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CONTROLE DA PINTA PRETA (ALTERNARIA SOLANI) POR MEIO DE FUNGICIDAS NA CULTURA DO TOMATE

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Academic year: 2021

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CONTROLE DA PINTA PRETA (ALTERNARIA SOLANI)

POR MEIO DE FUNGICIDAS NA CULTURA DO TOMATE

Arleneo Machado de Freitas Filho¹; Shalene Silva Santos¹; José Usan Torres Brandão Filho¹; Humberto Silva Santos¹; João Batista Vida¹; Rerison Catarino da

Hora¹

1

UEM, Av. Colombo, 5790 - Departo de Agronomia, CEP 87.020-900, Maringá – PR; jutbfilho@uem.br

RESUMO

O presente trabalho procurou verificar a eficiência agronômica de diferentes fungicidas aplicados na cultura do tomateiro, visando o controle da pinta preta (Alternaria solani), sob cultivo protegido. Realizaram-se quatro pulverizações espaçadas de 07 dias, ocasião em que foi observado o aparecimento dos primeiros sintomas da doença nas plantas de tomateiro. A eficiência dos fungicidas foi verificada através de duas avaliações de porcentagem visual de área foliar infectada nas 08 (oito) plantas centrais de cada parcela (sintoma de pinta-preta) de acordo com escala diagramática sugerida por Azevedo (1997). Os fungicidas nas doses e misturas estudadas (com exceção do Thiophanate methyl) mostraram-se eficientes nas duas avaliações realizadas, quando reduziram os sintomas da doença de maneira eficiente, com índices que variaram de 81,0% para o Tetraconazole 100 g/L na dose de 5,0 g i.a./100 L até 93,1% de controle para a mistura de Chlorothalonil 500 + Tetraconazole 20 g/L na maior dose (100,0 g + 4,0 g i.a./100 L).

PALAVRAS-CHAVE: Lycopersicon esculentum Mill, fitossanidade, fungicidas.

ABSTRACT

Control of early blight (Alternaria solani) through fungicides in the culture of

tomato

This study sought to check the effectiveness of different agronomic fungicides applied in the culture of tomato, intended to control the early blight (Alternaria solani), in greenhouse conditions. Four pulverizations were made spaced of 07 days, when it was noted the emergence of the first symptoms of the disease in tomato plants. The efficiency of fungicides was verified by two evaluations of visual percent of leaf area infected in 08 (eight) central plants of each plot (symptom of early blight) according to diagrammatic scale suggested by Azevedo (1997). The fungicides at the doses and mixtures studied (with the exception of Thiophanate methyl) were shown efficient in both evaluations, when reduced the symptoms of the disease efficiently, with rates ranging from 81.0% for Tetraconazole 100 g/L at a dose of 5.0 i.a./100 L to 93.1% of control for mixing of Chlorothalonil 500 + Tetraconazole 20 g/L at the highest dose (100.0 g + 4.0 g i.a./100 L).

KEYWORDS: Lycopersicon esculentum Mill,

plant protection, fungicides.

INTRODUÇÃO

A pinta-preta causada pelo fungo Alternaria solani, também provoca o mofo-preto, o cancro-da-haste e a podridão-basal, talvez seja atualmente a mais importante doença do tomateiro no Brasil (Lopes e Santos, 1994).

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Os sintomas podem ser verificados em qualquer idade da planta e toda a parte aérea é susceptível (Tokeshi e Carvalho, 1980). Nas folhas mais velhas, onde a doença é primeiramente detectada, ocorrem manchas pequenas de cor marrom-escura, circundadas ou não de um halo amarelado (pinta-preta). À medida que a lesão cresce, formam-se anéis concêntricos, bastante característicos desta doença.

Ataques severos provocam o secamento das folhas pela coalescência das lesões, expondo os frutos à queima pelo sol. A pinta-preta normalmente não ataca folhas novas, o que a diferencia da mancha-de-estenfílio, da pinta-bacteriana e da mancha-bacteriana. Os frutos infectados, principalmente quando maduros, desenvolvem podridão escura conhecida como mofo-preto, a partir da região peduncular (Lopes e Santos, 1994).

Os métodos culturais, como sementes de boa procedência, rotação de cultura, eliminação de restos de culturas, plantios distantes de lavouras velhas, evitar áreas de baixadas e úmidas, podem ser recomendadas. O controle químico pode ser feito com fungicidas preventivos indicados para a cultura.

O objetivo do presente trabalho foi o de verificar a eficiência e a praticabilidade agronômica de diferentes fungicidas aplicados na cultura do tomateiro, visando o controle da pinta preta (Alternaria solani), sob cultivo protegido.

