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AVALIAÇÃO DA REVISÃO GLOBAL DA PARCERIA ESTRATÉGICA DA ÁFRICA COM OUTRAS PARTES DO MUNDO

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UNIÃO AFRICANA Addis-Abeba (ETHIOPIE) P. O. Box 3243 Téléphone (251-11) 5517 700 Fax : 551 78 44

Website: www.africa-union.org CONSELHO EXECUTIVO

DÉCIMA-SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA 25 -29 DE JANEIRO DE 2010

ADIS ABEBA, ETIÓPIA

EX.CL/545 (XVI)

AVALIAÇÃO DA REVISÃO GLOBAL DA PARCERIA ESTRATÉGICA DA

ÁFRICA COM OUTRAS PARTES DO MUNDO

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INTRODUÇÃO

1. O Conselho Executivo teria lembrado que, na sua 12ª Sessão Ordinária em Adis Abeba, Etiópia, em Janeiro de 2007, a Comissão tinha submetido um relatório completo, documento EX.CL/374 (XI), sobre o número crescente de acordos de parceria da África. Depois de uma reflexão apropriada sobre o Relatório, o Conselho tomou a decisão, EX.CL/397 (XII), que entre outros aspectos.

"APELA a Comissão da UA para dar seguimento a esta questão e realizar uma revisão global de todas as parcerias, de forma a implementar as estratégias e parceiros, reduzir o número de Cimeiras, identificar os critérios dessas parcerias e fazer recomendações necessárias ao Conselho e a Assembleia."

"AINDA APELA o Comité dos Representantes Permanentes para submeterem as suas recomendações sobre o estudo acima mencionado, antes de iniciar quaisquer novas parcerias estratégicas."

2. Para implementar a directiva do Conselho, a Comissão realizou um Estudo que analisou toda a rubrica de parceiros estratégicos da África no contexto de um novo paradigma de desenvolvimento. Este aspecto foi consequentemente analisado pelo Sub-comité sobre a Cooperação Multilateral e o CRP. Um relatório preliminar foi submetido ao Conselho durante a Sessão de Sirte em Junho de 2009. O Conselho, tendo delegado o trabalho feito pela Comissão ao Sub-Comité e ao CRP, pediu-lhes para completarem o trabalho sobre o Estudo e fazer recomendações finais para a sua deliberação. O relatório trata da implementação dessa decisão do Conselho.

PONTOS FOCAIS DO ESTUDO

3. Um breve resumo do Estudo realizado pela Comissão encontra-se anexado ao presente relatório, de forma a facilitar a sua análise. O Estudo encontra-se dividido em 15 (quinze) capítulos, nomeadamente:

• Introdução

• Objectivo da Parceria Estratégica

• NEPAD: Exemplo de Parceria Estratégica • Definição de Parceria Estratégica da África • Princípios Directivos de Parcerias

• Elementos de uma Parceria Estratégica • Quadro de uma Parceria Estratégica • Parceria Continente a Continente

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• Cimeiras de Continente a Continente

• Relações iniciadas fora do Quadro Continental • Parcerias em Expectativa

• Parceria de Instituição a Instituição

• Estrutura de Participação em Cimeiras de Parceria • Recomendações e Próximos Passos

• Conclusão

4. Depois da introdução sobre as razões do Estudo, a Comissão apresentou algumas visões sobre o objectivo ou objectivos dos programas de parceria estratégica da África. O Estudo referiu-se ao estado de desenvolvimento em África em comparação com o resto do mundo, em particular com a Ásia, onde alguns países se encontravam ao mesmo nível de desenvolvimento com muitos países africanos nos anos 60, que se tornaram países desenvolvidos enquanto a África continua subdesenvolvida.

5. O Estudo apontou para a necessidade de que a África seja desenvolvida num mundo globalizado que exige que ela (África) seja competitiva tanto ao nível regional como internacional. O Estudo concluiu que para se tornar desenvolvida, a África precisava forjar uma relação com os parceiros do Norte e do Sul para ultrapassar o sistema de "assistência" e transformar-se num "sistema de parceria", que seria uma relação baseada no enriquecimento e igualdade mútuos e na qual cada parceiro tivesse o conhecimento total dos seus direitos, deveres e responsabilidades e que envolvesse obrigações mútuas.

