabilidade da obra construída e consequentemente aos seus usuários.

A técnica de reforço estrutural tem sido li-mitada a sistemas tradicionais, dentre eles, o uso de chapa de aços, que exige manuseio de grandes dimensões e peso. Além disso, o sistema não deve ser utilizado em ambien-tes com temperaturas contínuas acima de 60º C por conta da influência da dilatação. Outro fator negativo é a possibilidade das chapas sofrerem corrosão. As circunstancias de exposição e a natureza das construções com avaria estrutural pode requerer mate-riais apropriados para o reforço. A exemplo disto pode-se citar as construções de siste-mas fabris e reservatórios expostos ao risco de corrosão material.

Portanto, a demanda por materiais mais resistentes, duráveis, pouco deformáveis e com capacidade de dissipar e absorver ener-gia sem levar a ruptura, favoreceu ao surgi-mento de novos materiais e de tecnologias de reforço estrutural como o caso da fita da fibra de carbono (FFC).

3.1 Compósitos Reforçados com Fibras

Os compósitos reforçados com fibras são formados pela combinação de dois ou mais

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materiais. Geralmente é constituído, essen-cialmente, de duas fases, uma de filamentos de pequeno diâmetro (fibras) e outra com característica sinergética e macia (matriz), que geralmente é um polímero. O processo de produção e componentes dos compósitos determinará seus comportamentos globais. A elevada resistência mecânica e a variabi-lidade de propriedades interessantes para a engenharia como elevada rijeza, baixo peso específico, propriedades direcionais a nível estrutural, elétrico, magnético e resistência à agressividade ambiental demonstra o po-tencial desses materiais.

Na engenharia Civil, os compósitos de ma-triz polimérica reforçados com fibras têm como resultado da sua utilização, o êxito no reforço/reabilitação de estruturas e são conhecidos por meio da sigla FRP, ‘’Fyber Reinforced Plastic (polymer) ’’, (Polímeros Reforçadas com Fibras). De forma geral, esses filamentos despertam o interesse de pesquisadores devido as suas várias pro-priedades de interesse: tenacidade, rigidez, a resistência a ambientes agressivos.

3.2 Fibra de Carbono

Segundo Machado (2002), as fibras de car-bono resultam do tratamento térmico (car-bonização) de fibras precursoras orgânicas tais como o poliacrilonitril (PAN) ou com base no alcatrão derivado do petróleo ou do carvão (PITCH) em um ambiente inerte e, também, através de fibras de rayon. (MA-CHADO, 2000). O processo de produção consiste na oxidação dessas fibras precur-soras seguidas do processamento a elevadas

temperaturas (variando de 1.000°C a 1.500 ºC para as fibras de carbono).

De forma mais simplificada, consiste em um material composto de átomos de carbo-no apresentando nesse, estruturas amorfas e cristalinas, no qual cada “cabo da fibra”, ilustrado na “Figura 1”, é constituído por milhares de pequenos monofilamentos e que possui grande resistência a tração e compressão.

Figura 1: Estrutura e entrelaçamento de

fi-bras de carbono:

Fonte: Santos (2015).

3.3 Relação Entre o Sistema FRP e Estrutura

Com grande uso na construção civil, desde o século XIX, o concreto armado está pre-sente de formar integral em todas as edifi-cações. De forma simples, este é a união do aço e do concreto (aglomerante, água, agre-gados miúdos e graúdos). A união destes (concreto + aço + aderência) engloba pon-tos positivos essenciais, como resistência a solicitações, capacidade de modelar à pre-ferência e necessidade, além de ser bastante durável, características essas que permitem sua utilização em obras de estradas, hidráu-licas, aeroportos, grandes e pequenas edifi-cações. (BARBOSA, 2014.)

