Ano VIII
n�7
s
E
M
A
N
A
JornalLaboratório- UFSC/CCE/COM
-Florianópolis,
7a13 de novembro de 1990.NAíNTEGRA
A
Carta
de
Florianópolis
Tudoo que umaprendiz
quereteme: serlidopelo
mestre. Orepórter
José Hamilton Ribeiro, um dos mestres.página
7JORNALISTAS
DECIDEM
NÃO
SE
ENTREGAR
"Onde
estão
os
repórteres
desvendando
os
fios
que
vinculam
garimpeiros
e
políticos,
Funai
e
empresas
minersdorasgenocidios
indígenas
e
investimentos
trensnscioneis
na
Amazônia?
Quem
controla
e
lucra
com a
indústria bélica
brasileira,
uma
das dez
maiores
do
mundo?
Porque
os
consumidores brasileiros
serão
obrigados
a comer a carne
contami
nada
pela radiação
nuclear da
usina de
Chernobyl
e
estocada
há
anos
no
Rio
Grande
do
Sul?
Como
e
onde
candidatos
a
funções
políticas
errsnjem
milhões
de
dólares
para
fazer
suas
campanhas?
.I.Do1'
que
a
questão
Iundiáris
só
chega
ao
noticiário
por
seus
efeitos
trágicos
e
nunca
por
suas causas
econômicas
e
políticas?
..jJ
.
Trechododiscursodo Frei Betto, naaberturado 24?
Congresso
Naclonaicos Jo nalistas. Acobertura estáemtodasaspáginas
destaedlçao.
EDITORIAL
Acabou
afesta,
agora começa
tudo
de
novo
Santa
Cstsrine
enfrentou e venceu mais um desafio nacional. Os
Congressos
sio, emgeral,
memoráveis sempre querealizados em Santa Catarina.
Modéstia,
ora,quemodéstiaquenada,
principelmente
porque oDepartamento
deComunicação
pouco ou nada teve a ver comas coisasbem feitas desse Con
gresso.
Daqui,
defora,
perebéns
à meia dúzia de três ou
quatro
doSindicatodosJornalistasde Santa Catarina que carregou o
piano.
***
O
Zero,
agoraemsuafasesemanal,
aceita críticas, que podemserremetidas ao
endereço
abaixo.Alguns jornalistas
pre sentesaoCongresso
sentiram-se estimuladosacontribuircomsugestões
eobservações
arespeito
destaexperiência.
Sintam-se à vontade.Afinal,
Laboratório é praissomesmo.***
Algumas
páginas
destenúmero foram
diagramadas
durante oCongresso,
nasala deimpren
.se, àmedida emqueas
primei
rasmatériasiam ficandopron tas.Acabamos
ocupando
máqui
nas de escrever e espaço quea
organização
tinhareservadopara os
profissionais.
Osaprendi
zes
pedem desculpas
pelo
trans tornoeao mesmotempoagrade
cem,
pela possibilidsde
deconví vioepela paciência
com queforam tratados.
ZERO
***
MelhorPeça
GráficaI,
/I e 1/1 Set Universitário Maio BB Setembro B9 Setembro 90 Jornal Laboratório do Departa-mento de Comunicaçãodo Centro de Comunicação e Expressão da universidade Federal de Santa Ca tarina. Editado sob a responsabilidade do LaboratóriodeJornalismo Gráfico.
Supervisão:JornalistaProf. Cesar Valente(Reg. 706SC)
Colaboração: Jornalistas Profes
soresRicardoBarreto, Luiz A.Scot
todeAlmeidaeGilkaGirardello.
Redação: CCE COMUFSC, Cam
pusdaTrindade, 88035. Florianó polis
-SC - Brasil. Fone (0482)
31-9215 e 31-9490. Fax (0482)
33-4069.
bém distribuiu
alguns exemplares
doZerojornallaboratório
docurso.Vitali
Chestakov,
chefe dodeparta
mento internacional da União dos Jornalistas da URSSe VictorIougui
ne, secretário da
Organização
dosJorpalistas
deLeningrado,
falaramsobre as
mudanças
naimprensa
rus sa eda liberdade dos alunos universitários,
que estão criandoassociações
eentidades estudantisa
partir
da Perestroika.
Miguel Rivero,
secretário para a América Latina daOIJ,
queestáhá um anomorandonaTchecos
lováquia, explicou
como funciona oInstituto Internacional de Jornalis
tas. O Instituto não forma
profissio
nais,
e simespecializa aqueles
quejá
trabalham na área. Ojornalista
Jorge Espinoza, vice-presidente
daOIJ, propôs
aassinaturade convênios com a UFSCprincipalmente
com o cursodejornalismo,
procurando
umamaior
integração
entreosdoispaíses.
"Só
O
diploma
pode
moralizar
o
jornalismo"
Raquel D'Ávila
Segundo
ele,
acategoria
devese mobilizar para, através dos
sindicatos,
pressionar
osempresários
que são osmaiores interessados na
extinção
dodiploma.É
preciso
evitaroaumentodaexploração
dosjornalistas,
quecolocaem risco a
qualidade
deinfomrações,
Comofimdo
diploma
asociedadenão terámaisasgarantias
e osparâmetros
éticosdeum
profissional.
Perseu garantequeaadaptaçãodo
"foca"nomercadode
trabalho,
aocontráriodoque muitagentepensa, não é tãodifícil.
Elejá
saidauniversidadecombasetécnica,
teórica,
esuapartici
pação
nosjornais-laboratôrios
dáa experiência
deumaredação.
"Ojornalista
iniciante devesercriativo para desen
volver seu
próprio
mercado",
comple
ta.
Ele
também
ressalta que não é sócom
bonsjornalistas
quesefazumbomjornalismo.
