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A 13 de novembro de N 7 A UFSC/CCE/COM. Florianópolis, chega ao noticiário por seus efeitos. Trecho do discurso do Frei Betto,

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(1)

Ano VIII

n�7

s

E

M

A

N

A

JornalLaboratório- UFSC/CCE/COM

-Florianópolis,

7a13 de novembro de 1990.

NAíNTEGRA

A

Carta

de

Florianópolis

Tudoo que um

aprendiz

quereteme: serlido

pelo

mestre. O

repórter

José Hamilton Ribeiro, um dos mestres.

página

7

JORNALISTAS

DECIDEM

NÃO

SE

ENTREGAR

"Onde

estão

os

repórteres

desvendando

os

fios

que

vinculam

garimpeiros

e

políticos,

Funai

e

empresas

minersdorasgenocidios

indígenas

e

investimentos

trensnscioneis

na

Amazônia?

Quem

controla

e

lucra

com a

indústria bélica

brasileira,

uma

das dez

maiores

do

mundo?

Porque

os

consumidores brasileiros

serão

obrigados

a comer a carne

contami­

nada

pela radiação

nuclear da

usina de

Chernobyl

e

estocada

anos

no

Rio

Grande

do

Sul?

Como

e

onde

candidatos

a

funções

políticas

errsnjem

milhões

de

dólares

para

fazer

suas

campanhas?

.I.Do1'

que

a

questão

Iundiáris

chega

ao

noticiário

por

seus

efeitos

trágicos

e

nunca

por

suas causas

econômicas

e

políticas?

..

jJ

.

Trechododiscursodo Frei Betto, naaberturado 24?

Congresso

Naclonaicos Jo nalistas. Acobertura estáemtodasas

páginas

desta

edlçao.

(2)

EDITORIAL

Acabou

a

festa,

agora começa

tudo

de

novo

Santa

Cstsrine

enfrentou e venceu mais um desafio nacio­

nal. Os

Congressos

sio, emge­

ral,

memoráveis sempre que

realizados em Santa Catarina.

Modéstia,

ora,quemodéstiaque

nada,

principelmente

porque o

Departamento

de

Comunicação

pouco ou nada teve a ver com

as coisasbem feitas desse Con­

gresso.

Daqui,

de

fora,

perebéns­

à meia dúzia de três ou

quatro

doSindicatodosJornalistasde Santa Catarina que carregou o

piano.

***

O

Zero,

agoraemsuafasese­

manal,

aceita críticas, que po­

demserremetidas ao

endereço

abaixo.

Alguns jornalistas

pre­ sentesao

Congresso

sentiram-se estimuladosacontribuircomsu­

gestões

e

observações

a

respeito

desta

experiência.

Sintam-se à vontade.

Afinal,

Laboratório é praissomesmo.

***

Algumas

páginas

destenúme­

ro foram

diagramadas

durante o

Congresso,

nasala de

impren­

.se, àmedida emqueas

primei­

rasmatériasiam ficandopron­ tas.Acabamos

ocupando

máqui­

nas de escrever e espaço quea

organização

tinhareservadopa­

ra os

profissionais.

Os

aprendi­

zes

pedem desculpas

pelo

trans­ tornoeao mesmotempo

agrade­

cem,

pela possibilidsde

deconví­ vioe

pela paciência

com quefo­

ram tratados.

ZERO

***

Melhor

Peça

Gráfica

I,

/I e 1/1 Set Universitário Maio BB Setembro B9 Setembro 90 Jornal Laboratório do Departa-mento de Comunicaçãodo Centro de Comunicação e Expressão da universidade Federal de Santa Ca­ tarina. Editado sob a responsabili­

dade do LaboratóriodeJornalismo Gráfico.

Supervisão:JornalistaProf. Cesar Valente(Reg. 706SC)

Colaboração: Jornalistas Profes­

soresRicardoBarreto, Luiz A.Scot­

todeAlmeidaeGilkaGirardello.

Redação: CCE COMUFSC, Cam­

pusdaTrindade, 88035. Florianó­ polis

-SC - Brasil. Fone (0482)

31-9215 e 31-9490. Fax (0482)

33-4069.

bém distribuiu

alguns exemplares

do

Zerojornallaboratório

docurso.

Vitali

Chestakov,

chefe do

departa­

mento internacional da União dos Jornalistas da URSSe Victor

Iougui­

ne, secretário da

Organização

dos

Jorpalistas

de

Leningrado,

falaram

sobre as

mudanças

na

imprensa

rus­ sa eda liberdade dos alunos universi­

tários,

que estão criando

associações

eentidades estudantisa

partir

da Pe­

restroika.

Miguel Rivero,

secretário para a América Latina da

OIJ,

que

estáhá um anomorandonaTchecos­

lováquia, explicou

como funciona o

Instituto Internacional de Jornalis­

tas. O Instituto não forma

profissio­

nais,

e sim

especializa aqueles

que

trabalham na área. O

jornalista

Jorge Espinoza, vice-presidente

da

OIJ, propôs

aassinaturade convênios com a UFSC

principalmente

com o cursode

jornalismo,

procurando

uma

maior

integração

entreosdois

países.

"Só

O

diploma

pode

moralizar

o

jornalismo"

Raquel D'Ávila

Segundo

ele,

a

categoria

devese mo­

bilizar para, através dos

sindicatos,

pressionar

os

empresários

que são os

maiores interessados na

extinção

do

diploma.É

preciso

evitaroaumentoda

exploração

dos

jornalistas,

quecoloca

em risco a

qualidade

de

infomrações,

Comofimdo

diploma

asociedadenão terámaisas

garantias

e os

parâmetros

éticosdeum

profissional.

Perseu garantequeaadaptaçãodo

"foca"nomercadode

trabalho,

aocon­

tráriodoque muitagentepensa, não é tãodifícil.

Elejá

saidauniversidade

combasetécnica,

teórica,

esua

partici­

pação

nosjornais-laboratôrios

dáa ex­

periência

deuma

redação.

"O

jornalista

iniciante devesercriativo para desen­

volver seu

próprio

mercado",

comple­

ta.

Ele

também

ressalta que não é só

com

bonsjornalistas

quesefazumbom

jornalismo.

