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A Influência do Conhecimento e Utilização de Técnicas de Análise de Investimentos na Sobrevivência de Pequenas Empresas RESUMO

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A Influência do Conhecimento e Utilização de Técnicas de Análise de Investimentos na Sobrevivência de Pequenas Empresas

Autoria: Fernando Natal De Pretto, João Luiz Feldhaus, Andre Luiz Ramos, Cristine De Pretto RESUMO

A instabilidade e a desconfiança causada pela crise financeira mundial em 2009, tem levado as empresas a repensarem e a analisarem com mais cuidado seus planos de negócios. A busca pela sobrevivência ou por oportunidades em novos mercados, assim como as ameaças que suscitam, faz com que executivos necessitem cada vez mais de suporte na hora de tomar decisões estratégicas. Assim, num mercado altamente competitivo é fator determinante de sucesso a utilização de técnicas eficazes de análise e tomada de decisões, principalmente com relação a necessidade de maior suporte aos decisores quanto ao processo de avaliação de projetos de investimentos, fator fundamental no processo de administração de negócios. Considerando que no mundo empresarial um dos principais fatores para o sucesso das empresas é a qualidade dos investimentos, pois estes podem determinar o sucesso ou insucesso das mesmas, o presente trabalho tem por objetivo verificar como as empresas consideram o processo de decisão de investimentos. Tomando-se como referencial a literatura sobre Administração Financeira e suas técnicas de análise de alternativas de investimentos, foi desenvolvida uma pesquisa exploratória na região de Lages-SC, com uma amostra composta por dois grupos de empresas, ativas e inativas, visando também verificar se existem diferenças no tratamento do assunto entre empresas que ainda operam no mercado e as que já fecharam suas portas. Para coleta de dados foi utilizado um questionário com perguntas, divididas em cinco grandes dimensões, sendo elas: caracterização da empresa; gestão da empresa ou como as empresas administram seus negócios; análise da situação e seus principais problemas; taxas e técnicas de análise conhecidas e utilizadas e opinião dos empresários sobre a importância do conhecimento das técnicas de análise de investimentos. Os questionários foram entregues aos proprietários das empresas, sendo que responderam ao mesmo 146 empresas em atividade e 33 empresas inativas. Os resultados mostraram que as empresas que estão em atividade têm um melhor conhecimento, utilizam mais e valorizam mais as técnicas de análise de investimentos do que as empresas inativas, mas de uma maneira geral, as técnicas de análise de investimentos são pouco conhecidas e menos ainda utilizadas. Quanto ao custo de capital verifica-se que embora uma parte das empresas afirme que possuem um custo de capital determinado, o mesmo é pouco utilizado. Empresas ativas com maior tempo de operação apresentam uma significativa diferença em relação às demais, mostrando que o índice de insucesso e investimentos com rentabilidade baixa é inferior para as empresas com mais de dez anos. Assim, há uma indicação de que quanto maior a utilização de relatórios gerenciais, maior o conhecimento e utilização de técnicas de análise de investimentos, ocasionam melhores resultados. Com base nos resultados apresentados, poderia ser interessante o desenvolvimento de programas visando complementar a falta de conhecimento sobre as técnicas de análise de investimentos, pois isto possivelmente viria a contribuir para a melhoria dos resultados, principalmente em pequenas empresas.

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INTRODUÇÃO

Para pessoas engajadas na prática de conduzir os negócios, o conhecimento de finanças tornou-se essencial. Finanças é a aplicação de uma série de princípios econômicos para obter o lucro mais elevado possível, ao menor risco. O mundo capitalista exige das empresas e de seus executivos rentabilidade ao menor risco. Quando fazem investimentos, empresas e executivos exigem um retorno, um percentual mínimo, que usualmente conceitua-se como Taxa Mínima de Atratividade. A instabilidade mundial tem levado as empresas a repensarem seus planos de negócios. A busca por oportunidades em novos mercados, assim como as ameaças que suscitam, faz com que executivos necessitem cada vez mais de suporte na hora de tomar decisões estratégicas. Num mercado altamente competitivo é fator determinante de sucesso a utilização de técnicas eficazes. Surge a necessidade de maior suporte aos decisores quanto ao processo de avaliação de projetos de investimentos.

De fundamental importância na administração é o processo de tomada de decisão de investimentos. Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (1995), Sanvicente (1997), Groppelli e Nikbakht (1998), Brigham e Houston (1999), Helfert (2000), Gitman (2004), no processo de tomada de decisão de investimentos dois fatores são fundamentais: as técnicas de análises e a taxa mínima de atratividade. A utilização dessas técnicas e de uma taxa de atratividade correta é fundamental para o sucesso das empresas, pois segundo Sanvicente (1997) a escolha de uma taxa de atratividade, associada às técnicas de análise demonstram a viabilidade do investimento, dando informações precisas para a tomada de decisão.

Decidindo sem nenhuma técnica é administrar no escuro. Utilizando as técnicas de avaliação é decidir com precisão. Para Sanvicente (1997), Groppelli e Nikbakht (1998), Ross

et al. (2000), a utilização de uma taxa ou cálculo de taxa errada pode levar a investir em

projetos ruins, sem rentabilidade ou deixar de investir em projetos bons e rentáveis. Sempre há questões conflitantes, que podem levar a decisões imprecisas na avaliação.

