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ITCMD: realidade da incidência desse tributo na sucessão "causa mortis" no Estado do Rio de Janeiro

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE DIREITO

LEONARDO ALBERTO SOUZA E SILVA

ITCMD: Realidade da incidência desse tributo na sucessão “causa mortis” no Estado do Rio de Janeiro

NITERÓI

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LEONARDO ALBERTO SOUZA E SILVA

ITCMD: Realidade da incidência desse tributo na sucessão “causa mortis” no Estado do Rio de Janeiro

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito.

Orientadora: Prof. Drª. Fernanda Pontes Pimentel

NITERÓI 2016

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LEONARDO ALBERTO SOUZA E SILVA

ITCMD: Realidade da incidência desse tributo na sucessão “causa mortis” no Estado do Rio de Janeiro

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito.

DATA DE APROVAÇÃO: ____/ ____/ _____

________________________________________________ Prof.ª Fernanda Pontes Pimentel

Orientadora

________________________________________________ Prof. André Hacl Castro

________________________________________________ Prof.ª Paola de Andrade Porto

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RESUMO

SILVA, Leonardo Alberto Souza e. ITCMD: Realidade da incidência desse tributo na sucessão “causa mortis” no Estado do Rio de Janeiro. _fls. Artigo (Graduação em Direito) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2016.

O presente artigo visa analisar o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação – ITCMD em seus aspectos gerais, em razão das inúmeras mudanças que ocorreram com a publicação da Lei nº 7.174/15. Para isso, após uma introdução sobre o tema, analisar-se-á os aspectos gerais do direito sucessório, bem como as principais inovações da nova Lei. Por fim, serão apresentados apontamentos sobre a incidência de ITBI na partilha desigual de bens decorrentes da herança.

Palavras-Chave: Direito Sucessório. ITCMD. Lei nº 7.174/15. Incidência de ITBI na partilha desigual

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ABSTRACT

This article aims to analyze the Tax “Causa Mortis” Transmission - ITCMD in its general aspects, due to the numerous changes that have occurred with the Law No. 7174 of December 28, 2015. After an introduction on the topic, the general aspects of inheritance law and the main innovations of the new Law is analyzed. Finally, notes on the incidence of ITBI the unequal division of property arising from inheritance is presented

Keywords: Law of probate and sucession. ITBI. Law No. 7174 of December 28, 2015. Incidence of ITBI the unequal division

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INTRODUÇÃO

O trabalho pretende apresentar a problemática da incidência do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação – ITCMD na transmissão sucessória no Estado do Rio de Janeiro.

Isso porque, assim como tem ocorrido em outras unidades da Federação com relação ao imposto incidente nas heranças e doações, o Estado do Rio de Janeiro publicou a Lei nº 7.174/15 que dispõe sobre o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação – ITCMD.

Dessa maneira, realiza-se uma breve abordagem acerca do direito sucessório no ordenamento jurídico brasileiro, desde a abertura da sucessão, analisando ainda, a transmissão da herança, além das espécies de sucessões.

Em seguida, faz-se uma abordagem sobre as noções gerais do ITCMD, trazendo sua evolução histórica e avançando o estudo do seu fato gerador e sua matriz constitucional.

A fim de apontar as consequências para o planejamento sucessório, analisam-se as inovações trazidas pela Lei 1.174/15, fazendo uma comparação com a legislação anterior.

Por fim, faz-se uma abordagem acerca da competência tributária do ITCMD e do ITBI, trazendo apontamentos sobre os referidos impostos na partilha desigual de bens decorrentes de herança. Diante disso, demonstra-se a ilegalidade e a inconstitucionalidade da exigência do Imposto de Transmissão de bens imóveis pelos municípios, calculado sobre quinhões que, embora não superiores aos valores na partilha, foram contemplados com a totalidade de bens imóveis pertencentes ao patrimônio comum.

I – DISPOSIÇÕES ACERCA DO DIREITO SUCESSÓRIO

Inicialmente, vale destacar que o conceito de sucessão, em sentido amplo, significa “a substituição do titular de um direito, com relação a coisas, bens, direitos ou encargos”1. Dessa maneira, costuma-se fazer, no direito, uma divisão entre duas formas

de sucessão, a que deriva de um ato entre vivos (inter vivos), como por exemplo um contrato; e a que tem como causa a morte (causa mortis), ou seja, quando os direitos e

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obrigações da pessoa que morre transferem-se para seus herdeiros e legatários2. Todavia, quando se fala em direito das sucessões, está se tratando de um campo específico do direito civil que regula a transmissão do patrimônio de uma pessoa depois de sua morte.3

Verifica-se, assim, que o direito sucessório, trata das regras de transmissão em razão da morte de um titular, portanto, sua terminologia tem alcance certo e não se confunde com as sucessões operadas em vida, normalmente disciplinadas pelo direito das obrigações.

A sucessão hereditária somente ocorre quando se verifica a morte do autor da herança, haja vista que é essa que viabiliza a abertura da sucessão. Isso porque a existência da pessoa natural termina com a sua morte, ainda que presumida nos termos da lei (CC, arts. 6 a 39)4, deixando de ser sujeito de direitos e obrigações. Dessa maneira, tendo em vista a importância da determinação do exato momento da abertura da sucessão, deve a morte ser provada por modo a se afastarem dúvidas quanto a sua ocorrência5

É importante esclarecer que morte tanto pode ser natural como presumida. A primeira “é a que se constata efetivamente no corpo da pessoa, com a extinção da vida. Já a segunda, é a que ocorre “em virtude de ausência. ”6

Para Paulo Luiz Netto Lobo7, a morte nada mais é que o momento em que a sucessão se inicia. Neste momento, a transmissão da herança aos herdeiros do de cujus se faz automaticamente, sem qualquer outra formalidade. Isso decorre do chamado princípio da saisine.

