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RESTAURAÇÕES BIOLÓGICAS EM DENTES DECÍDUOS: REVISÃO DE LITERATURA

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RESTAURAÇÕES BIOLÓGICAS EM DENTES DECÍDUOS:

REVISÃO DE LITERATURA

BIOLOGICAL RESTORATIONS IN DECIDOUS TEETH: LITERATURE REVIEW

alEssandro lEitE cavalcanti

fErnanda stEla fErnandEsdE olivEira

Professor da Disciplina de Odontopediatria do Curso de Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Cirurgiã-dentista – Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)

rEsUmo

Um problema bastante comum na clínica in-fantil é a restauração de dentes extensamente destruídos por cárie ou traumatismo. Entretan-to, atualmente se reconhece a importância de se preservar os dentes decíduos até o período cor-reto de sua esfoliação. A técnica de restauração biológica utiliza fragmentos dentários obtidos de dentes humanos extraídos ou esfoliados, os quais foram previamente esterilizados e arma-zenados em um banco de dentes. Esta revisão de literatura analisa os aspectos históricos da técni-ca de restauração biológitécni-ca e suas vantagens e desvantagens, do banco de dentes e da técnica operatória. Pode-se concluir que a utilização da técnica de restauração biológica devolve a estéti-ca e a função perdidas, constituindo-se em uma alternativa para a reabilitação de dentes decídu-os extensamente destruíddecídu-os.

Palavras-chave: dente decíduo – colageM dentáRia – odontoPediatRia.

aBstract

A problem commonly faced in pediatric dental clinic is the restoration of teeth severely destroyed by trauma or caries. However, the importance of preserving the integrity of primary dentition until the appropriate exfoliation time is well recognized. A biologic restoration technique using dental fragments obtained from extracted human teeth which had been previously sterilized and stored in a tooth bank. This review article examines biological restorations as to historical aspects, bank teeth, advantages and disadvantages, and operatory technique. We concluded that the use of biologic restorations resulted in clinical success as well as recovered function and esthetics, being an alternative to prosthodontic restoration for severely-destroyed primary teeth.

Keyword: deciduousteeth – dental bonding

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introdUção

A promoção de saúde bucal propos-ta pela odontologia moderna é abraçada pela Odontopediatria, na qual as medi-das preventivas têm importância fun-damental, pois é essa especialidade da odontologia que tem acesso ao paciente no seu início de vida. Apesar de tantos meios e métodos preventivos, ainda é necessário lançar mão das técnicas res-tauradoras na reabilitação de dentes

de-cíduos extensamente destruídos.1

O tratamento indicado para dentes decíduos com grande destruição coro-nária foi, por muito tempo, a exodontia, com posterior reabilitação protética. No entanto, a importância de se preservar a integridade da dentição decídua até a sua esfoliação fisiológica é amplamen-te reconhecida. A ausência prematura de dentes decíduos pode acarretar inú-meras alterações, como diminuição da eficiência mastigatória, desvio no pa-drão de deglutição, distúrbios fonéticos, possíveis instalações de hábitos indese-jáveis, além de perda de espaço e con-sequente desequilíbrio oclusal e com-prometimento estético, com prejuízo do desenvolvimento psicoemocional da

criança.2, 3

A despeito do incontestável avanço técnico-científico da odontologia res-tauradora, nenhum material dentário, até o presente momento, preenche, em sua totalidade, requisitos que restabele-çam plástica e funcionalmente a perda da estrutura dentária. A idealização de um material dentário restaurador tan-gencia a possibilidade de se utilizar o próprio dente. Se essa hipótese situava-se no campo da remota viabilidade, atu-almente, com a formação de um “banco de dentes decíduos”, torna-se

razoavel-mente possível.4

Desse modo, a colagem de frag-mento dentário é uma alternativa sim-ples e, quando possível, apresenta ainda a vantagem de manter as características originais do elemento dental, preen-chendo grande parte das necessidades

de uma restauração ideal, além de expor pequena quantidade de resina ao meio

bucal.5, 6, 7, 8

Com base no exposto, o presente trabalho se propõe, por meio de uma revisão de literatura, a apresentar aspec-tos relativos às indicações, vantagens e desvantagens e a técnica operatória das restaurações biológicas.

