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POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS DO ENSINO DA CAPOEIRA NA ESCOLA

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POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS DO ENSINO DA CAPOEIRA

NA ESCOLA

André Luiz Salvalaggio da Silva1

Romulo Luiz da Graça2

RESUMO

A atual revisão bibliográfica parte a delinear o propósito das possibilidades pedagógicas do ensino da Capoeira na escola. O presente texto adentra através das diversas abordagens que a capoeira possibilita, ela pode ser expressada em forma de um jogo, luta e dança, de grande expressividade corporal, o que auxilia também no desenvolvimento. Nesta pesquisa serão apresentadas as condições para que, em formato de fomentações teóricas, se exponham as bases legais, cientificas e artesanais do ensino da capoeira, e ainda a importância de confrontar a violência por intermédio desta prática coerente com um bem-estar na escola e na sociedade em geral. Os estudos desse projeto de pesquisa estão concentrados nas possibilidades pedagógicas do ensino da capoeira na escola, tendo como objeto específico, a relação entre ensino da capoeira na escola e o currículo base da educação infantil e do ensino fundamental do território Catarinense. Pretende-se questionar se existe, de fato, essa coerência entre o ensino da capoeira na escola e o currículo base da educação infantil e do ensino fundamental do território Catarinense. Levando em consideração o “Currículo Base da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense, a capoeira é abordada no ensino fundamental, na unidade temática “Lutas”. Nos anos iniciais, 3º ao 5º ano, está na unidade temática: lutas e no objeto de conhecimento: lutas de distância mista. Já nos anos finais, 6º e 7º anos, está na unidade temática: lutas e no objeto de conhecimento: lutas de média distância. Portanto podemos afirmar que existe coerência entre o ensino da capoeira na escola e o currículo base da educação infantil e do ensino fundamental do território Catarinense, além disso, a possibilidade de utilizar-se da capoeira para a construção de diversificação de estudo interdisciplinar.

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Discente do curso de Licenciatura em Educação Física, na Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL. E-mail: andre.silva@unisul.br

2 Orientador. Mestre em Educação. Docente do Curso de Educação Física Licenciatura da Universidade

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Palavra-chave: Capoeira, Educação Física e Escola.

ABSTRACT

The current bibliographic review starts to outline the purpose of the pedagogical possibilities of teaching Capoeira at school. This text enters through the diverse approaches that capoeira allows, it can be expressed in the form of a game, fight and dance, of great corporal expression, which also helps in the development. This research will present the conditions for exposing the legal, scientific and artisanal bases of capoeira teaching in a format of theoretical fomentations, as well as the importance of confronting violence through this practice consistent with well-being at school and in society in general. The studies of this research project are focused on the pedagogical possibilities of teaching capoeira at school, having as a specific object, the relationship between teaching capoeira at school and the basic curriculum of early childhood education and elementary education in the territory of Santa Catarina. It is intended to question whether there is, in fact, this coherence between the teaching of capoeira at school and the basic curriculum of early childhood education and basic education in the territory of Santa Catarina. Taking into account the “Basic Curriculum of Early Childhood Education and Elementary Education in the Territory of Santa Catarina, capoeira is addressed in elementary education, in the thematic unit“ Lutas ”. In the initial years, 3rd to 5th year, it is in the thematic unit: struggles and the object of knowledge: mixed distance struggles. In the final years, 6th and 7th years, it is in the thematic unit: fights and in the object of knowledge: medium distance fights. Therefore, we can affirm that there is coherence between the teaching of capoeira at school and the basic curriculum of early childhood education and primary education in the territory of Santa Catarina, in addition to the possibility of using capoeira to build diversification of interdisciplinary study.

Keyword: Capoeira, Physical Education and School.

1. INTRODUÇÃO

A atual revisão bibliográfica parte a delinear o propósito das possibilidades pedagógicas do ensino da Capoeira na escola. O presente texto adentra através das diversas abordagens que a capoeira possibilita, ela pode ser expressada em forma de um jogo, luta e dança, de grande expressividade corporal, o que auxilia também no desenvolvimento. Nesta pesquisa serão apresentadas as condições para que, em formato

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de fomentações teóricas, se exponham as bases legais, cientificas e artesanais do ensino da capoeira, e ainda a importância de confrontar a violência por intermédio desta prática coerente com um bem-estar na escola e na sociedade em geral.