6. O Estudo concluiu este capítulo, indicando que uma parceria só pode ser considerada estratégica se ela for edificada à volta dos objectivos específicos, com resultados pré-determinados de "ganho-ganho" em benefício mútuo das partes envolvidas. Ela envolve um plano estratégico baseado em prioridades definidas conjuntamente, bem como a necessidade de definir os critérios de implementação, seguimento e avaliação.

7. No Estudo, a Comissão opinou que a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD) foi um bom exemplo de parceria estratégica – parceria entre África e parceiros de desenvolvimento, parceria entre governo e sector privado e parceria entre África e outros que fazem das prioridades da África o seu programa principal. (a) DEFINIÇÃO DE PARCERIAS ESTRATÉGICAS DA ÁFRICA

8. Na definição de parcerias estratégicas da África, o Estudo indicou que é necessário o estabelecimento de princípios para reger as parcerias da África com outras parcerias. Neste sentido, o relatório referiu-se ao trabalho realizado pelo grupo de trabalho composto de peritos africanos dos sectores público e privado, instituições

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de pesquisa e instituições parceiras de desenvolvimento que se reuniram em Adis Abeba de 11 a 13 de Setembro de 2006 e cujo relatório constituiu a base de um relatório da Comissão ao Conselho.

9. O relatório concentrou-se na relação com três principais novas potências, a saber, Brasil, China e Índia, e sugeriu que os seguintes elementos principais devem reger a nova relação com esses países no sistema mundial. Esses princípios incluem os seguintes aspectos:

• As relações da África com as potências emergentes devem ser baseadas em parcerias verdadeiras e equitativas de confiança e benefício mútuos, e não uma parceria do tipo doador-beneficiário.

• A abordagem da parceria deve ser de co-desenvolvimento, centrada no homem e na qual ambas as partes assumem o compromisso de disponibilizar os seus recursos e activos em benefício de interesses comuns.

• A África deve enfrentar as novas potências como um continente unido, e; • Essas parcerias estratégicas devem ser sólidas, com uma visão e

estratégia de desenvolvimento da UA claramente definidas, com ênfase particular sobre a aceleração da industrialização, desenvolvimento da infra-estrutura, desenvolvimento e aquisição de tecnologia e "know-how", e desenvolvimento do capital humano, todos projectados no Plano Estratégico da Comissão e no programa NEPAD da UA.

10. O relatório também propôs que:

• O sector privado devia estar envolvido no processo de parceria da África; • Havia necessidade de respeitar os princípios de assistência e

complementaridade e adoptar uma abordagem BEM DEFINIDA (específica, ponderada, viável, apropriada e oportuna);

• A adopção de um modelo de implementação e gestão que consistiria num manual que forneceria (a) uma declaração política que estabeleça os princípios gerais da parceria (b) um plano de acção que indique claramente as actividades determinadas e quantificáveis e um mecanismo de implementação, monitoria e avaliação.

11. Relembrou-se que todos esses princípios foram aceites pelo Conselho Executivo e aprovados pela Assembleia dos Chefes de Estado e de Governo.

12. O Estudo indicou que apesar do trabalho dos Peritos acima mencionado ter sido baseado nas novas potências – Brasil, China e Índia – as recomendações eram aplicáveis a todas as parcerias da África e os princípios e mecanismos recomendados estavam sendo aplicados a todas as parcerias.

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(b) ELEMENTOS DE UMA PARCERIA ESRATÉGICA

13. O Estudo, nos parágrafos 27 a 32, tentou definir qual seria o papel dos elementos de parceria estratégica. Ele supõe que as parcerias da África deveriam facilitar o desenvolvimento do continente e reconhecer que não existe uma parceria ideal, uma vez que todos os parceiros pensam nas vantagens que podem tirar dela (parceria com a África). O Estudo argumenta que uma parceria estratégica deveria envolver o processo de cooperação com outras parcerias para objectivos específicos e deveria ser uma ponte que facilitaria realizações conjuntas para objectivos específicos, e a afectação dos fundos dos parceiros em benefício mútuo.