Paraele é necessário que oleitorcobre,
exija
e reclame. Provadissoé a seçãode cartasnum
jornal:
pouquíssimas
pessoasquestionam
oquefoi
publicado.
Perseu Abramo
Perseu
Abramo,
sociólogo,
jornalis
ta e membro da
direção
nacional doPartido dos
Trabalhadores,
defende odiploma
comoaúnica maneira dorenovaro
jornalismo
emoralizarapro fissão. Oargumentoprincipal
édeque,
a
extinção
daobrigatoriedade
dodiplo-::;;;
matraztambémo fimda
regulamen-
�
tação
daprofissão
econseqüentemen-
�
te, a
"possibilidade
de distorcerasin- �formações".
j rf.Jornalistas
estrangeiros
noüep,
deImprensa
eMarketing
da UFSCSoviéticos
ecubanos viram
ascondições
do
Curso
de
Jornalismo de
Santa
Catarina
Jornalistas
estrangeiros
visitam
o
Campus.
da
UFSC
Kátia Klock
os
Chestakovjornalistas
eVictorsoviéticos VitaliIouguine,
o cubanoMiguel
Rivero e oequatoriano Jorge Espinoza aprovei
taram a tarde de
quinta-feira
paraconhecero
Campus
de UniversidadeFederal de Santa Catarina.
Acompa
nhados do diretor do
departamento
culturalede
relações
internacionaisda
Fenaj,
RamsésRamos,
eles visitaram aAssessoria de
Imprensa,
a Im prensaUniversitária,
o EscritóriodeAssuntos Internacionais na Reitoria e o Cursode Jornalismo.
Ochefe do
departamento
deComunicação,
PauloBrito,
recepcionou
e conversou com osconvidados internacionais sobre
currículos,
intercâm biose apossibilidade
de traduzirpublicações
daOrganização
Internacio nal dos Jornalistas (OIJ) através daImprensa
Universitária. Britotam-Aula
prática
ocursodejornalismoda Universidade Fede ral deSanta Catarinautilizou o24?Congresso Nacional dos Jornalistas paracomplementação
das aulas. Os alunos realizaram coberturaem
jornalismo gráfico,rádio,televisãoefotografia.
Participaram Andressa Fabris Angelita Cor rêa, Ana Carine Montero, Claudine Figueiredo Nunes, Cléia Schmitz, Cristiano Prim, Cristina
N.Gallo,DeiseFreitas,GeraldoHoffmann,
Jani-ceBarcellos, Jaques Mick, IvoneiFazzioni,lval doBracil Jr. João CarlosGranda, KarinVeras,
KátiaKlockScardelli,LauroMaeda,Marli Henic ka, Mônica Corrêa daSilva, Maria Paula C. Pe
reira,Giovana Borini, azias DeodatoAlves Jú
nior,PedroSaraiva,RaquelD'Avila,RenataRo sa; Susana Naspolini, Simone Pereira. Raquel Ellermann, Solon Soares, Chrisliane Ba!bys,
José
Hamilton
Ribeiro
Jacques
MickJosé
Hamilton Ribeiro foio
.
.
mais
antigo
dos "dinossau ros" da reportagem presen tes ao 24?Congresso
Nacio naldos Jornalistas.Começoua
escre ver no clube literário da escola emquecursava o
científico;
noinício dos anos60,Hoje
érepórter
doprograma Globo Rural e divide com AntônioCarlos Fon a
coordenação
do Sindi catodos Jornalistas de SãoPaulo,
naqualidade
device-presidente.
Jeito de
caipira paulista,
de cabelos brancos e intermináveis vincos norosto,Ribeiroé dageraçãoqueviveu
a
reportagem
comomomentomais rico do
jornalismo.
Estudava, mas de- .pois
de liderarumagrevecomopresi
dente do Centro Acadêmico de Jorna
lismo,
foiconvidado
anão renovar amatrículanafaculdade
Cásper
Líbe ro, Voltou para láanosdepois,
comoprofessor. Aprendeu
na Folha deSão
Paulo,
onde trabalhava desdeo
primeiro
ano de curso, nos tempos emqueaFolhaeraainda "umjornal
aserviço
de São Paulo".EntrounaEditora Abrilna emer
gente
Quatro'
Rodas,de ondeem seguida
saíramprofissionais
paraas redações
das revistasRealidade,
Veja'
IstoéeparaoJornalda Tarde.Passou tambémporRealidadeeVe
ja'
antes de voltar às raízes interioranas para trabalhar em
jornais
deRibeirão
Preto,
Campinas
eSãoJosé"doRioPreto porcausado AI-5. Com a
abertura,
foiparaa'
TVGlobo,
vi veroutrostipos
decensura..
Aos dois anos de
profissão,
perdeu
nosorteioumPrêmioEsso,com uma
reportagem
sobreasestradasnoCen
tro-Oeste.
Depois,
foiorepórterbrasileiro na Guerra do
Vietnã,
com 32anos,omais
jovem
doscorresponden
tes.Saiudo conflitoferido
pela explo
são de uma armadilha
vietconges
eviroucapade
jornais
erevistas.José Hamilton Ribeiro lia Dos toiévskie, nos
tempos
deRealidade,
atéviviacomo
operário
paraescrever ostextosqueinfluenciaramtodaumageraçãode
repórteres,
entre eles Ri cardoKotscho.- Eu tive um
poucodesorte,por que euacho que
repórter
é quenemgoleiro,
senãotiversorte nãosetorna bomrepórter.
OS
REPÓRTERES
Como
não
poderia
deixar
de
ser,
asestrelas
do
Congresso
foram eles
Antonio
Carlos
Fon
GeraldoHoffmann
os
"focasqueprocuravamo
.
:epórter
policial 9ue
m�i,s
Incomodou o regime mili
tar,
AntônioCarlosFon,
,
no 24�
Congresso
dosjornalistas, ouviam,
invariavelmente,
a mesmaresposta:
"É
um nordestino,magrinho,
baixinho".