No momento do dimensionamento da es-trutura de concreto, em tese, são

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das três vertentes: as cargas características: que podem ser permanentes (constituídas pelo peso próprio da estrutura e pelos pe-sos de todos os elementos fixos e instala-ções permanentes.), acidentais ou variáveis (NBR 6120), ficando estas sobre os perma-nentes, as reações e os esforços solicitantes. Assim sendo, de fato existe uma logística e um conjunto de procedimentos, tanto te-óricos quanto matemáticos, para projetar as estruturas de concreto, e estas, por fim, atender às solicitações que lhe são concebi-das a suportar. Tecnicamente, isso pode ser constatado por meio da NBR-6118, na qual preconiza o estado limite de serviço que determina as cargas máximas. O concre-to, apesar de suas várias qualidades, apre-sentam ruptura frágil, baixa resistência a tração, e baixa capacidade de deformação. Contudo, nas obras civis as estruturas de concreto são armadas e, por uma série de fatores, como erros de projetos ou processo construtivo inadequado, novas condições de carregamento pode requerer a necessi-dade de reforço. (MACHADO, 2002). No entanto, às estruturas de concreto ara-mado permitem evidenciar, antes do colap-so, sinais de deficiência, como por exemplo, flechas exorbitantes, trincas e/ou fissuras. Na maioria desses casos, graças aos conhecimen-tos e tecnologias é possível recuperar a estru-tura sem necessidade de substituir a peça, exe-cutando assim a recuperação com chapas de aço ou fibra de carbono. (CAETANO, 2008). Os reforços aderidos externamente as estru-turas representam alternativa moderna e de grande eficiência, por conta das vantagens

oferecidas. Destacando-se assim os compó-sitos, particularmente a fita de fibra de car-bono, que anexada na face da estrutura com resina adesiva, possibilitam a transferências e, dessa forma, o suporte da carga excedente.

3.4 Fita da Fibra de Carbono

A fita da fibra de carbono é formada pela combinação de dois ou mais materiais. Ge-ralmente, é constituída essencialmente de duas fases, uma de filamentos de pequeno diâmetro (fibras) e outra com característi-cas sinergéticaracterísti-cas e macias (matriz). A con-jugação desta forma uma verdadeira força geradora, possuindo características mecâni-cas, físicas e químicas superiores, quando comparada a materiais homólogos e tradi-cionais, como mostrada na “Tabela 1”.

Figura 2: Características gerais da fibra de

carbono:

Fonte: Machado (2002).

3.5 Sistemas Compósitos

A aplicação do sistema compósito com fi-bras de carbono, a fita de fibra de carbono (ffc), como material de reforço, faz parte das novas tecnologias usuais para solução de problemas de excesso de carga em estru-turas edificadas. “Esse sistema compósito para utilização em concreto armado é co-mercializado em duas categorias: como bar-ras e grelhas para armadura em substituição

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ao aço e como tecidos e laminados para re-forço”. A segunda categoria é dividida em dois grupos: os sistemas pré-fabricados (la-minados) e os sistemas curados “in situ”. (CAETANO, 2008).

Os sistemas pré-fabricados (lâminas) se apresentam na forma de compósitos to-talmente curados, com forma, tamanho e rigidez definidas, prontos para serem cola-dos no elemento a ser reforçado (machado, 2002). Tipicamente, possuem um teor de fi-bras em torno de 70% e espessura entre 1,0 e 1,5 mm. Em relação aos sistemas curados “in situ”, têm a vantagem do maior contro-le de qualidade, uma vez que só as proprie-dades do adesivo são afetadas pela execu-ção, sendo menos flexíveis.

A aplicação de feixes de fibras contínuas na forma de fios, em estado seco ou pré--impregnado, sobre um adesivo epóxico previamente espalhado na superfície a ser reforçada constitui os chamados sistemas curados “in situ”. O adesivo, ao impregnar as fibras, transforma o conjunto em um po-límero reforçado com fibra de carbono e faz a ligação deste com o substrato. A espessura final de um compósito curado “in situ” é inferior à espessura de um compósito pré--fabricado e difícil de ser determinada. Para a fibra em estado seco, essa espessura varia entre 0,1 a 0,5 mm. (CAETANO, 2008). Pelo seu ótimo comportamento e suas ca-racterísticas que lhe permitem suportas os esforços solicitantes os compósitos de fibra de carbono (FFC) pode ser utilizada em vá-rias condições e tipos de reforço, a fim de solucionar os mais diversos problemas e

si-tuações a ela imposta.