14. Em termos específicos, o Estudo recomendou os seguintes critérios para uma parceria bem sucedida:

• A selecção de um parceiro deve ser apropriada em termos da sua capacidade para alcançar os objectivos da África;

• A parceria deve ser também complementar, alguém que acrescenta valor aos esforços da África;

• O quadro da parceria continental deve ser concebido como uma rede mutuamente reforçada, isto é, que haja uma sinergia dentro e entre as relações;

• A estimativa dos benefícios (da parceria) deve ter um componente a curto e longo prazo concentrado na inovação e aumento dos recursos técnicos e apropriados;

• A parceria deve ser necessariamente uma parceria de desenvolvimento e dinâmica, sujeita a ajustamentos e redefinições de forma a atingir os objectivos definidos.

(c) QUADRO DAS PARCERIAS ESTRATÉGICAS DA ÁFRICA

15. Um elemento principal do Estudo é a categorização das parcerias da África em quatro grupos principais, a saber:

• Parcerias de continente a continente em que a parceria é realizada entre África e outro continente ou outro grupo. Ela inclui parceria entre África e UE, África-América do Sul e África-Ásia.

• Continente e parceiros de um país específico que são China, Índia, Turquia, Japão (TICAD), AGOA (com América) e África-França.

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• As novas parcerias que incluem Afro-Árabe e Afro-Caraíbas, e outras perspectivas como com Irão; e

• Cooperação Institucional com a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Organização da Conferência Islâmica (OCI) e a Comunidade da Francofonia

16. O Estudo feito pela Comissão fornece detalhes sobre cada uma das categorias, sublinha as dificuldades que cada uma delas enfrenta, os aspectos positivos e as mudanças necessárias a fazer. A Comissão também faz sugestões, várias propostas e recomendações no Estudo. Ela fornece informações sobre o trabalho do Subcomité que começou a analisar o relatório em 22 de Maio de 2009. Ela criou um Grupo de trabalho composto de cinco membros que examinou o relatório em detalhe e seguidamente o subcomité apreciou as recomendações do Grupo. Antes da Cimeira de Sirte em Junho/Julho de 2009, o CRP também fez uma revisão do trabalho realizado pelo subcomité.

17. Deve-se sublinhar que a Comissão concluiu o Estudo, fazendo recomendações e sugestões específicas sobre os próximos passos. Essas recomendações abrangem os princípios das parcerias o modelo de implementação e gestão o quadro de engajamentos uma estrutura definida dentro da Comissão para gerir as parcerias os critérios de participação nas Cimeiras o reforço da capacidade da União – Estados Membros e a Comissão – para gerir as parcerias obter um direito de propriedade no domínio de parcerias centradas nas pessoas e na taxa de implementação e nos resultados dos planos de acção. Todos estes princípios se encontram definidos nos parágrafos 131 a 147 do Estudo, que se recomenda para análise.

RESULTADOS DA ANÁLISE DO RELATÓRIO DA COMISSÃO EFECTUADA PELO SUB-COMITÉ SOBRE A COOPERAÇÃO MULTILATERAL E O CRP

18. Na análise do Estudo, o Subcomité sobre a Cooperação Multilateral criou um Grupo de Trabalho composto de cinco membros para realizar uma análise profunda do Estudo e fazer recomendações ao Subcomité. O Grupo de Trabalho, liderado pelo Embaixador da Namíbia, S.E. Wilfried Emvula, reuniu-se várias vezes com a Comissão para assisti-la. Ele submeteu as suas observações e recomendações ao Subcomité, que depois de uma série de debates, também fez recomendações preliminares ao CRP.

19. O Grupo de Trabalho, o Subcomité e o CRP todos elogiaram a Comissão pela qualidade, detalhes e informações do Estudo e manifestaram o apoio à maioria das recomendações feitas. Contudo, eles sugeriram que um número de modificações deve ser feito no Estudo de forma a melhorar a sua qualidade e eficácia.