rEvisãodE litEratUra

O primeiro relato encontrado na li-teratura brasileira refere-se ao trabalho

de Tavares et al.,9 os quais descreveram

um caso de reconstrução de um dente decíduo posterior com vitalidade pul-par e grande destruição coronária, uti-lizando fragmentos provenientes de um dente humano.

Já Imparato et al.10 apontaram

al-guns aspectos para a realização dessa técnica. O primeiro deles diz respeito aos pais dos pacientes, que, às vezes, se recusavam a aceitar um fragmen-to dentário de origem desconhecida; o segundo envolve a montagem de um banco de dentes com grande número de exemplares para aumentar a proba-bilidade de escolha. No entender de

Rosenblatt e Kozmhinsky,11 o acervo do

banco de dentes é o maior responsável pelo sucesso da técnica.

Coroas e raízes naturais vindas de um banco de dentes têm sido usadas nos procedimentos de várias clínicas e laboratórios. Elas são de grande valia na manutenção do espaço protético em crianças, como substituto do pino intra-canal metálico e como uma restauração biológica para dentes decíduos

anterio-res e posterioanterio-res.12

O uso de pinos biológicos intraca-nais é uma nova opção de trabalho no campo da Odontopediatria. Ghersel et

al.2 descreveram a técnica restauradora

para dentes decíduos anteriores com grande destruição coronária, utilizando pinos confeccionados a partir de dentes decíduos extraídos e restaurações com coroas de resina composta e matriz de

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celuloide. Concluíram que essa técnica é viável para ser realizada em consultó-rio particular, com excelentes resulta-dos clínicos capazes de devolver ao pa-ciente as funções mastigatória, fonética e estética.

Atualmente, também vem sendo empregada a colagem heterógena na confecção de facetas de esmalte para o tratamento de dentes decíduos

anterio-res comprometidos esteticamente.13

A utilização de coroas naturais na restauração de dentes decíduos muito comprometidos pela lesão possibilita anatomia e estética extraordinárias, pre-servação da coloração natural dos den-tes, bem como comportamento ideal das restaurações, no que se refere aos desgastes fisiológicos, lisura superficial

e adaptação cervical.6, 14

Vale ressaltar que, apesar de a téc-nica ser simples, ela requer habilidade profissional para preparar e adaptar as coroas naturais e os pinos intracanais decíduos, lembrando-se, ainda, que os pais devem receber informação prévia para, posteriormente, aceitar e consen-tir o uso de elementos dentários obtidos a partir de um banco de dentes.

BancodE dEntEs dEcídUos

Para a realização das restaurações biológicas, é imprescindível a monta-gem de um banco de dentes decíduos, de modo que se possa dispor de uma quantidade suficiente de elementos dentários, favorecendo a seleção e per-mitindo a restauração do dente com a

forma e dimensões próximas do ideal.10

Os dentes adquiridos são consi-derados como fontes de infecção e, portanto, devem ser submetidos a um processo criterioso de limpeza e

esteri-lização.15, 16, 17 Com a coleta do dente

de-cíduo em “estado bruto”, é importante sua manutenção em solução fisiológica. Antes, porém, ele deverá ser higieniza-do com água oxigenada 10 volumes, por 24 horas, seguido de lavagem em água corrente. Previamente à sua utilização

efetiva, o dente é autoclavado (121ºC - 20 minutos). Outra excelente opção é a esterilização por raios gama, posto que estes ocasionam mínimas alterações no

esmalte e na dentina.15

Alves Neto et al.1 preconizaram,

para o tratamento dos dentes, a sua imersão em formalina a 10% (proporção de 7,5 ml de solução por dente) em temperatura ambiente por um período mínimo de duas semanas, porém ressaltaram as desvantagens de seu uso pelo fato da formalina ser cáustica, ter odor desagradável e de ter efeitos carcinogênicos. Com relação à estocagem após a esterilização, os dentes precisam ser mantidos hidratados, pois, se estiverem desidratados, ficam friáveis e fraturam-se facilmente, além de apresentarem pouca penetração aos adesivos dentinários de última geração, que são hidrofílicos.

