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PERÍCIA NA INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES DE TRÂNSITO: O Caso de Lâmpadas de Viaturas Como Factor contribuinte dos acidentes de Trânsito

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PERÍCIA NA INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES

DE TRÂNSITO: O Caso de Lâmpadas de

Viaturas Como Factor contribuinte

dos acidentes de Trânsito

Mestre Rosa Luísa Mendes Mestre em Ciências Jurídicas e Criminais Docente e Investigadora do ISCTAC

Este trabalho objectiva fornecer uma exposição geral sobre a Perícia Na Investigação De Acidentes De Trân-sito‒Caso em estudo: Lâmpadas de Viaturas Como Factor contribuinte dos acidentes de Trânsito. Mostra-se aqui a perícia sob o enfoque de seus requisitos, metodologia, técnicas, vantagens e seus ferramentais. O traba-lho pericial é importante não só por ser destacado sob o aspecto da sua caracterização como prova essencial à instrução processual (cível ou criminal), mas também quanto a sua extrema valia no sentido de que, além de despertar alertas aos programas de prevenção de acidentes, possibilita avaliar o desempenho dos veículos e seus componentes frente à realidade dos acidentes efectivamente ocorridos em contraste com o ambiente de laboratório, como ainda apontar falhas viárias, com inestimável apoio à melhoria da segurança do trânsito. Uma das maiores preocupações dos órgãos responsáveis pelo planeamento do trânsito é de encontrar soluções que possam reduzir o número de acidentes (mortes e ferimentos). Este Artigo visa fazer um estudo de quais os factores contribuintes dos sinistros (em particular as luzes dos veículos automóveis). No presente estudo objec-tiva‒se perceber até que pontos as lâmpadas de iluminação dos veículos automóveis podem incidir ou influen-ciar nos elevados números estatísticos de sinistralidade nas estradas do nosso território e qual o papel da Perí-cia.

Introdução

A

s entidades ou órgãos do

estado, em especial muni-cipais, tem o dever de manter as vias públicas e rodoviárias sinalizadas, seguras, e em boas condições, pois a eles cabe o dever de zelar pela segurança e bem -estar dos cidadãos. Os acidentes são actos inesperados e pode ter ori-gens diversas, como: o desrespeito às regras de trânsito, a falta de cuidado ou atenção ao dirigir, ou também pode ser originado pela falta de cui-dado por parte do condutor, pessoa

a quer em regra é tido como o maior responsável destes. A legislação penal e a Justiça são benevolentes com os infractores de trânsito, em muitos casos ocorre até mesmo a decretação da prisão preventiva do acusado e o julgamento é feito em Tribunal, quando poe ex: da ocorrên-cia de homicídio na condução de veículo fica caracterizado o dolo eventual, ou seja, quando o acusado age com tamanha culpa que, mes-mo não tendo pretendido matar alguém, assumiu conscientemente o risco de fazê-lo. No âmbito civil, pode -se ter desde pequenos valores

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envol-vidos, cuja indemnização pode ser discutida no Juízo em forma de acção Cível de indeminização por perdas, lucros cessantes, prestação de alimentos e reparação de dano moral e dano estético em até quan-tias valiosas, decorrentes de indemni-zação. É comum que, passado o sofrimento imediato, as pessoas per-cebam o vulto dos problemas decor-rentes de um processo, criminal ou civil, ao verificar que estão desampa-radas para enfrentar a situação, mui-tas vezes à mercê de frágeis e duvi-dosas provas testemunhais, só então se dando conta das dificuldades em se estabelecer a verdade. Nessas cir-cunstâncias, é forçoso convir que a deficiência probatória é desalenta-dora, não só por frustrar a aplicação da justiça, mas pela forma vil com que se beneficiam os culpados, os quais, muito frequentemente, ceifa-ram vidas e provocaceifa-ram tragédias a várias famílias. Por outro lado, cada vez mais a infalibilidade da tecnolo-gia automobilística vem desvanecen-do, impondo sucessivos recalls para reparar defeitos diversos, seja de con-cepção, seja de falha no processo industrial, que vão desde aspectos "cosméticos" até importantes itens de segurança.

Entretanto, reclamações de con-sumidores nem sempre reflectem autêntica insatisfação de quem pos-sui um veículo acometido por defeito ou falha, podendo, não raro, expres-sar uma tentativa de elidir a culpa de alguém que irresponsavelmente cau-sou um acidente, mas que prefere atribuí-lo a uma pretensa falha do veículo para se eximir de

responsabili-dade. Outras vezes, pode-se estar diante de um consumidor inescrupu-loso, que após se utilizar do veículo de forma inteiramente satisfatória, imputa-lhe defeitos na tentativa de receber o benefício de uma indemni-zação imerecida.