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi conduzido em cultivo protegido, no município de Maringá-PR, durante o período de outubro a novembro de 2007.

O material genético utilizado foi o híbrido de tomateiro “Débora Plus” (susceptível à pinta preta). A produção das mudas foi por meio do sistema de bandejas de isopor multicelulares, com a semeadura realizada no dia 26.08.07. No dia 20.09.07 aos 22 dias após a semeadura, procedeu-se ao transplante das mudas numa cobertura plástica (cultivo protegido). O espaçamento utilizado foi o de 1,20 m entre linhas x 0,50 m entre plantas. Foi realizada uma adubação de plantio na proporção de 50 kg de N/ha, 230 kg de P

2 O 5 /ha e 240 kg de K 2 O/ha. A irrigação foi realizada por meio do sistema de gotejo, com volume de água e turnos de rega necessários para suprir as necessidades hídricas da cultura. Durante a condução do trabalho não foi realizado qualquer controle químico de pragas (insetos e ácaros) na cultura. A infecção ocorreu sob condições naturais não sendo necessário fazer inoculação artificial. As plantas foram conduzidas utilizando-se o sistema de tutoramento de plantas em linhas simples, com uma haste por planta. As desbrotas dos ramos laterais foram realizadas manualmente de acordo com as necessidades da cultura e de conformidade com as recomendações de Lopes & Stripare (1998).

O delineamento estatístico experimental utilizado foi o de blocos casualizados com 10 tratamentos e quatro repetições, totalizando 40 parcelas. Cada parcela foi constituída por 12 plantas na linha de plantio, permitindo dessa forma, uma área de 7,20 m2 (1,20 m x 6,00 m) por parcela. Para efeito de avaliações, foram consideradas como parcela útil as 08 (oito) plantas centrais, desprezando-se duas de cada extremidade.

Na Tabela 1 são apresentados os tratamentos estudados com os nomes técnicos e as respectivas doses utilizadas. O tratamento testemunha foi constituído por parcelas não tratadas com fungicidas e o produto Tetraconazole 100g/L foi utilizado como fungicida padrão.

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Foram realizadas no total quatro pulverizações com os fungicidas, espaçados por um período de 07 dias. A primeira aplicação ocorreu 35 dias após o transplante (DAT), ocasião em que foi observado o aparecimento dos primeiros sintomas da doença (pinta preta) nas plantas de tomateiro. A segunda aplicação foi realizada aos 42 DAT, a terceira aos 49 DAT e a quarta aos 56 DAT. Para as pulverizações foi utilizado um pulverizador costal pressurizado a CO

2, utilizando-se volumes de 700 L por hectare de calda na primeira aplicação, 700 L na

segunda, 800 L na terceira e 1000 litros na quarta aplicação.

Embora tenham sido observados ventos fracos em todas as aplicações, foi utilizada no momento de cada pulverização, uma cortina de plástico nas dimensões de 1,50 m de altura por 3,00 m de comprimento, a qual era manuseada por dois operadores, com a finalidade de separar as parcelas a serem pulverizadas e evitar possíveis contaminações por derivas nas parcelas adjacentes.

A eficiência dos fungicidas para o controle de A. solani foi verificada através de duas avaliações de porcentagem visual de área foliar infectada nas 08 (oito) plantas centrais de cada parcela (sintoma de pinta-preta) de acordo com escala diagramática sugerida por Azevedo (1997). As avaliações foram realizadas aos 55 e 62 DAT. A severidade da doença foi expressa em notas de acordo com a porcentagem de área foliar com sintomas, adotando-se para tanto, a seguinte escala de notas: nota 0= 0% de área foliar infectada (a.f.i.); nota 1= 2% a 4% de a.f.i.; nota 2= 4% a 8% de a.f.i.; nota 3= 8% a 16% de a.f.i., nota 4= 16 a 32% de a.f.i. e nota 5 >32% de a.f.i., sempre tomando-se como base a referida escala diagramática. Como metodologia de avaliação, adotou-se a eleição (escolha) de uma folha considerada necessária ao processo produtivo em função de sua localização na planta, de forma a uniformizar as leituras em todas as plantas avaliadas no ensaio experimental. Desta forma, utilizou-se a 10ª folha composta contando-se a partir do colo da planta, nas quatro repetições. Em cada folha composta, foram avaliadas as porcentagens de área foliar lesionada, de acordo com a metodologia acima, em um folíolo de cada planta (sempre o 2º par contado a partir do pecíolo) da folha composta, o que totalizou 08 (oito) folíolos avaliados por parcela útil. Para cada folíolo procedeu-se à avaliação visual da porcentagem de área foliar infectada pela doença (severidade) atribuindo-se as respectivas notas. Para efeito de análise estatística, considerou-se a média aritmética das notas dadas aos oito folíolos avaliados por parcela e, a média aritmética das quatro repetições expressou o nível de infecção da doença para cada tratamento. Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo teste F. As médias foram

transformadas segundo x+ 0 5, e comparadas por meio do teste de Tukey até o nível de 5%

de probabilidade.

As porcentagens de eficiência foram calculadas pela fórmula de Abbott, de acordo com Nakano et al. (1981).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os efeitos de controle da pinta preta (Alternaria solani) em função dos tratamentos com os fungicidas estudados foram significativos quando comparados com o tratamento testemunha, porém com respostas diferenciadas quando comparados entre si (Tabela 1).

Observou-se que, apesar de todos os tratamentos com os fungicidas, tanto em mistura como em formulações simples, terem apresentado controles com reduções significativas dos

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sintomas da doença nas plantas de tomateiro, os índices de eficiência medidos por meio da porcentagem de controle em relação às plantas testemunhas mostraram que o fungicida Thiophanate Methyl não obteve ao final do ensaio efeito de controle eficiente. Os demais fungicidas nas doses e misturas estudadas mostraram-se eficientes nas duas avaliações realizadas, quando reduziram os sintomas da doença de maneira eficiente, com índices que variaram de 73,39% para o Chlorothalonil 720 g/L na dose de 144,0 g i.a./100 L até 89,2% de controle para Azoxystrobin na dose de 16g i.a./100L.

Nas condições em que se desenvolveu o presente ensaio e de acordo com os dados obtidos e analisados de controle da doença pinta preta causada pelo fungo Alternaria solani em plantas de tomateiro híbrido Débora Plus, pode-se concluir que:

Com exceção do produto Thiophanate Methyl, os demais protudos testados apresentaram ao final do experimento, bom controle da doença pinta preta (Alternaria solani), com reduções eficientes de infecção nas plantas de tomateiro.

LITERATURA CITADA

AZEVEDO, L.A.S. Manual de Quantificação de Doenças de Plantas. Luiz Antônio Siqueira de Azevedo: São Paulo, 1997, 114p.

LOPES, A.C. & SANTOS, J.R.M. Doenças do tomateiro. EMBRAPA - CNPHortaliças, Brasília, 1994, 67p.

NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; ZUCCHI, R.A. Entomologia Econômica. São Paulo: Livroceres, 1981, 314p.

TOKESHI, H. & CARVALHO, P.C.T. de Doenças do tomateiro - Lycopersicom esculentum Mill. In: Manual de Fitopatologia - Doenças da Planta Cultivadas. São Paulo: Ed. Agronômica Ceres, 1980, p.511-52.

LOPES & STRIPARE. A cultura do tomateiro. In: GOTO, R., TIVELLI, S. W. Produção de hortaliças em ambiente protegido: condições subtropicais. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1998. cap.9, p.257-303.

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Tabela 1. Efeito de diferentes fungicidas e doses, visando o controle da pinta-preta (Alternaria solani) na cultura

do tomateiro. Maringá – PR, 2007.

Tratamentos Doses (i.a./100 L)1/ (55 DAT) (62 DAT) Notas2/ %Ef.3/ Notas %Ef. 1-Tebuconazole 20 mL 0,58 b 82,26 0,63 b 83,80 2-Chlorothalonil 720 g/L 144,0 g 0,87 b 73,39 0,81 b 79,18 3-Thiophanate Methyl 490 g 1,56 c 52,29 1,99 c 48,90 4-Chlorothalonil 500 g/L + Tetraconazole 20 g/L 75,0 g+3,0 g 0,39 b 88,07 0,56 b 85,60 5-Azoxystrobin 16,0 g 0,31 b 90,52 0,42 b 89,20 6-Oxicloreto de cobre 420 g/L 105,0 g + 100,0 g 0,47 b 85,63 0,49 b 87,40 + Chlorothalonil 400 g/L 7-Chlorothalonil 500 g/L 100,0 g + 40,0 g 0,78 b 76,15 0,76 b 80,46 + Thiophanate Methyl 200g/L 8-Oxicloreto de cobre 560 g/Kg 134,4 g 0,83 b 74,62 0,70 b 82,01 9-Tetraconazole 100 g/L 5,0 g 0,61 b 81,35 0,63 b 83,80 10-Testemunha - 3,27 a - 3,89 a -1/

Doses dos ingredientes ativos por 100 litros de água.

2/

Médias das notas atribuídas aos folíolos avaliados nas quatro repetições. Médias seguidas de mesma letra nas colunas, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade.

3/

Referências

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