Magro
eleé,
temmais ou menos um metro e meio de altura e nasceu naBahia,
há 44 anos. Masdepois
de conversar çomele,
descobre-se que existe chinêscom cara de
nordestino.
É
ocasodestefilho de chinesesdo
Cantão,
queforam barradospelo
serviço
deimigração
doCanadá,
passarampor Cubaeacabaramsefixando noBrasil.
Fon entrouna
"grande imprensa"
pela
páginas
dojornal
carioca ODia,
em 1964 , e
logo
recebeudoscolegas
o
apelido
"doutor porquê"
por suamania de perguntar. Trabalhou nas
, revistas Realidade,
Veja
e Isto é.Deixouo empregode editorna
Qua
troRodas,
parase tornar"chefe de Estado" do Sindicato dos Jornalistas de SãoPaulo,
cargoqueaindaexerce,tendo como
co-presidente
ou "chefede
governo"
outro dinossauro da reportagem brasileira,·
José Hamilton Ribeiro.A reportagem mais conhecida de Fonestáno livro"Os Porões da Di
tadura",
entrevistascomostortura dores. Aedição
do livroesgotou,mas oassuntocontinua rendendo. Atualmente, Foncontribui com
informa-ções
paraaCPI da Câmara de Verea"
dores
paulista
queinvestiga
. adescoberta de ossadas de
desaparecidos
políticos
nocemitériode Perus.- Todomundo ssbiedoPerus. Sé
quena
época ninguém
podia
irláca var. Ea Erundins deu aspás.
Estepaís
éumimenso cemitério. Agrande
merda équeeste
país
vive de verdades oficiais desde o
tempo
da escravidão.
Ele fala
baixo,
"éproentrevistadoprestar
maisatenção"
esacaneB;r
orepórter
que usagravador,
um InStrumentode trabalho
quejamais
uti lizou. Detesta tambémo"policialês",
e agramática
dejargões
folclóricosde
jornalistas
que confundem edito riadepolícia
comdistritopolicial.
Fon viumuitos
repórteres
de suageração
idolatrarem e assassinaremoestilo Truman
Capote
- ASangue
Frio e não acredita que influências
literáriasmelhoremotextodosnovos
jornalistas.
Constataqueo,espaçodareportagemvemsendo abolido desde
que "o
regime
militercomeçoua ma tarorepórter
comaditadura dasnotas
oficiais,
seguida pela
tecnoburocretizeçéo
dainformação,
a onda daespecialização
e aelitizsçéo
dorepór
ter
pelas
escolasdecomunicação.
Pra melhorar o texto é só fecharasfaculdades, Econfronterasnotas oficiais com a realidade,
Porque,
amelhor forma de contar um história
ainda sãoos.contos de carochinha",
Acima,José Hamilton Ribeiro. Noalto,àdireita,Antônio Carlos
Fon,eembaixo RicardoKotscho: três mitosda
imprensa
brasileira reunidosem
Florianópolis
durante o24�Congresso
Nacional dos Jornalistas. 11
Ricardo
Kotscho
Jacques
MickRicardo
Kotscho,
ohomemque
queria
serpadre
e acabou virando sinônimo de
repórter/reportagem,
foi osujeito
maisprocurado
no 24? Congresso Nacional dos Jornalistas..Per
deu a conta de
quantas
entrevistasdeu desde que desceu no
Aeroporto
HercílioLuz,
as17:45dequarta- felra,31. Foiomais
requisitado
naseçãode debates sobre
Democratização
daComunicação,
onde faloudotrabalhodo
jornalista.
E,
antesde irembora, já repetia
as mesmaspiadas
de umaentrevistapara outa:- Como vocês
podem
ver,jorna
lismonãoémuitobomparaoscabe
los.
Repórter
especial
do Jornal do Brasil eprofessor
de Técnica de Reportagemna
PUC,
emSãoPaulo,
Ricardo Kotscho é Jornalista há 26
anos.Falou sobreaconstruçãodain
formação,
seus limites epossibil.ida
des nocotidiano,
na manhã de I? denovembro:
- O
repórter
deixou deser aalma e ocoração
dasredações
para setransformarnummenino de recados
do
poder,
numpreenchedor
de formulários,
numcaçador
de.iresesparaadaptar
arealidade àpauta.
Kotschoédosraros
repórteres
que ainda "fazem dojornalismo
eda bus ca da verdade sua razão de viver"eque
"podem
ser contados nos dedose,
daqui
apouco, nasorelhas:
'como diz. Sólargou
aredação
noanopassado,
para ser assessordeimpr�nsa
do
candidato da Frente
Popular
aPresidência,
LuízInácio Lula da Silva. Essa história conta no álbum dacampanha
presidenci.àl
deLula,
"SemMedo de SerFeliz",
enolivrolançado
no24?Congresso,
"A Aventurada
Reportagem".o
13?queescreveu desta
vezjunto
com GilbertoDimenstein,
da Folha de São Paulo.Agora,
entreumareportagem
eoutra
do
JB,prepara
umaficção
paracrianças.
Poucashorasantesde embarcar de voltaparaSão
Paulo,
aindamostravapaciência
para dar mais�rês,
e�tre
vistase conversar com meladúzia deestudantes de Jornalismo sentados
no chãoem volta dele. O Presidente
da
Federação
Nacional dos Jornalis tas(Fenaj),
que passava porali,
acabou
fotografando
a cena compala
vras:- Tá com cara de
guru, hei Ri cardo?
CENTRAL
ZERO
O
TEMÁRIO
Democratização,
ação
sindical
e
ensino
do
Jornalismo
Na
abertura,
preocupação
com
ofuturo
Quarta.feira;
as
críticas
ao
governo
Ivaldo Brasil Jr.O 24?
