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Estabilidade de Lyapunov e Propriedades Globais para Modelo de Dinâmica Viral

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Academic year: 2021

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(1)

de Dinˆ

amica Viral

Nara Bobko

Instituto de Matem´atica Pura e Aplicada 22460-320, Estrada Dona Castorina, Rio de Janeiro - RJ

E-mail: narabobko@gmail.com.

Resumo: Neste trabalho ´e apresentado um estudo sobre propriedades de estabilidade de um sistema de equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias que modela a dinˆamica de retrov´ırus in vivo1 consi-derando a resposta do sistema imunol´ogico do hospedeiro, a varia¸c˜ao antigˆenica e o per´ıodo de latˆencia do v´ırion, al´em do tratamento da virose atrav´es de inibidores qu´ımicos de certas enzi-mas. Esta classe de v´ırus inclui o HIV bem como os inibidores considerados s˜ao os utilizados atualmente no tratamento da AIDS. Com base na teoria de estabilidade de Lyapunov mostra-se que o sistema ´e globalmente assintoticamente est´avel. A caracteriza¸c˜ao do ponto de equil´ıbrio assintoticamente est´avel ´e feita com base em parˆametros biologicamente relevantes.

Palavras-chave: Dinˆamica Viral, Propriedades Globais, Fun¸c˜oes de Lyapunov.

Introdu¸

ao

O uso da matem´atica como ferramenta para melhorar a compreens˜ao da dinˆamica de certas doen¸cas e efeitos de determinados tratamentos tem beneficiado significativamente a ´area da sa´ude. Neste trabalho um sistema de equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias ´e usado para modelar a intera¸c˜ao entre um v´ırus in vivo e o organismo hospedeiro; atrav´es da teoria de estabilidade de Lyapunov, obt´em-se informa¸c˜oes sobre o estado da dinˆamica viral a longo prazo, bem como explicita-se os fatores determinantes na erradica¸c˜ao da infec¸c˜ao viral. Em termos matem´aticos obt´em-se propriedades globais de estabilidade dos pontos de equil´ıbrio destes modelos. Algumas das propriedades apresentadas poderiam ser obtidas localmente atrav´es do crit´erio de Routh-Hurwitz. Entretanto, este m´etodo n˜ao ´e conclusivo quando o autovalor em quest˜ao tem parte real nula, o que de fato ocorre em alguns casos. Al´em de abranger este caso, com a teoria de Lyapunov as propriedades obtidas s˜ao globais.

Utilizando fun¸c˜oes de Lyapunov, Korobeinikov [2] provou propriedades de estabilidade global para o modelo b´asico2, proposto por Martin A. Nowak & Charles R. M. Bangham [5]. Souza & Zubelli [7] utilizaram a teoria de Lyapunov para provar propriedades semelhantes para os modelos propostos tamb´em por Martin A. Nowak & Charles R. M. Bangham [5] que consideram ainda a resposta do sistema imunol´ogico e a varia¸c˜ao antigˆenica. Com base em observa¸c˜oes feitas por Korobeinikov [2] e modelos propostos por Perelson & Nelson [4], prop˜oe-se neste trabalho um modelo que considera todos os fatores citados anteriormente acrescidos do per´ıodo de latˆencia e do tratamento com inibidores de enzimas; seguindo as id´eias de Souza & Zubelli [7] prova-se propriedades de estabilidade global para o sistema.

bolsista de doutorado CNPq

1

Que se processa dentro do organismo.

2

(2)

1

V´ırus

V´ırus ´e uma part´ıcula proteica que necessita de um organismo hospedeiro para se replicar. O v´ırus cujo material gen´etico ´e RNA mas necessita ser convertido em DNA para que a c´elula hos-pedeira o compreenda ´e denominado Retrov´ırus. Para este processo de convers˜ao ´e necess´ario uma enzima chamada transcriptase reversa. Outras enzimas importantes no processo de re-plica¸c˜ao s˜ao a Protease, necess´aria para a produ¸c˜ao de prote´ınas virais e a enzima de fus˜ao, no caso de v´ırus que utilizam a penetra¸c˜ao por meio de fus˜ao.