Paraele é necessário que oleitor

cobre,

exija

e reclame. Prova

dissoé a seçãode cartasnum

jornal:

pouquíssimas

pessoas

questionam

o

quefoi

publicado.

Perseu Abramo

Perseu

Abramo,

sociólogo,

jornalis­

ta e membro da

direção

nacional do

Partido dos

Trabalhadores,

defende o

diploma

comoaúnica maneira dore­

novaro

jornalismo

emoralizarapro­ fissão. Oargumento

principal

édeque

,

a

extinção

da

obrigatoriedade

do

diplo-::;;;

matraztambémo fimda

regulamen-

tação

da

profissão

e

conseqüentemen-

te, a

"possibilidade

de distorcerasin-

formações".

j rf.

Jornalistas

estrangeiros

no

üep,

de

Imprensa

e

Marketing

da UFSC

Soviéticos

e

cubanos viram

as

condições

do

Curso

de

Jornalismo de

Santa

Catarina

Jornalistas

estrangeiros

visitam

o

Campus.

da

UFSC

Kátia Klock

os

Chestakov

jornalistas

eVictorsoviéticos Vitali

Iouguine,

o cubano

Miguel

Rivero e o

equatoriano Jorge Espinoza aprovei­

taram a tarde de

quinta-feira

para

conhecero

Campus

de Universidade

Federal de Santa Catarina.

Acompa­

nhados do diretor do

departamento

culturalede

relações

internacionais

da

Fenaj,

Ramsés

Ramos,

eles visita­

ram aAssessoria de

Imprensa,

a Im­ prensa

Universitária,

o Escritóriode

Assuntos Internacionais na Reitoria e o Cursode Jornalismo.

Ochefe do

departamento

deComu­

nicação,

Paulo

Brito,

recepcionou

e conversou com osconvidados interna­

cionais sobre

currículos,

intercâm­ biose a

possibilidade

de traduzirpu­

blicações

da

Organização

Internacio­ nal dos Jornalistas (OIJ) através da

Imprensa

Universitária. Brito

tam-Aula

prática

ocursodejornalismoda Universidade Fede­ ral deSanta Catarinautilizou o24?Congresso Nacional dos Jornalistas paracomplementação

das aulas. Os alunos realizaram coberturaem

jornalismo gráfico,rádio,televisãoefotografia.

Participaram Andressa Fabris Angelita Cor­ rêa, Ana Carine Montero, Claudine Figueiredo Nunes, Cléia Schmitz, Cristiano Prim, Cristina

N.Gallo,DeiseFreitas,GeraldoHoffmann,

Jani-ceBarcellos, Jaques Mick, IvoneiFazzioni,lval­ doBracil Jr. João CarlosGranda, KarinVeras,

KátiaKlockScardelli,LauroMaeda,Marli Henic­ ka, Mônica Corrêa daSilva, Maria Paula C. Pe­

reira,Giovana Borini, azias DeodatoAlves Jú­

nior,PedroSaraiva,RaquelD'Avila,RenataRo­ sa; Susana Naspolini, Simone Pereira. Raquel Ellermann, Solon Soares, Chrisliane Ba!bys,

(3)

José

Hamilton

Ribeiro

Jacques

Mick

José

Hamilton Ribeiro foio

.

.

mais

antigo

dos "dinossau­ ros" da reportagem presen­ tes ao 24?

Congresso

Nacio­ naldos Jornalistas.

Começoua

escre­ ver no clube literário da escola em

quecursava o

científico;

noinício dos anos60,

Hoje

é

repórter

doprograma Globo Rural e divide com Antônio

Carlos Fon a

coordenação

do Sindi­ catodos Jornalistas de São

Paulo,

na

qualidade

de

vice-presidente.

Jeito de

caipira paulista,

de cabelos brancos e intermináveis vincos no

rosto,Ribeiroé dageraçãoqueviveu

a

reportagem

comomomentomais ri­

co do

jornalismo.

Estudava, mas de- .

pois

de liderarumagrevecomo

presi­

dente do Centro Acadêmico de Jorna­

lismo,

foi

convidado

anão renovar a

matrículanafaculdade

Cásper

Líbe­ ro, Voltou para láanos

depois,

como

professor. Aprendeu

na Folha de

São

Paulo,

onde trabalhava desde

o

primeiro

ano de curso, nos tempos emqueaFolhaeraainda "um

jornal

a

serviço

de São Paulo".

EntrounaEditora Abrilna emer­

gente

Quatro'

Rodas,de ondeem se­

guida

saíram

profissionais

paraas re­

dações

das revistas

Realidade,

Ve­

ja'

IstoéeparaoJornalda Tarde.

Passou tambémporRealidadeeVe­

ja'

antes de voltar às raízes interio­

ranas para trabalhar em

jornais

de

Ribeirão

Preto,

Campinas

eSãoJosé

"doRioPreto porcausado AI-5. Com a

abertura,

foipara

a'

TV

Globo,

vi­ veroutros

tipos

decensura.

.

Aos dois anos de

profissão,

perdeu

nosorteioumPrêmioEsso,com uma

reportagem

sobreasestradasno

Cen­

tro-Oeste.

Depois,

foiorepórterbrasi­

leiro na Guerra do

Vietnã,

com 32

anos,omais

jovem

dos

corresponden­

tes.Saiudo conflitoferido

pela explo­

são de uma armadilha

vietconges

e

viroucapade

jornais

erevistas.

José Hamilton Ribeiro lia Dos­ toiévskie, nos

tempos

de

Realidade,

atéviviacomo

operário

paraescrever ostextosqueinfluenciaramtodauma

geraçãode

repórteres,

entre eles Ri­ cardoKotscho.

- Eu tive um

poucodesorte,por­ que euacho que

repórter

é quenem

goleiro,

senãotiversorte nãosetorna bom

repórter.

OS

REPÓRTERES

Como

não

poderia

deixar

de

ser,

as

estrelas

do

Congresso

foram eles

Antonio

Carlos

Fon

GeraldoHoffmann

os

"focasqueprocuravamo

.

:epórter

policial 9ue

m�i,s

Incomodou o regime mili­

tar,

AntônioCarlos

Fon,

,

no 24�

Congresso

dosjornalistas, ou­

viam,

invariavelmente,

a mesmares­

posta:

um nordestino,

magrinho,

baixinho".

