PROTEÇÃO CATÓDICA
EFETIVO COMBATE À CORROSÃO ELETROQUÍMICA
PARTE 4: DIMENSIONAMENTO
Este material contém informações classificadas como NP-1
FLUXOGRAMA DE
UM PROJETO
CALCULANDO A CORRENTE NECESSÁRIA
• A demanda de corrente total pode ser determinada usando-se a Equação:
• ONDE:
– S = superfície da estrutura a proteger (m2); – j = densidade de corrente (A/m2);
– fC = fator de falha do revestimento, adimensional; – k = coeficiente de segurança (entre 1 e 1,25).
k
f
j
S
I
tot
C
SISTEMAS SUBMARINOS
• Projetos de sistemas submarinos geralmente trabalham com 3 correntes diferentes: inicial, média e final.
– Corrente inicial: intensidade de corrente necessária à polarização de uma estrutura;
– Corrente média: intensidade de corrente necessária à manutenção da polarização de uma estrutura ao longo da sua vida útil;
– Corrente final: intensidade de corrente necessária à proteção de uma estrutura ao final de sua vida útil.
DENSIDADE DE CORRENTE
• A densidade de corrente de proteção
caracteriza a corrosividade do eletrólito e é função de vários fatores, tais como:
– Composição química; – pH; – Teor de umidade; – Temperatura; – Presença de bactérias; – Resistividade elétrica.
DENSIDADE DE CORRENTE
• Obtenção da densidade de corrente:
– Levantamento de curvas de polarização em laboratório;
– Associada à resistividade do eletrólito; – Informações normativas ou literárias; – Utilização de experiências práticas.
DENSIDADE DE CORRENTE
• Exemplo de curva obtida em laboratório:
DENSIDADE DE CORRENTE
• Utilizando os dados da resistividade média do eletrólito, é possível utilizar esta fórmula
empírica para calcular a densidade de corrente (para eletrólitos entre 30 e 80.000 Ω.cm):
• ONDE:
– j = densidade de corrente (mA/m2); – ρ = resistividade média do solo (Ω.cm).
log 35 , 13 73 , 73 j
DENSIDADE DE CORRENTE
• Exemplos de fontes normativas:
DNV RP B401 60 a 250 Água do mar ISO 15589-2 30 a 380 Água do mar ISO 15589-1 Fonte 5 a 30 Solos diversos Densidade de corrente (mA/m2) Ambiente
A densidade depende das condições do eletrólito!
DENSIDADE DE CORRENTE
FATOR DE FALHA DO REVESTIMENTO
• Exemplo de fonte normativa (ISO 15589-1):
)
( f t
fi
fC
EFICIÊNCIA DO REVESTIMENTO
• Exemplo de fonte normativa (DNV RP B401):
) (b t a
DENSIDADE DE CORRENTE PARA
ESTRUTURAS REVESTIDAS (j
C)
• Exemplo de fonte normativa (ISO 15589-1):
C tot S j
I
Neste caso:
EXERCÍCIO 1
• Calcular a corrente de PC necessária ao duto abaixo, para uma vida útil de 20 anos:
– Diâmetro do duto: 30”;
– Comprimento do duto: 100 km;
– Revestimento polietileno tripla camada; – Resistividade média do solo: 60.000 Ω.cm.
EXERCÍCIO 1
• Área do duto: • Densidade de corrente: • Revestimento: • Corrente total: 2 ________ m S L D S 2 / _______ ) log( 35 , 13 73 , 73 m mA j j ______ ) ( C C f t f fi f A I f j S I tot C tot ______ EXERCÍCIO 1
• Área do duto: • Densidade de corrente: • Revestimento: • Corrente total: 2 389 . 239 m S L D S 2 / 94 , 9 ) log( 35 , 13 73 , 73 m mA j j 007 , 0 ) ( C C f t f fi f A I f j S I tot C tot 66 , 16 EXERCÍCIO 2
• Repetir o exercício anterior substituindo o polietileno por coal-tar.
