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GRUPO PARA CUIDADORES: A ATIVIDADE EXTENSIONISTA E SEUS OBJETIVOS 1

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Academic year: 2021

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GRUPO PARA CUIDADORES: A ATIVIDADE EXTENSIONISTA E SEUS OBJETIVOS 1

OLIVEIRA, Felipe Schroeder de²; BRANDOLT, Catheline Rubim³; TAVARES, Suyane Oliveira4

1 Projeto de Extensão do Centro Universitário Franciscano 2 Orientador e Professor do Curso de Psicologia do Centro Universitário Franciscano

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Acadêmica do Curso de Psicologia do Centro Universitário Franciscano 4

Acadêmica do Curso de Psicologia do Centro Universitário Franciscano

E-mail:schroeder.felipe@gmail.com, catheline1@hotmail.com, suyane_tavares@hotmail.com

RESUMO

A atividade extensionista universitária pressupõe a aproximação e o diálogo do meio acadêmico com a comunidade. Mediante a exepriência extensionista de um trabalho de dois anos desenvolvido num grupo de extensão para cuidadores de portadores da doença de Alzheimer se fazem algumas reflexões acerca da prática extensionista no que diz respeito a seu planejamento e eficácia para atingir seus objetivos. Portanto neste artigo traremos alguns pontos vistos como fundamentais para a assertividade destas ações tendo como base a experiência com o grupo para cuidadores.

Palavras-chave: Extensão, objetivos, cuidadores.

1. INTRODUÇÃO

Segundo Costa (2010) há a necessidade da universidade compreender que a atividade extensionista não precisa ter uma via única no sentido da universidade se colocar além de seus muros, mas também existe uma necessidade crescente de trazer a comunidade para dentro do contexto acadêmico. Desta forma, as incursões extensionistas passam pela carência de atrair a população para um diferente contexto, proposto pela prática exetnsinonista. O imprescindível ainda segundo a autora é o engajamento dos profissionais e a compreensão destes das proposições do trabalho para o êxito dos projetos extensionistas.

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Referente ao encontro entre comunidade e universidade, a própria construção do conhecimento nas universidades pode ficar dissociada das demandas da comunidade. Segundo Moita e Andrade (2009) grande parte do conhecimento produzido nas universidades brasileiras ainda permanece fora do contexto social, muito disso ainda como resultado da tardia inserção de universidades e investimentos em qualificação de docentes e surgimento de programas de pós-graduação. Então, torna-se urgente esta aproximação e este diálogo entre o âmbito acadêmico e a sociedade, uma vez que, essa não estabelece contato com o que é produzido nas universidades para o melhoramento das condições de vida da população e também para que a própria univerisade possa garantir seu futuro.

Segundo Freire (1980) a atividade extensionista asume um caráter em que o educador e o educando assumem o papel de sujeitos cognoscentes unidos pelo objetivo comum do que desejam conhecer. Isto vem a assinalar a importância da verificação dos objetivos e desejos dos participantes das atividades extensionistas. Realizar o encontro destes interesses sustenta o significado da experiência comum, pelo menos em algum ponto convergente. Os pontos comuns destes interesses passam também pelo caráter pedagógico da experiência.

Quanto aos acadêmicos envolvidos no projetos de extensão, Souza, Silva, Nunes e Morgado (2007) consideram que a atividade de extensão é uma estratégia eficaz para socializar e difundir conhecimento teórico-prático, estimular o processo de ensinar e de aprender tornando-o mais dinâmico. Ribeiro (2009) afirma que o acadêmico inserido na prática extensionista consegue estabelecer uma maior aproximação com as necessidades sociais. Esta aproximação aumenta seu repertório de habilidades para elaboração e execução de estratégias para a resolução de problemas, oportunizando a aplicação e a construção de seu conhecimento.

Ainda segundo a autora, a atividade extencionista assumiu algumas características que nem sempre contribuíram para os objetivos ou propósitos que conduzem os projetos extensionistas nas universidades. O primeiro ponto a ser considerado como adverso ao diálogo consistente com as necessidades da comunidade e o que se produz nas universidades é a atividade extensionista vista como uma prática assistencialista, caracterizada pela idéia de que a universidade de forma vertical leva o saber à comunidade. Desta maneira se assume um propósito messiânico em que os oriundos do meio acadêmico impõem à comunidade seus valores e conceitos.