Procedimentos Metodológicos Para a recolha de informações sobre o tema que se pretende tratar foram usadas as seguintes metodolo-gias: estudo de caso - visando anali-sar uma situação com maior profun-didade; para Gil (2002:137), o estudo de caso focaliza a comunidade, que não é necessariamente geográfica, já que pode ser uma comunidade de trabalho, estudo, lazer, ou voltada para qualquer outra actividade humana; a pesquisa bibliográfica – tem por objectivo conhecer as dife-rentes contribuições científicas dispo-níveis sobre determinado tema, Gil (2002:59); pesquisa participante – caracteriza-se na interacção entre pesquisadores e membros das situa-ções investigadas, Gil (2002:149). Utili-zou-se também a Técnica de levan-tamento de dados para a posterior interpretação e pesquisa a internet

Fundamentação Teórica A análise idónea das provas materiais por um técnico experimen-tado com o objectivo de auxiliar o juízo na formação de sua convicção é denominada prova pericial ou pro-va técnica. Quando do acidente resulta lesão corporal ou morte, ou há qualquer infracção penal a ser

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apu-rada, a prova pericial é elaborada por Perito Criminal, profissional per-tencente à Polícia. A apuração da responsabilidade decorrente de um acidente de trânsito é da alçada da Justiça, a qual o faz pela instauração de um processo legal. A instrução do processo faz-se pelas provas, que se constituem nos meios empregados para formar a convicção do julgador, no sentido de que se certifique da veracidade de determinados factos e analise um conjunto de circunstân-cias, de modo a permitir a aplicação da legislação. Nas acções cíveis, a perícia é realizada por um Perito Judi-cial, nomeado especificamente para cada caso pelo Juiz, podendo as partes também participar de sua rea-lização através dos respectivos Assis-tentes Técnicos.

A apuração de um acidente de trânsito não é tarefa simples como parece à primeira impressão. Fenó-meno de rápida duração que é (em média um acidente consome cerca de dois a três segundos entre o impacto e a imobilização dos veícu-los), raramente o acidente é efecti-vamente visto pelas testemunhas, razão pela qual mesmo a testemu-nha idónea e de boa-fé não conse-gue transmitir exactamente o que ocorreu. Por outro lado, partes inte-ressadas que são, motoristas e vítimas procuram ocultar detalhes que os prejudiquem, realçando os que os favoreçam, além de, muitas vezes, falsear a verdade, carregando os depoimentos com a subjectividade de suas impressões pessoais, as quais, na absoluta maioria das vezes, está longe de se traduzir em verdade.

Por essas razões, é extremamente indicado que os sinistros de trânsito e as falhas veiculares sejam elucidados pela prova técnica. Com fundamen-to em elemenfundamen-tos de ordem técnico Material, aos quais se aplicam méto-dos científicos criaméto-dos para essa finali-dade específica, pode-se deduzir cri-teriosamente cada fase de um aci-dente, determinando-se como os veí-culos se aproximaram, como se deu o embate e de que forma evoluíram posteriormente, até sua imobilização final, sendo possível sopesar cada causa, seja ela decorrente de falha do motorista, do pedestre, da via ou do veículo. Outra grande vantagem sobre os demais meios de prova é que, por resultar da formulação dedutiva do acidente, a prova peri-cial pode ser conferida pela parte técnica investigada por um Perito que possua conhecimentos técnicos para demostração da verdade.

Fases da Perícia

A perícia dos acidentes de trânsi-to é composta por três fases: a cconstatação, a avaliação e a con-clusão. A cconstatação é aFase do exame propriamente dito, quando se realiza a verificação dos elementos

de ordem técnico-material,

formando o que se convencionou denominar, ou tudo o que foi visto e

descoberto pelo examinador,

incluindo-se aí todos os vestígios do

acidente, sejam aqueles

normalmente remanescentes no

pavimento, sejam os que produzem-se nos veículos. A aavaliação é a

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arrecadados no exame do local e dos veículos são analisados, ensejando o cotejo uns com outros, permite calcular grandezas físicas bem como cálculos e exames. A cconclusão consiste apresentação de um juízo de valor, que consiste em uma opinião do Perito acerca do acidente, informando retrospectiva e prospectivamente as condições em que se deu o acidente, se as circunstâncias existentes eram previsíveis, se o acidente era evitável, quais os factores causais, se houve e quais foram os factores concorrentes, etc., tudo com o objectivo final de propiciar aos operadores do Direito

conhecer detalhadamente as

questões de facto envoltas no acidente.

Como se vê, embora não tenha por missão julgar o acidente, tarefa que compete exclusivamente ao Juiz de Direito, a influência da perícia na formação da convicção do juiz é marcante, por tanto, mais que mostrar como ocorreu o facto, o Perito tem condições de demonstrá-lo, com a força probante dos elementos materiais em que se apoia. valendo dizer que, se a perícia

for bem elaborada, esta é

praticamente irrefutável pelo juiz pois a mesma visa trazer as provas con-cretas.

Eelementos em Que Baseia-se a Perícia de Acidentes de Trânsito:

Importância dos Vestígios

A perícia de acidente de trânsito fundamenta-se basicamente nos vestígios encontrados no pavimento,

nas posições finais adquiridas pelos veículos e na sede e localização das avarias decorrentes do acidente, o estado de tempo, a intensidade de sua iluminação entre outros.