Congresso
Nacionalde Jornalistas,
realizadoentre31 deoutu bro e4 denovembro,
trouxea Florianópolis
muitasfiguras
tarimba dasdojornalismo
brasileiro,
como RicardoKotscho,
José HamiltonRi beiroeAntônio Carlos Fan. Naso lenidade de abertura discursaramos
jornalista
CelsoVicenzi,
presi
dente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de
SC,
Armando Rollemberg,
presidente
daFederação
Nacional dos Jornalistas(Fenaj),
Jorge
Espinoza,
vice-presidente
daOrganização
InternacionaldosJornalistas,eFrei
Beto,
teólogo
eescritor. Os discursos mantiveram o mesmo tom
agressivo
contrao go verno e omoriopólio
naárea decomunicações,
comentando.aconjun
turaatualdopaís. Participaram
co mo observadores internacionais ocubano
Miguel
Rivero e os soviéticos Victor
louguine
eVitaliChestakoy.
O atrasodequaseumahorapara o inícioda solenidade nãode
sanimou
ninguém,
otempofoi suficiente para reencontros e muitos
abracos.
O
primeiro
a discursarfoi CelsoVicenzi que falou da
situação
caó tica vividapelo
Brasil e disse queneste congresso deve-se tirar pro
postas
para um futuromelhor. Aofalar sobre a
possível extinção
dodiploma
dejornalista
disse que é desnecessário haver"jornalistas
diplomados
se oshoráriosnobres dasTVsestãoreservadosaocooper de
Collor". O sucateamento das esta tais e os mandos-e-desmandos do
governo Collor foram duramente atacados por Vicenzi. Ele também
destacoua grevedos
jornalistas
do"jornal
deSanta Catarina"eaoperação
Papagaio
de Pirata,quando
os
jornalista
colocaramcartazesreclamandoosbaixos
salários,
quefo ramtransmitidosaovivonascoberturastelevisivas.
Asjornadas
extenuanteseas condições
de trabalhoQOs
jornalistas,
além dos baixossalários,
foramal gunspontoslevantadosporArman doRollemberg
em seudiscurso. Eledisseesperar queestefosseo mais
Ceiso Vicenzianalisa a
situação
dojornalismo
brasileiroimportante
eprodutivo
congresso em44anosdaFenaj,
istoporcausadadiversidade de assuntosempau
ta. Sobrealuta
sindical,
ele desta cou aredefinição
deumcalendário quedefinaumadatabasepara to dosostrabalhadores emempresasde
comunicação.
Afusãodos sindi catosdestaáreaéa metaprincipal
deste calendáriocomum.Rollemberg
ainda destacouapri
meira reunião do Conselho N acio nal de
Ética
quecoordenaráanova leioucódigo
deimprensa.
A Fundação
Henfil éoutra metadaFenaj,
que tem por
objetivo
criar ativida des culturais.Rollemberg
falousobreo
problema
dosregistros
ediplo
masdosjornalistas,
epretende
sairdestecongressocom uma
estratégia
definida sobreoassunto.
O momentomais
esperado
desta abertura foiodiscurso de Frei Beta.Num
linguajar
que misturavareligião
epolítica,
Frei Beta arrancoumuitos
aplausos
dopúblico
presen te.Ele acabou falando quaseomes moqueosdemaisquese revesaram na tribuna daAssembléia.
Com afrase "o
jornalismo
éa arte do imprevisto
edoimproviso",
FreiBeto foi metralhandoelegantemente
muitagente.
Ele comparou os nichos e orató
rios
antigos
comastelevisões e rádiosque sãovenerados
hoje
emto dos os lares. A"igreja
eletrônica".
não acrescenta nada e
já desperta
precocemente
aséxualidade,
éaéti ca cedendolugar
a estética. Finalizou seu discurso dizendo que os manuais de
redaçào
eestilo fariammaissucesso nasescolas de2': grau.
Depois
da solenidade de aberturafoi oferecído um
coquetel
no hallda Assembléia
Legislativa.
A festa contoucom apresençadeváriasautoridadesede um grupo ítalo-bra
sileiroque cantoue
dançou
músicastradicionais italianas.
Frei
Betto
quer
saber onde estão
os
repórteres
No.discurso,
sugestões
de
pauta
EmersonGasperin Umadas
palestras
maisespe radas do 24?Congresso
Nacio nal de Jornalistasera a de FreiBeto. O
teólogo
eescritor discutiu sobreas
relações
entrepovose pessoas, destacando a moral eaética.Para
ele,
"hoje
emdia,
moral é tudoque
favorece osvencedores".
Presonadécada de 70pordar
coberturana
fuga
de presospolí
ticos,Frei Beto terminouo curso
de
Teologia
naprisão.
De lápara cá, envolveu-se coma Teolo
gia
daLibertação
e com as Comunidades Eclesiais de Base.
Hoje,
acusa amídia defazer deSaddam Husseinum
"belzebu",
eesquecendo
aintervenção
americanaemPorto Ricoeacha
que os
jornalistas
são "heróisque acreditam que de
alguma
maneira acharão uma brechaparamostraroqueo povoreal
mentesente".
Frei Beto fez
perguntas
que,FreiBeto,nacerimônia deaberturado congresso
l
'.1 I _{
J�
_.DanielHertz, ao microfone,fala sobrea
democratização
dacomunicação
provavelmente,
muitostambém articuladora.queriam
saber as respostas. "Contaroque está acontecendo"."Quem
controla e lucra com a Comestaafirmação
aparentemen indústria bélicabrasileira,
uma tesimples
ojornalista
Ricardodas maiores do mundo? Como Kotscho falou sobreo que
pode
ser e onde candidatos conseguem feitoparasalvaradignidade
desuamilhõesde dólaresparasuasca-
profissão.