Nesse mesmo diapasão, Maria Berenice Dias8elucida que esse princípio consagra uma ficção jurídica, que é a imediata transferência de pleno direito dos bens do de cujus para os seus herdeiros quando aberta a sucessão. A partir daí, já passa a integrar o patrimônio do sucessor, que salvo restrição imposta pelo autor da herança, já nasce para o herdeiro a possibilidade de promover a transferência de seus direitos a terceiros. A transmissão da herança9 não é importante apenas pelo prisma da justiça – de deferir

aos sucessores os bens de quem os antecedeu – mas também o é, pela própria lógica e

2 Idem, p. 99.

3 GOMES, Orlando. Sucessões. 15.ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012, p. 1.

4 O direito brasileiro prevê duas hipóteses de presunção de morte: a morte presumida do art. 7º c/c art. 88 da Lei6015/73 e a declaração de ausência, estabelecida nos artigos 22 a 39 do Código Civil.

5 GOMES, Orlando, op. cit., p. 14.

6 LOBO, Paulo Luiz Netto. Sucessões, 2.ª ed., São Paulo: Saraiva, 2014, p. 27. 7Ibidem, p. 26.

8DIAS,Maria Berenice, op. cit., p. 108.

9Nesse diapasão, cabe comentário acerca da natureza jurídica da herança, que se entende, por expressa disposição legal, o conjunto de bens e direitos objeto da sucessão é considerado bem imóvel (art.80 II CC/02). Além disso, a herança é, por ficção jurídica, tratada como imóvel, obedecendo às peculiaridades relativas a esta espécie de bens. Apresentando- se como uma universalidade de direitos (art.91 CC/02),

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segurança jurídica, pois não seria razoável se admitir que o acervo patrimonial do falecido ficasse sem titularidade. Nesse sentido, Maria Berenice Dias destaca as inúmeras “vantagens da adoção do princípio da saisine: evitar o estado de acefalia do patrimônio, a jazer sem titular; dispensa a ficção jurídica de emprestar personalidade jurídica ao espólio; propicia a qualquer herdeiro o manejo das ações possessórias. ”10

É importante ressaltar, ainda, que a abertura da sucessão não se confunde com a abertura do inventário, que só é instaurado com a provocação judicial comunicando o falecimento11. Como visto, a abertura é, na realidade, uma ficção jurídica, enquanto o inventário é o instrumento próprio, que com a definitiva partilha dos bens aos herdeiros, torna-se efetiva a transmissão da herança.

Quanto à forma de que deriva, segundo o art. 1.786 do Código Civil12, a sucessão

classifica-se em legítima e testamentária. Aquela é a que se dá em virtude de lei, enquanto essa deriva do ato de última vontade, representado por testamento.

A respeito da sucessão legítima, Paulo Lobo13 a define como aquela “que se dá em observância à ordem de vocação e aos critérios estabelecidos na legislação”. Tal sucessão terá espaço, via de regra, se o autor da herança falecer ab instestato, isto é, sem deixar por testamento suas declarações de última vontade. Não obstante isso, importa ressaltar que a sucessão legítima e sucessão testamentária também poderão existir de modo simultâneo. Isto ocorrerá, por exemplo, se o autor da herança dispuser em testamento de apenas uma parcela de seu patrimônio. Nesta hipótese, herdeiros legítimos e testamentários serão convocados para o recebimento de seus respectivos quinhões14.

A supramencionada ordem de vocação hereditária está indicada nos dispositivos 1.829 do Código Civil15, o qual determina que a distribuição do acervo patrimonial do

falecido seja dada por classe de preferência, devendo ser obedecida a seguinte ordem hierárquica de parentesco16: descendentes, ascendentes, cônjuge ou companheiro e colateral até o quarto grau.

considera- se um patrimônio único e indivisível, sobre o qual os herdeiros exercem um condomínio, até a partilha ou adjudicação dos bens, quando se desfaz a comunhão forçada (Art.1791 CC/02).

10DIAS,Maria Berenice, op. cit., p. 108. 11Ibidem. p. 104

12 Art. 1.786.º do Código Civil: “ A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos colaterais. ”.

13LOBO, Paulo Luiz Netto, op. cit., p. 70. 14DIAS,Maria Berenice, op. cit., p.114.

15 Art. 1.829.º do Código Civil: “A sucessão dá-se por Lei ou por disposição de última vontade. ”. 16DIAS,Maria Berenice, op. cit., p.114.

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Como se vê, a principal hipótese de cabimento de sucessão legítima é a inexistência de testamento. No entanto, há outras hipóteses de modo a conferir a herança apenas aos herdeiros designados pela lei, quais sejam: caducidade, nulidade ou anulabilidade do testamento17.

Já a sucessão testamentária é conhecida como aquela que se dá em observância às declarações de vontade expressas deixadas pelo de cujus, nos limites e em documentos formais admitidos pela lei18. Tal espécie de sucessão se processa através de testamento, que se conceitua como “ato personalíssimo, unilateral, gratuito, solene e revogável, pelo qual alguém dispõe, no todo ou em parte, de seu patrimônio para depois de sua morte, ou determina providências de caráter pessoal ou familiar19.

Para melhor se compreender cada característica do testamento, ainda esclarece Caio Mario da Silva Pereira20:

Negócio jurídico unilateral, pois perfaz-se com uma emissão de vontade. Personalíssimo porque tem que ser feito pelo próprio testador, afastada a participação de outro agente, a qualquer título que seja. Gratuito porque não comporta correspectivo. A disposição que o contenha é inválida. Solene porque a Lei estabelece forma rígida para sua feitura, sob pena de invalidação. Revogável porque o Código Civil declara que o testamento pode “ser mudado a qualquer tempo” (art. 1.858), conservando, pois, a idéia de sua plena revogabilidade, até a morte do testador.