Magro

ele

é,

temmais ou menos um metro e meio de altura e nasceu na

Bahia,

há 44 anos. Mas

depois

de conversar çom

ele,

desco­

bre-se que existe chinêscom cara de

nordestino.

É

ocasodestefilho de chi­

nesesdo

Cantão,

queforam barrados

pelo

serviço

de

imigração

do

Canadá,

passarampor Cubaeacabaramsefi­

xando noBrasil.

Fon entrouna

"grande imprensa"

pela

páginas

do

jornal

carioca O

Dia,

em 1964 , e

logo

recebeudos

colegas

o

apelido

"doutor por

quê"

por sua

mania de perguntar. Trabalhou nas

, revistas Realidade,

Veja

e Isto é.

Deixouo empregode editorna

Qua­

tro

Rodas,

parase tornar"chefe de Estado" do Sindicato dos Jornalistas de São

Paulo,

cargoqueaindaexerce,

tendo como

co-presidente

ou "chefe

de

governo"

outro dinossauro da re­

portagem brasileira,·

José Hamilton Ribeiro.

A reportagem mais conhecida de Fonestáno livro"Os Porões da Di­

tadura",

entrevistascomostortura­ dores. A

edição

do livroesgotou,mas oassuntocontinua rendendo. Atual­

mente, Foncontribui com

informa-ções

paraaCPI da Câmara de Verea­

"

dores

paulista

que

investiga

. ades­

coberta de ossadas de

desaparecidos

políticos

nocemitériode Perus.

- Todomundo ssbiedoPerus. Sé

quena

época ninguém

podia

irláca­ var. Ea Erundins deu as

pás.

Este

país

éumimenso cemitério. A

grande

merda équeeste

país

vive de verda­

des oficiais desde o

tempo

da escra­

vidão.

Ele fala

baixo,

"éproentrevistado

prestar

mais

atenção"

e

sacaneB;r

o

repórter

que usa

gravador,

um InS­

trumentode trabalho

quejamais

uti­ lizou. Detesta tambémo

"policialês",

e a

gramática

de

jargões

folclóricos

de

jornalistas

que confundem edito­ riade

polícia

comdistrito

policial.

Fon viumuitos

repórteres

de sua

geração

idolatrarem e assassinarem

oestilo Truman

Capote

- A

Sangue

Frio e não acredita que influências

literáriasmelhoremotextodosnovos

jornalistas.

Constataqueo,espaçoda

reportagemvemsendo abolido desde

que "o

regime

militercomeçoua ma­ taro

repórter

comaditadura dasno­

tas

oficiais,

seguida pela

tecnoburo­

cretizeçéo

da

informação,

a onda da

especialização

e a

elitizsçéo

do

repór­

ter

pelas

escolasde

comunicação.

Pra melhorar o texto é só fechar

asfaculdades, Econfronterasnotas oficiais com a realidade,

Porque,

a

melhor forma de contar um história

ainda sãoos.contos de carochinha",

Acima,José Hamilton Ribeiro. Noalto,àdireita,Antônio Carlos

Fon,eembaixo RicardoKotscho: três mitosda

imprensa

brasileira reunidos

em

Florianópolis

durante o24�

Congresso

Nacional dos Jornalistas. 1

1

Ricardo

Kotscho

Jacques

Mick

Ricardo

Kotscho,

ohomem

que

queria

ser

padre

e aca­

bou virando sinônimo de

repórter/reportagem,

foi o

sujeito

mais

procurado

no 24? Con­

gresso Nacional dos Jornalistas..Per­

deu a conta de

quantas

entrevistas

deu desde que desceu no

Aeroporto

Hercílio

Luz,

as17:45dequarta- fel­

ra,31. Foiomais

requisitado

naseção

de debates sobre

Democratização

da

Comunicação,

onde faloudotra­

balhodo

jornalista.

E,

antesde irem­

bora, já repetia

as mesmas

piadas

de umaentrevistapara outa:

- Como vocês

podem

ver,

jorna­

lismonãoémuitobomparaoscabe­

los.

Repórter

especial

do Jornal do Brasil e

professor

de Técnica de Re­

portagemna

PUC,

emSão

Paulo,

Ri­

cardo Kotscho é Jornalista há 26

anos.Falou sobreaconstruçãodain­

formação,

seus limites e

possibil.ida­

des no

cotidiano,

na manhã de I? de

novembro:

- O

repórter

deixou deser aalma e o

coração

das

redações

para se

transformarnummenino de recados

do

poder,

num

preenchedor

de formu­

lários,

num

caçador

de.iresespara

adaptar

arealidade à

pauta.

Kotschoédosraros

repórteres

que ainda "fazem do

jornalismo

eda bus­ ca da verdade sua razão de viver"e

que

"podem

ser contados nos dedos

e,

daqui

apouco, nas

orelhas:

'como diz. Só

largou

a

redação

noanopassa­

do,

para ser assessorde

impr�nsa

do

candidato da Frente

Popular

aPresi­

dência,

LuízInácio Lula da Silva. Essa história conta no álbum da

campanha

presidenci.àl

de

Lula,

"SemMedo de Ser

Feliz",

enolivro

lançado

no24?

Congresso,

"A Aven­

turada

Reportagem".o

13?quees­

creveu desta

vezjunto

com Gilberto

Dimenstein,

da Folha de São Paulo.

Agora,

entreuma

reportagem

e

outra

do

JB,prepara

uma

ficção

paracrian­

ças.

Poucashorasantesde embarcar de voltaparaSão

Paulo,

aindamostrava

paciência

para dar mais

�rês,

e�tre­

vistase conversar com meladúzia de

estudantes de Jornalismo sentados

no chãoem volta dele. O Presidente

da

Federação

Nacional dos Jornalis­ tas

(Fenaj),

que passava por

ali,

aca­

bou

fotografando

a cena com

pala­

vras:

- Tá com cara de

guru, hei Ri­ cardo?

(4)

CENTRAL

ZERO

O

TEMÁRIO

Democratização,

ação

sindical

e

ensino

do

Jornalismo

Na

abertura,

preocupação

com

o

futuro

Quarta.feira;

as

críticas

ao

governo

Ivaldo Brasil Jr.