Eleexplica
que o Brasilpanhas?
Por que osplanos
de real foisubstituídopelo
Brasil ofisaúdesão
vigorosos
napublici-
cial,
queaimprensa
combativaper-"
dade e
esquálidos
na real ida- deulugar
paraimprensa
funcionade?" finalizando este
interroga-
lista e que o trabalho de rua foitório
surdo,
elepergunta:"Onde substituídopelo
telefone das reda estãoosrepórteres?"
Ogolpe
de I ções. Disse que os tecnocratas damisericórdia
veiologo
emsegui-
comunicação
instalaram os AI5sda,
com Frei Betosugerindo
dos Manuais deRedação
e que oque, para os
jornalistas,
"ma-jornalismo impresso
anda a rebonuais de ética
sejam
melhores que dbeletrônico,
quando
deveriaemaisúteisque manuaisdere- acontecero contrário. Masamaior
dação
eestilo".
preocupaçãode Kotscho dizrespei
to à honestidade doprofissional:
"podem
nãopublicar
tudo que escrevo, mas
jamais
vou escrever oque não
quero".
Paraele apossibi
lidade de
democratização
começano diaa dia das
redações.
Emboraaponte
o marasmo e o desencantodos
jornalistas atuais,
Kotscho acreditaqueainda existegente
remandocontraamaré.Ele enfatizou
a
responsabilidade
queoprofissio
nal deve ter com o seu trabalho.
Afinal: "Não sefaz
jornal
semjor-nalista".
.
Francisco Karam falou do
papel
dojornalismo
contemporâneoesualigação
omaética. Lembrando queaciência e aarte são
apropriáveis
atravésdos meios decomunicação,
ele disse que ojornalismo
é umaforma de se
apropriar
simbolicamentedo mundo. Eaí queo
código
de éticaentracomo
contraponto
aodireito de
informação.
Karam ter minoucom acitação:
"o homem estácondenadoàliberdade". Justamen te porque a escolhado caminho a
seguir depende
de cadaum:"O bemou o mal éum
problema
de moral eética,
umaquestão
de valores".À
procura da
democracia
eda
dignidade
Quinta.feira,
propostas
de
reestruturação
Karin Veras Ademocratização
da comunicaçãosó
pode
aconteceratravésdepolíticas
públicas
e daprópria
atuação
profissional.
Foramestesoste masdiscutidosnaprimeira
manhãdo
Congresso
por DanielHerz,
Ri cardo KotschoeFrancisco Karam. Herzlembrouquealutaporpolí
ticasdemocráticaséumabandeira
antiga
daFederação
Nacional dos Jornalistas e que rádio e TV seconstituem
legalmentê
comoserviços
públicos.
Dissequeosdirigen
tes dosmeiosusurpamauniversalidade da
comunicação
por interessesempresariais.
Poristopropôs
aam-.
pla
reestruturaçãodarádioeteledifusão no país. O
objetivo
da luta éfazercomqueasleiscomplemen
tareseordináriasgarantamafunção
pública
dos meios. Para istoapontouuma
estratégia
dosprofis
sionais da
comunicação
no sentidode envolveroutros setoresdasocie dade civileinvestirconcretamente para
alcançar objetivos políticos.
Indicouaformação
deumaComissãoNacionalparacuidardestesas
suntos e deu à FENAJ o
papel
deo dinheiro
parou de
cair
.do
céu.
E
agora?
Sexta.feira,
como
manter
sindicato
ChristianeBalbys
Durante o debate de sexta-feira
àtarde no24?
Congresso
Nacionalde Jornalistas discutiu-se
conjun
tura e ação sindical. Foram apre
se_!ltadas
18teses paraseremvota-dasnofinal das
discussões
queacabaram se
prolongando
até às dez da noite.Um dos temasmaispolê
micosdodebatefoioimposto
sindical,
que nãoestámaissobresponsa bilidade do governo.Agora
o recolhimento da
"contribuição",
comoéchamada
pelos profissionais,
está por contados sindicatos.O tema foi votado duas vezes,
pois,
oplenario
voltouatrásnapri
meira decisão
que
passava
para aFenaj
osalário deumdia de trabalho do
jornalista.
Os sindicatoste riam queconseguir
a suaparte de outrasformas. Nasegunda
votação
foramapresentadas
duaspropostas Emuma aFenaj
teriadireitoa50%de urn dia de salário e os outros 50%ficariaparaosindicato. Naou
tra seria 50% paraa
Fenaj
e 40%para o sindicato. A
primeira
propostasaiu vencedoracom64 votos,
que de acordo com o
regimento
aprovado
pela plenária,
correspon deuamaioriasimples.
Paraosjor
nalistas autônomosoufree
lancer,
foi decididoo recolhimento de um
diade salário
correspondente
aopi
sodo mês. Estaquantia
seráratea da entre aFenaj
e o sindicato. Odesconto-
da-contribuição
será emmarço, facultativa e comdireito a
devolução.
Também foi votada a
formação
do
"sindicatão",
um sindicato que,reúnaanívelestadual trabalhado resda área de
comunicação.
Atese deapoio
aestetema,defendidapelo
jornalista
e secretário daFenaj,
Freitas
Neto,
revive a vitória dagrevedos
gráficos,
radialistasejor
nalistasemRecife. Agreveocorreu nosmeses de
junho
ejulho
domes mo ano.Segundo
Freitas,
mostroucomo funciona na
prática
um embriãodeumsindicatounificado.
A
plenária
aprovou aformação
do
"sindicatão",
apenasnosestadosonde o processo
já esteja
maisadiantado, pois
há Estadosemqueas classes ainda não
chegaram
a um consenso.Mas,
ondenãoforpos sível aimplantação
do sindicatoúnico,
serãocriadas Intercons. Jun tocom o"sindicatão"foramaprovados encaminhamentoscomo um se
gundo
encontrodeprofissionais
decomunicação
onde será elaboradoumestatuto paraosindicato unifi
cado.