As c´elulas infectadas por v´ırus s˜ao combatidas pelo organismo principalmente atrav´es da resposta imunol´ogica mediada por c´elulas (leuc´ocitos). As c´elulas de defesa agem reconhecendo o invasor e atacando a c´elula infectada.

2

Modelagem

A Tabela 1 resume os parˆametros sendo o ´ındice i referete a i-´esima estirpe: Parˆametro Descri¸c˜ao

t tempo

x(t) concentra¸c˜ao de c´elulas suscet´ıveis

wi(t) concentra¸c˜ao de c´elulas infectadas no per´ıodo latente yi(t) concentra¸c˜ao de c´elulas infectantes

vi(t) concentra¸c˜ao de v´ırions infectantes hi(t) concentra¸c˜ao de v´ırions n˜ao infectantes zi(t) taxa de produ¸c˜ao de c´elulas suscet´ıveis λ taxa de produ¸c˜ao de c´elulas suscet´ıveis βi0 infecciosidade do v´ırus

k0 taxa de v´ırions gerados por c´elula infectada

ri taxa com que as c´elulas saem do per´ıodo de latˆencia ci taxa de reprodu¸c˜ao das c´elulas de defesa

ηp efic´acia do Inibidor de Protease

ηt efic´acia do Inibidor de Transcriptase Reversa ηf efic´acia do Inibidor de Fus˜ao

1/d tempo m´edio de vida das c´elulas suscet´ıveis 1/ai tempo m´edio de vida das c´elulas infectadas 1/ui tempo m´edio de vida dos v´ırions

1/si tempo m´edio de vida das c´elulas no per´ıodo de latˆencia 1/bi tempo m´edio de vida das c´elulas de defesa

Tabela 1: Significado biol´ogico dos parˆametros.

O sistema de equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias (1) modela a intera¸c˜ao entre um retrov´ırus envelopado com n cepas e as c´elulas do organismo hospedeiro

               ˙ x = λ − dx − (1 − ηf)Pi∈Nβi0xvi ˙ wi = (1 − ηf)β0ixvi− siwi ˙ yi = riwi− aiyi− yizi para i ∈ N = {1, ..., n}. ˙vi = (1 − ηp)k0(1 − ηt)yi− uivi ˙hi = ηpk0yi− uihi ˙ zi = ciyizi− bizi (1)

Em termos biol´ogicos cada estirpe ter´a uma taxa kipr´opria e ter´a ainda uma taxa de encontro entre as c´elulas infectadas e as c´elulas de defesa pi. Entretanto, mediante uma mudan¸ca de vari´aveis, podemos considerar ki= k0 e pi= 1 para todo i ∈ N (vide Bobko [1]).

(3)

A an´alise do modelo consiste essencialmente de trˆes etapas, sendo que a teoria de Estabilidade de Lyapunov ´e utilizada para demonstrar a terceira etapa.

1a Etapa: Provar a positividade do sistema de equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias; 2a Etapa: Encontrar os pontos de equil´ıbrio do sistema;

3a Etapa: Detalhar sobre quais condi¸c˜oes cada um dos pontos de equil´ıbrio ser´a globalmente assintoticamente est´avel.

Como a concentra¸c˜ao hi n˜ao interfere nas equa¸c˜oes da varia¸c˜ao das demais concentra¸c˜oes, definindo k = (1 − ηp)k0(1 − ηt) e βi= (1 − ηf)βi0 o sistema (1) reduz-se a

           ˙ x = λ − dx − xPn i=1βivi ˙ wi = βixvi− siwi ˙ yi = riwi− aiyi− yizi para i ∈ N = {1, ..., n}. ˙vi = kyi− uivi ˙ zi = ciyizi− bizi (2)

Seja Ω > 0 o octante n˜ao negativo de R4n+1 e Ω > 0 seu interior. Algumas rela¸c˜oes entre os parˆametros mostram-se de grande relevˆancia na an´alise do modelo. Na Tabela 2 est˜ao definidas as taxas b´asicas para cada estirpe do v´ırus.