20. Algumas dessas sugestões incluem os seguintes aspectos:

(i) A NEPAD não deve ser considerada como parte das parcerias estratégicas no sentido de parcerias com alguns continentes e países, uma vez que ela é um programa africano para o seu próprio desenvolvimento.

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(ii) Três parcerias classificadas no Estudo como Possíveis Parcerias, devem ser reclassificadas como parcerias já existentes. Essas parcerias são: • Parceria entre África e o Mundo Árabe

• Parceria África-Parceiros Caribenhos; e • Fórum Coreia-África.

(iii) A parceria ou relação de Instituição a Instituição como as existentes entre a Comissão da UA e o Secretariado Geral da OEA, o Secretariado da OIC, a Comunidade da Francofonia, não deve ser considerada no Estudo, uma vez que não constituem acordos essencialmente institucionais que a UA conseguiu com os parceiros;

(iv) Os critérios para o estabelecimento de parcerias devem ser interpretados de maneira mais clara e deve-se acrescentar outros critérios aos propostos no Estudo da Comissão;

(v) Devem ser feitas recomendações mais transparentes e específicas sobre a situação das parcerias existentes, se elas devem ser retidas, modificadas ou abandonadas completamente;

(vi) As novas parcerias só devem ser encaradas depois da conclusão do Estudo e adopção das suas recomendações, incluindo os critérios para seu estabelecimento com os parceiros; e

(vii) O Estudo deve fornecer dados e estatísticas de forma a indicar os resultados das parcerias no desenvolvimento da África.

21. A Comissão concordou com essas observações. Contudo, ela sublinha, relativamente à terceira observação, que as estatísticas só podem ser fornecidas pelos Estados Membros, uma vez que a maioria dos projectos e actividades foram executados entre os parceiros e os países individualmente. Um pedido foi feito aos Estados Membros para facultarem esse estudo à Comissão, mas não obteve uma resposta positiva.

22. Para finalizar o seu trabalho sobre o Estudo e fazer recomendações, o Sub-comité e o CRP basearam a sua reflexão nos seguintes parâmetros:

• Uma Avaliação/Resultado da Intervenção de cada Parceria;

• Critérios para Estabelecer Parcerias Estratégicas entre África e Outras Partes do Mundo;

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• Análise do Impacto das Parcerias; e • Recomendações.

23. O capítulo seguinte constitui um resumo das conclusões do Sub-comité adoptadas pelo CRP.

(i) UMA AVALIAÇÃO/CONCLUSÃO APROPRIADA DE CADA PARCERIA

24. Na base dos parágrafos 33 a 119 do Estudo, intitulado "Quadro das Parcerias

Estratégicas da África", foram efectuadas as seguintes avaliações: PARCERIA CONTINENTE A CONTINENTE

a) Parceira África-Europa (União Europeia)

• A parceria África-Europa é uma forma tradicional de parceria, que foi criada há muito tempo e que deve ser consolidada. Contudo, é necessário actualizá-la de forma a maximizar os benefícios gerados por ambas as partes e induzir dinamismo na parceria;

• Necessidade de melhoramento do mecanismo de seguimento, especialmente do processo Troika, de forma a aumentar o envolvimento total dos Estados Membros;

• Necessidade de modernização de um mecanismo eficaz no processo de coordenação que integraria o Subcomité de Cooperação Multilateral do CRP na implementação de uma Estratégia Joint-Venture África-Europa; • Necessidade de fornecimento de recursos para a implementação da

decisões tomadas, e

• Recomenda-se que esta parceria deve continuar e ser reforçada. b) Cimeira África-América do Sul (AAS)

• A Cimeira África-América do Sul (AAS) é relativamente nova e não progrediu muito uma vez que estão sendo feitas tentativas no sentido de implantar os mecanismos/programas necessários que assegurariam a implementação eficaz do processo;

• Necessidade de identificar o mecanismo de financiamento dos projectos/programas de parceria;

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c) A Conferência das Organizações Su-regionais África – Ásia (COSRAA)

• A Conferência das Organizações Sub-regionais África-Ásia (COSRAA) ainda é embrionária e necessita de uma estrutura sólida se for chamada a desempenhar um papel importante na facilitação da cooperação entre as duas regiões;

• Necessidade de uma avaliação do processo em termos da sua sustentabilidade e modernização ou possivelmente baixar o seu nível para reunião ministerial, e

• Não se recomenda a continuação desta parceria na sua forma actual.