O método mais utilizado para determinar o a viabilidade de um investimento é o baseado no fluxo de caixa descontado, que se baseia na teoria de que o valor de um negócio depende dos benefícios futuros que irá produzir, descontados para o valor presente, utilizando-se uma taxa de desconto apropriada (Taxa de Atratividade), que reflita os riscos inerentes aos fluxos de caixa estimados. O método do fluxo de caixa descontado ao realizar projeções do fluxo de caixa procura levar em consideração uma série de aspectos relevantes para o desempenho da empresa no futuro, como o cenário competitivo, a adequação estratégica da empresa a este cenário, projeções do custo da dívida e de investimentos, análise de desempenho da empresa de acordo com cenários, tendências do mercado e de consumidores, concorrência, etc. Um fator importante para a adoção de uma taxa de atratividade é a determinação do custo de capital, que é parte fundamental no processo de avaliação de investimentos. Para Sanvicente (1997), um dos parâmetros utilizados como taxa de atratividade é o custo de capital da empresa, que reflete o custo geral dos recursos obtidos para a realização de seus investimentos. Se a empresa não conseguir, num determinado projeto, um retorno superior ao custo, ela tem uma indicação de que haverá outras aplicações (oportunidades de investimento) fora da empresa, que renderão mais para os detentores do capital empregado.

Essas questões resultam em indagações como: que técnicas efetivamente têm sido usadas, como estão sendo aplicadas e o quanto as empresas se preocupam em aperfeiçoá-las. A temática deste trabalho é a tomada de decisão em relação à taxa de atratividade e as técnicas de avaliação de investimentos. Procura saber quais as técnicas conhecidas e utilizadas e o critério do cálculo da taxa de atratividade na análise de investimentos.

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Dados levantados junto a ACIL (Associação Comercial e Industrial de Lages-SC), SEBRAE/SC, Junta Comercial do Estado de Santa Catarina e Delegacia da Receita Federal de Lages, no período de 2005 a 2007, quase 70% das empresas desaparecem nos dois primeiros anos de vida na região do Planalto Serrano Catarinense. Esse desaparecimento é causado pela quebra das empresas, devido a inviabilidade econômica do negócio, concorrência, incapacidade administrativa e de gestão, desconhecimento do negócio, falta de investimento e de capital, rentabilidade e lucratividade.

Este trabalho visa levantar informações de como os executivos e empresários de pequenas e médias empresas da região de Lages-SC formam os parâmetros determinantes de suas decisões referentes a seus investimentos, que critérios e métodos de análise conhecem e usam, além de qual a taxa de atratividade é considerada interessante para seus negócios. Deste modo, é possível analisar se estes parâmetros podem ser um dos motivos do grande índice de mortalidade de empresas e suas dificuldades e também indicar a necessidade de treinamento nesta área aos empreendedores diretamente relacionadas com o processo, de modo a proporcionar melhor desempenho das empresas e conseqüentemente contribuir para o desenvolvimento regional.

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Segundo Ross et al. (1995), Sanvicente (1997), Groppelli e Nikbakht (1998), Brigham e Houston (1999), Helfert (2000), Gitman (2004), finanças é a aplicação de uma série de princípios econômicos para maximizar a riqueza ou valor total de um investimento. Ainda para Groppelli e Nikbakht (1998) maximizar a riqueza significa obter o lucro mais elevado possível ao menor risco. Na realidade, ninguém sabe quando a riqueza máxima é atingida, embora ela seja entendida como última meta de cada empresa. Os autores ainda comentam que planejamentos a longo prazo devem ser elaborados a fim de fornecerem orientação adequada à área de pesquisa e desenvolvimento e para propiciarem fundamentadas decisões de gastos de capital. Para Sanvicente (1997), Gitman (2004), Assaf (2006), as decisões de investimentos envolvem a elaboração, avaliação e seleção de propostas de aplicações de capital efetuadas com o objetivo, normalmente de médio e longo prazo, de produzir determinado retorno aos proprietários de ativos e podem ser identificadas várias decisões empresariais que se incorporam a um processo de investimento de capital, podendo-se citar, entre outras, as decisões de substituição de ativos, de ampliação da capacidade produtiva, de lançamento de novos produtos etc.

Para a compreensão da análise financeira e como funciona a dinâmica do sistema empresarial, Helfert (2000) apresenta uma representação gráfica, mostrando as relações e a dinâmica das três áreas básicas de decisão da administração (investimento, operacionais e de financiamento), conforme ilustrado na Figura 1. Para o autor a tarefa básica e o desafio da análise econômico-financeira residem na formação de um conjunto de dados razoavelmente coerentes, expressivos e relacionados que apoiarão o processo de tomada de decisão. Se isso for bem feito, as estruturas e ferramentas escolhidas permitirão ao analista e ao gerente julgar os ganhos econômicos, as condições financeiras, a eficiência operacional e a perspectiva para o valor e desempenho econômico do empreendimento.

Groppelli e Nikbakht (1998,) consideram que para o investidor é de suma importância manter-se atualizado dos novos avanços na moderna teoria de finanças tanto quanto em relação aos desenvolvimentos praticados nos mercados financeiros. Finanças tem sido uma disciplina importante que requer atualização constante dos conceitos e refinamento.

