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T EMER SANCIONA 'PIB

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Cases:

PIB Verde.

TEXTO 01

19 de outubro de 2017, 16h15

T

EMER SANCIONA

'PIB

V

ERDE

',

QUE VAI CONTABILIZAR RIQUEZAS NATURAIS

Novo indicador, poderá atribuir valor econômico a serviços ambientais prestados pelos ecossistemas; metodologia sobre como ele vai funcionar ainda será debatida

Luci Ribeiro, O Estado de São Paulo

O presidente Michel Temer sancionou, com um veto, a Lei 13.493/2017, que estabelece o Produto Interno Verde (PIV). O novo indicador, que deverá ser medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), passa a considerar no cálculo das riquezas do País o patrimônio ecológico nacional.

“O órgão federal responsável pelo cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) divulgará também, se possível anualmente, o Produto Interno Verde (PIV), em cujo cálculo será considerado, além dos critérios e dados tradicionalmente utilizados, o patrimônio ecológico nacional”, diz a lei, publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 18.

Segundo o texto, o cálculo do PIV levará em consideração iniciativas nacionais e internacionais semelhantes. Mas a metodologia sobre como funcionará esse novo “sistema de contas econômicas ambientais” ainda vai depender de discussões com a sociedade, com instituições públicas e o Congresso.

Em nota do Ministério do Meio Ambiente, o ministro Sarney Filho explicou a novidade. “Pelo indicador PIV há o benefício de atribuir valor econômico a serviços ambientais prestados pelos ecossistemas. Desse modo, esses valores podem ser incorporados à contabilidade do setor produtivo”, disse.

"Com o cálculo será possível identificar se o país está produzindo riqueza ou se está apenas consumindo o patrimônio ecológico nacional existente, bem como avaliar se as políticas públicas em curso estão produzindo passivo ambiental a ser enfrentado pelas gerações futuras", informou o ministério na nota.

A proposta original, do deputado Otavio Leite (PSDB-RJ), apresentada em 2011, apontava como justificativa para o novo índice o fato de que o PIB, ao ser medido, não leva em conta as riquezas ambientais. Ele usou como argumento em seu projeto de lei declarações do economista e cientista social Eduardo Giannetti.

“As pessoas não têm noção de como a contabilidade usada para o registro dos fatos econômicos é parcial e equivocada. Se uma comunidade tem água potável disponível, isso não é registrado nas contas nacionais. Se todas as fontes forem poluídas e tivermos de purificar, engarrafar, distribuir e transportar a água, o PIB aumenta. É algo que passa a ser mediado pelo sistema de preços e entra com sinal positivo na conta. Essa comunidade passou a trabalhar mais para ter acesso à água potável e, aparentemente, se tornou mais próspera. Essa sociedade empobreceu, e não enriqueceu”, disse Giannetti em entrevista ao jornal Zero Hora em 2011.

O texto aprovado pelo Congresso determinava que o PIV deveria considerar também o Índice de Riqueza Inclusiva (IRI), elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU), mas este foi justamente o trecho vetado por Temer. O presidente entendeu que o IRI consiste em um índice sintético, apenas um modelo de avaliação estruturado sobre determinado quadro conceitual, não sendo, portanto, recomendado para integrar um conjunto de estatísticas oficiais.

Fonte:

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TEXTO 02

17 de junho de 2012, 16h26

N

OVO ÍNDICE VAI MEDIR A QUALIDADE DO CRESCIMENTO DOS PAÍSES

Em entrevista exclusiva ao site de VEJA, o diretor da ONU Anantha Duraiappah explica como vai funcionar o Índice de Riqueza Inclusiva, que pretende preencher lacunas do Produto Interno Bruto e do Índice de Desenvolvimento Humano

Por Juliana Arini, publicado na Revista Veja

O Índice de Riqueza Inclusiva, lançado neste domingo (17) na Rio+20, pretende preencher as lacunas dos tradicionais Produto Interno Bruto (PIB) e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mostrando de uma nova maneira o quanto cada país cresceu nas últimas décadas. Um dos autores da proposta, o malaio Anantha Duraiappah – diretor executivo do Programa Internacional de Dimensões Humanas da Universidade das Nações Unidas sobre Mudanças do Meio Ambiente Global (UNU/IHDP) -, falou com exclusividade a VEJA para explicar como funciona o índice.