O 24?

Congresso

Nacionalde Jor­

nalistas,

realizadoentre31 deoutu­ bro e4 de

novembro,

trouxea Flo­

rianópolis

muitas

figuras

tarimba­ dasdo

jornalismo

brasileiro,

como Ricardo

Kotscho,

José HamiltonRi­ beiroeAntônio Carlos Fan. Naso­ lenidade de abertura discursaram

os

jornalista

Celso

Vicenzi,

presi­

dente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de

SC,

Armando Ro­

llemberg,

presidente

da

Federação

Nacional dos Jornalistas

(Fenaj),

Jorge

Espinoza,

vice-presidente

da

Organização

InternacionaldosJor­

nalistas,eFrei

Beto,

teólogo

eescri­

tor. Os discursos mantiveram o mesmo tom

agressivo

contrao go­ verno e o

moriopólio

naárea deco­

municações,

comentando.a

conjun­

turaatualdo

país. Participaram

co­ mo observadores internacionais o

cubano

Miguel

Rivero e os sovié­

ticos Victor

louguine

eVitaliChes­

takoy.

O atrasodequaseumahora

para o inícioda solenidade nãode­

sanimou

ninguém,

otempofoi sufi­

ciente para reencontros e muitos

abracos.

O

primeiro

a discursarfoi Celso

Vicenzi que falou da

situação

caó­ tica vivida

pelo

Brasil e disse que

neste congresso deve-se tirar pro­

postas

para um futuromelhor. Ao

falar sobre a

possível extinção

do

diploma

de

jornalista

disse que é desnecessário haver

"jornalistas

di­

plomados

se oshoráriosnobres das

TVsestãoreservadosaocooper de

Collor". O sucateamento das esta­ tais e os mandos-e-desmandos do

governo Collor foram duramente atacados por Vicenzi. Ele também

destacoua grevedos

jornalistas

do

"jornal

deSanta Catarina"eaope­

ração

Papagaio

de Pirata,

quando

os

jornalista

colocaramcartazesre­

clamandoosbaixos

salários,

quefo­ ramtransmitidosaovivonascober­

turastelevisivas.

Asjornadas

extenuanteseas con­

dições

de trabalho

QOs

jornalistas,

além dos baixos

salários,

foramal­ gunspontoslevantadosporArman­ do

Rollemberg

em seudiscurso. Ele

disseesperar queestefosseo mais

Ceiso Vicenzianalisa a

situação

do

jornalismo

brasileiro

importante

e

produtivo

congresso em44anosda

Fenaj,

istoporcausa

dadiversidade de assuntosempau­

ta. Sobrealuta

sindical,

ele desta­ cou a

redefinição

deumcalendário quedefinaumadatabasepara to­ dosostrabalhadores emempresas

de

comunicação.

Afusãodos sindi­ catosdestaáreaéa meta

principal

deste calendáriocomum.

Rollemberg

ainda destacoua

pri­

meira reunião do Conselho N acio­ nal de

Ética

quecoordenaráanova leiou

código

de

imprensa.

A Funda­

ção

Henfil éoutra metada

Fenaj,

que tem por

objetivo

criar ativida­ des culturais.

Rollemberg

falouso­

breo

problema

dos

registros

e

diplo­

masdos

jornalistas,

e

pretende

sair

destecongressocom uma

estratégia

definida sobreoassunto.

O momentomais

esperado

desta abertura foiodiscurso de Frei Beta.

Num

linguajar

que misturavareli­

gião

e

política,

Frei Beta arrancou

muitos

aplausos

do

público

presen­ te.Ele acabou falando quaseomes­ moqueosdemaisquese revesaram na tribuna da

Assembléia.

Com a­

frase "o

jornalismo

éa arte do im­

previsto

edo

improviso",

FreiBeto foi metralhando

elegantemente

muita

gente.

Ele comparou os nichos e orató­

rios

antigos

comastelevisões e rá­

diosque sãovenerados

hoje

emto­ dos os lares. A

"igreja

eletrônica"

.

não acrescenta nada e

já desperta

precocemente

a

séxualidade,

éaéti­ ca cedendo

lugar

a estética. Fina­

lizou seu discurso dizendo que os manuais de

redaçào

eestilo fariam

maissucesso nasescolas de2': grau.

Depois

da solenidade de abertura

foi oferecído um

coquetel

no hall

da Assembléia

Legislativa.

A festa contoucom apresençadeváriasau­

toridadesede um grupo ítalo-bra­

sileiroque cantoue

dançou

músicas

tradicionais italianas.

Frei

Betto

quer

saber onde estão

os

repórteres

No.discurso,

sugestões

de

pauta

EmersonGasperin Umadas

palestras

maisespe­ radas do 24?

Congresso

Nacio­ nal de Jornalistasera a de Frei

Beto. O

teólogo

eescritor discu­

tiu sobreas

relações

entrepovos

e pessoas, destacando a moral eaética.Para

ele,

"hoje

em

dia,

moral é tudo

que

favorece os

vencedores".

Presonadécada de 70pordar

coberturana

fuga

de presos

polí­

ticos,Frei Beto terminouo curso

de

Teologia

na

prisão.

De lápa­

ra cá, envolveu-se coma Teolo­

gia

da

Libertação

e com as Co­

munidades Eclesiais de Base.

Hoje,

acusa amídia defazer de

Saddam Husseinum

"belzebu",

e

esquecendo

a

intervenção

americanaemPorto Ricoeacha

que os

jornalistas

são "heróis

que acreditam que de

alguma

maneira acharão uma brecha

paramostraroqueo povoreal­

mentesente".

Frei Beto fez

perguntas

que,

FreiBeto,nacerimônia deaberturado congresso

l

'.1 I _

{

J

_.

DanielHertz, ao microfone,fala sobrea

democratização

da

comunicação

provavelmente,

muitostambém articuladora.

queriam

saber as respostas. "Contaroque está acontecendo".

"Quem

controla e lucra com a Comesta

afirmação

aparentemen­ indústria bélica

brasileira,

uma te

simples

o

jornalista

Ricardo

das maiores do mundo? Como Kotscho falou sobreo que

pode

ser e onde candidatos conseguem feitoparasalvara

dignidade

desua

milhõesde dólaresparasuasca-

profissão.