Brasil (2003) afirma que extensão universitária passa a ser definido como “o processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma

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indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a universidade e a sociedade". Segundo Arroyo e Rocha (2010) esta definição assinala que os programas de extensão devem buscar desconstruir o assistencialismo partindo para iniciativas que promovam debates acerca das questões mais complexas e difíceis na organização de nossa sociedade.

Segundo Paiva e Novaes (1993), “as atividades de extensão permitem aos docentes e aos discentes o convívio direto com situações e problemas que emergem do próprio contexto sócio cultural no qual a universidade se insere”. Ainda segundo os autores a extensão deve se estruturar num processo de articulação com o ensino e a pesquisa, entendendo que estas atividades são complementares e diferenciadas, porém nunca desiguais hierarquicamente.

2. ATIVIDADE DE EXTENSÃO: GRUPO PARA CUIDADORES DE PORTADORES DE ALZHEIMER - AMICA

A atividade do Projeto de Extensão de Assistência Multidisciplinar Integrada aos Cuidadores dos Portadores da Doença de Alzheimer (AMICA) desenvolvida no Centro Universitário Franciscano surgiu com o objetivo de oferecer e compartilhar informações para o cuidador do portador da doença de Alzheimer. Proporcionar ao cuidador um espaço de convivência grupal no qual ele possa encontrar apoio e informação que auxiliem no ato de cuidar é o que transversalmente aparece nas atividades desenvolvidas pela equipe interdisciplinar no grupo de cuidadores.

As atividades são desenvolvidas nas dependências do centro universitário e contam com a participação, além dos cuidadores, de acadêmicos de diversos cursos da área da saúde e o curso de psicologia da área das ciências humanas. Os cuidadores são pessoas que despendem de um tempo considerável de sua vida diária para desenvolverem atividades em função do portador do mal de Alzheimer. Estes são convidados via contato telefônico para os encontros quinzenais de duração de duas horas.

O paradigma da saúde aparece como predominante nos objetivos das atividades, porém as práticas desenvolvidas pelos profissionais e acadêmicos no grupo lançam mão de cuidados e informações que se designam ao próprio cuidador no que diz respeito à manutenção de sua saúde física e mental. Informações técnicas são repassadas ao mesmo tempo em que o caráter vivencial da organização das atividades de grupo também é estimulado junto aos acadêmicos e cuidadores. Vale ressaltar que todos participam das

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atividades buscando uma relação igualitária, tentando desta forma aproximar os cuidadores dos acadêmicos e profissionais envolvidos.

Os resultados apontam para a aderência ao programa de grande número de acadêmicos e a aderência de um número inferior de cuidadores. Neste ponto, entram as considerações feitas a seguir sobre as atividades extensionistas desenvolvidas em universidades.

3. RESULTADOS

O caminho para se chegar até a comunidade ou ao mesmo tempo de convida - lá a se aproximar e ingressar dentro dos limites da universidade é um problema complexo que envolve uma avaliação contínua das necessidades prioritariamente da comunidade. Toda a atividade extensionista tem dentro dos seus objetivos o desígnio das atividades para uma população específica. No caso citado acima, do grupo para cuidadores de portadores do Mal de Alzheimer, existe a necessidade de conhecer as carências e as características demográficas desta população. As necessidades são referentes ao contexto do cuidar e as características demográficas dão conta da forma de comunicação a ser desenvolvida e da metodologia a ser empregada nas atividades de grupo. O olhar para o fenômeno grupal passa a ser uma motivação de parte da equipe interdisciplinar que precisa constantemente rever os paradigmas das ações em função da avaliação das demandas da comunidade.

Temos então um contexto de ensino que se verifica na participação dos acadêmicos e dos cuidadores como aprendizes. Há também a responsabilidade dos profissionais em estarem abertos à aprendizagem oriunda da avaliação constante das atividades e das mudanças na própria população participante. A aprendizagem e a criatividade ocupam um espaço vital neste contexto.

O convite e o acesso dos cuidadores ao projeto de extensão se torna complexo. A logística para que um evento quinzenal ocorra contando com a participação de uma população que não está inserida no contexto da universidade pode dificultar a freqüência na participação dos encontros. No caso específico deste projeto o avanço da doença influencia na freqüência dos cuidadores, uma vez que muitos são os principais responsáveis no cuidado ao doente.