Taxa B´asica de Reprodu¸c˜ao Taxa B´asica de Defesa Taxa B´asica de Redu¸c˜ao do V´ırus R0i = βiλkri daiuisi I0= ciλri aibisi P i 0 =  1 −R1i 0  I0i Tabela 2: Taxas B´asicas.

Positividade

Proposi¸c˜ao 3.1. Seja φ : [t0, +∞) → Ω uma solu¸c˜ao da equa¸c˜ao diferencial ordin´aria (2) tal que φt0 = (x0, w

i

0, yi0, v0i, z0i) ∈ Ω > 0. Ent˜ao φt ∈ Ω > 0 para todo instante t > t0. Se φt0 = (x0, w

i

0, y0i, vi0, zi0) ∈ Ω > 0, ent˜ao φt∈ Ω > 0 para todo instante t > t0. A demonstra¸c˜ao, an´aloga a feita por Pastore [6], consiste em observar que

zi(t) = z0iexp Z t

t0

(ciyi− bi)ds 

e ent˜ao analisar o comportamento das solu¸c˜oes na fronteira de Ω > 0.

Pontos de equil´ıbrio

Para descrever os pontos de equil´ıbrio ´e conveniente usar a seguinte nota¸c˜ao para ´ındices: (iJ ) onde J ´e um subconjunto de N e j = 0, 1, ..., n com j /∈ J . Assim, os pontos de equil´ıbrio s˜ao denotados por

XjJ = xinterjJ, y1jJ, ..., yjJn , v1jJ, ..., vjJn , zjJ1 , ..., zjJn  .

Teorema 3.2. Considerando as taxas b´asicas de reprodu¸c˜ao de cada estirpe do v´ırus distintas, o Sistema (2) possui 2n−1(2 + n) pontos de equil´ıbrio X

jJ descritos por 1. J = ∅ e j = 0 x0∅ = λ d, w i 0∅= y i 0∅ = v i 0∅= z i 0∅= 0, ∀i ∈ N .

(4)

2. J = ∅ e 1 6 j 6 n xj∅= λ d 1 Rj0, w i j∅= y i j∅= v i j∅= 0 se i 6= j, z i j∅= 0, ∀i ∈ N , wjj∅= dajuj βjkrj  Rj0− 1, yjj∅= duj βjk  R0j− 1 e vj∅j = d βj (Rj0− 1). 3. J 6= ∅ e j = 0 x0J = λ d 1 (1 + ρJ0), w i 0J = y i 0J = v i 0J = z i 0J = 0 se i /∈ J , w0Ji = λR i 0 siI0i(1 + ρ J 0) , y0Ji = riλ siaiI0i , v0Ji = d βi Ri 0 Ii 0 e z0Ji = ai Ri 0 1 + ρJ0 − 1 ! se i ∈J . 4. J 6= ∅ e 1 6 j 6 n com j /∈ J xjJ = λ d 1 Rj0, w j jJ = λ sjRj0 (Rj0− 1 − ρJ0), yjjJ = ujd kβj (Rj0− 1 − ρJ0), vjjJ = d βj (Rj0− 1 − ρJ0), zjJj = 0, wjJi = λR i 0 siI0iR j 0 , yijJ = riλ siaiI0i , vjJi = d βi R0i Ii 0 , zijJ = ai Ri0 Rj0 − 1 ! se i ∈ J , wjJi = yjJi = vjJi = zjJi = 0 se i /∈ J .

Estabilidade

Antes de provar a estabilidade global do sistema em quest˜ao ´e conveniente introduzir algumas defini¸c˜oes e nota¸c˜oes bem como enunciar alguns resultados da teoria de estabilidade de Lyapunov.