Como se vê, todas as pessoas possuem liberdade para testar, ou seja, fazer disposições juridicamente eficazes sobre seu patrimônio para depois de sua morte. No entanto, a liberdade para testar não é ilimitada. Isso porque o artigo 1.857, §1º, do Código Civil impede que aqueles que possuem herdeiros necessários21 disponham da totalidade

da herança

A sucessão pode ser classificada, ainda, quantos aos efeitos, em a “título universal” e a “título singular”. A sucessão é a título universal quando se transfere ao sucessor a totalidade do patrimônio do de cujus ou uma fração determinada dele,

17 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil, Direito das Sucessões. 21.ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 71.

18LOBO, Paulo Luiz Netto,op. cit., p. 189.

19 HIRONAKA, Giselda Mara Fernandes Novaes; PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Direito das Sucessões. 2.ªed. Belo Horizonte: Del Rey, 2007, p. 131.

20 Oop. cit., p. 177.

21Os herdeiros necessários estão elencados no art. 1.845 do Código Civil: “são herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. ”

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abrangendo tanto o ativo como o passivo22. Nesse caso, o sucessor é chamado de herdeiro. Já a sucessão a titulo singular se processa quando o testador se dispõe a transferir ao beneficiário um bem determinado23. Nesse caso, o sucessor é chamado de legatário.

Assim, verifica-se que há na transmissão “causa mortis” uma transferência, seja por lei, seja por vontade, de titularidade de bens e direitos, que interessarão ao ente público, na medida que são fatos geradores de obrigação tributária.

II – O ITCMD E SUA INCIDÊNCIA NAS TRANSMISSÕES “CAUSA MORTIS”

2.1 – Breve histórico do ITCMD

Como forma de elucidar a questão que aqui se apresenta, é louvável um breve mergulho histórico na evolução do imposto sobre as transmissões causa mortis.24 Isso porque, a concepção de tributos, na antiguidade, era bem distinta da ideia que temos nos dias atuais.25

Assim, não há um entendimento unânime quanto ao marco inicial na história do referido imposto, principalmente pela transitoriedade com que algumas leis e marcos surgiram no espaço histórico, sendo que muitos deixaram de ser aplicados com o desaparecimento de sua causa.

Todavia, a doutrina é pacifica no sentido de que o imposto sucessório, com os aspectos financeiros que conserva modernamente, teve origem na Inglaterra com o probateduty, em 169426.

No Brasil, o ITCMD foi introduzido pelo Alvará de 17.06.1809 e, a partir de 1891, os Estados ficaram responsáveis pela sua cobrança27.A Constituição da República

22GOMES, Orlando, op. cit., p. 6. 23Idem.

24FERNANDES, Regina Celi PedrottiVespero. Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação –

ITCMD. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, p. 24.

25Segundo a lição de Petronio de Araujo, a origem do imposto sobre causa mortis e doações remonta ao Egito, no reinado de Psamético I (666 a 654 a.C.), onde foi encontrado um papiro datado do ano 117 a.C. menciona uma Lei que tomava obrigatória a inscrição das heranças nos registros públicos, mediante o pagamento de uma taxa de 10% a 15% sobre o valor total de bens transmitidos, abrangendo, inclusive, as sucessões em linha reta. Por outro lado, há alguns doutrinadores que entendem que o referido imposto teve sua origem em Roma, na época do Imperador Augusto, por meados do ano V em que imperava a era cristã, pela denominada Lex Julia Vicesimahereditatis. No entanto, segundo o entendimento do Carlos M. Giuliani Fourouge , o precursor do ITCMD é um édito do Triunvirato, do ano 40 a.C., que prescrevia que em toda sucessão testamentária o testador devia instituir compulsoriamente um legado a favor do Estado, no mínimo de 5%, para auxiliar o custeio das despesas decorrentes da guerra contra Pompeu.

26FERNANDES, Regina Celi PedrottiVespero, op. cit., p. 25.

27Os parágrafos 8º e 9º do Alvará régio assim dispuseram: “§8.º Nenhuma quitação de herdeiro, ou de legatário, por efeito de testamento, poderá ser aceita em Juízo, nem se poderá com ela haver o testamento

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Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo 155, inciso I, separou o imposto causa mortis do imposto inter vivos, atribuindo a cobrança desse último aos Municípios. Ademais, a Carta Magna inovou ao unir o imposto causa mortis ao imposto sobre doações, o que se justifica pelo fato de ambos consistirem na transmissão gratuita de bens e pela necessidade de se evitar a evasão fiscal. Isso porque, antes da CRFB/88, as transmissões de imóveis, quer por ato entre vivos, quer por motivos de morte, sujeitavam-se ao mesmo imposto estadual - o imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI).

2.2 – Hipóteses de incidência do ITCMD

Inicialmente, cumpre esclarecer o conceito de fato gerador que, segundo Ricardo Lobo Torres28, “é a circunstância da vida – representada por um fato, ato ou situação jurídica – que, definida em lei, dá nascimento à obrigação tributária”. Nesse sentido, o Código Tributário Nacional dispõe:

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessário e suficiente à sua ocorrência.

Nesse enfoque, Láudio Camargo Fabretti29 elucida: “a hipótese (fato ou situação) prevista em lei é denominada hipótese de incidência. Por exemplo: auferir renda”. Destarte, uma vez adquirida a disponibilidade econômica ou jurídica da renda concretiza-se o fato gerador e nasce a obrigação tributária de pegar o tributo estabelecido no mandamento da norma e de cumprir as respectivas obrigações sucessórias. Ao descumprimento da obrigação principal ou a acessória, o Estado impõe uma sanção (penalidade de incidência), prevista na lei.