Para Martins e Assaf (1985), nas decisões de avaliação e seleção de investimentos, devemos abordar alguns aspectos importantes como o fluxo de caixa, a taxa de retorno, o

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risco e as incertezas. Para Ross et al. (1995), Sanvicente (1997), Groppelli e Nikbakht (1998), Brigham e Houston (1999), Helfert (2000), Gitman (2004), na avaliação, deve-se definir o projeto, ter a preocupação de determinar as entradas e saídas de caixa, de tal forma que elas fiquem o mais próxima da realidade, para que não se tenha uma projeção que não confira confiabilidade. Os projetos envolvem uma ou várias saídas iniciais como investimento, despesas de instalação, equipamentos, etc. e uma seqüência posterior de entradas como lucro ou redução de custos, pois os projetos podem não ser geradores de receitas diretas, como na alternativa de substituição de um equipamento por outro. Para os autores só devem ser considerados os fluxos efetivos de caixa e no momento em que ocorrem, distinguindo-se, portanto, do regime usual de competência em que estão baseadas, as apurações contábeis de resultados nas empresas (isto pode conduzir a grandes distorções, quando o prazo total do projeto não é muito longo). Também devem ser considerados os fluxos incrementais, ou seja, aqueles que decorrem da aceitação do projeto.

Figura 1. O processo de criação de valor

Fonte: Helfert, E. A. (2000) Técnicas de análise financeira: um guia prático

para medir o desempenho dos negócios. Porto Alegre: Bookman.

Dos métodos de avaliação apresentados a seguir, o valor presente líquido e a taxa interna de retorno baseiam-se no conceito de fluxo de caixa descontado, enquanto payback e taxa média de retorno não se baseiam nesse conceito. Segundo Sanvicente (1997) os métodos de fluxo de caixa descontado, são muito superiores, pois levam em conta a noção de que importa saber quando (em que momento exatamente) ocorrerá uma entrada ou saída de caixa. Já os outros métodos não distinguem essa diferença.

Payback: para Ross et al. (1995), Sanvicente (1997), Groppelli e Nikbakht (1998), Brigham e Houston (1999), Helfert (2000), Gitman (2004), o período de recuperação do investimento ou

payback é o período de tempo necessário para que a empresa recupere seu investimento

inicial em um projeto, levando-se em consideração as entradas de caixa. No caso de uma anuidade, o período de payback pode ser encontrado dividindo-se o investimento inicial pela entrada de caixa anual. A empresa deverá ter um padrão de aceitação, que tenderá a ser um prazo-limite. Em outras palavras, uma regra de decisão poderá ser aceitar e executar todos os projetos que recuperem o investimento inicial em, no máximo, três anos. Segundo Ross et al.

As três decisões b ásicas tomadas pela gerência

para

Criar valor econômico para os propriet ários Investimento

Selecionar e criar compromissos para a obten ção de recursos

Investimento

Selecionar e criar compromissos para a obten ção de recursos

Oper ações Operar os recursos com

custos competitivos

Opera ções

Operar os recursos com custos competitivos Financiamento Selecionar e procurar alternativas prudentes de capta ção Financiamento Selecionar e procurar alternativas prudentes de captaç ão As três decisões b ásicas tomadas pela gerência

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custos competitivos

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Operar os recursos com custos competitivos Financiamento Selecionar e procurar alternativas prudentes de capta ção Financiamento Selecionar e procurar alternativas prudentes de captaç ão

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(1995), há pelo menos três problemas com o método do período de payback, a distribuição dos fluxos de caixa dentro do período de recuperação do investimento, os fluxos de caixa posteriores ao período de recuperação e padrões arbitrários no período de payback considerado bom. Para os autores a principal deficiência do período de payback reside no fato de que o período apropriado de recuperação é apenas um número determinado subjetivamente

Taxa Média de Retorno (TMR): a taxa média de retorno envolve a técnica contábil que

determina a lucratividade de um projeto. Segundo os autores, para obter-se a taxa média de retorno é necessário comparar os lucros contábeis líquidos com os custos iniciais de um projeto pela adição de todos os lucros líquidos futuros e dividi-los pelo investimento médio. Ainda sem levar em conta o conceito de valor do dinheiro no tempo (ou seja, não se trata de um método de fluxo de caixa descontado). Para Ross et al. (1995), Sanvicente (1997), Groppelli e Nikbakht (1998), Brigham e Houston (1999), Helfert (2000), Gitman (2004), a taxa média de retorno não é recomendada para a análise financeira por que não considera o valor do dinheiro no tempo; usa o lucro contábil em vez do fluxo de caixa (ignora a depreciação como uma fonte de entrada de caixa); o valor presente do valor residual do equipamento não é computado na taxa média de retorno; desconsidera a seqüência cronológica dos lucros líquidos.

Valor Presente Líquido (VPL): para Ross et al. (1995), Sanvicente (1997), Groppelli e

Nikbakht (1998), Brigham e Houston (1999), Helfert (2000), Gitman (2004), o valor presente líquido é considerado uma técnica sofisticada de análise de orçamento de capital. Esse tipo de técnica, de uma forma ou de outra, desconta os fluxos de caixa da empresa a uma taxa especificada. Essa taxa, freqüentemente chamada de taxa de desconto, custo de oportunidade ou custo de capital e refere-se ao retorno mínimo que deve ser obtido por um projeto, de forma a manter inalterado o valor de mercado da empresa. Estes métodos procuram expressar os fluxos do projeto em termos de valores monetários de uma mesma data, ou mais especificamente, a data de início do projeto ou de análise, o momento atual; daí serem esses fluxos transformados em valores atuais. Esse procedimento exige um fator para descontar os fluxos futuros. Deve ser usada, assim, uma taxa de desconto correspondente à noção de custo de capital. Neste método, o ponto crítico está na decisão de que taxa de desconto utilizar. Os projetos com maior risco devem ser descontados a uma taxa maior. Quando as taxas de juros sobem, o financiamento de projetos torna-se mais caro. Entretanto, nessas condições os fluxos de caixa dos projetos devem ser descontados a uma taxa maior do que quando as taxas de juros estão caindo. Projetos de longa duração devem ser descontados a taxas maiores do que os projetos de curta duração, mantendo as demais variáveis constantes.

