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Desigualdade de Oportunidades na América Latina: Bem Estar Econômico, Educação e Saúde

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Desigualdade de Oportunidades na América

Latina: Bem Estar Econômico, Educação e Saúde

Anna Crespo e Francisco Ferreira

Rafael Borges 24 de maio de 2012

(2)

Introdução

I Banco Mundial (2005): mais da metade dos países da AL

apresentem Gini de renda superior a 0.50.

I Evidências de grandes desigualdades em outras dimensões:

propriedade da terra, nível de escolaridade, variáveis de saúde, alocações de poder e inuência.

I O foco deste estudo: a parte dessas desigualdades que se

originam de diferenças nas oportunidades iniciais, ou coincidências da vida.

I São diferenças provenientes de circunstâncias que escapam

totalmente do controle individual

I raça e cor

I local de nascimento I família

(3)

Introdução

I Desigualdade de oportunidade, além de injusto, pode ser

prejudicial à eciência econômica.

I Ao se privar uma grande porção da população da oportunidade

de adquirir capital humano ou outros investimentos potencialmente lucrativos, reduz-se o pool de talentos e portfolio de investimetos da economia.

I Desigualdade de riqueza pode se traduzir em desigualdades

políticas, criando e reproduzindo instituições de governança viciadas, mais preocupadas em manter privilégios que em promover competição e inovação.

I Mas nem todas as desigualdades são igualmente ruins:

I Positiva: reexos de diferenças de esforço e que podem ser

rastreadas de volta a escolhas feitas pelos indivíduos

(4)

Introdução

I A idéia é decompor a desigualdade total nestas 2 partes. I Fator complicador: escolhas dos indivíduos são afetadas pelas

circunstâncias.

I O background familiar afeta o nível de renda de uma pessoa:

I Diretamente: habilidade dos pais de ajudar o lho a encontrar

um emprego.

I Indiretamente: atitude do pai para com os estudos da criança.

I Seguindo a literatura, este estudo trata estes efeitos como

(5)

Introdução

(6)

Introdução

I São considerados:

I 3 conceitos de bem estar econômico (renda do trabalho, renda

total e consumo).

I Performance acadêmica. I Saúde e nutrição infantil.

I Comparações são feitas ao longo de 3 dimensões:

I países

I conceitos de bem estar

I circunstâncias especícas que juntas denem o conjunto de

(7)

Mensuração da Desigualdade de Oportunidades

yi = f (Ci,Ei,ui)

Ei = g (Ci,vi) (1) onde yi é uma variável de resultado (ex: renda), e Ci e Ei são

vetores de variáveis de circunstâncias e esforço para o indivíduo i, respectivamente.

Os termos de erro são ui e vi, e g (Ci,vi) representa um conjunto de equações, uma para cada variável de esforço.

(8)

Mensuração da Desigualdade de Oportunidades

I Igualdade de oportunidade: sem diferenças entre as

distribuições da variável de interesse de grupos que são idênticos, exceto pelas circunstâncias.

I Equivalente a exigir que a distribuição da variável de interesse

seja independente de cada variável de circunstância: F (y|C) = F (y)

I Dado (1), implica que circunstâncias não devem afetar a

variável de interesse nem diretamente nem indiretamente.

Example

y =salários, C =gênero e E =nível educacional. Para haver igualdade de oportunidades, requer-se que homens apresentem a mesma distribuição de salários que mulheres, tanto porque não existe discriminação de gênero quanto porque não há diferenças na distribuição de nível de escolaridade entre os gêneros.

(9)

Mensuração da Desigualdade de Oportunidades

I Igualde de oportunidades não é a regra.

I Uma abordagem natural para mensurarmos a desigualdade de

oportunidades é tentar quanticar em quanto F (y|C) se distancia de F (y).

I O primeiro passo: denir um conjunto de variáveis de

circunstâncias a serem consideradas, uma vez que nem todas as variáveis relevantes são observadas.

I Abordagem não paramétrica: decomposição intra (esforço) e

entre (oportunidades) grupos da desigualdade. Dentro de cada grupo, indivíduos enfrentam as mesmas circunstâncias.

I Abordagem paramétrica: estimar (1) parametricamente e

simular os resultados individuais em um cenário contrafactual no qual todos compartilham das mesmas circunstâncias, isto é,

¯

(10)

Desigualdade de Oportunidades na AL

I Ferreira e Gignoux(2008): comparações entre Brasil,

Colombia, Equador, Nicaragua, Panama e Peru.

I Desigualdade de bem estar econômico é alto, mas varia

substancilamente entre os países.