Dado um conjunto de ´ındices I ⊆ N denota-se: ρI0 := X i∈{I} Ri0 Ii 0 .

Defini¸c˜ao 3.3. O conjunto de resposta forte de N ´e o conjunto S = {i ∈ N ; P0i> 1}. Defini¸c˜ao 3.4. Um conjunto de resposta forte S ´e dito conjunto consistente se satisfaz a seguinte condi¸c˜ao:

j ∈ S ⇒ i ∈ S; ∀i < j, i ∈ N .

Defini¸c˜ao 3.5. Um conjunto I ∈ S ´e dito antigˆenico se Ri0> 1 + ρI0, ∀i ∈ I. Defini¸c˜ao 3.6. Um conjunto antigˆenico I ´e dito est´avel se R0i 6 1 + ρI0, ∀i /∈ I.

Defini¸c˜ao 3.7. Seja l o maior inteiro tal que o conjunto J = {1, 2, ..., l} ´e antigˆenico. Se J 6= ∅, este conjunto ´e dito conjunto antigˆenico maximal.

Lema 3.8. Seja S 6= ∅ e as taxas b´asicas de reprodu¸c˜ao distintas.

1. Se existe um conjunto antigˆenico est´avel, ent˜ao este conjunto ser´a maximal. Em particular o conjunto antigˆenico est´avel ´e ´unico.

(5)

fun¸c˜ao de Lyapunov para o sistema de Equa¸c˜oes Diferenciais Ordin´arias (2) em R4n+1 se

(i) V ´e diferenci´avel em W ;

(ii) para qualquer x ∈ W devemos ter V cont´ınua em x ou limn→∞V (xn) = +∞ para qualquer

sequˆencia xn∈ W tal que xn→ x;

(iii) ˙V (x) = ∇V (x).f (x) 6 0 para todo x ∈ W .

Teorema 3.10 (Princ´ıpio de Invariˆancia de LaSalle). Suponhamos que exista uma fun¸c˜ao de Lyapunov V : W → R para a equa¸c˜ao diferencial ordin´aria (2), com W ⊆ R4n+1. Seja E = {x ∈ W ; ˙V (x) = 0} e M o maior subconjunto de E invariante por (2). Ent˜ao toda solu¸c˜ao limitada (no tempo) de (2) que permanece3 em W aproxima-se de M quando t → ∞.

Teorema 3.11 (Teorema de estabilidade de Lagrange). Suponhamos que exista uma fun¸c˜ao escalar V em um conjunto A ⊆ R5n+1 satisfazendo:

1. V ´e de classe C1 em A; 2. V (x) > 0 para todo x ∈ A; 3. ˙V (x) 6 0 para todo x ∈ A; e 4. V (x) → ∞ se ||x|| → ∞.

Ent˜ao toda solu¸c˜ao de (2) com condi¸c˜ao inicial em A ´e limitada no tempo para t > 0.

Teorema 3.12. Se o conjunto de resposta forte S ´e consistente, ent˜ao o Sistema (2) definido no octante n˜ao negativo Ω e com condi¸c˜oes iniciais em seu interior sempre possui um ponto de equil´ıbrio globalmente assintoticamente est´avel. A saber:

(i) X0∅ se R1 0 6 1;

(ii) X1∅ se R10 > 1 e P01 6 1;

(iii) Se P01 > 1, seja J o conjunto antigˆenico maximal. (a) X0J se J ´e est´avel;

(b) XjJ se J n˜ao ´e est´avel, onde j ´e o menor inteiro fora de J tal que Rj0 > 1 + ρ J 0 .