Segundo Ross et al. (1995), Sanvicente (1997), Groppelli e Nikbakht (1998), Brigham e Houston (1999), Helfert (2000), Gitman (2004), o método do Valor Atual Líquido tem três vantagens importantes: Usa os fluxos de caixa em vez dos lucros líquidos; reconhece o valor do dinheiro no tempo. Aceitando somente projetos com valor atual líquido positivo, a companhia também aumentará o seu valor. As limitações do Valor Atual líquido: o método assume que a administração é capaz de fazer previsões dos fluxos de caixa dos anos futuros, porém, quanto mais distante é a data, mais difícil é a estimativa dos fluxos de caixa futuros. Os fluxos de caixa futuros são influenciados pelas vendas futuras, pelos custos de mão-de-obra, dos materiais e dos custos indiretos de fabricação, pelas taxas de juros, pelos gostos dos consumidores, pelas políticas governamentais, pelas mudanças demográficas, etc. A superestimação ou subestimação dos fluxos de caixa futuros podem levar à aceitação de um projeto que deveria ser rejeitado, ou a rejeição de um projeto que deveria ser aceita.

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Taxa Interna de Retorno (TIR): segundo Ross et al. (1995), Sanvicente (1997), Groppelli e

Nikbakht (1998), Brigham e Houston (1999), Helfert (2000), Gitman (2004), é um método de fluxo de caixa descontado, com a determinação da taxa de desconto, que iguala o Valor Presente Líquido dos fluxos de caixa de um projeto a zero. É a taxa que faz com que o valor atual das entradas seja igual ao valor atual das saídas. Para fins de decisão, a taxa obtida deverá ser confrontada à taxa que representa o custo de capital da empresa e o projeto só deverá ser aceito quando a sua taxa interna de retorno superar o custo de capital, significando que as aplicações da empresa estarão rendendo mais do que o custo dos recursos usados na entidade como um todo. Segundo Gitman (1997), A taxa interna de retorno, apesar de ser consideravelmente mais difícil de calcular à mão do que o VPL, é possivelmente a técnica sofisticada mais usada para a avaliação de alternativas de investimentos. A taxa interna de retorno é definida como a taxa de desconto que iguala o valor presente das entradas de caixa ao investimento inicial referente a um projeto. A TIR é a taxa de desconto que faz com que o VPL de uma oportunidade de investimento iguale-se a zero.

Para Sanvicente (1997) a técnica da taxa interna de retorno possui alguns defeitos insanáveis: existe a possibilidade de que haja mais de uma taxa interna de retorno numa série de fluxos de caixa, pela própria forma da equação que é resolvida para encontrar a taxa interna de retorno, fica claro que há a hipótese implícita de que os fluxos de caixa recebidos ou desembolsados antes do final do projeto são aplicados à taxa interna de retorno do próprio projeto.

Análise de Sensibilidade: para Sanvicente (1997), quando se pretende levar em conta o fator

incerteza, na avaliação de alternativas de investimento, o que se quer é trabalhar com alguma noção das distribuições de probabilidades dos fluxos de caixa do projeto. Em palavras mais precisas, admite-se que os fluxos de caixa passam a ser variáveis aleatórias, e o que preocupa é a dispersão dos possíveis valores de cada item do fluxo de caixa, em relação ao valor esperado. À medida que algum elemento difere do valor esperado, também o Valor Presente Líquido do projeto se modifica. Por isso é usada a análise de sensibilidade para responder as perguntas: o que acontecerá ao Valor Presente Líquido do projeto se as receitas ficarem a 85% do nível esperado? Se a inflação for de 5% ao ano e não como foi previsto? Usa-se uma situação inicial como ponto de partida para a análise. Altera-se cada elemento de interesse em percentagens específicas, para mais ou para menos, em relação aos valores da situação inicial, e compara-se a variação do Valor Presente Líquido do projeto às variações do item analisado. Essa variação relativa dá uma idéia da sensibilidade do projeto à variável em questão. Porém, a análise de sensibilidade tem uma séria limitação: não é usada direta e formalmente qualquer informação sobre as distribuições de probabilidades das variáveis.