I Dados de pesquisas domiciliares (PNAD 1996 para o Brasil). I Conjunto de circunstâncias uniforme entre países:

I raça ou etnia (auto reportado ou capacidade de falar língua

indígena).

I ocupação do pai (relacionado a agricultura ou não). I educação dos pais (analfabeto/desconhecido, primária,

secundária/+).

I local de nascimento (3 regiões possíveis, segundo nível de

desenvolvimento).

(11)

Desigualdade de Oportunidades na América Latina

Figura: Decomposição da desigualdade de salários em desigualdade de oportunidades e um termo residual.

(12)

Desigualdade de Oportunidades na América Latina

I Desigualdade de oportunidade responde por uma parcela

signicativa, mas não dominante da desigualdade total de salários.

I 20% na Colômbia até 35% no Brasil.

I Estas estimativas são lower-bounds, logo subestimam a

importância da desigualdade de oportunidades.

I Apenas indivíduos com renda positiva são incluídos na análise,

e ignoram auto seleção na força de trabalho, que pode ser também afetado por oportunidades desiguais.

I O número de categorias para cada variável de circunstância é 3

ou menos, a m de reduzir o número de células com poucas observações.

(13)

Desigualdade de Oportunidades na América Latina

I A Figura 2 mostra ainda que o rank de desigualdade total não

coincide com aquele de desigualdade de oportunidades: correlação é de apenas 31%.

I Colombia apresenta a menor desigualdade total, mas possui

mais desigualdade de oportunidades que o Panama.

I Brasil é, de longe, mais desigual em oportunidades, mas é

apenas o quarto em desigualdade total.

I A Figura 3 a seguir apresenta a mesma análise, considerando

(14)

Desigualdade de Oportunidades na América Latina

Figura: Decomposição da desigualdade de renda domiciliar per capita em desigualdade de oportunidades e um termo residual.

(15)

Desigualdade de Oportunidades na América Latina

I A fração explicada por desigualdade de oportunidades é

ligeiramente maior: 23% a 35%.

I Ranks ainda não coincidem, mas a correlação é muito superior:

60%.

I Circunstâncias afetam outros determinantes da renda

domiciliar além de salários, como composição do domicílio, renda de capitais e transferências.

I A Figura 4 considera consumo domiciliar per capita. I Desigualdade geral é menor, mas a importância da

desigualdade de oportunidades é maior: 24% a 50%.

I Consistente com a hipótese de que medidas de desigualdade de

oportunidades baseadas em renda/salários tendem a

subestimar desigualdade de oportunidades ao longo da vida, devido a erros de medida e rendas transitórias contribuirem para uma maior desigualdade atribuída a esforço.

(16)

Desigualdade de Oportunidades na América Latina

Figura: Decomposição da desigualdade de consumo domiciliar per capita em desigualdade de oportunidades e um termo residual.

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Desigualdade de Oportunidades na América Latina

I Para uma política combater a desigualdade de oportunidade, é

fundamental compreender o impacto de cada circuntância que a gera.

I A Figura 5 apresenta o efeito parcial de cada circuntância,

para cada país.

I No Brasil, 10% da desigualdade de renda domiciliar per capita

pode ser explicada pela raça do chefe do domicílio.

I Educação da mãe é a circunstância com maior poder

explicativo.

I Na maioria dos países, é seguida por educação do pai e

ocupação.

I Cada circunstância explica mais da desigualdade do consumo

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Desigualdade de Oportunidades na América Latina

Figura: Decomposição da desigualdade de consumo domiciliar per capita em desigualdade de oportunidades e um termo residual.

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Desigualdade de Oportunidades Educacionais

I Ferranti el al. (2003): Gini de anos de educação para

Colombia, Rep. Dominicana, El Salvador, Guatemala e Nicaragua são maiores que 50%.

I Evidências de que no Chile e Brasil qualidade de educação e

status socioeconômico dos estudantes é fortemente correlacionado.

I Uso de anos de educação é o mais comum, porém não ideal

devido a heterogeneidades nos sistemas educacionais dos países.

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Desigualdade de Oportunidades Educacionais

I Ferreira e Gignoux (2007): variável de interesse é o resultado

de testes do Program of International Student Assessment (PISA) da OCDE, realizado em diversos países em 2000 e 2002.