A permanência na atividade extensionista na qual a comunidade é convidada a “visitar” o campus universitário é um desafio enorme para programas de extensão. Fator importante para esta aderência são as relações de vínculo afetivo que se estabelecem entre

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a equipe acadêmica de professores, alunos e cuidadores. O estabelecimento destes vínculos deixa a necessidade de informação técnica em segundo plano, aparecendo em primeiro plano os espaços nas discussões e atividades em grupo para a expressão de sentimentos e frustrações.

O fenômeno do pertencimento a um grupo se constrói na atividade extensionista, isto

verifica-se tanto da parte dos acadêmicos quanto da parte dos cuidadores. Sentir-se pertencendo a um grupo que se situa dentro de uma universidade é sentir-se pertencendo de alguma forma da própria universidade. O apoio social na forma de auxílio material pode ser fundamental se este não caracterizar apenas uma prática assistencialista, porém as vinculações afetivas são importantes para os projetos de extensão que convidem a comunidade a atravessar os muros da universidade.

4.CONCLUSÃO

Através deste trabalho pode-se fazer uma reflexão acerca dos projetos de extensão nos quais os acadêmicos conseguem vivenciar uma nova experiência ultrapassando o âmbito teórico e se aproximando da prática. Dessa forma, há um ganho de conhecimento para os acadêmicos, assim como para a comunidade a qual usufrui desse trabalho de extensão.

A divulgação do trabalho na comunidade é fundamental para o êxito do programa de extensão. Faz-se a sugestão da inclusão em projetos de extensão de uma assessoria de imprensa específica para as atividades extensionistas que leve o convite das atividades até a comunidade.

O trabalho de extensão pode ser visto como de longo a médio prazo, visto que o estabelecimento da cultura de extensão requer um período de adaptação tanto da comunidade acadêmica quanto do contexto social no qual a universidade esta inserida. O resultado das atividades de extensão é o próprio estabelecimento da cultura extensionista. Os resultados específicos de cada projeto são visualizados nas experiências vivenciadas a cada encontro, como por exemplo, as do grupo AMICA citado anteriormente.

Para que o êxito das atividades ocorra é de suma importância a preparação teórica dos acadêmicos e dos professores para o estabelecimento da consciência dos projetos e da característica do trabalho extensionista. Aprender a visualizar o desenho e os resultados de um projeto de extensão requer estudo e preparação para ver além dos objetivos dos

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projetos em si, requer visualizar o impacto que estas ações causam nas comunidades envolvidas, tanto a acadêmica quanto a do contexto social.

5. REFERÊNCIAS

ARROYO, Daniela Munerato Piccolo; ROCHA, Maria Silvia Pinto de Moura Librandi da. Meta-avaliação de uma extensão universitária: estudo de caso. Avaliação (Campinas) vol.15, n. 2, Sorocaba jul., 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. Programa de Extensão Universitária - ROEXT. 2003. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12241&Itemid=487>. Acesso em: ago 2011.

COSTA, Aryana Lima. A extensão na formação do profissional de história. Revista Brasileira de História. Vol.30, n. 60, São Paulo, 2010.

FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.

MOITA,Filomena Maria Gonçalves da Silva Cordeiro, ANDRADE, Fernando Cézar Bezerra de. Ensino-pesquisa-extensão: um exercício de indissociabilidade na pós-graduação. Revista Brasileira de Educação. vol.14, n. 41, Rio de Janeiro, maio/ago., 2009.

PAIVA, Miriam Santos; NOVAES, Valda Lucia Rocha de. As perspectivas da cultura e extensão no curso de enfermagem da Universidade Federal da Bahia. Revista Latino-Americana de Enfermagem v.1 Ribeirão Preto, 1993.

RIBEIRO, Kátia Suely Queiroz Silva. A experiência na extensão popular e a formação acadêmica em fisioterapia. Cadernos CEDES, vol.29, n. 79, Campinas set./dez, 2009.

SOUZA,Norma Valéria Dantas de Oliveira; SILVA, Maristela Freitas; ASSUMPÇÃO, Luciana Ranauro; NUNES, Keila Suellen Moura; MORGADO, Fabiana Maia. Atividade de extensão: estratégia para o intercâmbio de conhecimento entre os alunos de enfermagem. Escola Anna Nery, v.11, n 2, Rio de Janeiro, jun., 2007.

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