Custo de capital: para Gitman (2004), é a taxa de retorno que uma empresa deve conseguir

nos projetos que investe para manter o valor de mercado de sua ação. Também pode ser considerada a taxa de retorno mínima exigida pelos fornecedores de capital para que seus fundos sejam atraídos. Se o risco for mantido constante, os projetos com taxa de retorno superior ao custo de capital elevarão o valor da empresa. Para o autor o custo de capital é um conceito financeiro extremamente importante e funciona como vínculo básico entre as decisões de investimento de longo prazo e a riqueza dos proprietários, determinada pelos investidores no mercado. O custo de capital de uma empresa reflete, em essência, a remuneração mínima exigida pelos proprietários de suas fontes de recursos. Para Assaf (2006) é utilizado como taxa mínima de atratividade nas decisões de investimentos, indicando criação de riqueza econômica quando o retorno operacional auferido superar a taxa requerida de retorno determinada pela aplicação de capital. Esse é o critério básico de aceitação de uma

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proposta de investimento, o qual leva ao incremento do valor de mercado da empresa e, em conseqüência, da riqueza de seus acionistas

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Inicialmente foi uma pesquisa bibliográfica, revisando a literatura, conceitos e definições a cerca de teorias que envolvem o problema e posteriormente foi feito uma pesquisa exploratória de campo, por meio de questionário, para o levantamento dos dados que foram utilizados no desenvolvimento do trabalho.

O universo pesquisado é composto pelas empresas do município de Lages-SC (localizada no planalto serrano catarinense, com população de 165.068 habitantes). Segundo levantamento junto ao setor de fiscalização da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Lages, no ano de 2006, referente ao ano-base 2005, as empresas apresentaram 7.356 declarações, sendo 4.485 declarações de contribuintes ativos e 2.871 declarações de contribuintes inativos, distribuídas conforme Tabela 1:

Tabela 1:

Declarações apresentadas pelas à Delegacia da Receita Federal - Lages em 2006

real presumido arbitrado

222 821 2 2930 399 111 4485 2871 7356

COM BASE NO LUCRO

SIMPLES ISENTAS IMUNES TOTAL

ATIVAS INATIVAS TOTAL

Fonte: Delegacia da Receita Federal do Brasil em Lages – DRFB/Lages

A amostra foi composta por dois grupos de empresas, ativas e inativas. Para coleta de dados foi utilizado um questionário para as empresas ativas com 32 perguntas, divididas em 5 grandes dimensões, sendo elas: caracterização da empresa; gestão da empresa ou como as empresas administram seus negócios; análise da situação e seus principais problemas; investimentos, taxas e técnicas, para identificar se os empresários e administradores conhecem as técnicas de análise de investimentos e se as utilizam e opinião dos empresários sobre a importância do conhecimento das técnicas de análise de investimentos.

Para o levantamento de dados, foram distribuídos 314 questionários para empresas ativas, distribuídos aleatoriamente e 117 para as empresas inativas, através dos escritórios de contabilidade, diretamente aos proprietários. A identificação dessas empresas deu-se com base em informações obtidas junto à comunidade, escritórios de contabilidade, Serviço de Proteção ao Crédito – SPC e Associação Comercial e Industrial de Lages – ACIL. Não houve uma pré-seleção de empresas, como porte, número de funcionários, mercado em que atuavam e nem quanto ao segmento econômico. As perguntas de caráter mais relevante de alguns questionários que vieram sem respostas foram complementadas via telefone com o informante da própria empresa, principalmente em relação a data de início de atividade, data de fechamento (fim de atividade para as empresas inativas), setor e mercado em que atuavam e o porte da empresa. Os questionários foram entregues aos proprietários das empresas e posteriormente foram recolhidos. Responderam ao questionário um total de 179 empresas, sendo 146 empresas em atividade e 33 empresas inativas.

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RESULTADOS E ANÁLISE

Com base nos questionários respondidos, os dados foram sintetizados conforme as dimensões de análise estabelecidas, cujos resultados são apresentados na seqüência do trabalho.

A caracterização das empresas da amostra aparece nas Tabelas 2, 3, 4, e 5. Nota-se que as empresas ativas têm um tempo de vida superior ao das empresas inativas (considerou-se o tempo em que permaneceram em atividade), há uma preponderância de empresas do setor comercial e a grande maioria formada por empresas de micro e pequeno porte, tanto no que se refere ao número de funcionários, como no faturamento.

Tabela 2:

Tempo de atividade da empresa

Tempo de Atividade + 10 anos de 2 a 10 - 2 anos

Ativas (%) 62 30 8

Inativas (%) 17 65 18

Tabela 3:

Setor de atividade da empresa

Setor de atuação Indústria Comércio Serviço

Ativas (%) 18 71 11

Inativas (%) 30 40 30

Tabela 4:

Número de Funcionários da empresa

Número de Funcionários Até 5 6 a 10 11 a 50 51 a 100 + de 100

Ativas 53 15 20 5 8

Inativas 70 9 12 3 6

Tabela 5:

Porte da empresa de acordo com a Legislação Federal (RFB)

Porte da empresa Peq Empresário Microempresa Pequeno Porte Médio Porte

Faturamento R$ (até) 36000 240000 2400000 48000000

Ativas 22 40 25 13

Inativas 33 48 12 6

A gestão nas empresas ativas é realizada com a participação do proprietário em 93% das respostas e em 97% no caso das empresas inativas.

A Tabela 6 mostra alguns aspectos da gestão da empresa. Nota-se que há uma grande incidência de empresas com a contabilidade terceirizada, sendo isso uma característica comum de pequenas e microempresas. Outro fator que ressalta é a diferença entre as empresas ativas e inativas nos aspectos da gestão mencionados, ou seja, uso de relatórios gerencias,

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assessoria externa e planejamento de longo prazo. As empresas ativas se mostram mais preocupadas e preparadas com a gestão da empresa, pois têm índices bem superiores aos das empresas inativas.