No caso do Imposto de Transmissão Causa Mortis e doação, o fato gerador é a transmissão, por morte ou doação, de quaisquer bens e direitos. A hipótese de incidência

por cumprido, sem que a quitação tenha sido principalmente selada, pagando-se por este selo a décima da herança, ou legado, que efetivamente se arrecadar, não sendo os herdeiros, ou legatário, descendentes ou ascendentes do testador. §9.º Igualmente se praticará o mesmo com os herdeiros que não forem descendentes ou ascendentes ab intestato; com a diferença, porém, que o herdeiro, que for parente do falecido ab intestato até o segundo grau inclusive, sem que, tendo feito o inventário e constando por documento autêntico a quantia líquida da herança no documento, pelo qual se lhe houver de mandar passar mandado de entrega, tendo pôr o selo e com ele pago a décima da herança, que realmente arrecadar, e quinta parte, sendo parente fora do segundo grau”. FERNANDES, Regina Celi PedrottiVespero. Imposto sobre

Transmissão Causa Mortis e Doação – ITCMD. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, p. 27.

28 TORRES, Ricardo Lobo. Curso de direito financeiro e tributário. Rio de Janeiro: Renovar, 2006, p. 241. 29FABRETTI, Láudio Camargo. Código tributário nacional comentado. 3ª. ed. ver. e atual. São Paulo: Atlas, 2001, p. 235.

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foi ampliada, pois antes se circunscrevia aos bens imóveis. Hoje, dada a natureza jurídica da herança, alcança também o capital das empresas, representado por cotas ou ações, além de tudo e qualquer outro bem integrante do patrimônio do de cujus ou que tenha se sujeitado à doação30.

Como visto, as hipóteses de incidência do imposto estadual em análise são as transmissões causa mortis aos herdeiros e legatários e a doação de quaisquer bens e direitos. Todavia, embora o fato gerador do ITCMD ocorra na data do falecimento do autor da herança, o cálculo do imposto vem a ser realizado posteriormente, com o processo de inventário ou de arrolamento dos bens deixados pelo falecido, na forma das Súmulas 112, 113e 11431, do Supremo Tribunal Federa32, que serão objeto de análise no

capítulo III deste trabalho.

Tal necessidade de processo de inventário ou arrolamento justifica-se para que seja realizada a verificação do que foi deixado e do que foi transmitido, bem como para individualizar o beneficiário da herança33. Além disso, vale ressaltar que o processamento

de inventário por morte presumida também torna legítima a incidência do imposto estadual em questão, nos termos da Súmula 33134, do Supremo Tribunal Federal.

Por fim, cabe ressaltar que a função do ITCMD é predominantemente fiscal, ou seja, possui o objetivo de gerar recursos financeiros para os cofres públicos, conforme elucida Hugo de Brito Machado35. Isso não significa dizer que o imposto também não

possua função extrafiscal, na medida em que possibilita desestimular o acúmulo de riqueza e, consequentemente, a concentração de renda.

Nesse sentido, Ricardo Lobo Torres36elucida que o ITCMD incide sobre o incremento do patrimônio dos herdeiros e legatários sem que tenha havido qualquer

30MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito financeiro e tributário. 30.ª ed. rev., atual. eampl. São Paulo: Malheiros, 2009, p.381.

31Súmula 112 do Supremo Tribunal Federal: “O impôsto de transmissão "causa mortis" é devido pela alíquota vigente ao tempo”. Súmula 113 do Supremo Tribunal Federal: “O impôsto de transmissão "causa mortis" é calculado sôbre o valor dos bens na data da avaliação. ”. Súmula 114 do Supremo Tribunal Federal: “O impôsto de transmissão "causa mortis" não é exigível antes da homologação do cálculo. ” Disponível em:

http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=114.NUME.%20NAO%20S.FLS V.&base=baseSumulas. Acesso em 18 mar. 2016.

32SOUSA, Ingrid Walter de. ITD. In: ANTONELLI, Leonardo Pietro (Cord.). Curso de direito tributário

brasiLeiro. V. 2. 3. Ed. São Paulo: Quartier Latin, 2010, p. 127-128

33Ibidem. p. 128.

34Súmula 331 do Supremo Tribunal Federal: “É legítima a incidência do impôsto de transmissão "causa mortis" no inventário por morte presumida. ”. Disponível em:

http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=331.NUME.%20NAO%20S.FLS V.&base=baseSumulas Acesso em 21 mar. 2016.

35 Op.p. cit., p.358. 36Op.. cit., loc. cit.

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esforço por parte deles. Isso demonstra um bom índice de capacidade contributiva e aptidão para promover a justiça social, uma vez que se afina com os princípios da progressividade, que recomenda a elevação de alíquotas na medida em que aumenta a parte tributável, e da personalização, que se evidencia pelo aumento da tributação de acordo com o afastamento entre herdeiro e o de cujus na linha sucessória.

Diante da função fiscal do imposto em análise e do momento de crise que assola o país, vem ocorrendo uma disparada na alíquota do ITCMD em diversos Estados brasileiros. Sendo assim, será analisado com maior profundidade no próximo capítulo as mudanças decorrentes da nova lei que trata do referente tributo no Estado do Rio de Janeiro.

III – AS NOVAS REGRAS REFERENTES AO ITCMD – LEI 7.174/15.

De acordo com o artigo 155, §1º, IV, da CRFB/8837, o Senado Federal ficará responsável pela fixação da alíquota máxima do mencionado imposto. Salvo essa limitação, prevalece a liberdade dos Estados e do Distrito Federal para o estabelecimento de tais alíquotas. Nesse sentido, a Resolução n. 9/92, editada pelo Senado, fixou a alíquota máxima em 8% (oito por cento) para o ITCMD38.

Diante do momento de crise que o Brasil tem vivenciado, os governos estaduais estão buscando alternativas para incrementar suas receitas sem criar novos impostos. Nesse sentido, tem crescido a tendência de majoração de alíquotas e/ou alteração das formas de cálculo dos impostos.