Sou praticante, graduado em Capoeira pelo grupo Cordão de Ouro, no decorrer de minha formação em Educação Física – Bacharel e agora finalizando a graduação em Licenciatura, na Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, pretendi adquirir e acumular conhecimentos, nesta caminhada certifiquei-me das inúmeras possibilidades de se introduzir a capoeira na Educação Física Escolar, me fiz motivado a elaborar com muito vigor este trabalho de conclusão de curso. É nesta linha de pesquisa que se faz meu tremendo interesse diante o meu conhecimento sobre a sua inclusão na escola.

A partir desta reflexão, o foco determinante a elaborar esta pesquisa bibliográfica também emerge em virtude de que a capoeira vem expandindo seu alcance nos últimos anos, sendo praticado em diferentes ambientes sociais, tais como clubes, projetos sociais, academias, escolas, faculdades, dentre outros.

Em 2008 a lei nº 11.645(alterando a lei nº 10.639/03), veio regulamentar a obrigatoriedade do Ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena em todos os níveis de ensino. Neste interim, a Educação Física escolar tem incorporado em seus conteúdos a capoeira, aumentando mais as possibilidades de trabalhar com Capoeira nas escolas.

Os conceitos originais da capoeira voltam a ser discutidos e trabalhados de forma teórica e prática, nas Academias, Escolas e Universidades, com o objetivo de resgatar e resguardar a importância cultural desta manifestação, mostrando as pessoas, toda uma filosofia centrada no equilíbrio físico, mental e emocional, contra a violência e preconizando a paz e harmonia entre os vários segmentos da sociedade, lembrando o que Marcos Vale disse: “... o mesmo pé que dança o samba, se preciso, vai à luta capoeira...”, ou seja, o mérito de quem conhece e domina a arte da capoeira está em não se mostrar e sim, utilizá-la com disciplina, camaradagem e consciência, repetindo e lembrando sempre seu juramento: “Mestre, eu juro aprender a Capoeira, somente para a minha defesa pessoal e só fazer uso, quando a minha vida estiver em jogo”, não deixando que maus exemplos destruam esta parte tão sofrida e rica da História do Brasil.

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Pode-se dizer que a capoeira foi criada no Brasil e mesmo que seu tratamento seja o folclore, costume com trezentos anos de existência, prática de resistência, repositório de tradições, a capoeira é, também, fator de transformação social, de conscientização de cada um, sutil, questionadora e modificadora da estrutura política e econômica que disfarça os menos afortunados.

“A Capoeira tem sua origem, ou pelo menos seus primeiros sinais de luta, no Brasil Colônia em que os negros escravos foram trazidos à força da África Ocidental a este país tropical”. (SILVA J.,2003, p.35).

Mello (2002) vem explicar que os negros escravos tinham a necessidade de defender-se e resistir aos maus tratos, por isso treinavam esta “luta marcial”. Muitas vezes a luta foi utilizada em confrontos durante tentativas de fuga, em lugares de mata rala, nas capoeiras, o nome teria surgido destes confrontos.

Os estudos desse projeto de pesquisa estão concentrados nas possibilidades pedagógicas do ensino da capoeira na escola, tendo como objetivo, a relação entre ensino da capoeira na escola e o currículo base da educação infantil e do ensino fundamental do território Catarinense.

Pretende-se questionar se existe, de fato, essa coerência entre o ensino da capoeira na escola e o currículo base da educação infantil e do ensino fundamental do território Catarinense.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A importância da Capoeira na escola

Silva e Heine (2008) trazem que a capoeira é tão importante que já se faz presente em escolas desde a década de 1960, como importante prática no ensino infantil, fundamental e médio.

A capoeira pode ser utilizada como forma de educar e erradicar o preconceito e a exclusão social, buscando oportunizar a participação de todos na atividade, com uma atitude de cooperação e solidariedade entre os colegas, tanto nas aulas de educação física, como em ambientes extraescolares. (BRASIL, 1998; IÓRIO; DARIDO, 2005).

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Soares e Julio (2011) defendem que a capoeira é um esporte rico, tanto pela cultura, quanto pelo movimento corporal, encaixando-se perfeitamente as exigências da educação física escolar.

Cacciatore, Carneiro e Garcia Junior (2010), corroboram com Soares e Julio afirmando que a capoeira pode auxiliar o aluno a desenvolver habilidades, tomar consciênciade seu corpo e capacidades motoras, desenvolver a lateralidade, situar-se no espaço e adquirir coordenação motora.