Tabela 6:

Gestão da empresa Gestão da empresa

Sim Não Sim Não

Contabilidade terceirizada 84 16 91 9

Usa relatórios gerenciais 57 43 24 76

Assessoria externa 22 78 9 91

Planejamento de longo prazo 45 55 18 82

ATIVAS (%) INATIVAS (%)

Também quanto aos relatórios utilizados (Tabela 7), há uma diferença significativa entre as empresas ativas e inativas, novamente mostrando que as primeiras têm um nível de utilização bem maior. O relatório mais citado em ambos os casos, foi o “fluxo de caixa”, sendo esta também uma característica comum de empresas pequenas. Entre os citados como outros apareceram: relatório de vendas, previsões de vendas, relatório de faturamento, estatísticas de vendas, relatórios gerenciais, de controle, de avaliação, de desempenho da administração, relatórios internos e relatórios por setores, controle financeiro, relacionados aos custos e despesas, relatórios contábeis, controle de custos.

Tabela 7:

Relatórios gerenciais utilizados Relatórios Utilizados

Sim Não Sim Não

Balancete 44 56 15 85 Fluxo de Caixa 62 38 24 76 Demonstração de Resultados 49 51 15 85 Controle de Estoques 50 50 12 88 Outros 34 66 0 100 ATIVAS (%) INATIVAS (%)

Dos principais problemas enfrentados pela empresa que foram levantados (Tabela 8), merecem destaque com mais de 80% entre “muito importante” e “importante”, concorrência, falta de clientes, falta de conhecimento gerencial, capital de giro, problemas financeiros e carga tributária entre as empresas inativas e concorrência, recessão econômica, mão-de-obra qualificada e carga tributária, no caso das empresas ativas. Chama a atenção o fato do item “falta de conhecimento gerencial” apresentar uma importância bem maior para as empresas inativas, mesmo que tenham mostrado um grau menor de preocupação com a gestão e utilização de relatórios gerenciais. Estes resultados podem indicar que a falta de utilização de relatórios e falhas no gerenciamento podem ser ocasionados pela falta de conhecimento, fato sentido pelas empresas inativas.

Sobre os investimentos, taxas e as técnicas de análise de investimentos, os principais motivos citados, para as empresas fazerem investimentos foram (Tabela 9): necessidade de estar acompanhamento às exigências do mercado e busca de novas alternativas de negócios, somando 72% para as empresas ativas e 25% para as empresas inativas, quando faziam investimentos. Ressalte-se que 64% das empresas inativas afirmaram que não vinham fazendo investimentos em períodos anteriores.

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Quanto ao índice de conhecimento de alguma técnica de análise de investimento (Tabela 10), pode-se considerá-lo muito baixo, pois mesmo entre as empresas ativas, quase a metade não conhece nenhuma técnica (49%), sendo este índice significativamente superior para as empresas inativas (85%). Outro dado que vem a confirmar o baixo conhecimento refere-se às empresas que conhecem todas as técnicas, sendo 9% para as empresas ativas e 3% para as inativas.

Tabela 8:

Grau de importância dos problemas enfrentados Principais Problemas

Muito importante Importante Sem Importância

Concorrência Ativas 44 46 10

Inativas 57 36 7

Falta de Cliente Ativas 37 40 23

Inativas 27 67 6

Falta de Publicidade Ativas 15 44 41

Inativas 11 54 35

Conhecimento Gerencial Ativas 21 35 44

Inativas 11 75 14

Recessão Econômica Ativas 38 46 16

Inativas 10 38 52

Inadimplência Ativas 36 38 26

Inativas 40 23 37

Mão-de-obra Qualificada Ativas 42 42 16

Inativas 11 43 46

Capital de Giro Ativas 29 39 32

Inativas 72 13 15

Problemas Financeiros Ativas 27 36 37

Inativas 70 10 20

Carga Tributária Ativas 77 17 6

Inativas 47 44 9

Grau de Importância

Outro indicador da falta de conhecimento das técnicas de análise de investimento é a existência ou não do planejamento financeiro de longo prazo, pois conforme visto (Tabela 6) 55% das empresas ativas e 82% das inativas não existe nenhum planejamento de longo prazo, o mesmo acontecendo com a utilização de relatórios, pois 43% das empresas ativas e 76% das inativas não utilizam relatórios gerencias.

Tabela 9:

Motivo dos investimentos das empresas

Razão dos Investimentos Ativas (%) Inativas (%)

Reposição Ativos Obsoletos 15 6

Necessidade Acomp Exigências Mercado 41 17

Novas alternativas Negócios 31 8

Aplicação Recursos Ociosos 4 3

Não tem feito Investimentos 7 64

Não informou 2 3

Quanto às técnicas mais conhecidas destacam-se a técnica de análise chamada de Valor Presente Líquido (VPL) e a Taxa Média de Retorno (TMR), para ambas as amostras.

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Pode-se notar que embora 51% das empresas ativas afirmem que conhecem alguma técnica, apenas 34% conhecem as técnicas mais robustas de análise, que são VPL e TIR. No caso das empresas inativas, do total de 15% que afirmam conhecer alguma técnica, somente 9% conhecem as mais robustas. Se o índice de conhecimento de alguma técnica de análise de investimento, pode ser considerado muito baixo, o grau de utilização (Tabela 10) é pior ainda pois, entre as empresas ativas, mais da metade não utiliza nenhuma técnica (57%), sendo também neste, este índice significativamente superior para as empresas inativas (94%). Apenas 5% das empresas ativas e nenhuma empresa inativa, utilizam todas as técnicas, o que conceitualmente seria o mais correto. Apenas 25% das empresas ativas utilizam um índice mais robusto de análise (VPL ou TIR), enquanto nas empresas inativas é de 0%.