Aquele antigo
palavrão
sempre
volta:
"pelego!"
Sábado,
debates
muito
.acalorados
ChristianeBalbysQuem
nuncaparticipou
de umaassembléiade
jornalistas
teveodireito de se assustar com o verda
deiro
"quebra-pau"
que aconteceunasextae nosábadoàtardeduran
teodebateea
votação
sobreconjun-.
tura e
principalmente
ação sindical.
No decorrer dos apresentações
das teses foram intercaladas
algu
masdiscussõescomo a
prostituição
e oporte
de arma para líderesameaçados
demorte.Mas,
sóserviramparaarrancar risadasécomen táries disconsertantes da
platéia.
Depois
opresidente
daFenaj,
Armando
Rollemberg
exaltou-sedian tededeclarações
quecolocavamemdúvidao
papel
desempenhado pela
Federação
Nacional dos Jornalistas. Discursandoaos "berros", res
pondeu
a muitasacusações
que aentidadevemsofrendo dos
próprios
jornalistas.
Afirmou que elemesmocomo
presidente
esteve em váriasredações
comoa do "Estadão"e da"Folha". Ao contrário doquefalam
sobreapresençada
Federação
nasredações.
Relembrouaparticipação
da
Fenaj
nacampanha pela regula
rização
do atualmenteameaçado
diploma
parajornalistas
epela
unificação
da data-base.Rollemberg
fi nalizou dizendoque nãodeixarája
mais que aFenaj
morra, com ou semimposto
sindical.No sábadoàtardea votaçãoteve que ser suspensa
antes
que asagressõesdeixassem deserapenas
moraispara seremfísicas. Dois de
-Iegadcs
quase se "atracaram" porqueumchamouooutrode
"pelego".
Na sexta-feiraopresidente
da mesa, Américo
Antunes,
do sindicato de Minas Gerais, teve que inter romper porvárias vezes os discur sosdoscompanheiros
delegados
pa rapedir
silêncioaospresentesquenão demonstravam interesse
pela
leitura
das teses que eles teriam que votardepois.
Areunião quejá começoucomumatrasode mais deumahoratevedificuldadesem seu
andamento devido ao comporta
SOCIAL·
cachaça,
manga,
pitanga
e
um
feliz 1995
Marli Henicka
Reportagem
aoestilo de Ricardo Kots choeGilbertoDimenstein,
licores,
aguardenteeesperançasde finalmente"serfe
liz",
semmedo,
em1995,
foram asatrações,
da manhã desexta-feira,
nolança
mento do livro A Aventura da
Reporta
gem, deGilberto
Dimenstein e RicardoKotscho.
Ao sabor de licoresde mangae
pitanga
e uma "ardida"aguardente,
RicardoKotscho,
umdosautoresdolivro,
durante,
umahoraemeia
autografou
mais de 100 livros. Em todasasdedicatórias, desejou
aseus leitores um "Feliz1995",
referindo-seao finaldogovernoCollore ao ano
dapossedonovoPresidente da
República.
A
pedido
da editoraSummus,
GilbertoDismenstein
e RicardoKotscho,
dois dosmais
importantes repórteres brasileiros,
reuniram nas 99páginas
do livro suasexperiências
e aventuras na arte dareportagem.
O livro é divididoemduaspartes e a
primeira,
"Asarmadilhas doPo-o
der",
escritapor
Dimenstein,
fala sobrea vivência delecomo
repórter
nosbasti-o
dores
dopoder
emBrasília. Naoutra parte. "No olho da rua - do
Golpe
de 64 àcampanha
Lula",
Kotscho fazumbalanço
dos seus25 anos como
jornalista.
,
Gilberto Dimensteín é
repórter
da Fo-lhade São Pauloereconhecidocomo umdos mais
importantes jornalistas
investi-Fora dos
debates,
otal deintercâmbiodeinformações
.. _gativos
dopaís.
Ganhou vários
prêmios
dejornalismo,
dentre elesoLíberoBadaró porduasve zes,em1989e1990.Ricardo Kotschotrabalha como
repórter
especial
no Jornal doBrasil,
sucursal de SãoPaulo,
e temtreze livros
publicados.
Ele também foiassessorde
imprensa
dacampanha presi
dencialde Lulanonão
passado.
"O
livronão temaintenção
deserdidáticoesim apenasum
registro
dasnossasexperiências
comorepórteres,"
diz Kots cho.Didáticoounão,DimensteineKotscho
parece que têm muito a ensinar. Prova disso é que a maioria dos mais de 300
participantes
doCongresso
comprouolivro e ficou horas na fila de
autógrafos,
todos interessadosemviver AAVENTU RA.DAREPORTAGEM.
Afinal,
comodizClóvisRossino
prefácio, "que
medescul pem Vinícius deMoraes,
oseditorese osredatores,
masrepórter
éfundamental."Lançamentos,
cumprimentos
eautógrafos
nohall doCongresso
Jornalistas
,
a
procura
dos
Manu_ais
Durante todoo24':
Congresso
Nacionalde
Jornalistas,
sediado no Hotel Castelmar,duaslivrarias(LivroseLivroseCu ca Fresca) expuseram centenasde livros
envolvendoosmaisvariadostemassobre
jornalismo
ecomunicação.
Os livros mais
procurados
foram osExemplares
do Manualde
Redação
eEstilo,
do Jornal O Estado de São Paulo, Manual deEstilo,
da Editora Abril eAHistória Secreta da Rede
Globo,
de Da niel Herz.Porém,
o livro mais vendidofoi "A Aventurada
Reportagem",
deGilberto DimensteineRicardo
Kotscho,
quedurante o encontro deu uma sessão de
autógrafos
paraosleitores.Jornais de Minas Geras
(Pauta),
da Universidade Federal de Santa Catarina(Zero)
ecircularesdeoutrosestados,
comoAlagoas,
foram distribuídos durante ocongresso, trazendo
informações
e propostasde cada estado
participante.