Indicações e Contraindicações Constituem-se indicação dessa téc-nica aqueles elementos dentários que apresentam destruição parcial ou to-tal da coroa, estando a polpa sadia ou

tratada endodonticamente18, 19, 20 No

que concerne às contraindicações, es-tão aqueles dentes que não possuam o preparo cavitário com profundidade suficiente ou por extrusão do seu anta-gonista, deixando de existir espaço sufi-ciente para colagem, o que pode levar a fraturas.

Vantagens e Desvantagens

São vantagens dessa técnica: 1) pro-move o restabelecimento da função, da estética, lisura, do alinhamento e con-torno originais do dente; 2) a guia in-cisal é mantida e o desgaste fisiológico do dente colado é semelhante ao dos dentes adjacentes; 3) a técnica é muito simples de ser realizada, é conservadora

e de baixo custo para o paciente.6, 7

Dentre as desvantagens, estão: 1) se o fragmento dentário não estiver bem

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hidratado no momento da colagem, po-derá ocorrer diferença de cor; 2) exis-te a possibilidade de deslocamento do fragmento, caso o isolamento não seja adequado; 3) dificuldade em se obter um banco de dentes e ainda a aceitação

desse material por parte da população.6, 7

técnica opEratória

Segundo Duarte et al.,21 a técnica

operatória para a execução das restau-rações biológicas consiste basicamente de três etapas: Fase Clínica Inicial; Fase Laboratorial; e Fase Clínica Final. Fase Clínica Inicial

Feita uma criteriosa seleção do caso, baseando-se nas análises clínicas e ra-diográficas, inicia-se a primeira fase da restauração biológica, preparando o dente que receberá o fragmento. Após a remoção do isolamento absoluto, é re-alizada a moldagem com alginato para a obtenção do modelo de trabalho. As siliconas de adição e de condensação também são utilizadas, sendo conside-radas por muitos a melhor opção, por

oferecer um modelo mais perfeito.19, 22

Fase Laboratorial

Concluída a moldagem, a etapa se-guinte consiste na seleção dos fragmen-tos de acordo com os diâmetros mésio-distal e vestíbulo-lingual do dente a ser restaurado, por meio da análise do modelo e com o auxílio de um

compas-so de ponta seca,22, 23 para, em seguida,

serem preparados com pontas diaman-tadas, em alta rotação, sob intensa re-frigeração ar/água, evitando o aumento de temperatura no momento do corte e, com isso, a desidratação do fragmen-to.13, 24 O ajuste cérvico-oclusal pode ser

efetuado com discos de carburundum.19

A adaptação da peça dentária ao modelo de trabalho se dá por desgastes em tentativas, e este último poderá ter os limites do preparo demarcados com

grafite22, 24, 25 ou tinta azul,26 facilitando

o ajuste de modo que, quando em con-tato com o dente selecionado, as áreas

do fragmento a serem desgastadas fica-riam marcadas. A adaptação final

pode-rá ser realizada diretamente na boca19 ou

no modelo de trabalho, nos quais, por meio da “Técnica do Reembasamento”, o espaço vazio entre o modelo e o dente

será preenchido com resina composta.2

Fase Clínica Final

Nessa fase clínica da restauração biológica, realiza-se a colagem propria-mente dita, para a qual diversos mate-riais têm sido citados na literatura, entre eles, as resinas compostas

autopolimeri-záveis9 e fotopolimerizáveis,19, 27

fluidifi-cadas ou não pelos seus próprios adesi-vos, os cimentos de ionômero de vidro, mais indicados para a cimentação de

pi-nos biológicos3 e os cimentos resinosos

duais.2, 16, 13, 24 Lourenço et al.26

defende-ram o uso do cimento resinoso dual por garantir uma completa polimerização, dando maior segurança em relação às resinas fotopolimerizáveis, nas quais a polimerização total torna-se duvidosa pela dificuldade de passagem da luz.

