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AVALIAÇÃO DOS COEFICIENTES TÉCNICOS DAS ATIVIDADES DE CONDUÇÃO DO FEIJÃO-CAUPI NO MUNICÍPIO DE MISSÃO VELHA-CE

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Academic year: 2021

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Área: Sócio-economia

AVALIAÇÃO DOS COEFICIENTES TÉCNICOS DAS ATIVIDADES DE

CONDUÇÃO DO FEIJÃO-CAUPI NO MUNICÍPIO DE MISSÃO VELHA-CE

Jéssica Soares Pereira1; Antônio Marcos Duarte Mota; Weslley Costa Silva3; Francisca Edcarla de Araújo

Nicolau4; Felipe Thomaz da Camara5

1Graduanda do curso de Eng. Agronômica, Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri, Rua: Vereador Sebastião Maciel Lopes, S/N no bairro São José, Crato, CE. Bolsista de extensão Proext 2013. Email: jessicasoares@alu.ufc.br

2Graduando do curso de Eng. Agronômica, Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri. Bolsista de extensão Proext 2013. 3Graduando do curso de Eng. Agronômica, Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri,. Bolsista PID. 4Graduando do curso de Eng. Agronômica, Universidade Federal do Ceará – Campus Cariri. Bolsista PIBIC/CNPq.

5Professor do curso de Engenharia Agronômica – Universidade Federal do Ceará, Campus Cariri.

Resumo – O feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) é considerado uma leguminosa rústica com produção

concentrada principalmente nas áreas semiáridas do Nordeste brasileiro, possuidora de uma grande variabilidade genética, que a torna versátil, podendo ser usada em diferentes sistemas de produção, tradicionais ou modernos. O presente trabalho objetivou avaliar e comparar os coeficientes técnicos envolvidos no processo de desbaste, na pulverização e capinas realizadas na cultura do feijão-caupi no município de Missão Velha-CE. Foram determinados os coeficientes técnicos das atividades considerando uma população inicial de 40000, 60000 e 80000 plantas/ha, mensurando-se o tempo necessário para executar cada atividade manual na unidade dias-homem (DH) e as mecanizada na unidade hora-máquina (HM). Para realização do desbaste no caupi quanto maior a população inicial (40000, 60000 e 80000), maior o tempo e a mão-de-obra utilizada na operação. Verificou-se que em relação à pulverização a segunda aplicação foi realizada manualmente com um maior gasto de tempo e mão-de-obra para concluir a operação. Com relação operação de capina a população inicial de 80000 plantas/ha acarretou um maior tempo e consequentemente maior utilização da mão-de-obra. Pode-se concluir que a operação de desbaste, a pulverização e as capinas realizadas na propriedade variam em tempo gasto e mão-de-obra utilizada de acordo com as populações iniciais desejadas, onde a capina apresentou-se como a atividade mais dispendiosa em relação ao tempo e a mão-de-obra para executar as operações o que pode acarretar maiores custos para o produtor.

Palavras-chave: população inicial, mão-de-obra, Vigna unguiculata (L.) Walp.

Introdução

O feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) é considerado um dos principais componentes na alimentação humana, onde sua produção se concentra principalmente nas áreas semiáridas do Nordeste brasileiro. Segundo Freire Filho et al. (2005) é uma leguminosa rústica bem adaptada às condições de clima e solo da região nordeste e ao mesmo tempo possuidora de uma grande variabilidade genética, que a torna versátil, podendo ser usada em diferentes sistemas de produção, tradicionais ou modernos.

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Considerando a importância do feijão-caupi Silva (2009) ressalta que a produção contribui com 35,6% da área plantada e 15% da produção de feijão total (feijão-caupi + feijão-comum) no país, sendo os maiores estados produtores na região Nordeste: Ceará, Bahia e Piauí. O feijão-caupi tem uma grande importância, tanto como alimento quanto como gerador de emprego e renda.

Por ser uma cultura tipicamente de subsistência, a maioria dos pequenos produtores destinam sua produção primeiramente para consumo doméstico e venda da produção excedente. Como os pequenos produtores não possuem infraestrutura para uma produção mais tecnificada, grande parte desses produtores cultiva o caupi na estação das chuvas (LIMA et al, 2007).

Devido seu crescimento expansivo e sua relevante importância, o planejamento e organização da produção se faz necessário para melhoria nas condições de trabalho, no aumento da produtividade e consequentemente da renda dos pequenos e médios agricultores. Para tal avaliação e planejamento os coeficientes técnicos são fatores fundamentais para o reconhecimento das quantidades de insumos e fatores de produção determinados pela propriedade.

Seguindo este raciocínio Crepaldi (1998) reforça que o conhecimento sobre os custos de uma cultura são de fundamental importância para o agricultor, onde o estudo da produção visa fornecer uma linha a ser seguida e adotada, permitindo-lhe dispor e combinar os recursos utilizados em sua produção, visando melhores resultados. Belulke & Bertó (2004) complementam quando afirmam que sua elaboração varia de uma propriedade rural para outra, dependendo exclusivamente das atividades que se desenvolvem dentro delas e das peculiaridades de cada uma, como recursos humanos, maquinários e materiais diversos.