O autor Breda (2015) divide em quatro princípios a base da capoeira: naturalidade do movimento; criatividade; cooperatividade e historicidade.

O princípio de naturalidade defende: “o uso da capoeira para estimular as crianças a manter, aprimorar e, em muitos casos, recuperar movimentos próprios do corpo humano é ponto essencial do trabalho de corpo e movimento para a Educação Infantil. ” (BREDA, 2015).

Segundo Sardinha (2004, apud BREDA, 2015) os longos períodos imobilizados nas carteiras, pode trazer uma deterioração no corpo. A capoeira desponta assim como uma alternativa para manter o bom funcionamento do corpo e ainda prevenir doenças.

A capoeira na escola tem o objetivo de trabalhar as habilidades físicas, desenvolvimento motor por meio das movimentações, gestos associados ao ritmo, ainda auxiliando nas noções de tempo e espaço, conhecimento do próprio corpo, atitude de cuidado com o próprio corpo. (CALÇADOS, 2009)

Adriano (2007) enfatiza que:

“a capoeira auxilia na ampliação das diferentes qualidades físicas e dinâmicas do movimento, pois são frequentes as situações em que os alunos são convidados a simularem movimentos que começarão a ser naturais, a exemplo da ginga, que nada mais é do que uma variação do ato de andar, até situações de maior elaboração técnica, melhorando a condição do andar, correr, pular, trepar, equilibrar, rolar, além de trabalhar força, velocidade, resistência e flexibilidade, aliado a um suporte lúdico, que é fator preponderante para a prática da capoeira e nas intervenções pedagógicas com crianças de 0 a 6 anos.”

Breda (2015) vem explanar sobre o princípio da cooperatividade, que é a principal diferença com outras artes marciais. Os jogadores, os músicos e os componentes da roda alternam papéis, fortalecendo um ambiente de harmonia e cooperação.

O princípio de historicidade contempla o fato de a Capoeira ter sido criada durante o período de escravidão como uma forma de lutar pela liberdade:

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Enquanto a maioria das modalidades praticadas nas escolas são advindas das culturas europeias e norte-americana, as quais originaram-se como cultura de movimento das classe dominante, a capoeira é brasileira e nasceu das classes dominadas dos escravos. (SOUZA e OLIVEIRA, 2001; p.44)

As músicas da capoeira também são consideradas como uma biblioteca oral, por meio de narrações míticas, saberes, ritos e valores históricos raros, permitindo ao educando ouvir e vivenciar a história do Zumbi dos Palmares, por exemplo, conforme Breda (2015).

Referente ao princípio de criatividade, Breda (2015) traz que o professor de capoeira não ensina movimentos fixos, e sim ele fornece modelos e regras a serem seguidos, porém que dão a liberdade para o educando desenvolver a atividade de forma autônoma. Sendo assim, no momento da roda de capoeira é trabalhado a capacidade da criança criar e decidir o próprio jogo, desta forma a cada aula a criança pode “aprender” ou “criar” um novo movimento. A atividade criativa também auxilia no desenvolvimento de autonomia.

2.2 A interdisciplinaridade

A capoeira pode ser desenvolvida em várias disciplinas como História, Geografia, Artes, Literatura, Geometria e Educação Física (já comentada nesta revisão de literatura).

Ferreira Neto (2009) apresenta como possibilidade de abranger dentro da disciplina história além da escravidão no Brasil, tradições e cultura negra, também é possível explorar por meio da oralidade temas como navio negreiro, guerra do Paraguai, abolição da escravatura, quilombos, Princesa Isabel, ainda integrando a Geografia referente a localização geográfica do continente africano, caminho dos navios negreiros até o Brasil, entre outros.

Natividade (2006) aponta importantes trabalhos que podem ser estudados em Artes, como os trabalhos de Jean Baptista Debret, pintor e desenhista Francês e Hector Julio Paride Bernabó (Carybé) pesquisador, historiador e jornalista; obras como de Johann Moritz Rugendas, acadêmico de Belas-Artes de Munique.

Na Literatura Ferreira Neto (2009) elenca referências sobre capoeira nas obras de Jorge Amado e na obra Memórias de um Sargento de Milícias, romance de Manuel Antonio de Almeida.

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Por meio da capoeira ainda é possível trabalhar a Geometria, buscando construir conceitos de ângulos, círculos, circunferências, graus, recorrendo a criatividade dos alunos e dos movimentos da capoeira.(FERREIRA NETO; 2009)

Ferreira Neto (2009) ainda elenca um grande leque de possibilidades para trabalhar com capoeira, como na construção de textos e desenhos com esta temática, ou vídeo aulas com filmes e documentários riquíssimos de informações, como o filme “Besouro nasce um herói”, ou o filme de Hollywood “Esporte Sangrento”, onde um professor consegue mudar uma escola pública e o comportamento de seus alunos por meio da capoeira. A música popular brasileira também é rica em cultura que fala sobre capoeira, como o samba “Berimbau”, ou “Água de beber”.

O MEC sugere que a capoeira seja inclusa no currículo da Educação física, bem como temas de pluralidade cultural, podendo ser avaliada como um assunto de perspectiva globalizadora. (WIELECOSSELES, 2011).

3 METODOLOGIA

Foram utilizadas diferentes literaturas a fim de encontrar alternativas e estudar o tema abordado, pois sabe-se que a pesquisa é de fundamental importância para o processo de investigação que busca a transformação da realidade vivenciada.

Segundo Leonel e Mota (2007, p. 99):

Toda pesquisa nasce do desejo de encontrar resposta para uma questão, proporcionando a quem pesquisa a aquisição de um novo conhecimento, uma vez que o problema (da pesquisa) está articulado a conhecimentos anteriores, construídos por outros estudiosos.

A classificação desta pesquisa, quanto à abordagem, determina que ela seja uma pesquisa do tipo qualitativa, e quanto ao procedimento utilizado na coleta de dados, determina que ela seja uma pesquisa do tipo bibliográfica.

3. TECENDO ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

De acordo com Silva e Gonzalez (2010) a capoeira abrange múltiplas

possibilidades conceituais, podendo ser definida como luta, jogo, dança, brincadeira, esporte, filosofia de vida, dentre outros, tendo na luta sua mais significativa expressão.

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De acordo com Silva e Darido (2011), a Capoeira é hoje, um tema presente em muitas propostas curriculares dos Estados brasileiros para a Educação Física, aparecendo, em sua maioria, no eixo temático Lutas - São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Sergipe; como Jogos e Brincadeiras em Minas Gerais; e em Rondônia como Lutas e Dança, se fazendo, cada vez mais necessária, sua exploração científica do ponto de vista pedagógico.

Levando em consideração o “Currículo Base da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense, a capoeira é abordada no ensino fundamental, na unidade temática “Lutas”.

Nos anos iniciais, 3º ao 5º ano, está na unidade temática: lutas e no objeto de conhecimento: lutas de distância mista.

Já nos anos finais, 6º e 7º anos, está na unidade temática: lutas e no objeto de conhecimento: lutas de média distância.

No Currículo Base da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense, a unidade temática “Lutas” está conceituada da seguinte maneira: É possível definir as lutas como práticas corporais com significado histórico e social para a humanidade, a qual incorpora objetivos que denotam a oposição de ações entre indivíduos, nas quais o foco está no corpo do outro, e as ações são de caráter simultâneo e imprevisível, em que são empregadas técnicas, táticas e estratégias específicas para imobilizar, desequilibrar, atingir ou excluir o oponente de um determinado espaço. Assim sendo, carregam características de enfrentamento físico direto entre pessoas, por meio de regras claramente estipuladas.

Também é preciso observar que as lutas são impregnadas pelas marcas de visão de mundo do grupo social em que elas foram produzidas e/ou são praticadas. Nessa direção, é imperativo problematizar a compreensão das lutas na sociedade, instalando-se o debate sobre os limites entre a esportivização e a violência. Para uma melhor organização, nessa unidade temática, optou-se pela seguinte classificação das lutas: de curta distância; de média distância; e de longa distância. É importante observar que o trato das lutas toma como referência os jogos e as adaptações como a principal estratégia pedagógica, a fim de promover o desenvolvimento dos elementos específicos.

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No Currículo Base da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense traz a possibilidade de situações de aprendizagem da diversidade cultural, incluindo as de origem afro-brasileira e africana, quilombola e indígena, de modo a promover a convivência e a coexistência. Portanto, trata-se de um processo que requer um olhar sensibilizado, amparado por conceitos de campos de conhecimento complexos e abarca a necessidade do fazer educativo plural, integral e de respeito à diversidade e à promoção dos direitos humanos no meio escolar. Um projeto de educação cidadã, comprometida e democrática.