Dessa maneira, o Estado do Rio de Janeiro decidiu, através da Lei nº 7.174/1539,

publicada no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro em 29 de dezembro de 2015, reformar o sistema que trata do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação de quaisquer bens ou direitos, revogando, assim, a Lei nº 1.427, de 13 de fevereiro de 1989. Com a nova lei, a alíquota deixou de ser 4% (quatro por cento) sobre o valor fixado para a base de cálculo e foi elevada para 4,5% (quatro e meio por cento), para

37 Art. 155 da Constituição Federal: “Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (...) § 1º O imposto previsto no inciso I: (...) IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;” Disponível em:

http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=331.NUME.%20NAO%20S.FLS V.&base=baseSumulas Acesso em 21 mar. 2016

38 Resolução n. 9 de 5 de maio de 1992. Disponível em:

http://legis.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=136383. Acesso em 21 mar. 2016. 39 Lei 7.714/15 de 29 de dezembro de 2015. Disponível em:

http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/38c6d405dd5c89fd832 57f1f006deb65?OpenDocument. Acesso em 21 mar. 2016.

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valores até 400.000 RJ e 5% (cinco por cento) para valores acima de 400.00 UFIR-RJ40.. Em razão da Resolução SEFAZ 952/2015, a UFIR-RJ passou a ser R$3,0023 no

ano de 2016 (400.000 UFIR-RJ correspondem, dessa maneira, a R$1.200.920,00)41.

Como se vê, além do aumento da alíquota, o Estado adotou o regime de progressividade calçado na decisão do RExt 562.04542, que reconheceu tal possibilidade em análise de caso originário do Rio Grande do Sul. Segundo Hugo de Brito Machado43, “essa progressividade é uma forma de realizar o princípio da capacidade contributiva, ou, mais exatamente, de adequação do tributo à capacidade econômica de cada um”.

Em relação à base de cálculo, a mesma é fixada pela lei da entidade competente para instituir o tributo e, em princípio, deve ser o valor de mercado do bem a ser transmitido na data de abertura da sucessão, nos termos do artigo 38 do Código Tributário Nacional44 e da sumula 113, do Supremo Tribunal Federal que estabelece que o imposto

de transmissão causa mortis é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação”. Dessa maneira, há quem defende que a base de cálculo é o meio fundamental para que possa haver a determinação da obrigação tributária, observando a sua relação com o bem, objeto ou o fato tributado. Nesse sentido, Ricardo Lobo Torres elucida:

A base de cálculo é a grandeza sobre a qual incide a alíquota indicada na lei. A base de cálculo está intimamente ligada ao aspecto material do fato gerador, com o qual às vezes se confunde. [...] Uma base de cálculo inadequada pode desvirtuar o próprio núcleo do tributo, motivo por que a CF proíbe que as taxas tenham base de cálculo própria de impostos.

40Art. 26 da Lei 7.174/15 de 29 de dezembro de 2015: “O imposto é calculado aplicando-se, sobre o valor fixado para a base de cálculo, considerando-se a totalidade dos bens e direitos transmitidos, a alíquota de: I – 4,5% (quatro e meio por cento), para valores até 400.000 UFIR-RJ; II - 5% (cinco por cento) para valores acima de 400.000 UFIR-RJ” Disponível em:

http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/38c6d405dd5c89fd832 57f1f006deb65?OpenDocument. Acesso em 21 mar. 2016.

41 Resolução n. 952 de 18 de dezembro de 2015. Disponível em:

http://www.fazenda.rj.gov.br/sefaz/faces/oracle/webcenter/portalapp/pages/navigation

renderer.jspx?_afrLoop=267867986041000&datasource=UCMServer%23dDocName%3AWCC296838& _adf.ctrl-state=s3og68dov_9. Acesso em 21 mar. 2016

42RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. LEI ESTADUAL: PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTA DE IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE BENS E DIREITOS. CONSTITUCIONALIDADE. ART. 145, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRINCÍPIO DA IGUALDADE MATERIAL TRIBUTÁRIA. OBSERVÂNCIA DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. (STF - RE: 562045 RS, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 06/02/2013, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-233 DIVULG 26-11-2013 PUBLIC 27-11-2013 EMENT VOL-02712-01 PP-00001). Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=2554479. Acesso em 21 mar. 2016.

43 Op.. cit., p. 360.

44 Art. 38 do Código Tributário Nacional: “A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos”. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm. Acesso em mar. 2016.

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Em relação às outras mudanças introduzidas pela Lei n° 7.174/15, o art. 2245 altera a base de cálculo na transmissão de ações não negociadas em bolsas, quotas ou outros títulos de participação. A partir de agora a base de cálculo será apurada conforme o valor da sociedade, com base no montante do patrimônio líquido registrado no balanço patrimonial anual do exercício imediatamente anterior ao do fato gerador.

Quanto ao pagamento, o art. 30, II, da Lei nº 7.174/1546 prevê a possibilidade de

parcelamento do imposto em até quatro vezes. Além disso, o mesmo artigo estabelece que o pagamento ocorra antes do registro do instrumento, público ou particular, que configurar a correspondente obrigação. Por exemplo, tratando-se de doação, o pagamento deverá ocorrer antes do registro no cartório competente, nos termos do artigo 30, §2º da referida lei.

De certo, a inovação que mais gerou discussão foi o aumento e progressividade da alíquota. No entanto, merece destaque também, a mudança atinente ao fim da bipartição do ITCMD no caso de doação de imóveis com reserva de usufruto. A regra até então vigente era de que, no caso de doação com reserva de usufruto, a base de cálculo do imposto, no ato da doação, seria de 50% do valor do bem e 50% quando da extinção do usufruto.