A ideia da demonstra¸c˜ao ´e construir uma fun¸c˜ao de Lyapunov V , definida no fecho do conjunto positivamente invariante Ω > 0 que satisfa¸ca as hip´oteses do Teorema de estabilidade de Lagrange. Assim toda solu¸c˜ao com condi¸c˜ao inicial em Ω > 0 aproxima-se do maior conjunto positivamente invariante contido no conjunto onde ˙V (x) ´e nula (chamaremos tal conjunto de E). De fato, se V satisfaz as hip´oteses do Teorema de estabilidade de Lagrange, ent˜ao toda solu¸c˜ao que inicia em Ω > 0 ´e limitada. Como Ω > 0 ´e invariante e V ´e fun¸c˜ao de Lyapunov, o Teorema de LaSalle garante que toda solu¸c˜ao que inicia em Ω > 0 deve aproximar-se do maior conjunto positivamente invariante contido em E. Mostramos ent˜ao que o ´unico conjunto positivamente invariante em E ´e justamente um ponto de equil´ıbrio em quest˜ao e, assim, mostramos que Ω > 0 est´a contido na bacia de atra¸c˜ao deste ponto de equil´ıbrio.

3

(6)

Seja X = (x, w1, ..., wn, y1, ..., yn, v1, ..., vn) ∈ Ω > 0. Para cada ponto de equil´ıbrio em quest˜ao X∗= (x∗, w1∗, ..., zn∗) a fun¸c˜ao de Lyapunov utilizada ´e da forma

V (x) = x − x∗ln x x∗ + X i∈N  wi− w∗i ln wi wi∗ − w ∗ i  +X i∈N  si ri  yi− yi∗ln yi yi∗ − y ∗ i  +X i∈N  Θi  vi− v∗i ln vi v∗i  − vi∗  +X i∈N  si ciri  zi− zi∗ln zi zi∗  − zi∗ 

onde o termo com ln deve ser omitido caso a respectiva coordenada do ponto de equil´ıbrio seja nula e Θi ´e uma constante positiva que ser´a escolhida de acordo com o ponto de equil´ıbrio.

Esta fun¸c˜ao tem as seguintes propriedades:

• V (X) > 0 para todo X 6= X∗ tal que X ∈ Ω > 0; • V ´e C1 em Ω > 0;

• Seja Xn ∈ Ω > 0 uma sequˆencia tal que ||Xn|| n→∞

−−−→ ∞, ent˜ao V (Xn) n→∞ −−−→ ∞;

• Seja X um ponto da fronteira de Ω> 0 e Xn uma sequˆencia em Ω > 0 convergindo para X, ent˜ao V (Xn)

n→∞

−−−→ ∞ ou V ´e cont´ınua em X;

• A derivada temporal de V ao longo das solu¸c˜oes ser´a ˙V (X) =Pm i=1θiX˙i  1 −Xi∗ Xi  . Com manipula¸c˜oes alg´ebricas mostra-se que ˙V (X) 6 0 em Ω.

Retornando `a an´alise do sistema (1) tem-se a taxa b´asica de reprodu¸c˜ao para este modelo ´e (1 − ηp)(1 − ηt)(1 − ηf)Ri0, a taxa b´asica de defesa mantˆem-se a mesma e a taxa b´asica de redu¸c˜ao do v´ırus ´e Pi

0 = 1 − 1/[R0i(1 − ηp)(1 − ηt)(1 − ηf)] I0i. A positividade segue de maneira an´aloga a demonstra¸c˜ao da Proposi¸c˜ao 3.1. Em termos das respectivas taxas b´asicas, os pontos cr´ıticos ser˜ao semelhantes aos pontos cr´ıticos de (2) acrescidos das coordenadas h∗i = ηpk0yi∗/ui. Segue ent˜ao resultado similar ao Teorema 3.12 considerando ent˜ao os pontos de equil´ıbrio de (1) e as taxas b´asicas para este sistema.