Tabela 10:

Técnicas de análise de investimentos conhece/utiliza

Técnicas que conhece Técnicas que utiliza

Ativas (%) Inativas (%) Ativas (%) Inativas (%)

Payback 25 12 12 6

Taxa Média de Retorno (TMR) 31 12 26 6

Valor Presente Líquido (VPL) 34 9 25 0

Taxa Interna de Retorno (TIR) 24 9 17 0

Análise de Sensibilidade (AS) 13 3 6 0

Todas 9 3 5 0

Nenhuma 49 85 57 94

Quanto ao Custo de Capital, 64% das empresas ativas e 19% das inativas afirmaram que tinham este custo determinado. Quanto aos parâmetros que utilizam para determinar a Taxa Mínima de Atratividade os mais utilizados foram lucratividade do segmento econômico em que atua (21%) e o custo do capital próprio (20%), para as empresas ativas; e Custos Financeiros Bancários (8%) para as empresas inativas (Tabela 11).

Verifica-se que embora boa parte das empresas ativas (64%) afirmem que possuem um custo de capital determinado, o mesmo só é utilizado como taxa mínima de atratividade por 20% das empresas. Isso mostra que existe pouca influência do custo de capital na determinação da taxa de atratividade das empresas ativas ou não há um entendimento correto do que seja “custo de capital”. Quanto às empresas inativas 19% afirmam ter custo de capital determinado, sendo que apenas 3% utilizam como taxa de atratividade. O que mais sobressaí, tanto no caso das empresas ativas (24%) como nas empresas inativas (72%) é o fato de responderam que não tem parâmetro definido para taxa de atratividade.

Tabela 11:

Parâmetro utilizado para determinar a taxa mínima de atratividade

Parâmetro Ativas (%) Inativas (%)

Lucratividade do Segmento Econômico 21 6

Lucratividade Empresas em Geral (média) 12 6

Rentabilidade Aplicações Financeiras 10 6

Valorização das Ações Bolsa Valores 2 0

Custo Capital 20 3

Custos Financiamentos Bancários 11 8

Outros 1 0

(12)

Com respeito a opinião sobre as técnicas: no que se refere a influência do conhecimento ou falta dele sobre a gestão da empresa, nota-se que tanta nas empresas ativas, como nas inativas, a opinião sobre a “decisão de investimentos”, “contribuição para o insucesso” e se “é fator decisivo para o sucesso”, são bem próximas entre as duas amostras. Já nos fatores “contribuiu para insucesso específico” e “fez investimentos com rentabilidade baixa”, o índice das empresas inativas é significativamente superior, podendo indicar que a falta de conhecimento, de fato leva a decisões incorretas e fatalmente ao insucesso. Chama a atenção é o fato de, 34% das empresas ativas e principalmente 73% das inativas considerarem que “é possível decidir corretamente sem conhecimento das técnicas”.

Observando os dados apresentados, pode-se verificar que as empresas ativas têm um maior conhecimento e utilização das técnicas e também valorizam mais a importância da utilização das mesmas. Isso pode indicar que a falta de conhecimento\utilização fazem com que algumas empresas dêem uma importância menor, ocasionando maiores problemas ou decisões errôneas, como mostra os índices de investimento feito com rentabilidade baixa, assim como a causa de insucesso das empresas.

Tabela 12:

Influência do conhecimento ou falta dele sobre a decisão em investimentos

O conhecimento ou falta dele: ativas (%) inativas (%)

Afeta a Decisão em Investimento 91 94

Pode Contribuir para Insucesso ou dificuldade 55 67

Contribuiu com algum Insucesso Específico 52 91

Fez Investimentos com rentabilidade considerada baixa 40 88

É fator decisivo para sucesso nas empresas 78 73

É possível decidir corretamente sem conhecimento 34 73

Cabe ressaltar que embora as empresas inativas tenham em 91% dos casos afirmado que a falta de conhecimento pode afetar a decisão, 73% acreditam que é possível decidir sobre investimento de forma coerente e racional sem conhecimento das técnicas de análise. Esses dados mostram uma aparente incoerência entre a opinião da importância das técnicas e a sua efetiva utilização. No entanto o que se pode colocar é que o fato de acreditarem que é possível tomar decisão sem conhecimento das técnicas faz com que acabem tomando decisões sem análise devida, causando dificuldades financeiras nas empresas, ou mesmo falirem.

Importante observar que quando se segmenta a amostra de empresas ativas pelo tempo de operação, pode-se notar que as mais antigas (+ de 10 anos) apresentam uma significativa diferença em relação às demais. Entre os dados que se destacam estão:

−Tomada de decisão utilizando relatórios gerencias: 57% das empresas ativas afirmaram utilizar relatórios gerenciais (tabela 6), quando se toma apenas as empresas com mais de 10 anos, este índice sobre para 77% das empresas, enquanto que para as demais cai para 33%;

−Conhecimento das técnicas de análise de investimentos: o índice de empresas que conhecem alguma técnica é de 51% (tabela 10). Quando se segmenta as empresas com mais de 10 anos o índice dessas que conhecem sobe para 58%, enquanto que nas demais cai para 42%;

−Utilização das técnicas de análise de investimentos: conforme tabela 10 o índice de empresas de utilizam alguma técnica é de 43%. Quando se segmenta as empresas com mais de 10 anos esse índice sobe para 57%, enquanto para as demais caiu para 40%.