(Ma riaPaulaPereira).
ACOLUNA
Na abertura do
Congresso
Frei Betofoi muitoaplaudido
aoproporque os
jornalistas
substituam os manuais deredação
pelos
manuaisdeética.Ainda assim aeditoraLi vros eLivrosindicouumdos títulos maisvendidos duranteo
Congres
so.Trata-se do Manual deRedação
eEstilode'O Estado de São Paulo'-
organizado
por Eduardo Mar tins.
•
No
coquetel
de abertura al guns estudantes dejornalismo
foramimpedidos
de tomar aágua
mineralqueacompanhava
o
uísque
nabandeja
deumgarçom velho e bem vestido. Ele �
disse que a
água
era para ser � servidajunto
aouísque
eestava�
destinada a convidados espe- -§• • Cf)
orais.
•
Também
durante ocoquetel
dao
abertura do
Congresso
houve aapresentação
deumgrupo folclóri co ítalo-brasileiro que distribuiumedalhinhas às autoridades pre sentes. Muitos não
suportaram
as "canzioniitaliani"eavançaramnoscomes
e bebes.•
Ricardo Kotscho se tornou a
atração
doCongresso,
masnãoperdeu
suasimplicidade
ebomhumor.
.Enquanto aguardava
queo
equipamento
detelevisão fosse montadoparaaentrevistaque daria à
universidade,
eletranqüilizou
arepórter
dizendo:"Agora
eu posso serpolítico
pois já
sei falarnatelevisão". Eacrescentou: "Vou convidar o
Lulaparaser meuassessor."(K. V.)
•
A
tele-repórter
Rosane Porto estréia look Zélia
trajando
tailleuremtom
pastel,
nococktail deabertura.
-o A festa alemã de
quinta-feira
noLira Tênis
Clube,
umasimulação
da
Oktoberfest,
fez opessoal
suar acamisa detantodançar.
ABandado
Caneco,
deBlumenau,
começouatocaràs22he o
jantar
foiservido uma horadepois.
Anoite,
patroci
nada
pela
Santur,
foitipicamente
germânica,
commuitasalsicha,
purêde
batata,
chucruteechopp.
De início as pessoasestavam tí
midascom ascanções
alemãs,
e só invadiramapista
quando
abanda começouatocarlambadaemúsicasda Xuxa. Cerca de 400 pessoascon sumiram 800 litros de
chopp
e afesta foi até às 3h da
madrugada
DECISÕES
Jornalistas
querem
se
auto-regulamentar
-Pedro Saraiva
O 24?
Congresso
Nacional
dosJornalistas
seposicionou
frontal mente contrário aoprojeto
de leipresidencial
que retira do Ministério
doTrabalho
aresponsabili
dade
de emitirecontrolar
osregis
trosprofissionais
de várias categorias,
entre 'elas ojornalismo,
sem determinar quem
passaria
aexercer esta
função.
No entender dosjornalistas,
caso oSenado
e aCâmara
Federal venhamaapro var oprojeto
assinado por Collor naquarta-feira,
31,
aexigência
dodiploma
paraoexercíciodaprofis
são estará
legalmente
abolida. Para evitar que esta ameaça seconcretize,
osjornalistas
vão apre sentaremenda
aproposta
governamental
garantindo
que
a atividade
de concederecontrolaros registros
dacategoria
fique
a cargodo Conselho Nacional dos Jorna
lista,
órgão
que será criado e estruturadopara este fim.
Na
verdade,
esteConselho
quecuidará
dosregistros já
visatam-bém a união das lutas dos traba-.
lhadores
emcomunicação
(radia
listas, gráficos,
jornalistas
eetc.),
emconsonânciacomaproposta
de um sindicato único.Durante
oprocesso
deestruturação
doCon
selho,
osjornalistas
buscarão aparticipação
das demaiscatego
riasde maneiraque todas se con greguem nestaentidade.Além
da emendaedoConselho,
aresistência
aoprojeto
de Collorinclui uma
campanha publicitá
ria
pára
esclarecer
a sociedade emobilizar
acategoria
emtornodoproblema.
Também estáprevista
a
formação
de umfundo nacionalde
mobilização
e arealização
deassembléias
estaduaisparadiscu
tira
questão.
De todaa
forma,
ébom lembrar que oprojeto
de leié,
por enquanto,
apenas umprojeto.
Ouseja,
tantoosregistros
continuamaser.concedidos
'pelo
Ministério do Tra balho como odiploma
permanece comoexigência
para se atuar como
jornalista.
Comissão
de Assessores
repreende
porta-voz
o 24':
Congresso
Nacional dos Jornalistas aprovouacriação
daComissão Nacional dosJornalistas em Assessoria de
Imprensa,
que teráaresponsabilidade
de encaminharasreivindicações,
resoluções
e lutas dosprofissio
naisque atuam neste setor. A comissão foi idealizada duranteo4':Encontro NacionaldosJornalistas
emAssessoria deImprensa
(realizado de 25 a 28desetembro emCanela, Rio
Grande do Sul)eagora,referendada
pelo
CongressoNacional, começaaatuar.