Neste sentido, o presente trabalho objetivou avaliar e comparar os coeficientes técnicos envolvidos no processo de desbaste, na pulverização e capinas realizadas na cultura do feijão-caupi no município de Missão Velha-CE em função da população inicial desejada.

Material e Métodos

O experimento foi realizado no Sitio Pintado no município de Missão Velha-Ceará, com localização geodésica definida pelas coordenadas  07º14’  latitude  sul  e  39º08'  longitude  oeste,  com  altitude  média  de  360  m.   A região apresenta temperatura média anual de 26ºC, umidade relativa média de 62%, precipitação média anual de 930 mm. O clima da região, segundo a classificação de Köeppen, é do tipo Bsh, definido como semiárido quente. O solo da área experimental foi classificado como Argissolo Amarelo de textura franco-arenosa.

Foram determinados os coeficientes técnicos das atividades envolvidas na cultura do feijão caupi (Vigna

unguiculat (L.) Walp.) considerando uma população inicial de 40.000, 60.000 e 80.000 plantas por hectare,

mensurando-se o tempo necessário para executar cada atividade. Todas as atividades foram manuais, calculadas na unidade dias-homem (DH).

Foi realizado o desbaste manual em função da emergência de duas ou três plantas de feijão por cova, visando deixar no campo apenas uma planta por cova. Para o cálculo do número de Dias-Homem necessários foi utilizada a equação 1.

Equação 1:

DH = Tempo * 10000 C * Esp * 8

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em que,

DH – dias-Homem (dias ha-1);

Tempo – tempo gasto para desbastar uma fileira da parcela experimental (h); 10000 – valor de um hectare (m2 ha-1);

C – comprimento da parcela experimental (m);

Esp – espaçamento entre fileiras da cultura do feijão (m); e 8 – Número de horas trabalhadas por dia (h dia-1).

Em todas as parcelas foi necessário a aplicação do inseticida Lorsban 480 BR, para controle do pulgão e mosca branca, pragas chave da cultura. Tal aplicação foi realizada em duas épocas, sendo a primeira no dia 30/08/2012 (20 DAS) e a segunda no dia 19/09/2012 (40 DAS). Esta atividade foi realizada manualmente com pulverizador costal com tanque com capacidade de 20 L de calda. Foi determinado o número de dias-homem marcando-se o tempo necessário para pulverizar toda a área experimental, evidenciando que a prática dos agricultores é pulverizar cada fileira de feijão individualmente, desta forma, foi quantificado o número de metros de todas as fileiras de feijão no experimento, que foram 45 fileiras com 60 metros de comprimento, totalizando 2700 metros. Desta forma, o número de dias-homem foi calculado conforme a equação abaixo:

Equação 2:

DH = Tempo * 10000 M * Esp *8

em que,

DH – dias-Homem (dias ha-1);

Tempo – tempo gasto para pulverizar a área experimental (h); 10000 – valor de um hectare (m2 ha-1);

M – metros de fileiras de feijão na área total do experimento (m); Esp – espaçamento entre fileiras da cultura do feijão (m); e 8 – Número de horas trabalhadas por dia (h dia-1).

Foram realizadas duas capinas, sendo a primeira no dia 24/08/2012 (14 DAS) e a segunda no dia 17/09/2012 (38 DAS). Tal atividade foi realizada manualmente com enxada, sendo cronometrado o tempo gasto para capinar cada parcela experimental, e a seguir foi obtido o número de dias-homem necessários para capinar um hectare, conforme a equação abaixo:

Equação 3: DH = Tempo Área * 8 em que,

DH – dias-Homem (dias ha-1);

Tempo – Tempo gasto para capinar a parcela (h); área – área da parcela (ha); e

8 – Número de horas trabalhadas por dia.

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Resultados e Discussão

As características operacionais durante o processo de desbaste na cultura do feijão-caupi estão descritas na Tabela 1. O desbaste se faz necessário para evitar a competição por nutrientes e permitir com que a planta possa se desenvolver de forma significativa.

Dentre os fatores a serem observados no manejo do feijão-caupi, o número de plantas por unidade de área é um dos mais importantes, por influenciar significativamente no seu rendimento, e seus efeitos podem variar com o tipo da planta, notadamente quando plantas de porte ereto e semiereto são usadas (Tripathi & Singh, 1986).

O desbaste na propriedade foi realizado 15 dias após a semeadura. Pode-se perceber a partir da análise dos dados (Tabela 1), que para a realização do desbaste no caupi quanto maior a população inicial, maior é o tempo e a mão-de-obra utilizada na operação, onde o espaçamento continua o mesmo, porém a densidade de plantas no local aumenta consideravelmente, em função da população inicial.