Em especial, no que tange às estruturas, tais como as vigas, os esforços solicitantes atuan-tes são transferidos para as fundações. Já o pilar, nas quais, além do esforço de flexão, so-frem, ainda, dois outros esforços: em sua par-te superior, o esforço compressão e na parpar-te inferior, o esforço de tração. Neste último, a ffc seria utilizada para aumentá-la a resis-tência, funcionando como uma “armadura adicional”, absorvendo o esforço excedente ocasionado pela tração do esforço de flexão, caracterizando-se, deste modo, como uma técnica de correção de avarias estruturais com alto padrão de qualidade e eficiência. Atualmente, a FFC é utilizada para reforçar vigas, pilares e lajes de concreto armado submetidos a flexão ou compreensão ou força cortante; seu uso também vem sendo utilizado em diversos elementos da constru-ção civil que necessite de reforço estrutural. Na “figura 3” (aplicação da FFC), é possível ver as diferentes formas de reforço estru-tural, condicionadas ao tipo de solicitação mecânica atuante:

Figura 3: Aplicação da FFC:

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3.6 Resistência e Deformação

No gráfico de tensão-deformação que se segue, mostra que as fibras de carbono se apresenta melhor opção frente a outros materiais. A “Figura 4” mostra que as fibras de carbono apresentam alta resistência à tensão de tração para menor deformação, quando comparado com outras fibras, como é o caso das de vidro, por exemplo.

Figura 4: Aplicação da FFC.

Fonte: Machado (2002).

3.7 Pesquisa De Campo

Os dados encontrados mostram a relevân-cia da Fibra de carbono comparada a outros métodos convencionais e fibras utilizadas também no reforço estrutural.

Conforme a Tabela 1, na avaliação obtida com os universitários, constatou-se que estes consideram que o nível tecnológico brasileiro da indústria da construção civil encontra-se em um patamar mediano. Sen-do assim permite inferir que ainda se tem muito a progredir em estudos, a fim de me-lhorar as técnicas construtivas existentes, assim como a adesão de novas tecnologias.

Tabela 1: Nível tecnológico brasileiro na

construção civil, baseado em escala de 01-10:

Escala Qtd. Pessoas % 01 1 0.8% 02 0 0% 03 3 2.5% 04 12 10% 05 29 24.2% 06 25 20.8% 07 29 24.2% 08 16 13.3% 09 5 2.5% 10 1 0.8% Fonte: Autores (2017).

Quanto à experiência dos questionados so-bre a recuperação de estruturas com pato-logias como flechas, rachaduras dentre ou-tras, somente 26,7% dos alunos do curso de engenharia já haviam operado em algum tipo, como segue no "Gráfico 1".

Figura 5: Atuação em recuperação de

pato-logia estrutural:

Fonte: Autores (2017).

Apesar da percentagem majoritária de estu-dantes que não atuaram em recuperação de estruturas, a parcela que já atuou demons-tra que são acontecimentos frequentes. Nas declarações sobre “onde e como atuaram para a resolução do problema”, foram cita-dos os seguintes casos:

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“Viga de Concreto”

“Prédio com quatro (04) pavimentos cons-tituídos com paredes produzidas com blo-co estrutural apresentando rachadura, cujo procedimentos de reparação foi a coloca-ção de ferragem e concreto”.

“Recalque de fundação, trincas e outros. Reforço de fundação e execução de mais pi-lares e vigas”.

Sendo assim de acordo com resposta II, foi colocado mais ferro e concreto, portanto, a adição de uma estrutura complementar para suporte da solicitação mecânica. Ape-sar da forma de reparo ser adequada, levou a adição de ferro e concreto, aumentando o peso da estrutura.

A “Tabela 2” mostra a atitude dos questio-nados sobre qual iniciativa teriam a respeito de uma provável necessidade recuperação de uma avaria estrutural. Diante dos resul-tados, pode-se verificar evidentemente que a alternativa correta é a contatação de um profissional da área. E subsequentemente, a opção de recuperação de algum tipo de avaria foi a chapa de aço.

Tabela 2: Nível tecnológico brasileiro na

construção civil, baseado em escala de 01-10:

Alternativas apresentadas RespostasN° de % a) contatar um profissional da área. 105 87,50% b) fazer alguma manutenção simples como emboço. 4 3,30%

c) optar por sistemas de

reforço de chapa de aço. 10 8,30% d) Deixar da maneira

como está. 1 0,80%

Fonte: Autores (2017).

Outro quesito avaliado foi o que os estu-dantes da área da construção civil e profis-sionais, julgam de importante em um num projeto de inovação de Engenharia.

Percebe-se que de acordo com os resultados o item “SEGURANÇA” foi considerado o mais importante dentre vários outros suge-ridos como:

I. Economia II. Praticidade

III. Resistência quanto às solicitações me-cânicas

IV. Resistência à umidade, processos quí-micos.

V. Leveza do material VI. Resistência ao fogo

VII. Utilidade eficaz comum para toda so-ciedade.

O segundo item considerado como mais importante foi a “economia’’, e, respecti-vamente, como terceiro item mais impor-tante “utilidade eficaz comum para toda sociedade”. Sendo assim isto reflete nas condições primordiais para um projeto de engenharia.

Gráfico 1: Itens considerados importantes

para um projeto de inovação tecnológica na área construtiva:

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Outro questionamento feito, foi sobre quais sistemas de reforço estrutural eram de conhecimento dos entrevistados. Os resul-tados são mostrados na “Tabela 3”:

Tabela 3: Procedimento para recuperação de alguma avaria estrutural - Avaliação do conhecimento dos estudantes:

TIPO DE FIBRA/ SISTEMA respostas N° de (%) ARAMIDA 7 5.8 % VIDRO 30 25% CHAPA DE AÇO 93 77,5% ESTRUTURA COMPLEMENTAR 48 40% NÃO RESPONDEU 3 2,5% Fonte: Autores (2017).

A partir da “Tabela 3” é cognoscível que 77,5 % dos estudantes conhecem o sistema con-vencional de reforço que utiliza chapas de aço. O uso de uma estrutura complementar como reforço estrutural mostra-se uma alter-nativa também muito usual. Isso demons-tra a utilização em larga escala dos sistemas convencionais; o fato da “chapa de aço” ser o sistema mais conhecido e utilizado, está associado, principalmente, ao baixo custo e maior disponibilidade. O que corrobora com isso, é a falta de incentivo à utilização de novas tecnologias, e ainda à própria falta de interesses de investimentos em sistemas mais eficientes, como mostra a “Tabela 4”.

Tabela 4: Relação desenvolvimento e uso

de novas tecnologias, abordando motiva-ções e problemáticas da não aplicação:

Critérios para escolha pessoasNº de % A) Falta de Interesse das

autoridades 50 41.7% b) Falta de recursos financeiros 29 24.2% c) Utilização de métodos convencionais 21 17.5% d) Falta de Incentivo e apoio a utilização de novas tecnologias

94 78.3%

NÃO RESPONDEU 0 0%

Fonte: Autores (2017).

O “Gráfico 3” mostra o desconhecimento tanto de profissionais como de estudantes de engenharia quanto ao uso da fita da fi-bra de carbono como reforço estrutural e, portanto, mostra que o objetivo principal deste estudo, conhecimento e divulgação, foi plenamente alcançado.

Gráfico 2: Relação desenvolvimento e uso

de novas tecnologias, abordando motiva-ções e problemáticas da não aplicação.

Fonte: Autores (2017).

Quanto à aplicação do sistema, os questio-nados concordaram que a Fita de Fibra de Carbono, por suas altas vantagens, pode ser aplicado em diversos elementos estruturais, cabe destacar o reforço de vigas, lajes, pila-res e pontes.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho, pode-se verificar que as avarias estruturais, como flechas exorbitantes, fissuras, trincas que ocorrem nas obras de construção civil, levam à necessidade de tra-tamentos adequados e seguros. Comparativamente a vários métodos de recuperação de estruturas com a utilização da Fita de Fibra de Carbono, apesar de ainda pouco utilizada e disseminada no Brasil, por profissionais da área, tem ganhado destaque, devido a sua eficiência no combate aos danos causados pelas sobrecargas nas estruturas convencionais de concreto armado.