CIMEIRAS CONTINENTE-PAÍS

a) Parceria África-Índia

• A parceria África-Índia tem potencialidades para a expansão e envolvimento numa parceria eficaz;

• Os engajamentos ao abrigo desta parceria são capazes de fornecer bases para as populações de ambas as partes, e ela deve ser totalmente implementada uma vez que esses engajamentos são financiados por projectos e concessão de fundos;

• A parceria respeitou com lealdade as aspirações da União Africana relativamente aos princípios de uma parceria continente-país; e

• Recomenda-se a continuidade desta parceria.

b) Parceria África –Turquia

• A parceria África tem enormes potenciais que o seu nível e esfera de implementação precisam ser reforçados porque até a data presente não houve grande evolução em termos de implementação dos acordos de Istambul;

• Uma decisão precisa ser tomada pelos órgãos executivos da UA em termos de participação dos Estados Membros nesta parceria; e

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Pontos Críticos nas Parcerias Continente-Continente

25. Notou-se que as parcerias Continente-País devem ser esclarecidas, periodizadas e sequenciadas de acordo com as necessidades de desenvolvimento da África. Em segundo lugar, o interesse principal da África deve ser vital na decisão para qualquer parceria. Em terceiro lugar, as parcerias devem ser estabelecidas numa base de dimensão da economia do parceiro, vantagens comparativas e valor acrescentado ao plano de desenvolvimento da África.

26. Além disso, é necessário determinar os níveis dessas parcerias. Sugeriu-se que nem todas as parcerias devem ser necessariamente ao nível de Chefes de Estado e de Governo. Além disso, o engajamento com uma região não precisa ser ao nível de parceria. Por exemplo, ele pode ser sob a forma de reuniões/engajamentos específicos ou qualquer outro tipo de interacção.

RELAÇÕES INICIADAS FORA DO ÂMBITO CONTINENTAL: ÁFRICA-CHINA (FOCAC), JAPÃO (TICAD), EUA (AGOA) E

ÁFRICA-FRANÇA

27. Foram formuladas as seguintes conclusões recomendações: a) Fórum de Cooperação China África (FOCAC)

• O FOCAC é uma parceria forte que teve um longo período de gestação. Funciona muito bem e tem potencial para proporcionar vantagens óbvias para os dois lados;

• Em vários domínios, esta parceria produziu resultados concretos que foram benéficos a África, embora o continente africano necessite de utilizar plenamente esta colaboração em termos de potencial de mercado disponível e oportunidades de negócios.

• Necessidade de criar um formato de participação apropriado e consistente devido às enormes oportunidades resultantes desta parceria. E isto com vista à inclusão de todos os Estados Membros no processo preparatório;

• O papel da Comissão da União Africana e do Comité de Representantes Permanentes deve ser fortalecido como acordado em Sharm El Sheikh, Egipto, durante a 4ª Conferência Ministerial sobre o FOCAC;

• Foi ainda recomendado que a parceria continue com os países que, como é prática, têm relações com a China.

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• O Processo África-Japão tem um grande potencial que devia ser aproveitado, embora o seu formato seja diferente tendo em consideração a sua origem;

• Necessidade de um papel de coordenação para a Comissão e o CRP, não somente quando se aproximam as reuniões do TICAD, mas em todas as actividades da cooperação;

• As prioridades de África devem ser articuladas pelos africanos e não ditadas por concepções externas das suas necessidades e prioridades. Nesta ordem de ideias, a União Africana e a sua Comissão devem definir posições claras sobre como facilitar o processo de transformação e discutir as perspectivas com os Japoneses; e

• Foi recomendado ainda que o TICAD se transforme numa instância de cooperação formal, com a participação de todos os Estados Membros, tendo em conta a história do TICAD e os parceiros que colaboram com o Japão e a África no processo.

c) África – Estados-Unidos (AGOA)