Ele

explica

que o Brasil

panhas?

Por que os

planos

de real foisubstituído

pelo

Brasil ofi­

saúdesão

vigorosos

na

publici-

cial,

quea

imprensa

combativa

per-"

dade e

esquálidos

na real ida- deu

lugar

para

imprensa

funciona­

de?" finalizando este

interroga-

lista e que o trabalho de rua foi

tório

surdo,

elepergunta:"Onde substituído

pelo

telefone das reda­ estãoos

repórteres?"

O

golpe

de I ções. Disse que os tecnocratas da

misericórdia

veio

logo

em

segui-

comunicação

instalaram os AI5s

da,

com Frei Beto

sugerindo

dos Manuais de

Redação

e que o

que, para os

jornalistas,

"ma-

jornalismo impresso

anda a rebo­

nuais de ética

sejam

melhores que db

eletrônico,

quando

deveria

emaisúteisque manuaisdere- acontecero contrário. Masamaior

dação

e

estilo".

preocupaçãode Kotscho diz

respei­

to à honestidade do

profissional:

"podem

não

publicar

tudo que es­

crevo, mas

jamais

vou escrever o

que não

quero".

Paraele a

possibi­

lidade de

democratização

começa

no diaa dia das

redações.

Embora

aponte

o marasmo e o desencanto

dos

jornalistas atuais,

Kotscho acreditaqueainda existe

gente

re­

mandocontraamaré.Ele enfatizou

a

responsabilidade

queo

profissio­

nal deve ter com o seu trabalho.

Afinal: "Não sefaz

jornal

sem

jor-nalista".

.

Francisco Karam falou do

papel

do

jornalismo

contemporâneoesua

ligação

omaética. Lembrando que

aciência e aarte são

apropriáveis

atravésdos meios de

comunicação,

ele disse que o

jornalismo

é uma

forma de se

apropriar

simbolica­

mentedo mundo. Eaí queo

código

de éticaentracomo

contraponto

ao

direito de

informação.

Karam ter­ minoucom a

citação:

"o homem está

condenadoàliberdade". Justamen­ te porque a escolhado caminho a

seguir depende

de cadaum:"O bem

ou o mal éum

problema

de moral e

ética,

uma

questão

de valores".

À

procura da

democracia

e

da

dignidade

Quinta.feira,

propostas

de

reestruturação

Karin Veras A

democratização

da comunica­

çãosó

pode

aconteceratravésdepo­

líticas

públicas

e da

própria

atua­

ção

profissional.

Foramestesoste­ masdiscutidosna

primeira

manhã

do

Congresso

por Daniel

Herz,

Ri­ cardo KotschoeFrancisco Karam. Herzlembrouquealutapor

polí­

ticasdemocráticaséumabandeira

antiga

da

Federação

Nacional dos Jornalistas e que rádio e TV se

constituem

legalmentê

comoservi­

ços

públicos.

Dissequeos

dirigen

tes dosmeiosusurpamauniversalida­

de da

comunicação

por interesses

empresariais.

Poristo

propôs

a

am-.

pla

reestruturaçãodarádioeteledi­

fusão no país. O

objetivo

da luta éfazercomqueasleis

complemen­

tareseordináriasgarantamafun­

ção

pública

dos meios. Para isto

apontouuma

estratégia

dos

profis­

sionais da

comunicação

no sentido

de envolveroutros setoresdasocie­ dade civileinvestirconcretamente para

alcançar objetivos políticos.

Indicoua

formação

deumaComis­

sãoNacionalparacuidardestesas­

suntos e deu à FENAJ o

papel

de

o dinheiro

parou de

cair

.

do

céu.

E

agora?

Sexta.feira,

como

manter

sindicato

Christiane

Balbys

Durante o debate de sexta-feira

àtarde no24?

Congresso

Nacional

de Jornalistas discutiu-se

conjun­

tura e ação sindical. Foram apre­

se_!ltadas

18teses paraserem

vota-dasnofinal das

discussões

queaca­

baram se

prolongando

até às dez da noite.Um dos temasmais

polê­

micosdodebatefoio

imposto

sindi­

cal,

que nãoestámaissobresponsa­ bilidade do governo.

Agora

o reco­

lhimento da

"contribuição",

comoé

chamada

pelos profissionais,

está por contados sindicatos.

O tema foi votado duas vezes,

pois,

o

plenario

voltouatrásna

pri­

meira decisão

que

passava

para a

Fenaj

osalário deumdia de traba­

lho do

jornalista.

Os sindicatoste­ riam que

conseguir

a suaparte de outrasformas. Na

segunda

votação

foram

apresentadas

duaspropostas Emuma a

Fenaj

teriadireitoa50%

de urn dia de salário e os outros 50%ficariaparaosindicato. Naou­

tra seria 50% paraa

Fenaj

e 40%

para o sindicato. A

primeira

pro­

postasaiu vencedoracom64 votos,

que de acordo com o

regimento

aprovado

pela plenária,

correspon­ deuamaioria

simples.

Paraos

jor­

nalistas autônomosoufree

lancer,

foi decididoo recolhimento de um

diade salário

correspondente

ao

pi­

sodo mês. Esta

quantia

seráratea­ da entre a

Fenaj

e o sindicato. O

desconto-

da-contribuição

será em

março, facultativa e comdireito a

devolução.

Também foi votada a

formação

do

"sindicatão",

um sindicato que,

reúnaanívelestadual trabalhado­ resda área de

comunicação.

Atese de

apoio

aestetema,defendida

pelo

jornalista

e secretário da

Fenaj,

Freitas

Neto,

revive a vitória da

grevedos

gráficos,

radialistase

jor­

nalistasemRecife. Agreveocorreu nosmeses de

junho

e

julho

domes­ mo ano.

Segundo

Freitas,

mostrou

como funciona na

prática

um em­

briãodeumsindicatounificado.

A

plenária

aprovou a

formação

do

"sindicatão",

apenasnosestados

onde o processo

já esteja

mais

adiantado, pois

há Estadosemque

as classes ainda não

chegaram

a um consenso.