Com a nova lei, os contribuintes passarão a recolher o tributo somente na instituição do usufruto, sendo sua extinção hipótese de não incidência.47É importante

destacar que aqueles que receberam bem imóvel em doação com reserva de usufruto antes

45Art. 22 da Lei 7.174/15 de 29 de dezembro de 2015: “Na transmissão de ações não negociadas em bolsas, quotas ou outros títulos de participação em sociedade simples ou empresária, a base de cálculo será apurada conforme o valor de mercado da sociedade, com base no montante do patrimônio líquido registrado no balanço patrimonial anual do exercício imediatamente anterior ao do fato gerador. §1º Quando o valor do patrimônio líquido não corresponder ao valor de mercado, a autoridade fiscal poderá proceder aos ajustes necessários à sua determinação, conforme as normas e práticas contábeis aplicáveis à apuração de haveres e à avaliação patrimonial. §2º Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber, à transmissão de acervo patrimonial de empresário individual. ” Disponível em:

http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/38c6d405dd5c89fd832 57f1f006deb65?OpenDocument. Acesso em 22 mar. 2016.

46 Art. 30 da Lei 7.174/15 de 29 de dezembro de 2015: “Art. 30. O imposto deverá ser pago, a critério do contribuinte: I – integralmente, no prazo de 60 (sessenta) dias contados da ciência do lançamento; ou II – em quatro parcelas mensais, iguais e sucessivas, sem acréscimo, vencida a primeira no prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência do lançamento, não se aplicando o disposto no §5º do art. 173 do Decreto-Lei nº 05, de 15 de março de 1975. Disponível em:

http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/38c6d405dd5c89fd832 57f1f006deb65?OpenDocument. Acesso em 21 mar. 2016.

47Art. 7º da Lei 7.174/15: “O imposto não incide: [...] III – na extinção de usufruto ou de qualquer outro direito real; ”Disponível em:

http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/38c6d405dd5c89fd832 57f1f006deb65?OpenDocument. Acesso em 21 mar. 2016

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e recolheram imposto sobre 50% do valor do bem terão que recolher, quando da extinção do usufruto, sobre base de cálculo correspondente a 50% sobre o valor do bem, já observadas as novas alíquotas e a sua progressividade.

Por fim, cabe elucidar a última das principais mudanças feitas pela Lei nº 7.174/15, relativa à tributação da transmissão causa mortis de valores e direitos quanto a planos de previdência complementar com cobertura por sobrevivência, estruturados sob o regime financeiro de capitalização, tais como Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) ou Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).

Diante disso, a base de cálculo será o valor total das quotas dos fundos de investimentos vinculados ao plano de que o falecido era titular na data do fato gerador, se o óbito ocorrer antes do recebimento do benefício; ou o valor total do saldo da provisão matemática de benefícios concedidos, na data do fato gerador, se o óbito ocorrer durante a fase de recebimento da renda.

Sendo assim, resta evidente que não foram poucas as mudanças ocorridas com a Lei nº 7.714/15, que ocasionaram em uma antecipação do planejamento sucessório48 visando a incidência da alíquota estabelecida na legislação anterior49.

IV – A INCIDÊNCIA DE ITBI NA PARTILHA DESIGUAL DE BENS DECORRENTES DE HERANÇA

4.1. - Competência tributária do ITCMD

Tal tributo, já estudado nos capítulos anteriores deste trabalho, é de competência dos Estados e do Distrito Federal para a sua instituição, conforme estabelecido pela Constituição Federal em seu artigo 155, I.

No entanto, apesar da competência ser bem delimitada pela Constituição, surgem discussões acerca de qual é o Estado competente para sua cobrança em determinadas situações. Essas são resolvidas pela Constituição Federal50, a qual

48http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI232572,41046A+nova+lei+estadual+717415+e+o+planejam ento+sucessorio+no+Rio+de. Acesso em 21 mar. 2016.

49 Embora não seja o escopo deste trabalho, vale destacar que a alíquota anterior do ITCMD era de 4% sore o valor fixado a base de cálculo, nos termos do artigo 17, da Lei nº 1.427/89 (revogada pela Lei nº 7.174/15). 50Art. 155 da Constituição Federal: “Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; II - operações relativas à circulação de

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estabelece que: (a) relativamente aos bens imóveis e respectivos direitos, o imposto pertence ao Estado da situação do bem ou ao Distrito Federal, se neste o bem estiver situado; (b) relativamente aos bens móveis, títulos e créditos, o imposto pertence ao ente público (Estado ou Distrito Federal) onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador.

Por fim, cabe destacar que a competência para a cobrança do referido imposto será regulada por lei complementar na hipótese de o doador ter domicílio ou residência no exterior e se o autor da herança possuísse bens, fosse residente ou domiciliado ou tivesse seu inventário processado no exterior51.

4.2. – Competência tributária do ITBI

O art. 156, II, da Constituição Federal estabelece que aos municípios compete instituir, entre outros, o imposto sobre “transmissão ‘inter vivos’, a qualquer título, ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição”

Dessa forma, é possível verificar que o constituinte delimitou de maneira superficial a matriz de incidência do imposto, dedicando-se mais a tratar das hipóteses em que o tributo não deverá incidir do que em traçar as regras gerais para a sua cobrança.

A lei complementar que deveria dar os contornos gerais da incidência tributária para a instituição e cobrança do ITBI, em cumprimento ao comando do art. 146 da Constituição Federal52, seria o art. 35 do Código Tributário Nacional,

mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) III - propriedade de veículos automotores § 1º O imposto previsto no inciso I: ( I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal”. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm Acesso em 23 mar. 2016

51 MACHADO, Hugo de Brito, op. cit., p. 365.

52Art. 146 da Constituição Federal: “Cabe à Lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. ” Disponível em:

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recepcionado pelo ordenamento atual sob esta natureza normativa; no entanto, o regramento por ele desenhado pouco acrescentou ao arquétipo constitucional em relação às situações limítrofes que estariam sob o manto de sua incidência.