Veja – Quando surgiu a ideia de propor uma nova forma de calcular a riqueza de um país?

Anantha Duraiappah – O PIB foi projetado para medir os níveis de produção econômica de um país. Mas, para muitos, o progresso também significa qualidade de vida e bem-estar. Nesse caso, o PIB acaba restrito apenas à questão econômica. Há anos existe a reivindicação de que surja uma abordagem holística, uma forma de medir riqueza que inclua também o bem-estar, algo difícil de captar.

Veja – Qual é o objetivo do índice? É destinado a orientar as políticas que taxem a indústria e as atividades do governo?

Duraiappah – O Wealth Report 2012 pretende apresentar uma medida alternativa de progresso de uma nação em relação aos indicadores econômicos de curto prazo, como o Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Os autores do relatório acreditam que esses indicadores de produção econômicos não refletem o estado dos recursos naturais ou de condições ecológicas, já que ambos têm foco apenas no curto prazo, sem qualquer indicação de que as políticas nacionais são sustentáveis ao longo do tempo. O relatório propõe o Índice de Riqueza Inclusiva (IRI) como um indicador adicional macroeconômico para avaliar o desempenho de uma economia e orientar o desenvolvimento econômico nacional no sentido da sustentabilidade. Como ele monitora alterações nos ativos de uma nação, ou seja, produção, capital humano e natural, ao longo do tempo o IRI apresenta uma perspectiva de longo prazo no bem-estar humano e

sustentabilidade. Ele dá aos governos nacionais e às autoridades de planejamento uma ferramenta para medir como eles estão usando a base produtiva de seu país.

Veja – E essa é a proposta que vocês vão lançar na Rio+20?

Duraiappah – Sim. O que chamamos de Riqueza Inclusiva, ou a base produtiva de um país, é formado pela sua industrialização e pelo capital humano, natural e social, componentes

importantes para manter e melhorar o bem-estar. A nossa proposta de Índice de Riqueza Inclusiva é uma ferramenta que mede a base produtiva de um país e suas mudanças ao longo do tempo. Ela nos permite avaliar se a base produtiva de um país é mantida, melhorada ou está em declínio, e isso então nos permite tirar conclusões quanto ao bem-estar do país.

Veja – Como funciona o cálculo do Índice de Riqueza Inclusiva? Vocês ainda abordam a questão econômica, ou apenas os benefícios sociais?

Duraiappah – O IRI considera componentes-chave da base produtiva da economia de um país e seus valores correspondentes: capital produzido, capital natural e capital humano. Além disso, o índice avalia as mudanças na base produtiva de uma nação durante um período de 19 anos (1990-2008) e, portanto, apresenta uma perspectiva de longo prazo em relação ao bem-estar humano e à

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Veja – De acordo com dados preliminares publicados em Londres, em abril, em um período de 18 anos o Brasil e a Índia cresceram apenas 3% e 9%, respectivamente – não 34% e 120%, como mostrado pelo PIB. Será que vamos encontrar resultados semelhantes em países que

degradaram o meio ambiente natural para a industrialização, como o Reino Unido e França, apesar de seus altos padrões de vida?

Duraiappah – Os países industrializados viram uma taxa de crescimento menor de sua riqueza, inclusive ao longo dos últimos 19 anos. E também tiveram um rápido declínio no capital natural, mas isso foi compensado, em certa medida, por investimentos de capital produzido e humanos, especialmente no último, com educação. E assim, os altos padrões de vida são baseados não só no declínio do património natural, mas também sobre o comércio com os países em desenvolvimento.