Mas,

ondenãoforpos­ sível a

implantação

do sindicato

único,

serãocriadas Intercons. Jun­ tocom o"sindicatão"foramaprova­

dos encaminhamentoscomo um se­

gundo

encontrode

profissionais

de

comunicação

onde será elaborado

umestatuto paraosindicato unifi­

cado.

Aquele antigo

palavrão

sempre

volta:

"pelego!"

Sábado,

debates

muito

.

acalorados

ChristianeBalbys

Quem

nunca

participou

de uma

assembléiade

jornalistas

teveodi­

reito de se assustar com o verda­

deiro

"quebra-pau"

que aconteceu

nasextae nosábadoàtardeduran­

teodebateea

votação

sobre

conjun-.

tura e

principalmente

ação sindi­

cal.

No decorrer dos apresentações

das teses foram intercaladas

algu­

masdiscussõescomo a

prostituição

e o

porte

de arma para líderes

ameaçados

demorte.

Mas,

sóservi­

ramparaarrancar risadasécomen­ táries disconsertantes da

platéia.

Depois

o

presidente

da

Fenaj,

Ar­

mando

Rollemberg

exaltou-sedian­ tede

declarações

quecolocavamem

dúvidao

papel

desempenhado pela

Federação

Nacional dos Jornalis­

tas. Discursandoaos "berros", res­

pondeu

a muitas

acusações

que a

entidadevemsofrendo dos

próprios

jornalistas.

Afirmou que elemesmo

como

presidente

esteve em várias

redações

comoa do "Estadão"e da

"Folha". Ao contrário doquefalam

sobreapresençada

Federação

nas

redações.

Relembroua

participação

da

Fenaj

na

campanha pela regula­

rização

do atualmente

ameaçado

diploma

parajornalistas

e

pela

uni­

ficação

da data-base.

Rollemberg

fi­ nalizou dizendoque não

deixarája­

mais que a

Fenaj

morra, com ou sem

imposto

sindical.

No sábadoàtardea votaçãoteve que ser suspensa

antes

que as

agressõesdeixassem deserapenas

moraispara seremfísicas. Dois de­

-Iegadcs

quase se "atracaram" por­

queumchamouooutrode

"pelego".

Na sexta-feirao

presidente

da me­

sa, Américo

Antunes,

do sindicato de Minas Gerais, teve que inter­ romper porvárias vezes os discur­ sosdos

companheiros

delegados

pa­ ra

pedir

silêncioaospresentesque

não demonstravam interesse

pela

leitura

das teses que eles teriam que votar

depois.

Areunião quejá começoucomumatrasode mais de

umahoratevedificuldadesem seu

andamento devido ao comporta­

(5)

SOCIAL·

cachaça,

manga,

pitanga

e

um

feliz 1995

Marli Henicka

Reportagem

aoestilo de Ricardo Kots­ choeGilberto

Dimenstein,

licores,

aguar­

denteeesperançasde finalmente"serfe­

liz",

sem

medo,

em

1995,

foram asatra­

ções,

da manhã de

sexta-feira,

no

lança­

mento do livro A Aventura da

Reporta­

gem, de

Gilberto

Dimenstein e Ricardo

Kotscho.

Ao sabor de licoresde mangae

pitanga

e uma "ardida"

aguardente,

Ricardo

Kotscho,

umdosautoresdo

livro,

durante

,

umahoraemeia

autografou

mais de 100 livros. Em todasas

dedicatórias, desejou

aseus leitores um "Feliz

1995",

referin­

do-seao finaldogovernoCollore ao ano

dapossedonovoPresidente da

República.

A

pedido

da editora

Summus,

Gilberto

Dismenstein

e Ricardo

Kotscho,

dois dos

mais

importantes repórteres brasileiros,

reuniram nas 99

páginas

do livro suas

experiências

e aventuras na arte dare­

portagem.

O livro é divididoemduaspar­

tes e a

primeira,

"Asarmadilhas do

Po-o

der",

escrita

por

Dimenstein,

fala sobre

a vivência delecomo

repórter

nos

basti-o

dores

do

poder

emBrasília. Naoutra par­

te. "No olho da rua - do

Golpe

de 64 à

campanha

Lula",

Kotscho fazum

balanço

dos seus25 anos como

jornalista.

,

Gilberto Dimensteín é

repórter

da Fo-lhade São Pauloereconhecidocomo um

dos mais

importantes jornalistas

investi-Fora dos

debates,

otal deintercâmbiode

informações

.. _

gativos

do

país.

Ganhou vários

prêmios

de

jornalismo,

dentre elesoLíberoBadaró porduasve­ zes,em1989e1990.Ricardo Kotschotra­

balha como

repórter

especial

no Jornal do

Brasil,

sucursal de São

Paulo,

e tem

treze livros

publicados.

Ele também foi

assessorde

imprensa

da

campanha presi­

dencialde Lulanonão

passado.

"O

livronão tema

intenção

deserdidá­

ticoesim apenasum

registro

dasnossas

experiências

como

repórteres,"

diz Kots­ cho.

Didáticoounão,DimensteineKotscho

parece que têm muito a ensinar. Prova disso é que a maioria dos mais de 300

participantes

do

Congresso

comprouoli­

vro e ficou horas na fila de

autógrafos,

todos interessadosemviver AAVENTU­ RA.DAREPORTAGEM.

Afinal,

comodiz

ClóvisRossino

prefácio, "que

medescul­ pem Vinícius de

Moraes,

oseditorese os

redatores,

mas

repórter

éfundamental."

Lançamentos,

cumprimentos

e

autógrafos

nohall do

Congresso

Jornalistas

,

a

procura

dos

Manu_ais

Durante todoo24':

Congresso

Nacional

de

Jornalistas,

sediado no Hotel Castel­

mar,duaslivrarias(LivroseLivroseCu­ ca Fresca) expuseram centenasde livros

envolvendoosmaisvariadostemassobre

jornalismo

e

comunicação.

Os livros mais

procurados

foram os

Exemplares

do Manual

de

Redação

eEs­

tilo,

do Jornal O Estado de São Paulo, Manual de

Estilo,

da Editora Abril eA

História Secreta da Rede

Globo,

de Da­ niel Herz.