4

Conclus˜

oes

A erradica¸c˜ao da infec¸c˜ao viral ´e expressa matematicamente atrav´es da estabilidade global do ponto de equil´ıbrio X0∅, o que ocorre se a taxa b´asica de reprodu¸c˜ao de todas as estirpes do v´ırus forem inferiores ou iguais a constante 1. A interpreta¸c˜ao biol´ogica desta taxa b´asica ´e o n´umero secund´ario de v´ırus originados a partir de um v´ırus prim´ario introduzido numa popula¸c˜ao que consiste somente de indiv´ıduos suscet´ıveis. Desta forma a erradica¸c˜ao s´o ocorrer´a se “reprodu¸c˜ao” de todas as estirpes forem suficientemente baixas.

A taxa de redu¸c˜ao do v´ırus pode ser interpretada como o fator com a qual a concentra¸c˜ao do v´ırus diminui na presen¸ca da resposta do sistema imunol´ogico com rela¸c˜ao `a concentra¸c˜ao do v´ırus na ausˆencia desta. Por isto o conjunto S = {i ∈ N ; P0i > 1} ´e denominado conjunto de resposta forte. Considerando que exista alguma estirpe com taxa b´asica de reprodu¸c˜ao superior a 1, o item (ii) do Teorema 3.12 mostra que apenas as estirpes cujos ´ındices n˜ao pertencem ao conjunto S tendem a permanecer infectando o organismo sem serem combatidas pelo sistema imunol´ogico.

No caso em que a estirpe mais forte tenha a taxa b´asica de redu¸c˜ao maior que ou igual a 1, todas as estirpes cujos ´ındices est˜ao no conjunto antigˆenico maximal J tender˜ao a permanecer infectando o organismo mas sendo combatidas pelo sistema imunol´ogico. Isto ´e not´avel pela caracteriza¸c˜ao dos pontos de equil´ıbrio X0J e XjJ. Se J ´e est´avel, ent˜ao nenhuma estirpe com ´ındice fora de J tender´a a persistir, mas se o J n˜ao for est´avel existir´a uma ´unica estirpe que

(7)

0

tem-se que a taxa b´asica no modelo com os inibidores ser´a Ri

0(1−ηp)(1−ηt)(1−ηf). Desta forma

conclui-se que os inibidores podem ser de grande relevˆancia para alterar o ponto de equil´ıbrio assintoticamente est´avel. Observe ainda que a combina¸c˜ao dos inibidores pode apresentar um tratamento mais efetivo do que o uso de cada inibidor isolado.

Agradecimentos

Aos professores Dr. Yuan J. Yun e Dr. Jorge P. Zubelli pela orienta¸c˜ao na minha disserta¸c˜ao de mestrado a qual deu origem a este trabalho. Aos professores Dr. Max O. Souza e Dr. Jorge P. Zubelli por gentilmente apresentarem-me seu artigo ainda em fase de prepara¸c˜ao.

Referˆ

encias

[1] N. Bobko, “Estabilidade de Lyapunov e Propriedades Globais para Modelos de Dinˆamica Viral”, Tese de Mestrado, UFPR, 2010.

[2] A. Korobeinikov, Global Properties of Basic Virus Dynamics Models, Bull. Math. Biol. 66 (2004) 879-883.

[3] J. P. LaSalle, Some Extensions of Liapunov’s Second Method, IRE Trans. Prof. Group on Circuit Theory, CT-7 (1960) 520–527.

[4] P. W. Nelson & A. S. Perelson, Mathematical analysis of HIV-1 dynamics in vivo, SIAM Review 41 (1999) 3-44.

[5] M. A. Nowak & C. R. M. Bangham, Population Dynamics of Immune Responses to Per-sitent Viruses, Science 272 (1996) 74-79.

[6] D. H. Pastore, “A Dinˆamica no Sistema Imunol´ogico na Presen¸ca de Muta¸c˜ao”, Tese de Doutorado, IMPA, 2005.

[7] M. O. Souza & J. P. Zubelli, Global Stability for a Class of Virus Models with Cytotoxic T Lymphocyte Immune Response and Antigenic Variation, Artigo aceito para publica¸c˜ao em Bulletin of Mathematical Biology, (2010).

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