I Principal vantagem: alto nível de comparabilidade entre países I Na América Latina: Argentina, Peru, Brasil, Chile e Mexico. I Todas as crianças zeram testes de leitura, e a metade foi

(21)

Desigualdade de Oportunidades Educacionais

I Circunstâncias:

I gênero

I educação dos pais (5 categorias: sem instrução, primária, lower

secondary, upper secondary, faculdade)

I ocupação do pai (3 categorias: alta qualicação, baixa

qualicação, rural)

I localização da escola (densidade geográca)

I As Figuras 22 e 23 apresentam as parcelas da desigualdade da

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Desigualdade de Oportunidades Educacionais

Figura: Parcela da desigualdade atribuída às oportunidades: testes de Matemática

(23)

Desigualdade de Oportunidades Educacionais

Figura: Parcela da desigualdade atribuída às oportunidades: testes de Leitura

(24)

Desigualdade de Oportunidades Educacionais

I Características pré-determinadas respondem por 15% a 25%

da desigualdade total.

I Em geral, resultados semelhantes para leitura e matemática

(exceção é Peru).

I As parcelas são semelhantes entre os países, apesar do mesmo

não se vericar para a desigualdade total:

I a desigualdade total no Peru é o triplo da Mexicana para

matemática

I Contudo, efeitos parciais se diferenciam bastante, como visto

na Figura 8.

I É o oposto do observado no caso de renda e consumo. I A Figura 9 apresenta uma comparação entre 14 países,

(25)

Desigualdade de Oportunidades Educacionais

Figura: Efeitos parciais de cada circunstância sobre desigualdade de oportunidades educacionais

(26)

Desigualdade de Oportunidades Educacionais

Figura: Parcela da desigualdade atribuída às oportunidades: Países da AL e OCDE

(27)

Desigualdade de Oportunidades para uma Infância Saudável

I Dados de saúde conáveis estão disponíveis mais

frequentemente para crianças.

I Faz sentido atribuir alguma parcela da desigualdade na saúde

das crianças a esforço individual?

I Argumenta-se que toda a desigualdade é de oportunidade. I Uma decomposição como feita anteriormente tem

interpretação diferenciada.

I Variações em altura para uma dada idade, por exemplo, tem 3

fontes básicas:

I diferenças genéticas (natureza)

I diferenças em cuidados e educação dos responsáveis (nurture) I fatores aleatórios e idiossincráticos (sorte)

(28)

Desigualdade de Oportunidades para uma Infância Saudável

I Suponha que a distribuição de características genéticas que

determinem altura seja independente da educação dos pais, raça e local de nascimento.

I É razoável interpretar diferenças em altura média por idade

entre subgrupos da população denidos por estas

características como sendo devido a diferenças de nurture.

I Alguns fatores podem ser mais prevalentes em alguns grupos

que em outros:

I pobreza

I informações sobre dieta apropriada durante a gravidez I alocações desiguais de recursos entre meninos e meninas

(29)

Desigualdade de Oportunidades para uma Infância Saudável

I 3 variáveis de interesse

I altura por idade (efeitos de longo prazo da nutrição) I peso por idade (curto prazo)

I peso por altura por idade (curto prazo)

I Para possibilitar comparações, usou-se o z-score das variáveis.

I normalizações da distribuição original, em respeito a

distribuições da mesma variável para crianças bem-nutridas de mesma idade e gênero, seguindo recomendações da OMS.

(30)

Desigualdade de Oportunidades para uma Infância Saudável

I Dados para Bolivia, Colombia, Rep. Dominicana, Nicaragua e

Peru.

I Circunstâncias:

I educação dos pais I ocupação do pai I local de nascimento I tamanho do domicílio

I riqueza (índice de acordo com o número de duráveis no

domicílio)

(31)

Desigualdade de Oportunidades para uma Infância Saudável

Figura: Parcela da desigualdade de status nutricional atribuída às

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Desigualdade de Oportunidades para uma Infância Saudável

I Grandes variações entre países e entre resultados dentro de um

mesmo país.

I Oportunidades explicam melhor efeitos de longo prazo (altura

por idade).

I Efeitos parciais são apresentados na Figura 11.

I educação da mãe e riqueza prevalecem em todos os países I nenhuma circunstância explica muito a desigualdade dos

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Desigualdade de Oportunidades para uma Infância Saudável

Figura: Efeitos Parciais de cada circunstância sobre desigualdade

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Conclusão

I Desigualdade de oportunidade é injusta e prejudica

crescimento e desenvolvimento.

I A parcela da desigualdade total na AL atribuída a

oportunidades é signicativa.

I Varia muito de acordo com a variável de interesse:

I 20% a 30% para salários, chegando a 50% para consumo per

capita em alguns países.

I Desempenho educacional é também afetado: 15% a 20%. I Efeitos são vistos ainda sobre saúde e nutrição de crianças: 7%

a 22% para altura.

I Desigualdade total e desigualdade de oportunidades não são

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