Porém,

o livro mais vendido

foi "A Aventurada

Reportagem",

deGil­

berto DimensteineRicardo

Kotscho,

que

durante o encontro deu uma sessão de

autógrafos

paraosleitores.

Jornais de Minas Geras

(Pauta),

da Universidade Federal de Santa Catarina

(Zero)

ecircularesdeoutros

estados,

como

Alagoas,

foram distribuídos durante o

congresso, trazendo

informações

e pro­

postasde cada estado

participante.

(Ma­ riaPaula

Pereira).

ACOLUNA

Na abertura do

Congresso

Frei Betofoi muito

aplaudido

aopropor

que os

jornalistas

substituam os manuais de

redação

pelos

manuais

deética.Ainda assim aeditoraLi­ vros eLivrosindicouumdos títulos maisvendidos duranteo

Congres­

so.Trata-se do Manual de

Redação

eEstilode'O Estado de São Paulo'

-

organizado

por Eduardo Mar­ tins.

No

coquetel

de abertura al­ guns estudantes de

jornalismo

foram

impedidos

de tomar a

água

mineralque

acompanhava

o

uísque

na

bandeja

deumgar­

çom velho e bem vestido. Ele �

disse que a

água

era para ser � servida

junto

ao

uísque

eestava

destinada a convidados espe- -§

• • Cf)

orais.

Também

durante o

coquetel

da

o

abertura do

Congresso

houve a

apresentação

deumgrupo folclóri­ co ítalo-brasileiro que distribuiu

medalhinhas às autoridades pre­ sentes. Muitos não

suportaram

as "canzioniitaliani"eavançaramnos

comes

e bebes.

Ricardo Kotscho se tornou a

atração

do

Congresso,

masnão

perdeu

sua

simplicidade

ebom

humor.

.Enquanto aguardava

queo

equipamento

detelevisão fosse montadoparaaentrevista

que daria à

universidade,

ele

tranqüilizou

a

repórter

dizendo:

"Agora

eu posso ser

político

pois já

sei falarnatelevisão". E

acrescentou: "Vou convidar o

Lulaparaser meuassessor."(K. V.)

A

tele-repórter

Rosane Porto estréia look Zélia

trajando

tailleurem

tom

pastel,

no

cocktail deabertura.

-o A festa alemã de

quinta-feira

no

Lira Tênis

Clube,

uma

simulação

da

Oktoberfest,

fez o

pessoal

suar acamisa detanto

dançar.

ABanda

do

Caneco,

de

Blumenau,

começou

atocaràs22he o

jantar

foiservido uma hora

depois.

A

noite,

patroci­

nada

pela

Santur,

foi

tipicamente

germânica,

commuita

salsicha,

pu­

rêde

batata,

chucrutee

chopp.

De início as pessoasestavam tí­

midascom ascanções

alemãs,

e só invadirama

pista

quando

abanda começouatocarlambadaemúsicas

da Xuxa. Cerca de 400 pessoascon­ sumiram 800 litros de

chopp

e a

festa foi até às 3h da

madrugada

(6)

DECISÕES

Jornalistas

querem

se

auto-regulamentar

-Pedro Saraiva

O 24?

Congresso

Nacional

dos

Jornalistas

se

posicionou

frontal­ mente contrário ao

projeto

de lei

presidencial

que retira do Minis­

tério

do

Trabalho

a

responsabili­

dade

de emitire

controlar

os

regis­

tros

profissionais

de várias cate­

gorias,

entre 'elas o

jornalismo,

sem determinar quem

passaria

a

exercer esta

função.

No entender dos

jornalistas,

caso o

Senado

e a

Câmara

Federal venhamaapro­ var o

projeto

assinado por Collor na

quarta-feira,

31,

a

exigência

do

diploma

paraoexercícioda

profis­

são estará

legalmente

abolida. Para evitar que esta ameaça se

concretize,

osjornalistas

vão apre­ sentar

emenda

a

proposta

gover­

namental

garantindo

que

a ativi­

dade

de concederecontrolaros re­

gistros

da

categoria

fique

a cargo

do Conselho Nacional dos Jorna­

lista,

órgão

que será criado e es­

truturadopara este fim.

Na

verdade,

este

Conselho

que

cuidará

dos

registros já

visa

tam-bém a união das lutas dos traba-.

lhadores

em

comunicação

(radia­

listas, gráficos,

jornalistas

e

etc.),

emconsonânciacoma

proposta

de um sindicato único.

Durante

o

processo

de

estruturação

do

Con­

selho,

os

jornalistas

buscarão a

participação

das demais

catego­

riasde maneiraque todas se con­ greguem nestaentidade.

Além

da emendaedo

Conselho,

a

resistência

ao

projeto

de Collor

inclui uma

campanha publicitá­

ria

pára

esclarecer

a sociedade e

mobilizar

a

categoria

emtornodo

problema.

Também está

prevista

a

formação

de umfundo nacional

de

mobilização

e a

realização

de

assembléias

estaduaispara

discu­

tira

questão.

De todaa

forma,

ébom lembrar que o

projeto

de lei

é,

por enquan­

to,

apenas um

projeto.

Ou

seja,

tantoos

registros

continuamaser.

concedidos

'pelo

Ministério do Tra­ balho como o

diploma

permanece como

exigência

para se atuar co­

mo

jornalista.

Comissão

de Assessores

repreende

porta-voz

o 24':

Congresso

Nacional dos Jornalistas aprovoua

criação

daComissão Nacional dos

Jornalistas em Assessoria de

Imprensa,

que teráa

responsabilidade

de encaminharasrei­

vindicações,

resoluções

e lutas dos

profissio­

naisque atuam neste setor. A comissão foi idealizada duranteo4':Encontro Nacionaldos

Jornalistas

emAssessoria de

Imprensa

(reali­

zado de 25 a 28desetembro emCanela, Rio

Grande do Sul)eagora,referendada

pelo

Con­

gressoNacional, começaaatuar.

Já duranteocongresso,acomissãosereuniu

trêsvezesparatraçarsualinha deação. Em uma destas reuniõescompareceram todosos assessoresde

imprensa

queestavampresentes

no congresso e foi feita uma

radiografia

da

situação

dos

jornalistas

em A.I nosestados.