Diante disso, os municípios, valendo-se de sua competência concorrente para regrar o imposto, lançaram mão de legislação que exige o tributo sobre o valor de torna na divisão dos imóveis contidos no monte-mor, nos casos em que a meação ou o quinhão atribuído ao cônjuge supérstite ou a qualquer herdeiro seja superior àquele que lhe seria cabível considerado o conjunto dos imóveis constantes do patrimônio comum ou monte-mor.

Sendo assim, verifica-se que os municípios pretendem exigir o imposto sobre toda parcela de forma desigual, mesmo diante da inexistência de qualquer torna em determinados casos, manobra esta que, por qualquer ângulo que se observe, não guarda amparo constitucional.

4.3 – A impossibilidade de incidência do ITBI na divisão da herança.

Inicialmente, é preciso diferenciar as hipóteses de incidência do ITBI e do ITCMD. Como já analisado, a hipótese de incidência do ITCMD são as transmissões causa mortis aos herdeiros e legatários e a doação de quaisquer bens e direito. Já o ITBI incide nas transmissões onerosas de bens imóveis entre vivos. .

Como se vê, ambos os tributos possuem a transmissão como núcleo do seu fato gerador, sendo o principal elemento diferenciador entre eles a onerosidade ou não da transferência; no primeiro caso, ter-se-á o ITBI e, no segundo, o ITCMD.

Dessa maneira, cumpre analisar o tratamento jurídico dado à herança, de modo que se possa identificar de que forma ocorreu a transmissão e a respectiva tributação a incidir.

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Como visto no primeiro capítulo, o acervo sucessório constitui a herança – universalidade de direito que se transfere a todos os herdeiros, em forma de condomínio. Dessa forma, a copropriedade instala-se não só sobre os bens, mas também sobre direitos, encargos e obrigações53. Sendo assim, a herança defere-se como

um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros.

No entanto, com frequência o cônjuge meeiro e os herdeiros, na partilha de bens no inventário, são surpreendidos com exigências fiscais formuladas pelos municípios, sobretudo o Fisco municipal do Rio de Janeiro, a título de ITBI de reposição. Tal tributo é devido sobre o excesso de meação ou de quinhões54, mesmo

quando o valor das meações e dos quinhões corresponde, no total, exatamente ao que caberia aos meeiros ou aos herdeiros na partilha do patrimônio comum, em situações que não implicam tornas ou reposições.

Isso ocorre quando, na partilha, a propriedade de bens imóveis que compõe o monte mor é atribuída integralmente a um herdeiro, ainda que a atribuição dos demais bens do patrimônio seja feita aos outros herdeiros de forma a igualar os quinhões aos valores totais que lhe corresponderiam, proporcionalmente ao valor total dos bens partilhados.

Para ilustrar essa hipótese, imagine-se que o monte-mor é composto por dois imóveis, avaliados em R$100.00,00 cada e haja dois herdeiros. Após a partilha, cada um dos herdeiros ficou com a integralidade de um dos imóveis, ou seja, valores correspondentes exatamente aos quinhões que lhes caberiam. Afinal, tendo em vista que a herança é uma universalidade de direito, cada herdeiro é titular de 50%, independente de como esta divisão será levada a efeito.

Todavia, segundo o entendimento aplicado pelos Fiscos municipais, cada um dos herdeiros deveria receber 50% de cada um dos imóveis. Caso contrário, como no exemplo acima, deve incidir o ITBI sobre metade do valor de cada imóvel.

53DIAS,Maria Berenice, op. cit., p. 109.

54O art. 5º, X, b, da Lei 1.364/88 dispõe: “Compreendem-se na definição do fato gerador as seguintes mutações patrimoniais, envolvendo bens imóveis ou direitos a eles relativos: (...) tornas ou reposições que ocorram: (...)nas partilhas efetuadas em virtude de falecimento, quando o herdeiro receber, dos imóveis situados no Município, quota-parte, cujo valor seja maior que o valor de seu quinhão, na totalidade desses imóveis”. Disponível em:

http://www.legiscenter.com.br/minha_conta/bj_plus/direito_tributario/atos_legais_municipais/rio_de_jan eiro/Leis/1988/Lei_1364_de_19-12-88.htm. Acesso em 24 mar. 2016

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Ocorre que tal critério não é o adotado pelo Código Civil55, o qual determina que deva prevalecer uma divisão cômoda, evitando assim conflitos entre os herdeiros. Ou seja, não há qualquer dispositivo do referido código que determina que os bens sejam partilhados de forma fracionada entre meeiros e herdeiros, nem através de meações ou quinhões específicos para bens imóveis.

Sendo assim, resta evidente que a cobrança desse tributo é ilegal, uma vez que altera o conteúdo de institutos jurídicos de direito privado, contrariando, dessa maneira, os arts. 109 e 110 do CTN56.

Além disso, esse entendimento fiscal também se caracteriza como inconstitucional, haja vista que a Constituição Federal impõe que para a exigência do ITBI deva haver a presença de um ato oneroso de transmissão, sendo que tal onerosidade jamais pode ser presumida em desfavor daquele que recebe exclusivamente o bem, como pretendem as municipalidades, em literal violação ao dispositivo constitucional57 que regra o imposto.