O acabamento, após a remoção do isolamento absoluto, é feito com discos

de óxido de alumínio,24 pontas

diaman-tadas para o acabamento de resina

com-posta e tiras de lixa.2, 3, 22, 26 Em seguida,

a oclusão é testada com fita carbono, aliviando os possíveis contatos prema-turos; desse procedimento, executa-se o polimento com pontas de silicone. O exame radiográfico deverá ser feito após a conclusão da colagem, pois a radiografia final é de fundamental im-portância para que se possa verificar os excessos proximais, a adaptação do

frag-mento e a proservação do caso.4

discUssão

Frequentemente, pesquisadores procuram por meio de modificações nos princípios dos preparos cavitários, associado ao aprimoramento dos mate-riais restauradores, torná-los com qua-lidades mais preventivas, dando-lhes solução estética-funcional próxima do

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A colagem heterógena surgiu como opção restauradora, biologicamente mais compatível, pois utiliza como ma-terial restaurador o esmalte e a dentina provenientes de dentes extraídos e/ou esfoliados. O termo mais correto para se referir a essa técnica, embora não seja comumente utilizado pela maioria dos autores, seria colagem homógena e não heterógena, uma vez que os fragmentos dentários provêmd de seres da mesma

espécie e não de espécies diferentes.22

De acordo com Gabrielli et al.,25

inicialmente a colagem heterógena ou restauração biológica estava indicada para a reconstrução coronária de den-tes permanenden-tes anteriores que tives-sem pelo menos um terço de sua bor-da incisal comprometibor-da. Atualmente, encontra-se na literatura o seu emprego na confecção de coroas totais anteriores

e posteriores decíduas16, na

reconstru-ção de coroas parcialmente destruídas,2

,6, 22, 28, facetas estéticas,13, 24 pinos

bioló-gicos intrarradiculares,13 próteses fixas e

removíveis,24 estando sempre indicada

quando for alcançado um ajuste satisfa-tório entre o dente e o fragmento

den-tário selecionado.4 Sua contraindicação

se dá nos casos de envolvimento perio-dontal, cujo término do preparo se

lo-calize muito abaixo do nível gengival25

e em molares com destruição parcial da coroa, nos quais o preparo cavitário não ofereça extensão e profundidade sufi-cientes para acomodar um fragmento

com espessura razoável.28

O banco de dentes, essencial para a realização dessa técnica, é formado a partir da doação de dentes extraídos ou

esfoliados, totalmente hígidos ou não.6,

11, 27 Uma vez recebidos, são submetidos

aos cuidados de limpeza mecânica, pas-sando, em seguida, por um processo de desinfecção em água oxigenada 10

volu-mes ou hipoclorito de sódio a 0,5%.29, 30

Após os procedimentos de higiene, os dentes são estocados em meio

aquo-so, como soro fisiológico4, 9, 25 ou água

destilada,19 sob refrigeração,

mantendo-se hidratados, o que reduz o risco de

fratura e favorece a penetração de ade-sivos dentinários hidrofílicos de última

geração.13, 28 No entanto, Rosenblatt

e Kozmhinsky,11 após terem utilizado

dentes armazenados a seco, por mais de doze anos, na realização de colagens heterógenas, não verificaram interfe-rências na adesividade dos sistemas re-sinosos e concluíram que esse meio de estocagem facilita a implantação de ban-co de dentes por simplificar seu aban-condi- acondi-cionamento.