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Possivelmente a conseqüência disso pode ser vista quando comparamos os dados segmentados dos seguintes itens:

−Alguma vez a falta de conhecimento sobre as técnicas de análise de investimentos contribuiu para insucesso ou dificuldade: enquanto do total de empresas 55% afirmam que a falta de conhecimento contribui para o insucesso, este índice sobe para 62% para as empresas com menos de 10 anos;

−A empresa fez investimentos onde a rentabilidade é considerada baixa: Enquanto do total de empresas 40% afirmam que fizeram investimentos com rentabilidade baixa, este índice sobe para 46% para as empresas com menos de 10 anos.

Do visto acima pode-se notar que há uma forte indicação de que quanto mais velha as empresas, maior a utilização de relatórios gerenciais, maior o conhecimento e utilização de técnicas de análise de investimentos, ocasionando menores índices de insucesso e dificuldades, assim como de investimentos com rentabilidade baixa.

Esses resultados vêm corroborar a importância do conhecimento e utilização da taxa de atratividade e das técnicas de análise de investimentos, pois conforme apresentado quanto maior este conhecimento, menor os índices de insucessos. Este fato pode ser visto tanto na comparação das empresas ativas, como nas inativas, como também na comparação das empresas com mais de 10 anos, com as mais novas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo realizado procurou verificar se e como as técnicas de análise de alternativas de investimentos são utilizadas nas empresas e a importância dada às mesmas. A pesquisa foi dividida entre empresas ativas e empresas inativas. Dentre os objetivos foi pesquisado se executivos e empresários têm conhecimento e utilizam técnicas de análise de investimentos, se o custo de capital tem influência na determinação da taxa de atratividade, e se o conhecimento e utilização das técnicas de análise de investimentos têm alguma relação com a mortalidade das empresas.

Quanto ao conhecimento das técnicas de análise de investimentos, as empresas que estão em atividade têm um melhor conhecimento, utilizam mais e valorizam mais as técnicas de análise de investimentos, enquanto as empresas inativas conheciam menos e as utilizavam menos. De uma maneira geral, as técnicas de análise de investimentos são pouco conhecidas e menos ainda utilizadas. Quanto ao custo de capital verifica-se que embora uma parte das empresas afirme que possuem um custo de capital determinado, o mesmo é pouco utilizado.

Importante enfatizar que quando se segmenta a amostra de empresas ativas pelo tempo de operação, pode-se notar que as mais antigas (+ de 10 anos) apresentam uma significativa diferença em relação às demais. Possivelmente a conseqüência disso pode ser vista quando comparamos os dados segmentados que mostram que o índice de empresas ativas que afirmam ter tido insucesso ou dificuldade e feito investimentos com rentabilidade baixa é inferior para as empresas com mais de 10 anos.

Portanto pode-se dizer que para a empresa sobreviver, há uma forte indicação de que quanto maior a utilização de relatórios gerenciais, maior o conhecimento e utilização de técnicas de análise de investimentos, ocasionam melhores resultados. Seria uma pretensão afirmar que a causa de mortalidade das empresas tem relação com a falta de conhecimento e utilização de técnicas de análise de investimentos, apenas com os dados desta pesquisa, mas o que se pode contextualizar é que nas empresas ativas o conhecimento e utilização das técnicas são mais comuns, enquanto nas empresas inativas é muito pouco conhecida e utilizada. A

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pesquisa de opinião vem confirmar que nas empresas inativas a falta de conhecimento já contribuiu para um insucesso.

Com base nos resultados apresentados, poderia ser interessante o desenvolvimento de programas visando complementar a falta de conhecimento sobre as técnicas de análise de investimentos, pois isto possivelmente viria a contribuir para a melhoria dos resultados.

Finalmente deve ser enfatizado que este trabalho é apenas uma pesquisa introdutória com muitas limitações, tais como; local de estudo, local da pesquisa, amostra, tempo de análise e entrevistas entre outras, mas que pode ser o auxiliar de outros estudos, que poderão ser implementados em outros locais, com outras amostras, de modo a se formar um arcabouço significativo e conclusivo sobre o assunto.

REFERÊNCIAS

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Brigham, E. F., & Houston, J. F. (1999) Fundamentos da moderna administração financeira. São Paulo: Campus.

Damodaram, A. (1996). Avaliação de investimentos. Rio de Janeiro: Qualitymark. Gitman, L. J. (1997). Princípios de administração financeira. São Paulo: Harbra.

Gitman, L. J. (2004). Princípios de administração financeira. São Paulo: Addison Wesley. Groppelli, A. A., & Nikbakht, E. (1998) Administração financeira. São Paulo: Saraiva.

Helfert, E. A. (2000). Técnicas de análise financeira: um guia prático para medir o

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Martins, E., & Assaf , A., Neto. (1985). Administração financeira. São Paulo: Atlas.

Ross, S. A., Westerfield, R. W., & Jaffe, J.F. (1995). Administração financeira. São Paulo: Atlas.

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Referências

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