• A Lei para o Crescimento e a Oportunidade de África (AGOA) incide no comércio. Não é, portanto, uma parceria em si;

• Todavia, há necessidade da África aproveitar as oportunidades oferecidas por esta parceria;

• É necessário um papel de coordenação por parte da Comissão e do CRP, não somente com o aproximar das reuniões da AGOA, mas em todas as actividades de cooperação; e

• Foi igualmente recomendada a continuação do processo. d) Cimeira África-França

• A Cimeira África-França é mais um quadro de diálogo político do que uma parceria de base económica. Não faz parte das parcerias da União Africana. Consequentemente, não tem sido conduzida através do processo da União Africana. Isto evitará uma situação em que organizações semelhantes, com antecedentes e razão de ser idênticos, como a Commonwealth e a Francofonia sejam elevadas à mesma categoria.

Reclassificada a Avaliação de Parcerias a) Parceria entre a África e o Mundo Árabe

• Nesta parceria, foram realizadas algumas reuniões mais cedo, incluindo a primeira e única Cimeira em 1977.

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• Contudo, a ausência de um mecanismo adequado que pudesse garantir o seguimento efectivo desta parceria, torna necessária a institucionalização de um mecanismo apropriado.

• Devem ser feitos esforços para relançar a parceria, com a realização da Segunda Cimeira Afro-Árabe em 2010, tal como foi decidido pela Conferência na sessão de Janeiro de 2009, em Adis Abeba e acordado tanto pela Comissão da União Africana como pelo Secretariado Geral da Liga de Estados Árabes.

• É recomendado o envolvimento de mecanismos da União Africana, tais como a Comissão da União Africana e o Sub-comité de Cooperação Multilateral para a sua devida implementação e seguimento.

b) Parceria África-Caraíbas

• O processo da Cimeira África-Caraíbas já teve início através de reuniões a nível de peritos e ministerial.

• Uma Cimeira foi programada para 2008, depois para fins de 2009, mas ainda nenhuma data foi proposta pela África do Sul.

• Para um melhor seguimento e implementação, requer-se o envolvimento de mecanismos da União Africana tais como o Sub-comité de Cooperação Multilateral.

• Esta parceria é extremamente importante porque, em termos de proporção da Diáspora Africana, as Caraíbas detêm a maior concentração de descendentes de africanos fora do continente. Portanto, torna-se necessário elevar o nível da interacção com esta região.

c) Fórum Coreia-África

• O Fórum Coreia-África já teve início com a Cimeira que se realizou em Novembro de 2006, mas não estritamente no quadro da União Africana. • Esta parceria foi revista e tornada mais consistente com parcerias em

curso em termos de formato da participação bem como do papel da Comissão da União Africana e do Sub-comité de Cooperação Multilateral.

• O segundo Fórum acabou de se realizar (23-25 de Novembro de 2009) com um novo formato e com o total envolvimento do CRP, do Sub-comité de Cooperação Multilateral e da Comissão.

• Este Fórum contém perspectivas de benefícios mútuos para ambos os lados e deve ser continuado activamente.

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28. Foi observado que havia várias parcerias futuras que podiam ser consideradas, com base nos resultados do Estudo de Avaliação Global de Parcerias com outras Partes do Mundo. Isto podia incluir o Fórum África-Irão e a Parceria África-Australásia propostos, entre outros. Contudo, essa consideração devia aguardar a aprovação destas recomendações pelo Conselho Executivo e pela Conferência. Os novos critérios deviam ser utilizados na avaliação de propostas de novos pedidos de parceria com África.

ii) CRITÉRIOS PARA O ESTABELECIMENTO DE PARCERIAS

ESTRATÉGICAS ENTRE A ÁFRICA E OUTRAS PARTES DO MUNDO

29. Sobre este assunto, recomenda-se que as parcerias estratégicas de África se baseiem em critérios predeterminados incluindo os seguintes:

• Devem ser construídas em torno de objectivos específicos com resultados predeterminados para benefício mútuo das partes envolvidas; • Todas as parcerias estratégicas não devem abarcar as mesmas áreas de

cooperação e devem ser específicas, tendo em conta a capacidade do parceiro em questão;

• Devem ser uma cooperação verdadeira e igualitária, baseada em confiança e benefícios mútuos e não uma relação doador-beneficiário. Nesta perspectiva, a cooperação deve ser orientada para a procura; • Devem ser coerentes com a visão claramente definida e a estratégia de

desenvolvimento da União Africana tal como traçadas no Plano Estratégico da Comissão.