Diversas são as substâncias quími-cas e os métodos relatados na literatu-ra paliteratu-ra a esterilização dos fliteratu-ragmentos

dentários, como: glutaraldeído a 2%,22

formalina a 10%,2, 16, 22, 26 óxido de

etile-no e radiação gama.3, 22 Todavia, o único

processo comprovadamente eficaz é a autoclavagem, sendo considerado o

me-lhor por muitos pesquisadores.9, 13, 17, 29

De acordo com a literatura consultada, a temperatura de 120°C é a mais utili-zada, com tempo de exposição variando

entre 15 minutos,9, 16, 26 30 minutos17, 24 e

40 minutos.13, 27

É cediço que ocorre uma leve varia-ção na coloravaria-ção dentária entre o frag-mento e o dente. O fragfrag-mento dentário se mostra mais opaco devido ao fato de estar fora do ambiente bucal, tornando-se desidratado. Mas, no prazo máximo de 20 dias, geralmente entre dois e sete dias, a tendência é a restauração se rei-dratar por meio da saliva,

aproximando-se das tonalidades dos demais dentes.4,

21, 24, 27

A estética obtida com a técnica da restauração biológica, de acordo com a maioria dos autores, é superior à que se consegue com outros materiais, pois se mantêm as características anatômicas dentárias, além de uma excelente lisu-ra superficial e a presença do próprio

desgaste fisiológico do dente.3, 8, 9, 13, 22,

29 Somam-se, ainda, a essas vantagens:

a diminuição do tempo de cadeira do paciente, quando comparado com as técnicas diretas, muito importante para

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a clínica odontológica infantil; a con-servação de estrutura dental sadia; uma melhor adaptação cervical em relação às coroas de aço; uma menor quantidade de material restaurador exposta ao meio bucal; um ótimo desempenho clínico em relação à fratura, retenção e função; a ausência de sensibilidade pós-ope-ratória e reincidência de cárie; a saúde periodontal; e o fato de ser uma técni-ca relativamente fácil de ser executada e de baixo custo, extremamente viável para um país com grandes dificuldades

financeiras como o Brasil.4, 19, 23, 27, 28

Apesar da grande quantidade de re-sultados encorajadores, a restauração biológica apresenta algumas desvanta-gens que dificultam a sua aplicação na clínica odontológica no dia a dia, como a necessidade de formação de um banco de dentes com um grande acervo, para que se possa trabalhar com liberdade de escolha, dificuldades para a adaptação do fragmento ao preparo, tornando a

fase laboratorial relativamente difícil28

e a recusa, por parte das famílias, em aceitar um fragmento dentário de

ori-gem desconhecida.4, 13, 23 Sobre este

últi-mo aspecto, é necessário que os pais ou responsáveis sejam devidamente infor-mados de que os elementos dentários utilizados passaram por um rigoroso

controle de desinfeção e esterilização.6

Hebling et al.,22 em contraposição

a esses achados, afirmaram que a cola-gem de fragmentos dentários, na prática odontopediátrica, surgiu com grandes expectativas, pois os autores encontra-ram muita facilidade para a formação de banco de dentes. O preconceito por parte dos responsáveis, em relação à uti-lização de dentes de terceiros, não foi

observado por Pereira et al.,27 uma vez

que se preocuparam em dar explicações prévias sobre a técnica a ser utilizada, inclusive sobre as medidas de esteriliza-ção empregadas, considerando essa pre-caução de vital importância para conse-guir a colaboração do responsável.

conclUsõEs

A partir da literatura consultada, pôde-se concluir que a técnica alterna-tiva de colagem de fragmentos dentá-rios ou restaurações biológicas demons-tra ser uma alternativa viável, devido à aplicabilidade clínica, segurança para o paciente, facilidade de execução, baixo custo e estética favorável. Ademais, essa técnica possibilita a recuperação da ana-tomia e da função perdidas, devolvendo ao dente restaurado condições próximas ao normal.

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Recebimento do artigo: 22/7/08 Aprovado: 10/10/08

Referências

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