Mesmo antes da ocorrência de um impacto do acidente, os veículos já podem estar produzindo vestígios na pavimentação, como marcas de frenagem, derrapagem, marcas de atritamento metálico, sulcagens, etc., e recebendo outras marcas, como o

enegrecimento da banda de

rodagem produzido por uma

frenagem mais vigorosa. No

momento da colisão, algumas

marcas são produzidas no pavimento

(como derivações bruscas de

vestígios de frenagem, deposição de fragmentos de vidro, lascas de tinta, etc.) e outras, nos veículos (como o amassamento de algumas partes, marcas de atritamento, marcas de esfregadura de materiais diversos, como tintas, plásticos, borrachas, etc, deposição de manchas de sangue,

fios de cabelo, etc.). Em

correspondência, os corpos de pedestres, motoristas e passageiros, quando colidem com partes externas ou internas dos veículos, produzem certos vestígios como marcas no cinto de segurança e experimentam outros, caracterizados principalmente pelos ferimentos recebidos.

Alguns Exemplos de Técnicas Próprias Para a Solução de Problemas

Frequentes

Ao longo dos anos, consagraram-se nos meios periciais alguns métodos para a solução de alguns problemas

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mais frequentes, dos quais depende a elucidação de muitos casos. A luz traseira estava acesa? Por vezes, essa é uma questão que pode ser determinante quanto ao estudo da

causalidade de um acidente.

Quando o bolbo de uma lâmpada incandescente acesa se fractura

pelo impacto, ocorre rápida

oxidação das partes internas remanescentes. Contudo, mesmo quando não se dá a fractura do bolbo, o exame do filamento da lâmpada pode trazer inestimável auxílio, já que, com impactos mais vigorosos, há sensível deformação do filamento quente da lâmpada acesa, o mesmo não ocorrendo quando o filamento está frio.

Pode-se ainda traçar qualquer

gráfico que se queira

instantaneamente. O mais

empolgante é que esses simuladores permitem não só a impressão dos resultados, mostrando o acidente na fracção de tempo que se quiser e os danos nos veículos, como também a

visualização do acidente em

movimento pelo monitor do

computador, o que, hoje, significa a possibilidade de um notebook “levar o acidente” à sala de audiência,

reduzindo sensivelmente a

possibilidade de erro quanto ao perfeito entendimento de como ocorreu de facto determinado acidente de trânsito.

Conclusão

Da pesquisa feita conclui‒se que, a temática da determinação das causas de um acidente de trânsito

depende não só a aplicação perfei-ta da justiça, como perfei-também qual-quer tipo de programa sério de pre-venção, em razão do que é preciso banir de vez métodos investigatórios empíricos, valorando-se sistemas de análise com fundamentação científi-ca e com supedâneo em seguros elementos de prova de ordem técni-co-material.

Por outro lado, é importante reco-nhecer que a perícia de acidentes de trânsito caracteriza-se hoje como uma ciência com vida própria, com

marcante avanço tecnológico,

podendo auxiliar no desenvolvimento de veículos e sistemas viários mais seguros, estas perícias tem papel mui-to importante pois vêm a diagnosti-car as causas de um acidente de transito e traz-nos a prova material dos factos sendo que esta é funda-mental para as decisões do Tribunal tendo assim papel fundamental.

Além de despertar alertas aos programas de prevenção de aciden-tes, a perícia possibilita avaliar o desempenho dos veículos e seus componentes frente à realidade dos acidentes efectivamente ocorridos em contraste com o ambiente de laboratório, como ainda apontar falhas viárias, com inestimável apoio à melhoria da segurança do trânsito. Uma das maiores preocupações dos órgãos responsáveis pelo planea-mento do trânsito é de encontrar soluções que possam reduzir o núme-ro de acidentes (mortes e ferimentos). Este Artigo visou fazer um estudo de quais os factores contribuintes dos sinistros (em particular as luzes dos veí-culos automóveis).

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Referências Bibliográficas

Aragão, Ranvier Feitosa - Acidentes de Trânsito - Aspectos técnicos e jurídicos, Ed. Sagra Luzzato, Porto Alegre, RS, Brasil, 1.ª ed., 1999.

Bohan, Thomas L. and DAMASK, Arthur C. - Forensic Accident Investigation: Motor Vehi-cles, Michie Butterworth, Charlottesville, Vir-ginia, EUA, 1995;

Fricke, Lynn B. - Traffic Accident Reconstruc-tion, Northwestern University Traffic Institute, Evanston, Illinois, EUA, 1990;

Ruhl, Roland A. and Owen, Dwayne G. - Vehi-cle Accident Investigation, Champaign, Illi-nois, EUA, 1994;

Legislação Usada: Código de Estrada;

Consti-tuição da República de Moçambique,2004; Código penal e legislação complementar; Lei nº 8/2002, de 05 de Fevereiro. Art.351; Código de Processo Penal; e Decreto-lei nº 1/2011,de 23 de Março. Art.151,e 153.

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