• Devem respeitar os princípios de subsidiariedade, complementaridade e adoptar uma visão SMART (específica, mensurável, relevante e com prazos);

• Também devem envolver o sector privado de ambos os lados de forma a desempenhar um papel crucial no processo de industrialização de África, como base para o seu desenvolvimento;

• Devem constituir uma ponte que facilite a compreensão mútua, para atingir objectivos específicos;

• Devem permitir que a África obtenha vantagens comparativas no contexto das suas relações, em geral, no sistema mundial e devem acrescentar mais valias para a agenda de desenvolvimento de África; • Devem basear-se no benefício e impacto possível, em comparação com

as parcerias e áreas de colaboração já existentes e nos valores que lhes possam ser acrescentados;

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• Os seus benefícios devem ter componentes tanto a curto como a longo prazos, com ênfase em inovação, incremento dos recursos técnicos e operacionais e melhoria potencial;

• Também devem incluir a perspectiva política e a procura de alianças num ambiente político;

• Devem ser flexíveis e ser parcerias em evolução sujeitas a ajustamentos e constantes redefinições, daí a necessidade de avaliação individual e colectiva; e

• Devem estar em conformidade com os laços históricos e tradicionais e serem aceites pelos Estados Membros da União Africana.

iii) PROCESSO PARA O ESTABELECIMENTO DE UMA PARCERIA FUTURA

30. Ao estabelecer uma parceria, constatou-se que essas parcerias foram criadas no passado com base numa abordagem feita pelo futuro parceiro. 31. A este respeito, recomenda-se que, futuramente, um futuro parceiro tenha o aval de uma decisão dos órgãos executivos da União Africana.

iv) ANÁLISE DO IMPACTO DAS PARCERIAS

32. Ao avaliar o valor de qualquer parceria, recomenda-se que se considerem os seguintes pontos de referência:

• Necessidade de uma análise do impacto de todas as parcerias existentes sob a forma de uma matriz durante um período específico de tempo;

• Necessidade de uma análise custo-benefício de cada parceria com vista a determinar a sua vantagem comparativa e valor acrescentado para as necessidades de desenvolvimento de África;

• Necessidade de identificar os principais interesses dum parceiro e garantir que sejam preservados os interesses de África;

• Os Estados Membros devem fornecer dados à Comissão, que possam ser utilizados para avaliar que benefícios recebem os Estados Membros como resultado das parcerias;

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• Deve ser levada a cabo com regularidade uma avaliação das parcerias, pelo menos cada três anos. Para tornar tais avaliações mais credíveis, devem ser envolvidos os serviços de instituições externas, como órgãos de investigação, universidades, etc.

V) RECOMENDAÇÕES

33. À luz do estudo e da análise realizados pela Subcomissão, fazem-se as seguintes recomendações:

• Necessidade de uma estrutura eficaz de administração para gerir as parcerias africanas. Isto pode ser feito através da criação de uma Unidade de Coordenação adstrita ao Gabinete do Presidente da Comissão. O Conselho já decidiu sobre este assunto e o Sub-comité das Estruturas está a tratar do assunto. Espera-se que a Unidade, uma vez instalada, venha a reforçar o trabalho que está a ser realizado em relação às parcerias. Esta decisão deve ser implementada imediatamente.

• Necessidade de harmonizar os parceiros quanto às necessidades das respectivas regiões e em colaboração com as Comunidades Económicas Regionais (CERs).

• Necessidade de definir as prioridades de desenvolvimento de África, que incidem em áreas limitadas de cooperação com cada parceiro, numa base de complementaridade, subsidiariedade e valor acrescentado. • Necessidade de apoiar a decisão de Banjul que reconhece a inclusão de

todos os Estados Membros no processo de preparação de cada parceria. Nesta óptica, a Comissão deveria ser incumbida de informar o CRP sobre os resultados de qualquer Cimeira, logo a seguir à sua realização.