Já duranteocongresso,acomissãosereuniu
trêsvezesparatraçarsualinha deação. Em uma destas reuniõescompareceram todosos assessoresde
imprensa
queestavampresentesno congresso e foi feita uma
radiografia
dasituação
dosjornalistas
em A.I nosestados.Nesta análisese levou em
consideração
trêspontos considerados básicos
pela
comissão: 1- se
quemtrabalha na área
possui registro
profissional;
2- se ajornada
de trabalhode cinco horasérespeitada;
3-seexisteounão
umacomissãoestadualde
jornalistas
emA.I.Segundo
LucianeSchommer,
da comissão do Rio Grande doSul,
oresultadodesta "radiografia"
éaconstataçãodequeosprofissionais
que atuamem A.I não estão___absolutamente
mobilizadose quea
categoria
édas maisle-gais.
,A
propósito,
acomissão nacionaljá
seorganizou para
repreender
umdos assessores deimprensa
maisconhecidos dopaís,
oporta-vozdo PresidenteCollor,Cláudio Humberto Rosa
eSilva
-poratitudes
antiprofissionais.
I,Pedro
Saraiva)Demissões naBahia
O 24:
Congresso
Nacional dos Jornalistas aprovou tambémum moçãoderepúdio
àdemissão de três
profissionais
da sucursaldo Jornal do Brasilna
Bahia,
naúltimaquarta-feira,
31de outubro.Ademissãoaconteceuapósreu
niãodo
presidente
doJB,
NascimentoBrito,
.edo EditorChefe, Marcos Sá
Correa,
com ogovernador
eleito da BahiaAntônio
CarlosMagalhães
IPFL)ejustificada
aosjornalistas
como"reformulação
doquadro
paramudança
de linhaeditorial".
Raimundo
Lima,
chefe dasucursal
hádoisanos e
ex-presidente
do sindicato dosJornalistasda Bahiaentre85e88,afirmaqueNas cimentoBrito,
depois
dareuniãocom ogovernador
eleito,
disseaogerentecomercial PauloMarques
queoJB "dará totaleirrestritoapoio
a Antônio CarlosMagalhães".
As demissõeschegaram
menos de uma semanadepois
dareunião.
A
"reformulaçào
dalinhaeditorial",
dizRaimundo,
prevê
o"enxugamento
dequadros
tambémemoutrosestados".NaBahia,apar
tir da
quinta-feira,
os trêsrepórteres
foram substituídospordoisjornalistas
que trabalhavam noRiode Janeiroeque,a
partir
deentão,atuariam corno
"correspondentes"
do JBemSalvador,
comsaláriosmenoresqueosdos demitidos. Da
equipe
da sucursal, restou só ofotógrafo
que,apropósito,
dizRaimundo,
votouem Antônio Carlos
Magalhães
em 3 de outubro. JacquesMick ICarta
de
Florianópolis
g
sjornalistas
brasileiros,
reunidos
em seu24.0
Congresso Nacional,
realizado
emFlorianópolis,
de
31
de outubro
a4
de
nro,
com aparticipação
de
delegados
eleitos
em25
sindicatos
da
categoria,
repudiam
oprojeto
de lei do
governo,
enviado
à
Câmara
Federal,
que
extingue
oregistro
de
jornalista
profissional
ede
outras
14
profissões.
A
retirada do
registro
do
Ministério
do Trabalho
sem
passar
essaatribuição
às
entidades dos
trabalhadores,
atende
aosinteresses
de
setores
do
patronato
eda
elite
brasileira,
aquem não
interessa
discutir
ademocratização
dos
meios
de
comunicação
e aética
jornalística.
.
Ao
contrário
do
que
afirmaram
alguns
órgãos
de
imprensa,
emflagrante desrespeito
pára
com osfatos,
este
Congresso
reafirma
que
continua
emvigor
tode
alegislação
que
regulamenta
aprofissão
de
jornalista.
Os
sindicatos,
aomesmotempo
emque
vão
intensiiicer
afiscalização
do
exercício
irregular,
esperam
do
Congresso
Nacional
umaresposta
vigorosa
contra
mais
este
atentado
à
organização
dos
trabalhadores
..
No
momento
emque
sediscute
nosprincipais
parlamentos
das
nações
democráticas, projetos
para
o
controle da
iniormsçêo
pela
sociedade
civil,
aexemplo
do
que começam
afazer
osjornalistas
brasileiros
eimponentes
setores
da
sociedade,
ogoverno
envia
aoCongresso
Nscionsl
umprojeto
com oobjetivo
de
desorganizar
acategoria'
eevitar
que
sediscuta,
emtodo
opsis,
mecanismos
de defesa
contra
amanipulação política
eideológica
dos
meios
de
comunicação.
_.
Os
monopólios
da
comunicação
são
representantes
diretos
de
umaelite
que não
cede
ummilímetro do
que
possui,
oque
explica
porque
aoitava economia
do
ocidente
tem
mais de 50
milhões
de
pessoas
passando
fome
-segundo
relatório da
FAa.
Os
desafios
da
sociedade
brasileira
são
enormes eurgentes.
O
projeto
neoliberal
do
governo
Collor
aprofundou
acrise,
arrochou
ossalários,
aumentou
odesemprego
eimplementou,
por
medidas
eutoritsriss
-algumas
inconstitucionais,
outras
cesuisticss
-decisões
que
atingem
setores
estratégicos
para
odesenvolvimento do
pais
erelegam
aoabandono
questões
fundamentais
que
afligem
opovo
brasileiro.
O 24.0
Congresso responde
aosdesafios do
movimento
sindical brasileiro
com adecisão de
intensiticsr
aluta dos
trabalhadores
emcomunicação,
através
da
criação
de intersindiceis
até que
seconsolide
umaentidade nacional.
_,.
I
I
ZERO
FOTOJORNALISMO
Lauro Maeda Fotos: Deise Freitas
Acima,
Perseu"arrancando"
umautógrafo
eàdireitaolegendário
Freitas Netopronto
paraatacar. Acolega
daesquerda,
cuidadosa,
tambémseprepara.,_Asraízes culturais são evidentes
o Zero sendo fechado: