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Perfil da população vacinada contra o HPV em um município da Grande Florianópolis – SC

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PERFIL DA POPULAÇÃO VACINADA CONTRA O HPV EM UM MUNICÍPIO DA GRANDE FLORIANOPOLIS – SC

PROFILE OF THE POPULATION VACCINATED AGAINST HPV IN A MUNICIPALITY OF GREAT FLORIANOPOLIS – SC

Mainara Lehmkuhl Espindola¹ Patricia Roussenq de Sousa2 Vanessa Martinhago Borges Fernandes3

___________________________

¹ Discente do Curso de Graduação em Enfermagem. Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL – Campus Pedra Branca – Palhoça (SC) Brasil. E-mail: mainaraespindola@gmail.com

2 Discente do Curso de Graduação em Enfermagem. Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL – Campus Pedra Branca – Palhoça (SC) Brasil. E-mail: patríciaroussenqsousa@gmail.com

3 Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Docente do Curso de Graduação em Enfermagem. Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL – Campus Pedra Branca – Palhoça (SC) Brasil.

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MAINARA LEHMKUHL ESPINDOLA PATRICIA ROUSSENQ DE SOUSA

PERFIL DA POPULAÇÃO VACINADA CONTRA O HPV EM UM MUNICÍPIO DA GRANDE FLORIANOPOLIS - SC

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Enfermagem e aprovado em sua forma final pelo Curso de Enfermagem da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 01 de julho de 2020. ______________________________________________________ Prof. MSc. Vanessa Martinhago Borges Fernandes - Orientadora

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. MSc. Ilse Lisiane Viertel Vieira – Banca examinadora

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. MSc. Fabiana Oenning da Gama – Banca examinadora

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Enf. MSc. Fabrícia Wartins Silva – Banca examinadora

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RESUMO

Introdução: A incorporação da vacina contra o HPV serve para prevenção do câncer do colo do útero, e a diminuição de morbimortalidade pela doença. Portanto para sua eficácia atualmente aplicam duas doses, com intervalo de 6 meses entre elas. Objetivo: identificar o perfil de uma população vacinada contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) em um município da grande Florianópolis-SC. Método: Estudo quantitativo observacional descritivo. Realizado em um município da Grande Florianópolis – SC. Os dados foram obtidos por meio de consulta à base de dados do Programa Nacional de Imunização do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde dos anos de 2017 e 2018, realizado no período de agosto a setembro de 2019. Os resultados foram apresentados de forma descritiva, não havendo associações e inferências entre as variáveis respeitando os aspectos éticos, sendo analisados através dos softwares Microsoft Excel e SPSS. Resultados: O total de vacinados foi maior no ano de 2018, a porcentagem por gênero foi maior no sexo masculino (60%/53%), a porcentagem da 1ª dose foi maior em ambos os anos (66%/52%), houve poucos casos de reação adversa, a vacina foi realizada em maior parte nas idades de 9 e 12 anos, e, muitos adolescentes de outros municípios vacinam nesta localidade. Conclusão: A forma de prevenir o HPV é com a prevenção, primeiramente com a vacinação antes de iniciar a vida sexual, e depois, com preservativos. Por isso a necessidade de ações do governo para a sensibilização da população para realizar a vacina contra o HPV.

Palavras-chave: Enfermagem; Vacinação; Papilomaviridae; Doenças Sexualmente Transmissíveis.

ABSTRACT

Introduction: The incorporation of the HPV vaccine serves to prevent cervical cancer, and to

reduce morbidity and mortality due to the disease. Therefore, for their effectiveness, they

currently apply two doses, with an interval of 6 months between them. Objective: To identify

the profile of a population vaccinated against Human Papilloma Virus (HPV) in a city in the

greater Florianópolis-SC. Method: Descriptive observational quantitative study. Held in a

municipality in Greater Florianópolis - SC. The data were obtained by consulting the database

of the National Immunization Program of the Department of Informatics of the Unified Health

System for the years 2017 and 2018, carried out from August to September 2019. The results

were presented in a descriptive manner , with no associations and inferences between variables

respecting ethical aspects, being analyzed using Microsoft Excel and SPSS software. Results:

The total number of vaccinees was higher in 2018, the percentage by gender was higher in

males, the percentage of the 1st dose was higher in both years, there were few cases of adverse

reaction, the vaccine was performed mostly at the ages of 9 and 12 years old, and many

adolescents from other municipalities vaccinate in this location. Conclusion: The way to

prevent HPV is through prevention, first with vaccination before starting sex, and then with

condoms. Hence the need for government actions to raise public awareness to carry out the

HPV vaccine.

Keywords: Nursing; Vaccination; Papillomaviridae; Sexually Transmitted Diseases.

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INTRODUÇÃO

O Papiloma Vírus Humano (HPV) é uma infecção sexualmente transmissível, que atinge mulheres e homens. No Brasil, os homens são os maiores portadores de infecções sexuais, entretanto, estudos mostram que a infecção por HPV afeta predominantemente o sexo feminino (BRASIL, 2017).

Estima-se que mais da metade da população sexualmente ativa terá contato com o vírus em algum momento da vida, o que representa cerca de 75% da população mundial (NUNES; ARRUDA; PEREIRA; 2015).

No ano de 2014, o Ministério da Saúde, através da Portaria nº 54, de 18 de novembro de 2013 acrescentou no calendário vacinal a vacina Papiloma Vírus Humanos (HPV) quadrivalente, que protege contra os HPV dos tipos 06, 11, 16 e 18. O objetivo da implementação da vacina é a prevenção da doença sexualmente transmissível causada pelo HPV que pode levar ao desenvolvimento do câncer do colo de útero, e consequentemente a diminuição de morbimortalidade da doença e seus custos (BRASIL, 2017).

O público alvo inicial foram meninas de 11 a 13 anos, a partir de 2015 passaram a ser meninas de 09 a 11 anos, e em 2016, a vacina foi oferecida para meninos de 12 a 15 anos incompletos. A cada ano diminui-se gradativamente a idade dos meninos até chegar na faixa etária das meninas, que hoje é de 09 a 15 anos incompletos (BRASIL, 2017).

A idade mais favorável à adesão da vacina do HPV se faz no período dos 09 aos 13 anos de idade. Neste período a vacina apresenta maior eficácia, pois acredita-se que os adolescentes ainda não iniciaram sua vida sexual, e, por isso, não foram expostos ao vírus. Deste modo, o esquema vacinal recomendado inicialmente seria de três doses, com intervalo de seis meses entre a segunda e a primeira dose, e de 60 meses entre a terceira e a primeira dose. Porém, a partir de 2016 passou a ser somente duas doses, com intervalo de 6 meses entre elas (BRASIL, 2017).

De acordo com os dados do Ministério da Saúde de 2014 a 2017, 8 milhões de meninas (79,21%) de 09 a 14 anos foram vacinadas com a primeira dose, e 4,9 milhões realizaram a segunda dose (48,7%). Em 2017, 1,6 milhões (43,8%) de meninos de 12 e 13 anos receberam a vacina contra HPV (BARROS, 2018).

Segundo Santos (2015) existem outros métodos de prevenção além da vacina do HPV, tais como o uso de preservativo como prevenção primária e o exame citopatológico como prevenção secundária. O conhecimento sobre o HPV na população geral é baixo, a aceitação das vacinas a partir dos dois anos também é baixa, em contrapartida a aceitação ocorre devido ao conhecimento dos pais, à medida que a maioria dos adolescentes desconhece o efeito protetor da vacina em relação a doença.

Apesar da vacina ser considerada segura e efeitos adversos graves serem raros, algumas reações adversas atribuídas à vacina, como reações autoimunes e acometimento neurológico, desencadearam desconfiança na população, levando à diminuição da aceitação segunda dose do esquema vacinal (QUINTÃO, 2014).

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Como a vacina é oferecida aos adolescentes, a não adesão acaba se tornando grande, devido a alguns fatores como: se sentirem invulneráveis a doença, medo da picada, acesso as mídias onde tem informações de disseminação que acabam gerando insegurança aos adolescentes. E para alguns pais a vacinação contra o HPV é vista como um estímulo ao início da vida sexual, portanto acabam não enxergando o quanto é importante a adesão da vacina (ROITMAN, 2015).

Desta forma, com evidências científicas, os países que incluíram a vacina quadrivalente em seu calendário vacinal, obtiveram uma redução da manifestação do HPV. O Brasil tem destaque pela história da sua abrangência em coberturas vacinais, assim, a promoção profilática traria benefício à qualidade de vida e redução dos custos associados a doença (ZARDO, 2014).

Portanto, sendo altos os índices de HPV em homens e mulheres e a baixa adesão a vacina, a proposta expõe a relevância do estudo e traz o seguinte questionamento: Qual é o perfil da população vacinada contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) no período de 2014 a 2018 em um município da Grande Florianópolis-SC?

MÉTODO

Trata-se de um estudo quantitativo observacional descritivo, no município de São José, Santa Catarina. O estudo foi realizado com dados do sistema do Programa Nacional de Imunização (PNI) da população infanto-juvenil de um município da Grande Florianópolis – SC, disponibilizado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), acessado através da coordenadora e enfermeira da Vigilância Epidemiológica (VIEP).

Esse município possui 23 Unidades Básicas de Saúde (UBS), com 44 equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF), 23 coordenadores (todos enfermeiros), 22 salas de vacina, somente 20 em funcionamento. Destaca-se na maioria das campanhas por sua eficiência nas buscas ativas de cadernetas de vacinação em atraso.

Foram selecionados todos os adolescentes que realizaram a vacinação contra HPV constantes no sistema PNI disponibilizado pelo DATASUS. De janeiro de 2017 até dezembro de 2018 foram realizadas 7.316 vacinas contra HPV. Foram incluídos adolescentes, que vacinaram contra HPV, em um município da grande Florianópolis-SC, nos anos de 2017 e 2018. O período de coleta de dados foi de agosto a dezembro de 2019.

Os dados foram organizados em tabela do programa Microsoft Excel. As variáveis foram apresentadas de forma descritiva em forma de tabelas. Foram coletadas as seguintes variáveis: UBS (que vacinou), sexo (Masculino/Feminino), 1º dose e 2º dose, reações adversas (Sim/Não; se sim, qual?), idade, município (de moradia).

O projeto obedece aos preceitos éticos do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Res. no 466/2012 (autonomia, beneficência, não maleficência, justiça e equidade). Embora o banco de dados que foi utilizado seja de domínio do município em estudo, por motivos de publicação os pesquisadores optaram

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por realizar a submissão no Comitê de Ética e solicitação da dispensa do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Com aprovação através do parecer consubstanciado de n. 16539818.5.0000.5369

RESULTADOS

Esta pesquisa fez um levantamento das características da vacinação contra o HPV realizada nos anos de 2017 e 2018 no município de São José, Santa Catarina, totalizando 7.316 pessoas vacinadas neste período.

No ano de 2017 foram realizadas 2.930 vacinações, sendo que 60,45% são do sexo masculino, e 39,55% do sexo feminino. Referente a 1º dose, foi realizada 66,7% da população vacinada, a 2º dose 32,25% e a 3º dose 0,15%. As reações adversas foram manifestadas em 11,4% da população vacinada, com sintomas de dor, calor e rubor no local da aplicação da vacina, que é administrada exclusivamente por via intramuscular profunda, na região vasto lateral da coxa, hochstetter, ou região deltoide. A idade média dos vacinados foi de 11,71 e as idades que mais foram vacinadas foi 9 anos com 5%, 11 anos 10%, 12 anos 55% e 13 anos 40%.

Dentre os vacinados 90,85% são do município de São José e os outros 9,15% são do município de: Florianópolis, Biguaçu, Palhoça, Joinville, Sertãozinho, Farroupilha, Canoas, São Joaquim, João Pessoa, Capão da Canoa, Uruguaiana, Itaboraí, Marechal Candido Rondon, Ceara-Mirim, Viamão, Canoinhas, Blumenau, Santo Antônio do Sudoeste, São João Batista, Santa Cecilia, Giruá, Capivari do Sul, Cornélio Procópio, Cocal do Sul, Tangara da Serra, Alvorada, Piraquara, Lages, Xanxerê, Sumaré, Portel, Camaçari, Governador Celso Ramos, Ulianópolis, Santo Amaro da Imperatriz, Itajaí, Matelândia, Balneário Camboriú, São Borja, Salto, Teresina, São Leopoldo, Laguna, Porto Feliz, Santana, Santa Maria, São João de Pirabas, Rancho Queimado, Paulo Lopes, Santana do Livramento, Vitorino, Herval D’ Oeste, Cachoeira do Sul, Londrina, Sapucaia do Sul, Imbituba, Tijucas, Coração de Maria, Maçambara, Telêmaco Borba, Itapema, Araripina, Maringá, Concordia, Capivari de Baixo, Criciúma, Juquiá, Imaruí, São Caetano do Sul, Itaporanga, Chapeco, Entre Rios, Irani, Ananindeua, Itamaraju, Santa Cruz do Sul, Salinópolis, Cristalina, Campo Salles, Vitoria, Jaraguá do Sul, São José dos Pinhais, Serrinha, Simões Filho, Nova Veneza, Taquari, Bauru, Dois Irmãos, Bodocó.

Na Tabela 1, da caracterização da vacinação contra HPV no ano de 2017, elaborada pelas autoras, é apresentado todos os dados levantados separadamente por UBS, totalizando 20 UBS do município de São José.

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No ano de 2018 foram realizadas 4.386 vacinações, sendo que 52,8% são do sexo masculino, e 47,2% do sexo feminino. Referente a 1º dose, foi realizada 52,5% da população vacinada, a 2º dose 47,25% e a 3º dose 0,2%. As reações adversas foram manifestadas em 0,7% da população vacinada, com sintomas de dor, calor e rubor no local da aplicação da vacina, que é administrada exclusivamente por via intramuscular profunda, na região vasto lateral da coxa, no hochstetter, ou na região deltoide, na parte superior do braço. A idade média dos vacinados foi de 11,52 as idades que mais vacinaram foi 9 anos com 55%, 11 anos 45%, e 12 anos 5%.

Dentre esses vacinados 88,75% são do município de São José e 11,25% são do município de: Florianópolis, Biguaçu, Palhoça, Joinville, Gaspar, São Joaquim, Candido Mendes, Governador Celso Ramos, Londrina, Simplício Mendes, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Guaíba, Epitaciolândia, Caldas Novas, Cacequi, Araruna, Nova Iguaçu, Curitiba, Itajaí, Içara, Santo Ângelo, Pelotas, Santa Filomena, Axixá, Tapes, São Francisco do Sul, Serra, Lages, Mauá, Lages, Cruz Alta, Chapeco, Balneário Camboriú, Xaxim, Criciúma, São José do Cedro, Blumenau, Santo Antônio do Sudoeste, Braço do Trombudo, Santa Cecilia, Giruá, Nova Iguaçu, Caçador, Cascavel, Capivari do Sul, Maringá, Concordia, Xanxerê, Sumaré, Santo Amaro da Imperatriz, Triunfo, Ipumirim, Imbituba, Alvorada, Curitibanos, Tubarão, Itapema, Acrelândia, Jacareí, Nova Olinda do Norte, Jaraguá do Sul, Guanhães, Realeza, Ananindeua, Carazinho, Urubici, Canoas, São José do Rio Preto, Paulistas, Marituba, Agua Doce, Marialva, Trevisa, Alfredo Wagner, Juquiá, Rio do Sul, São Pedro de Alcântara, Aguas Mornas, São José de Mipibu, Novo Hamburgo, Nova Cantú, Viamão, Paulo Lopes, Itapagé, Coronel Freitas, Telêmaco Borba, Campo Grande, Içara, Orleans, Alegrete, Dom Pedrito, Pinhal da Serra, Joaçaba, Santana do Livramento, Santa Rosa, Irani, Simões Filho, Candido de Abreu, Vidal Ramos, Afonso Bezerra, Guarulhos, Santos, Santana, Ibiam, Imarui, Taboão da Serra, Antônio Carlos, Vassouras, Petrolina, Paial, Charqueadas, Várzea Grande, Florania, Praia Grande, Parnamirim, Esteio, Salinópolis, Cristalina, Caxias, Teofilândia, Campinas, Boa Vista, Rancho Queimado, Lagoa vermelha, Matelândia. Na Tabela 2, da caracterização da vacinação contra HPV no ano de 2018, elaborada pelas autoras, é apresentado todos os dados levantados separadamente por UBS, totalizando 20 UBS do município de São José.

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Observa-se que o número total de vacinados no ano de 2018 foi maior que em 2017, demonstrando uma maior busca por esta vacina especificamente, pois no calendário vacinal durante esta faixa etária não há outras vacinas a serem disponibilizadas.

Entre os anos de 2017 e 2018 a diferença da porcentagem por gênero demonstra que é a vacina é administrada em maior parte no sexo masculino, mostrando que o sexo feminino é menos priorizado pelas famílias.

Referente as doses da vacina, no ano de 2017, é apresentado uma porcentagem da 1ª dose maior que a 2ª e que a 3ª dose, demonstrando que os responsáveis não levaram os adolescentes para realizarem as outras doses do esquema. Já no ano de 2018 a porcentagem da 1° dose está próxima da 2° dose o que representa que grande parte dos adolescentes concluíram o esquema vacinal. Observa-se também que houve alguns casos de reação adversa relativos a esta vacina, porém no ano de 2018 teve uma grande queda em relação a 2017.

Os dados obtidos mostram que em 2017 foi realizado maior número de vacinas entre as idades de 12 e 13 anos, o que demonstrou que a procura pela vacina estava notadamente tardia, considerando que ela ser preconizada a partir dos 9 anos de idade. Já em 2018 grande parte dos adolescentes são vacinados com a 1ª dose aos 9 anos de idade.

DISCUSSÃO

Através dos resultados levantados obtemos uma caracterização da população vacinada contra o HPV nos anos de 2017 e 2018, demonstrando a prevalência do sexo masculino dentre o total de vacinados. No estudo de Souza e outros (2020) observa-se que a vacinação contra HPV é a de menor cobertura referida, sendo realizada somente em 34,2% dos adolescentes. Além disso, há uma inversão do comportamento entre os gêneros em relação a esta pesquisa, de modo que o estudo que também foi realizado em 2017, evidenciou a prevalência no sexo feminino, o inverso do que ocorreu nos dois anos analisados por esta pesquisa. Isso revela que os responsáveis pelos adolescentes de sexo masculino estão dando maior importância para a vacinação, sendo que estes são os principais transmissores da doença.

Já no estudo de Podgorski e outros (2020), realizado na região Sul do Brasil, mostra que a cobertura vacinal da primeira dose para meninas foi de 16,64% e para a segunda dose foi de 12,77% e para meninos foi de 43,97% na primeira e 7,4% na segunda dose, também demonstrando a prevalência de meninos.

Tanto no estudo de Sousa e outros (2020), quanto no estudo de Podgorski e outros (2020), assim como nesta pesquisa, as taxas de 2ª dose, o que revela o problema de a vacinação estar sendo realizada de forma incompleta nestes adolescentes.

Ou seja, observou-se que a 1ª dose foi administrada em maior quantidade do que a 2ª no ano de 2017, levando a não proteção total do adolescente por não completar o esquema vacinal, talvez seja por esquecimento, ou por não entenderem a necessidade de tomar as doses necessárias. Já no ano de 2018

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os números são bem próximos, isso mostra que a população está vendo a importância de completar o esquema vacinal de seus filhos.

É importante enfatizar a necessidade da segunda dose para que aprimore e continue a estabelecer uma resposta imune suficiente. Por mais que tenha recebido a primeira dose, são produzidos anticorpos, mas não são o suficiente para obter uma resposta imune satisfatória. Por isso a importância de completar o esquema vacinal (PEREIRA; SOUZA, 2017).

A vacina não tem eficácia contra infecções ou lesões já existentes, por isso a importância de realizar as duas doses antes de iniciar a vida sexual, para a prevenção contra a infecção pelo HPV, ela é distribuída gratuitamente pelo SUS, sem custo algum. O desenvolvimento de alternativas pode trazer mais informações às pessoas recebendo a vacinação contra o HPV, refletindo a falta de conhecimento sobre a importância da vacinação (ALMEIDA et al., 2019).

Esta pesquisa também revelou que, no ano de 2017, 11,4% da população vacinada contra o HPV apresentaram reação adversa da vacina, já no ano de 2018 foi registrado apenas 0,7%, havendo uma grande redução ao ano anterior. Dentre essas reações estão dor, calor e rubor no local da aplicação da vacina. No estudo de Alves e outros (2017) observou-se algumas reações adversas diferenciadas, tal como: dores de cabeça, vermelhidão na pele e redução de sensibilidade nos membros, que foram as reações adversas mais comuns relatadas pelas pacientes entre 11 e 13 anos que tomaram a vacina do HPV e que estão presentes na bula da vacina.

Um estudo feito no município de Anápolis, no centro-oeste do Brasil, relata que de 9.501 doses aplicadas na primeira dose da vacina, apenas 04 adolescentes do sexo feminino apresentaram reação adversa com um percentual de 0,0421% e já na segunda dose foram aplicadas 6.712 doses da vacina, e apenas 03 adolescentes também do sexo feminino apresentaram reação adversa com um percentual de 0,0446%, indicando também que apenas uma pequena porcentagem da população vacinada sofre as reações adversas. Além disso, no estudo de Santana e outros (2016) mais uma vez observamos a diferenciação entre o quantitativo de vacinados na primeira dose e o quantitativo da segunda dose, reafirmando os achados citados anteriormente (SANTANA; PEREIRA; COSTA, 2016).

Nesta pesquisa é apresentada a idade média dos vacinados no ano de 2017 é 11,71 e 11,52 em 2018. Um estudo feito por estudantes da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), do curso de Medicina, analisou 76 participantes e a idade média dos vacinados ficou entre 12,14, indicando que a média das idades são aproximadas. Apesar disso, nenhum menino deste estudo foi vacinado e das meninas, apenas 47,4% foi vacinada, o que nos mostra novamente o baixo índice de vacinados contra HPV. (PELLEGRIN; TORRES, 2019).

O estudo de Abreu e outros (2018) sinaliza que menos da metade dos entrevistados declarou saber da existência de vacina contra o HPV (49,7%). Entretanto, dentre eles, a maioria (56,5%) tinha conhecimento sobre o HPV, enquanto dos que não sabiam a respeito da vacina, apenas 23,9% relataram conhecer sobre o vírus.

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Um outro estudo realizado em Teresina – PI, de Souza e outros (2020) revelou que 52,9% dos adolescentes não possuíam cartão de vacina e entre os motivos elencados encontrou-se: perda do cartão (97,9%), ter deixado em outra casa (3,1%), e 46,8% dos entrevistados afirmaram não ter conhecimento do cartão ou calendário de vacinação do adolescente.

O fato de alguns pais não levarem seus filhos para a vacinação pode estar relacionado à ideia de que eles não correm risco, ou que a vacinação incentivará o sexo precoce ou pode induzir sexo perigoso, ou seja, reduzir o uso de preservativos (RAMIREZ; OLIVEIRA; VELOSO, 2018). Desvelando uma maior necessidade de disseminação do conhecimento sobre o vírus, suas consequências e a função preventiva da vacinação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A melhor forma de prevenir o HPV é com a prevenção, primeiramente com a vacinação antes de iniciar a vida sexual, e depois, com preservativos na idade sexualmente ativa. Porém, apesar da vacinação ser realizada gratuitamente pelo SUS e possuir baixa incidência de reações adversas, ainda temos uma considerável parte da população sem cobertura vacinal, ou com cobertura vacinal incompleta, portanto, sem a prevenção primária.

A imunização é uma temática pouco explorada e discutida na enfermagem, e o desconhecimento relacionado ao HPV como doença imunoprevinível ainda implica em altas taxas de morbimortalidade dentre a população feminina. E demanda elevados investimentos no tratamento desta condição para o serviço público de saúde.

Dentre as limitações do estudo está o fato do sistema não ser unificado nacionalmente, o que impede de sabermos se o esquema vacinal foi continuado ou não em outras cidades. Recomenda-se um sistema nacional unificado obrigatório para ser utilizado em todas os municípios do Brasil.

Percebe-se assim, a necessidade de maiores investimentos do governo em ações para sensibilização dos responsáveis por estes adolescentes para maior adesão à vacinação contra o HPV, tanto na primeira dose quanto na segunda, para maior eficiência da prevenção a este vírus, e por consequência, prevenindo o câncer de colo uterino.

Se faz importante que as equipes multiprofissionais de saúde atuem ativamente em atividades de educação em saúde, nas Unidades Básicas de Saúde, nas escolas, e em outros espaços encontrados na comunidade, alertando os pais ou responsáveis e adolescentes quanto à importância desta imunização.

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REFERÊNCIAS

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Referências

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