• Revestimento: • Corrente total: _______ ) ( C C f t f fi f A I f j S I tot C tot ______
EXERCÍCIO 2
• Repetir o exercício anterior substituindo o polietileno por coal-tar.
• Revestimento: • Corrente total: 028 , 0 ) ( C C f t f fi f A I f j S I tot C tot 63 , 66
CÁLCULO DAS RESISTÊNCIAS DO CIRCUITO
• Definição da escolha do tipo de sistema:
RESISTÊNCIA DO ANODO
• Resistência de um anodo instalado verticalmente com a terra:
• Onde:
– ρ: Resistividade elétrica do solo (Ωm); – L: Comprimento do anodo; – d: Diâmetro do anodo. 8 1 2 , d L n L Rvre
RESISTÊNCIA DO ANODO
• Resistência de um anodo instalado verticalmente com a terra:
RESISTÊNCIA DO ANODO
• Resistência de vários anodos instalados verticalmente com a terra:
• Onde:
– ρ: Resistividade elétrica do solo (Ωm); – L: Comprimento do anodo;
– d: Diâmetro do anodo; – N: Número de anodos;
– s: Espaçamento entre anodos.
8 1 2 (0,656 ) 2 , n N s L d L n NL Rv re
RESISTÊNCIA DO ANODO
• Resistência de um anodo instalado horizontalmente com a terra:
• Onde:
– ρ: Resistividade elétrica do solo (Ωm); – L: Comprimento do anodo; – d: Diâmetro do anodo; – t: Profundidade. L t Para td L n L Rh re : 2 2 , L t Para d L n L Rh re : 2 2 ,
RESISTÊNCIA DO ANODO
• Resistência de um anodo instalado horizontalmente com a terra:
RESISTÊNCIA DO DUTO
• Pode-se estabelecer ou calcular a resistência de contato do duto com o solo, através do
RESISTÊNCIA DO DUTO
• Um dos métodos é assumir um valor de
resistência específica do revestimento (r’c) para calcular a resistência de contato do duto com a terra:
• Onde:
– Rp,re : Resistência do duto para a terra (Ω);
– r’c : Resistência específica do revestimento (Ωm2); – AS : Superfície do duto (m2); S c re p A r R , '
RESISTÊNCIA ESPECÍFICA DO
REVESTIMENTO
• É um valor tabelado para uma resistividade do solo de 1000 Ωcm.
• É necessário fazer a conversão (regra de 3) para a resistividade média do duto.
• Valores práticos para:
– Polietileno tripla camada: > 10.000 Ωm2 – Coal tar: Entre 2.000 e 10.000 Ωm2
RESISTÊNCIA ESPECÍFICA DO
REVESTIMENTO
• Exemplo: calcular a resistência de contato com o solo de um duto de 1000 m de comprimento, diâmetro de 21,9 cm, resistência específica do
revestimento de 5000 Ωm2 (em 1000 Ωcm) em
um solo de resistividade de 7000 Ωcm.
RESISTÊNCIA ESPECÍFICA DO
REVESTIMENTO
• Calcular a resistência específica para a resistividade de 7000 Ωcm: • Superfície do duto: • Resistência do revestimento: 2 ________ ) 7000 ( ' 1000 ) ( ) 1000 ( ' ) 7000 ( ' m cm r duto cm r cm r c c c 2 ______ m L D AS ' _______ , S c re p A r R
RESISTÊNCIA ESPECÍFICA DO
REVESTIMENTO
• Calcular a resistência específica para a resistividade de 7000 Ωcm: • Superfície do duto: • Resistência do revestimento: 2 000 . 35 ) 7000 ( ' 1000 ) ( ) 1000 ( ' ) 7000 ( ' m cm r duto cm r cm r c c c 2 688m L D AS 50,9 688 35000 ' , S c re p A r R
RESISTÊNCIA DO CABO ELÉTRICO
• A resistência do cabo é, via de regra, desprezível no cálculo de um sistema de proteção catódica.
• Deve-se buscar escolher uma bitola de cabo que seja suficiente para conduzir com folga a
CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DO CABO
ELÉTRICO
CÁLCULO DA VIDA ÚTIL DOS ANODOS
CONSUMÍVEIS
• Anodos consumíveis são aqueles que perdem massa ao longo de sua vida útil. São eles:
– Anodos galvânicos (alumínio, zinco e magnésio); – Anodos inertes (grafite, ferro-silício e aço).
• OBS: Anodos inertes de titânio ou platina que não perdem massa não necessitam desta etapa.
CÁLCULO DA VIDA ÚTIL DOS ANODOS
CONSUMÍVEIS
• Taxa de consumo típicos para diferentes anodos no solo:
CÁLCULO DA VIDA ÚTIL DOS ANODOS
CONSUMÍVEIS GALVÂNICOS
• Onde:
– M: Massa de anodos (kg); – IP: Corrente de proteção (A); – V: Vida útil (Anos);
– Fu: Fator de utilização;
– C: Capacidade de corrente (Ah/kg).
C
Fu
V
I
M
P
8760
CÁLCULO DA VIDA ÚTIL DOS ANODOS
CONSUMÍVEIS GALVÂNICOS
• Capacidade de corrente por tipo de anodo:
– Zn = 740 Ah/kg; – Mg = 1.100 Ah/kg; – Al = 2.200 Ah/kg.
• Fator de utilização depende da geometria do anodo: – 0,90 = Cilíndricos e em barra; – 0,85 = Planos; – 0,75 = Braçadeira. Dutos terrestres
CÁLCULO DA VIDA ÚTIL DOS ANODOS
CONSUMÍVEIS INERTES
• Onde:
– M: Massa de anodos (kg); – IP: Corrente de proteção (A); – V: Vida útil (Anos);
– D: Taxa desgaste do anodo
• Fe/Si → 0,4 kg/A.ano; • Grafite → 1,0 kg/A.ano; • Aço (sucata) → 9,2 kg/A.ano.
V
I
D
CÁLCULO DO NÚMERO DE ANODOS
GALVÂNICOS (1)
• Uma vez determinada a massa total mínima de anodos necessária, é possível calcular o número de anodos para um determinado tipo de anodo especificado.
anodo)
do
líquida
(massa
)
necessária
mínima
massa
(
liqM
M
n
CÁLCULO DO NÚMERO DE ANODOS
GALVÂNICOS (2)
• É preciso verificar se os anodos enterrados irão fornecer a corrente de proteção catódica
necessária. • Onde:
– ΔV: Diferença de potencial do anodo e a estrutura polarizada (-850mV);
– R: Resistência do leito de anodos + resistência do duto total anodo R V I
POTENCIAIS NOMINAIS DOS ANODOS
GALVÂNICOS
-1,05 a -1,10V Alumínio -1,10V Zinco -1,55 a -1,75V Magnésio Potencial AnodoLOCAÇÃO DO LEITO DE ANODOS EM UM
SISTEMA POR CORRENTE GALVÂNICA
• Um sistema de proteção catódica de dutos terrestres protegido por anodos galvânicos
geralmente é aplicável em dutos com excelente revestimento.
• É recomendável que os anodos sejam instalados ao longo de todo o duto para melhor
EXERCÍCIO 4
• Calcular um sistema de proteção catódica galvânico para um duto com as seguintes características:
– Comprimento: 8 km;
– Diâmetro externo: 4,5” (11,43 cm); – Eficiência do revestimento: 99%;
– Densidade de corrente requerida: 20mA/m2; – Resistividade do solo: 3.500 Ωcm;
– Vida útil do sistema: 10 anos;
– Resistência do duto com o solo desprezível.
EXERCÍCIO 4
• 1º passo: Calcular a corrente requerida:
• 2º passo: Calcular a massa total de anodo:
2 873 . 2 m S L D S A I f j S I C 575 , 0 kg M C Fu V I M P 51 8760
EXERCÍCIO 4
• 3º passo: Escolher o anodo (N-1783):
3 anodos MCE-20,8
EXERCÍCIO 4
• 4º passo: Verificar a corrente fornecida por anodo: 1 , 14 1 10 150 8 150 2 3500 1 8 2 , , , re v re v re v R n R d L n L R mA I mA I tot 192 64 1 , 14 85 , 0 75 , 1
EXERCÍCIO 4
• 5º passo: Escolher outro modelo de anodo:
11 anodos MCE-5,3
EXERCÍCIO 4
• 6º passo: Verificar a corrente fornecida por anodo: 6 , 16 1 5 150 8 150 2 3500 1 8 2 , , , re v re v re v R n R d L n L R mA I mA I tot 594 54 6 , 16 85 , 0 75 , 1
CÁLCULO DO RETIFICADOR E LEITO DE
ANODOS INERTES
• Assim como num sistema galvânico, é preciso calcular a corrente de proteção catódica
fornecida. • Onde:
– ΔV: Diferença de potencial entre o retificador e a polarização do sistema. (OBS: Geralmente é usado o valor da própria saída do retificador);
– R: Resistência do leito de anodos + resistência do duto. total anodo R V I 90,
EXERCÍCIO 5
• Calcular um sistema de proteção catódica por corrente impressa para um duto com as
seguintes características:
– Comprimento: 30 km;
– Diâmetro externo: 14” (35,56 cm); – Eficiência do revestimento: 99%;
– Densidade de corrente requerida: 20mA/m2; – Resistividade do solo: 4.000 Ωcm;
EXERCÍCIO 5
• 1º passo: Calcular a corrente requerida:
• 2º passo: Escolhendo uma tensão de saída para o retificador: 30V 2 515 . 33 m S L D S A I f j S I C 7 , 6 0 , 3 9 , 0 , máx e p RET máx R R I V R
EXERCÍCIO 5
• 3º passo: Calcular a resistência do leito de anodos
Exemplo: 10 anodos com d=20cm; L=200cm; s=500cm (dimensões com enchimento). 8 1 2 (0,656 ) 2 , n N s L d L n NL Rvre 571, ,re v R
LOCAÇÃO DO CONJUNTO RETIFICADOR /
LEITO DE ANODOS EM UM SISTEMA POR
CORRENTE IMPRESSA
• Pré-requisito: entender o conceito da atenuação do potencial.
ATENUAÇÃO DE POTENCIAL
• É possível calcular o coeficiente de atenuação de potencial de proteção catódica:
• Onde:
– a: Coeficiente de atenuação;
– r: Resistência linear do duto (Ω/km);
– Rt: Resistência transversal do duto (Ωkm).
t
R r a
ATENUAÇÃO DE POTENCIAL
• Resistência linear do duto:
• Onde:
– ρ(aço)=1,8x10-7Ωm;
– e: Espessura do tubo (m);
– d: Diâmetro externo do duto (m).
1000 e d r aço
ATENUAÇÃO DE POTENCIAL
• Resistência transversal do duto:
• Onde:
– Re: Resistência específica do revestimento (Ωm2); – d: Diâmetro externo do duto (m).
1000 1 d R Rt e
ATENUAÇÃO DE POTENCIAL
• Tensão num ponto x do duto:
ax
V
V
l
x
cosh
ATENUAÇÃO DE POTENCIAL NA PRÁTICA
• Muito pouco utilizada...
• Vale mais a experiência do projetista e a realização de testes de campo.
• Calcula-se a corrente necessária para toda uma extensão de duto e define-se pela distribuição dos conjuntos retificadores e leitos de anodos.
ATENUAÇÃO DE POTENCIAL NA PRÁTICA
• O espaçamento do conjunto retificador / leito de anodos depende basicamente:
– Do número de dutos que se quer proteger; – Da qualidade do revestimento destes dutos; – Interferências elétricas e/ou outras situações
indesejadas.