Nesta análisese levou em

consideração

três

pontos considerados básicos

pela

comissão: 1

- se

quemtrabalha na área

possui registro

profissional;

2- se a

jornada

de trabalhode cinco horasé

respeitada;

3

-seexisteounão

umacomissãoestadualde

jornalistas

emA.I.

Segundo

Luciane

Schommer,

da comissão do Rio Grande do

Sul,

oresultadodesta "radio­

grafia"

éaconstataçãodequeos

profissionais

que atuamem A.I não estão___absolutamente

mobilizadose quea

categoria

édas mais

le-gais.

,

A

propósito,

acomissão nacional

seorga­

nizou para

repreender

umdos assessores de

imprensa

maisconhecidos do

país,

oporta-voz

do PresidenteCollor,Cláudio Humberto Rosa

eSilva

-poratitudes

antiprofissionais.

I,Pedro

Saraiva)

Demissões naBahia

O 24:

Congresso

Nacional dos Jornalistas aprovou tambémum moçãode

repúdio

àde­

missão de três

profissionais

da sucursaldo Jor­

nal do Brasilna

Bahia,

naúltima

quarta-feira,

31de outubro.Ademissãoaconteceuapósreu­

niãodo

presidente

do

JB,

Nascimento

Brito,

.edo EditorChefe, Marcos Sá

Correa,

com o

governador

eleito da Bahia

Antônio

Carlos

Magalhães

IPFL)e

justificada

aos

jornalistas

como

"reformulação

do

quadro

para

mudança

de linhaeditorial".

Raimundo

Lima,

chefe da

sucursal

hádois

anos e

ex-presidente

do sindicato dosJorna­

listasda Bahiaentre85e88,afirmaqueNas­ cimentoBrito,

depois

dareuniãocom ogover­

nador

eleito,

disseaogerentecomercial Paulo

Marques

queoJB "dará totaleirrestrito

apoio

a Antônio Carlos

Magalhães".

As demissões

chegaram

menos de uma semana

depois

da

reunião.

A

"reformulaçào

dalinha

editorial",

dizRai­

mundo,

prevê

o

"enxugamento

de

quadros

tambémemoutrosestados".NaBahia,apar­

tir da

quinta-feira,

os três

repórteres

foram substituídospor

doisjornalistas

que trabalha­

vam noRiode Janeiroeque,a

partir

deentão,

atuariam corno

"correspondentes"

do JBem

Salvador,

comsaláriosmenoresqueosdos de­

mitidos. Da

equipe

da sucursal, restou só o

fotógrafo

que,a

propósito,

diz

Raimundo,

vo­

touem Antônio Carlos

Magalhães

em 3 de outubro. JacquesMick I

Carta

de

Florianópolis

g

sjornalistas

brasileiros,

reunidos

em seu

24.0

Congresso Nacional,

realizado

em

Florianópolis,

de

31

de outubro

a

4

de

n

ro,

com a

participação

de

delegados

eleitos

em

25

sindicatos

da

categoria,

repudiam

o

projeto

de lei do

governo,

enviado

à

Câmara

Federal,

que

extingue

o

registro

de

jornalista

profissional

e

de

outras

14

profissões.

A

retirada do

registro

do

Ministério

do Trabalho

sem

passar

essa

atribuição

às

entidades dos

trabalhadores,

atende

aos

interesses

de

setores

do

patronato

e

da

elite

brasileira,

a

quem não

interessa

discutir

a

democratização

dos

meios

de

comunicação

e a

ética

jornalística.

.

Ao

contrário

do

que

afirmaram

alguns

órgãos

de

imprensa,

em

flagrante desrespeito

pára

com os

fatos,

este

Congresso

reafirma

que

continua

em

vigor

tode

a

legislação

que

regulamenta

a

profissão

de

jornalista.

Os

sindicatos,

aomesmo

tempo

em

que

vão

intensiiicer

a

fiscalização

do

exercício

irregular,

esperam

do

Congresso

Nacional

uma

resposta

vigorosa

contra

mais

este

atentado

à

organização

dos

trabalhadores

.

.

No

momento

em

que

se

discute

nos

principais

parlamentos

das

nações

democráticas, projetos

para

o

controle da

iniormsçêo

pela

sociedade

civil,

a

exemplo

do

que começam

a

fazer

os

jornalistas

brasileiros

e

imponentes

setores

da

sociedade,

o

governo

envia

ao

Congresso

Nscionsl

um

projeto

com o

objetivo

de

desorganizar

a

categoria'

e

evitar

que

se

discuta,

em

todo

o

psis,

mecanismos

de defesa

contra

a

manipulação política

e

ideológica

dos

meios

de

comunicação.

_

.

Os

monopólios

da

comunicação

são

representantes

diretos

de

uma

elite

que não

cede

um

milímetro do

que

possui,

o

que

explica

porque

a

oitava economia

do

ocidente

tem

mais de 50

milhões

de

pessoas

passando

fome

-segundo

relatório da

FAa.

Os

desafios

da

sociedade

brasileira

são

enormes e

urgentes.

O

projeto

neoliberal

do

governo

Collor

aprofundou

a

crise,

arrochou

os

salários,

aumentou

o

desemprego

e

implementou,

por

medidas

eutoritsriss

-algumas

inconstitucionais,

outras

cesuisticss

-

decisões

que

atingem

setores

estratégicos

para

o

desenvolvimento do

pais

e

relegam

ao

abandono

questões

fundamentais

que

afligem

o

povo

brasileiro.

O 24.0

Congresso responde

aos

desafios do

movimento

sindical brasileiro

com a

decisão de

intensiticsr

a

luta dos

trabalhadores

em

comunicação,

através

da

criação

de intersindiceis

até que

se

consolide

uma

entidade nacional.

_,.

I

I

(7)

ZERO

FOTOJORNALISMO

Lauro Maeda Fotos: Deise Freitas

Acima,

Perseu

"arrancando"

um

autógrafo

eàdireitao

legendário

Freitas Neto

pronto

paraatacar. A

colega

da

esquerda,

cuidadosa,

tambémseprepara.

,_Asraízes culturais são evidentes

o Zero sendo fechado:

acima,

aturma da

diagramação

e nastrês fotos

abaixo,

uma

legítima

testemunha ocular da

história,

Jacques

Mick,

Referências

Documentos relacionados

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