Veja – Então por terem reinvestido o dinheiro ganho com a degradação no bem-estar de seus habitantes, esses países seriam mais sustentáveis?

Duraiappah – Não, eles têm melhores classificações no índice, mas têm seus desafios também. Um deles é justamente garantir o desenvolvimento futuro de forma sustentável, porque, com o declínio do capital natural, a perspectiva de manter o padrão de vida de seus habitantes vai ser mais difícil, como testemunham os acontecimentos recentes.

Veja – Se um país exporta capital natural, como o Brasil, que fornece recursos para nações como EUA e China, como é feito o cálculo da perda de seus recursos naturais segundo o novo índice?

Duraiappah – Essa é uma pergunta muito boa e é importante considerar duas coisas diferentes: a primeira são os fluxos físicos de recursos que são exportados pelo Brasil para os EUA e a China, e a segunda a contrapartida monetária desses fluxos físicos pagos pelos países importadores , EUA e China, ao Brasil. Neste caso específico, o cálculo do índice seria o seguinte: para o Brasil, o IRI, por um lado, relaciona a diminuição das reservas de capital natural, ou seja, os recursos

exportados; por outro, avalia se a parcela da compensação monetária recebida pelo Brasil dos EUA e da China foi reinvestida, por exemplo, em educação, que é parte do componente de capital humano. Se o Brasil está reinvestindo no bem-estar de sua população o que ganha vendendo os seus recursos naturais, nesse caso o indicador iria apresentar um aumento no IRI geral.

Veja – Como foi a escolha dos 20 países cujos dados serão estudados e apresentados durante a Conferência Rio +20?

Duraiappah – Os países selecionados representam 56% da população mundial e 72% do PIB mundial. A seleção inclui economias alta, média e baixa renda em todos os continentes além de um número de países onde suspeita que o capital natural seria especialmente importante para a base

produtiva da economia. Exemplos para estes últimos são elevadas reservas de cobre do Chile e do petróleo e reservas de gás na Nigéria, Venezuela e Arábia Saudita.

Fonte:

https://veja.abril.com.br/ciencia/novo-indice-vai-medir-a-qualidade-do-crescimento-dos-paises/

TEXTO 03

22 de janeiro de 2018, 05h00

PIB

DEVE SER CORRIGIDO

,

NÃO SUBSTITUÍDO

Por Ursv Rohner, publicado no Valor Econômico

Economistas respeitados destacam há muito tempo que o Produto Interno Bruto (PIB) é um indicador inadequado do desenvolvimento econômico e do bem-estar social, e que, portanto, os formuladores de políticas não deveriam se fixar só nele. Mas não conseguimos avançar na descoberta de uma alternativa viável para esse indicador.

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sociedade. Corrigir o PIB de modo a considerar o trabalho doméstico o deixaria inflado, ao mesmo tempo em que não faria qualquer verdadeira diferença para os padrões de vida. E as mulheres, que constituem a parcela predominante de pessoas que executam trabalhos domésticos, continuariam a ser tratadas como voluntárias, e não como autênticas agentes econômicas.

Outro conhecido defeito do PIB é o fato de não levar em consideração a destruição de valor, como quando países administram mal seu capital humano ao sonegar educação a determinados grupos demográficos, ou ao esgotar os recursos naturais para benefício econômico imediato. No cômputo geral, o PIB tende a medir os ativos de maneira imprecisa, deixando completamente de lado os passivos.

Mesmo assim, embora não tenha surgido qualquer consenso internacional em torno de uma

alternativa ao PIB, houve progresso animador na direção de uma maneira mais criteriosa de pensar a atividade econômica. Em 1972, os economistas William Nordhaus e James Tobin, da Universidade de Yale, propuseram um novo parâmetro, a "medida de bem-estar econômico" (MEW, nas iniciais em inglês), para considerar atividades diversas não remuneradas. E, mais recentemente, a China criou um índice de "desenvolvimento verde", que considera o desempenho da economia

paralelamente a vários fatores ambientais.

Além disso, instâncias decisórias do setor público e do setor privado dispõem agora de muito mais instrumentos para fazer escolhas sofisticadas do que no passado. Do lado do investidor, a demanda por dados ambientais, sociais e de governança está crescendo acentuadamente. E, no setor público, organizações como o Banco Mundial adotaram outras métricas que não o PIB para avaliar qualidade de vida, inclusive expectativa de vida ao nascer e acesso à educação.

Ao mesmo tempo, a discussão em torno da Renda Nacional Bruta (RNB) tem ganhado força. Embora ela tenha elementos fundamentais em comum com o PIB, a RNB é mais relevante para a nossa era globalizada, porque contempla a renda gerada por corporações de controle externo e por cidadãos estrangeiros. Correspondentemente, em um país em que as corporações estrangeiras detêm uma parcela significativa da indústria de transformação e de outros ativos, o PIB será inflado, enquanto a RNB revelará apenas a renda efetivamente retida pelo país.

A Irlanda é um exemplo destacado de como a RNB tem sido usada para corrigir as distorções do PIB. Em 2015, o PIB declarado da Irlanda aumentou estonteantes 26,3%. Como observou um estudo de outubro de 2016 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o episódio despertou sérias interrogações sobre a "capacidade do parâmetro contábil conceitual usado para definir o PIB de modo a refletir adequadamente a realidade econômica".

O estudo da OCDE concluiu que o PIB não é um indicador confiável do bem-estar material de um país. No caso da Irlanda, seu único ano de crescimento assombroso do PIB se deveu ao fato de as corporações multinacionais "reposicionarem" determinados ganhos econômicos - a saber, os retornos da propriedade intelectual - em sua contabilidade geral. Para enfrentar a crescente disparidade entre o desenvolvimento econômico real e o PIB declarado, o Departamento Central de Estatística irlandês lançou uma versão modificada da RNB (conhecida como RNB*) para 2016.

A discrepância entre o PIB e a RNB tende a ser anulada em breve em outras jurisdições também. Em recente estudo, Urooj Khan, da Columbia Business School, Suresh Nallareddy, da Duke

University, e Ethan Rouen, da Harvard Business School, chamam atenção para o descompasso entre o "crescimento dos lucros corporativos e a economia total os EUA" entre 1975 e 2013. Eles

consideram que, durante esse período, o crescimento médio dos lucros corporativos ultrapassou o crescimento do PIB toda vez em que a alíquota do Imposto de Renda da pessoa jurídica doméstica ultrapassava a de outros países da OCDE.

No fim de dezembro, essa discrepância foi solucionada com a aprovação da Lei Federal de Cortes de Impostos e de Empregos de 2017. Ao reduzir a alíquota do imposto de pessoa jurídica para um nível mundialmente competitivo e ao oferecer melhores condições para a repatriação dos lucros, o pacote tributário deverá reconduzir os lucros corporativos aos EUA. Em decorrência disso, a divergência entre o PIB e a RNB deverá se extinguir tanto nos EUA quanto na Irlanda, onde muitas empresas americanas relevantes têm retido caixa. Pensando no futuro, eu sugeriria que os

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com uma multiplicidade de instrumentos disponíveis para avaliar melhor as decorrências sociais e ambientais de seus atos.

E, terceiro, em atividade econômica não se deve permitir que o perfeito seja inimigo do bom. Não resolvemos todos os problemas associados ao PIB, mas avançamos bastante na redução de muitas de suas distorções. Em vez de buscar um parâmetro novo, desestruturante, para substituir as atuais técnicas de dados e analíticas, deveríamos nos concentrar em fazer mudanças criteriosas, que aprimorem o sistema em vigor.

Fonte:

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