Mais uma vez percebemos a importância de utilizar a capoeira como elemento das intenções de socialização e desenvolvimento afetivo dos alunos, transformando-os em protagonistas de suas próprias histórias e não em um mero coadjuvante.

Isso quer dizer, que tudo o que se faz deve ter um sentido, um significado e, em se tratando de Educação Física, não se pode ignorar o fato de a aprendizagem levar em conta os aspectos motores, cognitivos e afetivo-sociais do indivíduo, porém, trabalhados em conjunto, não fragmentados, mas sim como um todo.

A Capoeira, inserida na Escola por meio dos pressupostos da Educação Física, encaixa-se perfeitamente nos aspectos que a norteiam, pois, além de ter um sentido para tudo o que é feito dentro de sua prática, ela também foi concebida a partir de fundamentos que permitem esse desenvolvimento no aluno, daí a razão para alguns mestres e estudiosos serem grandes defensores da capoeira na escola, pois acreditam na sua prática dentro de um sistema globalizado, aberto, dinâmico, que estimule a criatividade, integrando-se com a proposta pedagógica da escola.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base no material exposto nesta revisão de literatura, vislumbra-se que a capoeira pode apresentar-se como um grande leque de opções, desmembrando-se não apenas numa modalidade de esporte, mas também que auxilia no crescimento do educando como ser humano, cooperativo, autônomo, criativo e sem preconceitos.

Levando em consideração o “Currículo Base da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense, a capoeira é abordada no ensino fundamental, na unidade temática “Lutas”. Nos anos iniciais, 3º ao 5º ano, está na unidade temática:

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lutas e no objeto de conhecimento: lutas de distância mista. Já nos anos finais, 6º e 7º anos, está na unidade temática: lutas e no objeto de conhecimento: lutas de média distância.

Portanto podemos afirmar que existe coerência entre o ensino da capoeira na escola e o currículo base da educação infantil e do ensino fundamental do território Catarinense, além disso a possibilidade de utilizar-se da capoeira para a construção de diversificação de estudo interdisciplinar.

REFERÊNCIAS

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BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais [para] o terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental:educação física. Brasília, DF: MEC; SEF, 1998.

BREDA, Omri Ferradura.A Capoeira como prática pedagógica na Educação Infantil.2015. Disponível em: <http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/artigos/a-capoeira-como-pratica-pedagogica-na-educacao-infantil>. Acesso em: 23 jun. 2015.

CACCIATORE, Rodrigo de Oliveira; CARNEIRO, Nelson Hilário e GARCIA JUNIOR, Jair Rodrigues, Aprendizagem da Capoeira e Desenvolvimento das Capacidades Físicas de Pré-escolares Por Meio do Lúdico, Colloquium Vitae, jan/jun 2010, v. 02, n. 01, v. 021.

CALÇADOS, Gilberto Carneiro. A prática da capoeira no ensino formal e no ensino informal. Monografia apresentada ao curso de Educação Física Faculdade Governador Ozanam Coelho. 2009.

FERREIRA NETO, José Olímpio, Capoeira no Contexto Escolar: Instrumento Facilitador da Aprendizagem, In: SANTOS, José Kennedy Silva dos, Abrindo Trilhas

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para os Saberes: Formação Humana, Cultura e Diversidade. Fortaleza: SEDUCCE, 2009, p.153-164.

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LEONEL, Vilson; MOTTA, Alexandre de Medeiros. Ciência e pesquisa: livro didático. 2. ed. rev. e atual. Palhoça: UnisulVirtual, 2007. 228 p.

MELLO, André da Silva. A história da capoeira: pressuposto para uma abordagem na perspectiva da cultura corporal, Centro Universitário Vila Velha. UVV. 2002.

NATIVIDADE, Lindinalvo, A Capoeira nas aulas de educação física nas escolas municipais de Barra Mansa. Hoje um passo, amanhã uma caminhada, Revista Digital, Bueno Aires, ano 10, nº94, março 2006.

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SILVA, L. M. F.; GONZALEZ, R. H. A Capoeira e a teoria da autodeterminação. Lecturas Educación Física y Deportes, Buenos Aires, v. 15, n. 150, nov.

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