Nesse sentido, é pacífica a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Confira-se:

PARTILHA DESIGUAL DE MEACOES, SEM TORNA OU REPOSICAO - IMPOSTO ESTADUAL DEVIDO - NAO ASSISTE

RAZAO A PRETENSAO DA FAZENDA MUNICIPAL AO ITBI, PELA INOCORRENCIA DE TORNAS OU REPOSICOES, A AFASTAR A INCIDENCIA DO ITBI (ARTS. 156 - II, CF E 5º, X, A LEI MUNICIPAL 1364/88). PARA AFASTAR O BIS IN IDEM, RECONHECE A CAMARA DEVIDO APENAS O ITD ESTADUAL (ART. 155 - I, CF). AGRAVO IMPROVIDO. (Grifo

nosso)58

55 Art. 1.684 do Código Civil: “Se não for possível nem conveniente a divisão de todos os bens em natureza, calcular-se-á o valor de alguns ou de todos para reposição em dinheiro ao cônjuge não proprietário.” Art. 2.019 do Código Civil: “Os bens insuficientes de divisão cômoda, que não couberem na meação do cônjuge sobrevivente ou no quinhão de um só herdeiros, serão vendidos judicialmente, partilhando-se o valor apurado, a não ser que haja acordo para serem adjudicados a todos.”

56Art. 109 do Código Tributário Nacional: “Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários”.

Art. 110 do Código Tributário Nacional: “A Lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. ” Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm. Acesso em 24 mar. 2016

57 Art. 156, II, da Constituição Federal: “Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição. ”Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em 24 mar. 2016

58(TJRJ, AI 0013524-65.2000.8.19.0000, Rel. Des. Severiano Ignacio Aragão, Décima Sétima Câmara Cível, julgado em 12/04/2000, DJ 19/04/2000)

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E ainda, decidiu a 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro:

PARTILHA AMIGAVEL DE BENS INVENTARIADOS DE MODO DESIGUAL. TRANSFERENCIA GRATUITA E NAO ONEROSA DA PARTE EXCEDENTE QUE NAO CONSTITUI PERMUTA. AUSENCIA DE HIPOTESE DE INCIDENCIA DE TRIBUTO MUNICIPAL. 1. O ITBI exige ato oneroso, o que nao ocorre na

divisao dos quinhoes, mesmo que de modo desigual, por acordo entre os herdeiros, que revela natureza eminentemente gratuita. 2. É indevida a cobrança de ITBI, sob a denominaçao de imposto de reposiçao, após o recolhimento do imposto causa mortis e emissao dos formais de partilha. Invasao da esfera de competência tributária

estadual prevista no artigo 155, i, da CF/88.(Grifo nosso)59

Sendo assim, resta evidente que o entendimento do Fisco municipal não é cabível, uma vez que o ITBI exige fato oneroso, o que não ocorre na divisão da partilha da herança. Na divisão, os herdeiros decidem, por mera liberalidade, a maneira mais cômoda que bens serão partilhados.

Diante disso, resta claro que embora a Constituição Federal preveja uma repartição tributária bastante rígida60, são rotineiras as situações ocorridas no mundo

fático que resultam em conflitos de competência entre os entes tributários. Normalmente, quando há um questionamento sobre qual ente tributário ou sobre qual tributo poderá incidir em uma determinada situação, o contribuinte, na maioria das vezes, é cobrado duas vezes, não restando alternativa senão socorrer-se do Poder Judiciário para afastar a cobrança indevida.

CONCLUSÃO

Como visto, o fato gerador, no caso do Imposto de Transmissão Causa Mortis e doação, é a transmissão, por morte ou doação, de quaisquer bens e direitos. Nos dias atuais, a hipótese de incidência, dada a natureza jurídica da herança, alcança os imóveis, o capital das empresas, representado por cotas ou ações, além de tudo e qualquer outro bem integrante do patrimônio do de cujus. Dessa maneira, é evidente o interesse do

59(TJRJ, Apelação 0017436-57.2006.8.19.0001, Rel. Des. Elton Martinez Carvalho Leme, Décima Sexta Câmara Cível, julgado em 17/07/2007, DJ 09/08/2007)

60Segundo Hugo de Brito Machado: “Temos um sistema tributário rígido, no qual as entidades dotadas de competência tributária têm, definido pela Constituição, o âmbito de cada tributo, vale dizer, a matéria de fato que pode ser tributada. ”MACHADO, Hugo de Brito, op. cit., p. 32.

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Estado em tal na transmissão, haja vista que se trata de fato gerador de obrigação tributária.

Ademais, o ITCMD possui uma função predominantemente fiscal, ou seja, tem o objetivo de gerar recursos financeiros para os cofres públicos. Dessa maneira, com o intuito de aumentar a arrecadação e cobrir parte do déficit do seu orçamento, o Estado do Rio de Janeiro publicou em seu Diário Oficial, no dia 29 de dezembro de 2015, a Lei nº 7.174 de 28 de dezembro de 2015 que dispõe sobre o referido imposto.

Dentre as inúmeras inovações trazidas, a que gerou mais discussão foi a atinente à sistemática progressiva de tributação para as doações e sucessões, uma vez que a alíquota passa a incidir progressivamente conforme o montante transmitido. Dessa maneira, tais mudanças fizeram com que as famílias buscassem e antecipassem seus planejamos sucessórios com o intuito de se aproveitarem da alíquota anterior.

Por fim, a partir da análise do entendimento dos Fiscos municipais que exigem o ITBI sobre o excesso de meação ou de quinhões, restou evidente que embora a Constituição estabeleça uma repartição tributária rígida, ocorrem situações que resultam em conflitos de competência entre os entes tributários. Sendo assim, o contribuinte, na maioria das vezes, sai prejudicado, uma vez que é cobrado duas vezes, não restando alternativa senão socorrer-se do Poder Judiciário para afastar a cobrança indevida.

Desta forma, o caminho percorrido neste artigo demonstrou que as inovações trazidas pela Lei nº 7.174/15, sobretudo o aumento da alíquota, se justificam pelo fato do ITCMD possuir um bom índice de capacidade contributiva e aptidão para promover a justiça tributária. Isso porque se afina com os princípios da progressividade, que recomenda a elevação de alíquotas na medida em que aumenta a parte tributável, e da personalização, que se evidencia pelo aumento da tributação de acordo com o afastamento entre herdeiro e o de cujus na linha sucessória.

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REFERÊNCIAS

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