De acordo com Souza et al. (2012) características como a produção de grãos por planta, e o rendimento de grãos são afetados quando não são realizados os tratos culturais necessários a cultura, considerando que se deve deixar o espaçamento recomendado. Ressalta-se quer o aumento na densidade populacional consequentemente eleva o número de dias-homem para concluir a atividade, onde os resultados da operação serão refletidos na elevação do custo de produção.

Tabela 1 – Coeficientes técnicos para o desbaste da cultura do feijão-caupi.

População Inicial Tempo h Comprimento m Espaçamento m Dias-Homem dias ha-1

40000 0,013 10 0,5 3,25

60000 0,019 10 0,5 4,75

80000 0,025 10 0,5 6,25

Quando se trata da pulverização, que foi realizada com a aplicação de inseticida Lorsban 480 BR, verifica-se na Tabela 2 na segunda aplicação, ocorreumaior gasto de tempo e mão-de-obra quando comparada a primeira. Este fato pode ser explicado devido ao aumento considerável de massa aérea vegetal da população inicial, que faz com que a densidade de plantas se torne significativa e assim seja necessário um maior tempo de aplicação do produto na área determinada.

Tabela 2 – Coeficientes técnicos para a primeira e segunda pulverização realizada na cultura do feijão-caupi. Pulverização Tempo h Metros de fileiras m Espaçamento m Dias-Homem dias ha-1

Primeira 3 2700 0,5 2,78

Segunda 4 2700 0,5 3,70

As plantas de feijão-caupi foram mantidas em campo limpo, por meio de capinas, com auxílio de enxadas para evitar concorrência com as plantas daninhas, fato que pode interferir de forma significativa na produtividade, onde tal atividade foi realizada manualmente para cada parcela experimental. Observa-se na Tabela 3 e 4 que a realização de capinas durante a primeira e segunda operação da atividade foi elevando a quantidade de dias-homem e o tempo de operação em função da população inicial.

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Com relação à segunda operação de capina na propriedade, pode se observar na tabela abaixo que para a população inicial de 80000 plantas/ha demandou maior tempo e consequentemente maior utilização da de-obra. Quando se compara este valor com a primeira capina, pode-se perceber que o aumento do tempo e da mão-de-obra está correlacionado com o período que a cultura necessita para expressar suas características, principalmente de crescimento vegetativo. Tal atividade pode expor seus resultados nos custos do produtor. Ressalta-se que a eficiência desta operação depende da qualificação da mão de obra e da condição do equipamento de trabalho, fatos que podem alterar para mais ou menos os valores observados neste trabalho. Tabela 3 – Coeficientes técnicos para a primeira capina realizada na cultura do feijão-caupi.

População Inicial Tempo H Área ha Dias-Homem dias ha-1

40000 0,21 0,0025 10,5

60000 0,22 0,0025 11,0

80000 0,24 0,0025 12,0

Tabela 4 – Coeficientes técnicos para a segunda capina realizada na cultura do feijão-caupi.

População Inicial Tempo H Área ha Dias-Homem dias ha-1

40000 0,23 0,0025 11,5

60000 0,24 0,0025 12,0

80000 0,27 0,0025 13,5

Conclusões

De acordo com os dados analisados pode-se concluir que os coeficientes técnicos para a operação de desbaste e as capinas realizadas na cultura do feijão caupi sofrem alterações em função da população inicial desejada, com maiores valores observado para as maiores populações. A capina apresentou-se como a atividade mais dispendiosa em relação ao tempo e a mão-de-obra para executar as operações, constatando que tal atividade pode acarretar maiores custos para o produtor.

Referências

BEULKE R.; BERTO D.J. Metodologia de custo no agronegócio: Um estudo de caso na cultura da soja (convencional e transgênica). Revista do conselho regional de contabilidade do Rio Grande do Sul, v.119, p.26-41, 2004.

CREPALDI, S.A.. Contabilidade Rural: uma abordagem decisória. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1998. 340p.

FREIRE FILHO, F. R.; LIMA, J. A. A.; RIBEIRO, V Q. Feijão-caupi: avanços tecnológicos. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica. 519p. 2005

LIMA, C. J. G. S.; OLIVEIRA, F. A.; MEDEIROS, J. F.; OLIVEIRA, M. K. T.; JÚNIOR, A. B. A.; Resposta do Feijão Caupi a Salinidade da Água de Irrigação. Revista Verde, v. 02, n. 02, p. 79–86, 2007.

SILVA, K. J. D. e. Estatística da produção de feijão-caupi. 2009. Disponível em: <http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=34241>. Acessado em: 19 mar. 2013.

SOUZA, A. S. OLIVEIRA, R. R. T. de, MELO, B. A. de, PEREIRA, F. H. F. Rendimento do feijão-caupi sob interferência de plantas daninhas. In: XXVIII Congresso Basileiro de Ciência das Plantas Daninhas na Era da Tecnologia, Campo Grande, p. 151-155, 2012.

TRIPATHI, S.S.; SINGH, P.P. The association of planting density and plant type in French bean (Phaseolus vulgaris). Experimental Agriculture, Cambridge, Grã-Bretanha, v.22, n.4, p.427-429, 1986.

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