Verificou-se que se trata de um sistema de reforço pouco conhecido pelos estudantes de engenharia e até profissionais da área, devido à utilização de métodos convencionais de reforço estrutural, e até mesmo à falta de incentivo e implantação de tecnologias mais avançadas. A Fita de Fibra de Carbono (FFC), como reforço estrutural na Construção Civil, permite obter resultados com eficiência, uma vez que em relação aos outros métodos de recuperação estrutural apresentam várias vantagens, tais como: tenacidade, resistência a ambientes agressivos, rigidez, entre outros.

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto Federal do Maranhão - IFMA e ao Programa Nacional de Bolsas de Inicia-ção Científica, PIBIC - EM, que proporcionaram a realizaInicia-ção desta pesquisa. A empresa VIAPOL, na pessoa de sua representante regional, Wanessa Rolin, que contribuiu com os materiais para que déssemos continuidade ao projeto de pesquisa.

Ao Prof. Dr. Valdívio R. Cerqueira, nosso querido professor e orientador, que nos sugeriu a análise crítica da utilização de materiais que proporcionam maior resistência às edifica-ções, nos dando, deste modo, ímpeto para desenvolver este projeto. Ao Prof. Luan Varão, colaborador em vários momentos para a finalização do trabalho de pesquisa, tais como, a produção da maquete, entre outros.

Ao Prof. Msc. João Neto Franco, por sua valiosa ajuda, tanto educacional, social, como também financeira, durante os períodos de apresentação deste projeto em feiras científi-cas pelo Brasil. Aos nossos pais, que nos apoiaram visando nosso futuro profissional e per-mitiram nos esforçamos para chegar aos resultados. À nossa família, pela motivação, que ergueu a nossa perspectiva profissional, nos ajudando na caminhada. Aos professores da nossa turma (Técnico em Edificações Integrado ao Médio, 2015), que muitas vezes com-preenderam a necessidade de ausentar-se por alguns momentos das aulas, para realização de alguns procedimentos referente a este projeto.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: cargas para cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 1980.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

CAETANO. A. T. Reforço De Vigas De Concreto Com Fibra De Carbono, 2008. Disponível

em: <http://engenharia.anhembi.br/tcc-08/civil-45.pdf>, acesso em 15 de fevereiro de 2016. HELENE, Alda. Ciência e Engenharia: os princípios fundamentais do carbono e suas propriedades construtivas. São Paulo: Edific, 1992.

JUVANDES. Marques, Figueiras. Materiais Compósitos no Reforço Estrutural de Be-tão, Parte 1. Disponível em: <http://civil.fe.up.pt/pub/apoio/mestr_estr/novosmateriais/

apontamentos/teorica/Materiais%20compositos%20no%20reforco%20de%20estrutu-ras%20de%20betao.pdf>, acesso em 17 de abril de 2016.

MACHADO, Ari de Paula. Manual de reforço das estruturas de concreto armado com fibras de carbono. Disponível em

<http://www.viapol.com.br/media/97576/manual-fi-bra-de-carbono.pdf>, acesso em 20 de fevereiro de 2016.

SANTOS. A. L. Estudo Da Modificação Superficial De Fibras De Carbono Por Meio De Tratamentos A Plasma Para O Aumento Da Adesão Na Interface De Compósi-tos De Fibra De Carbono/Pps. Disponível em:

<http://repositorio.unesp.br/hand-le/11449/123292>, acesso em 11 de abril de 2016.

THOMAZ, ERCIO. Tecnologia, gerenciamento e qualidade na Construção. Ercio

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Figura 1: Estrutura e entrelaçamento de fi- fi-bras de carbono:
Figura 2: Características gerais da fibra de  carbono:
Figura 3: Aplicação da FFC:
Tabela 1: Nível tecnológico brasileiro na  construção civil, baseado em escala de 01-10:
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