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Pesquisa realizada pela UFPR revela que poluição sonora não causa danos somente à audição, mas principalmente a qualidade de vida das pessoas

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Academic year: 2021

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Pesquisa realizada pela UFPR revela que poluição sonora

não causa danos somente à audição, mas principalmente a

qualidade de vida das pessoas

Definido como um distúrbio sonoro não desejado que interfere naquilo que se quer ouvir, pesquisadores identificaram o ruído como algo responsável por sensações não prazerosas, sendo por isso, diferente do som.

Atualmente, o ruído é visto como um mal que permeia a vida e o meio ambiente das grandes cidades. São ruídos advindos do trânsito, como buzinas, motores, barulho do pneus no asfalto, ruídos da construção civil, bares, restaurantes e baladas com seus diferentes sons e por meio da aglomeração, cada vez maior, de pessoas nestes lugares, que estão em crescente

expansão, oferecendo cada vez mais riscos à saúde auditiva e ao meio ambiente.

Pesquisa realizada pelo Programa de Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano da Universidade Federal do Paraná e coordenado pela Professora Dra. Ângela Ribas, em 2007, na cidade de Curitiba, identifica o ruído urbano como problema de saúde pública. Já que os danos ocasionados pelo ruído interferem diretamente na qualidade de vida e saúde de

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Segundo a pesquisa, a medição do ruído no interior das residências mostrou que em apenas 7% o nível de ruído estava abaixo de 40 dB e que em 86% o nível era superior a 65 dB, no qual destes 2% o nível era acima de 90 dB. Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS, qualquer som ou ruído acima de 55 dB já é considerado prejudicial a saúde humana. Isto significa dizer que a maioria dos moradores das grandes cidades estão expostos a ruídos de fundo muito alto, capaz de impressionar negativamente os organismos, alterando a saúde e a qualidade de vida das pessoas.

A percepção das pessoas entrevistadas em relação ao ruído somente reafirma o problema, visto que, 89% dos entrevistados identificaram espontaneamente o ruído como fator negativo em suas residências. O tráfego de veículos na cidade, com 73%, foi apontado como o principal ruído que causa incômodo à população, seguido pelo ruído gerado pelos vizinhos, com 38%. Al gumas fontes de desconforto gerados pelos vizinhos são animais, sirenes, construção civil, templos religiosos, casas noturnas, brinquedos e aparelhos domésticos.

Sabe-se que sons fortes de ocorrência esporádica (buzinas, sirenes e freadas), concorrem para deixar o indivíduo em estado de alerta, excitado e assustado, o que compromete a concentração na atividade desempenhada, o sono e, consequentemente, o descanso.

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Os ruídos alteram exatamente a constância do ambiente sonoro, o que interfere na qualidade de vida das pessoas. Os sintomas causados pela exposição ao ruído tem ocorrência

multifatorial, porém, as principais reações descritas pela população de Curitiba neste estudo foram: irritabilidade (58%), baixa concentração (42%), insônia (20%) e dores de cabeça (20%). Do total de entrevistados 95% dos sujeitos estiveram em consulta médica no último ano, sendo que 31% da amostra procuraram o médico há menos de um mês.

Ruído e seus efeitos

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição sonora é considerada a terceira causa que afeta o meio ambiente, perdendo apenas para a poluição dos rios e do ar.

A exposição constante a níveis de ruído elevados (superiores a 80 dB) pode causar uma perda auditiva que não se percebe no início, se instala silenciosa e lentamente e é definitiva. Para termos uma referência, abaixo alguns exemplos de situações e os níveis sonoros equivalentes:

•    Sala silenciosa: 45 dB

•    Conversa a 1 metro de distância = 70 dB;

•    Tráfego de veículos em grandes avenidas = 85 dB

•    MP3 no volume médio = 95 dB

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Além dos problemas auditivos, o ruído pode causar também problemas extra-auditivos, como: insônia; cansaço; estresse, depressão, hipertensão, perda de atenção, perda de concentração, perda de memória, problemas de equilíbrio, queda de rendimento escolar e profissional

Limites sonoros

Tecnicamente, a poluição sonora se caracteriza com a exposição a sons acima de 90 decibéis (dB), durante 8 horas consecutivas, sem proteção auricular. Nessas condições e de maneira contínua, a saúde pode ser afetada de modo grave e até irreversível. No entanto, vale ressaltar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que o estresse auditivo tem início sob exposições acima de 55 decibéis. Veja as consequências de acordo com a intensidade dos sons:

• Até 55 decibéis – não causa problemas.

• Entre 56 dB e 75 dB – pode incomodar, mas não gera malefícios à saúde.

• Entre 76 dB e 89 dB – pode afetar a saúde.

• Acima de 90 dB – dependendo do tempo de exposição, a saúde e a audição pode ser prejudicada de modo irreversível.

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Corpo, cabeça e coração

A exposição a ruídos desconfortáveis pode prejudicar o convívio social, o desempenho no trabalho e até o funcionamento do organismo. Saiba como isso acontece:

Corpo: a poluição sonora pode elevar o ritmo cardíaco, a pressão sanguínea e as contrações

musculares; aumentar os níveis de glicose (podendo desencadear o diabetes tipo 2); prejudicar a circulação do sangue (gerando eventuais infarto, derrame e impotência sexual); interromper a digestão, a produção de suco gástrico e o fluxo de saliva; gerar dores de cabeça e náuseas; entre outros.

Cabeça e coração: perda de concentração, irritação permanente, diminuição dos reflexos,

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Hormônios e tratamentos

A sonoridade do dia a dia interfere diretamente na produção de hormônios, aumentando as doses de adrenalina e cortisol, substâncias relacionadas ao estresse. Sem dúvida a melhor solução para o problema é evitar situações de exposição a ruídos. Mas como isso quase sempre é inviável, existem outras maneiras de combater a fadiga e o estresse causados pela poluição sonora. A principal delas é fazer a reposição do aminoácido arginina, tanto através de medicamentos como pela alimentação. Laticínios, aves e peixes são ótimas fontes de arginina. Momentos de lazer em parques, campos e praias também podem auxiliar na “desintoxicação” física e emocional, bem co mo a prática de yoga, caminhadas e ginástica.

Fonte: Revista Científica - Book GEOGRAFIAS v6 - Janeiro à junho de 2010.

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Referências

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