Recomendações Adicionais de Acordo com Experiências Recentes

34. Em aditamento às recomendações acima, extraídas do estudo realizado pela Comissão e aos comentários e recomendações do Sub-comité da Cooperação Multilateral e do CRP, são feitas aqui algumas recomendações adicionais, que poderão ter uma aplicação geral no que se refere à condução de todas as parcerias africanas. Estas recomendações são feitas à luz de experiências adquiridas na condução de três parcerias durante este ano (2009). 35. Estas parcerias são: a Segunda Cimeira África-América do Sul (ASA) na Ilha Margarida, Venezuela, de 22 a 27 de Setembro de 2009; a 4ª Conferência Ministerial do Fórum de Cooperação China-África, (FOCAC), em Sharm El Sheikh, Egipto, de 6 a 9 de Novembro de 2009; e o 2º Fórum Coreia-África em Seul, República da Coreia, de 23 a 25 Novembro de 2009. Se por um lado, o processo com a Coreia foi suave e envolveu o CRP, o Sub-comité de Cooperação Multilateral e a Comissão, respeitando plenamente as práticas da União Africana, o mesmo não se pode dizer dos outros dois. O FOCAC não

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envolveu a Comissão nem o CRP, apesar de isto estar a mudar agora. Quanto à Cimeira ASA foram encontradas muitas dificuldades.

36. Em face disto, recomenda-se a aplicação geral das recomendações feitas no relatório da 2ª Cimeira ASA, que não são específicas da mesma, na implementação de todas as parcerias.

37. Finalmente, considerando a experiência no que se refere à representação de África no Fórum Coreia-África segundo o formato de Banjul (+), colocam-se à consideração as seguintes recomendações:

• Quando um país tiver mais do que uma função, como é o caso da Líbia (Presidência da União, CEN-SAD e UMA); da Etiópia (Presidência do IGAD e do Comité de Implementação de Chefes de Estado e de Governo da NEPAD); da Nigéria (Presidência da CEDEAO e país iniciador da NEPAD); e até pouco antes do Fórum, a República Democrática do Congo (RDC) (Presidência da CEEAC e da SADC), tais Presidências deviam concordar em associar outro país à reunião. No que diz respeito ao Fórum Coreia-África, depois de consultas, o IGAD e a CEDEAO nomearam os membros da sua Troika a participarem na reunião de Seul. Deve proceder-se do mesmo modo sempre que haja uma sobreposição de representações.

• Quando os países da Presidência e do Relator do Sub-Comité de Cooperação Multilateral não estiverem no grupo que representa a África, podem ser cooptados. Isto tendo em conta o profundo envolvimento do Sub-comité na preparação e no seguimento das parcerias. A sua participação nas próprias reuniões deverá facilitar o processo de seguimento.

• Igualmente, o primeiro Presidente da Mesa da Conferência e o seu predecessor imediato devem fazer parte da equipa da UA. Isto assegurará que um membro da Mesa ou um seu Presidente predecessor imediato possa co-presidir ao lado africano, no caso de, por qualquer razão o Presidente não puder estar presente (e não estiver presente nenhum membro da Mesa) como foi o caso no Fórum Coreia-África. 38. As recomendações acima devem ser aplicadas qualquer que seja o nível da reunião – Oficial, Ministerial ou Cimeira.

CONCLUSÃO

39. Este relatório encerra com os três últimos parágrafos do Estudo da Comissão pois são pertinentes e reflectem a importância das parcerias para o desenvolvimento da África.

40. O século XXI é um século de oportunidades para África. É um século para a consolidação da sua integração e marcha resoluta rumo aos Estados Unidos de África, caracterizadas pela transformação da união política,

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perante os desafios da globalização.

41. Para enfrentar estes desafios, o continente necessita de estabelecer relações sob a forma de parcerias estratégicas, não só com os parceiros tradicionais, mas também com as potências emergentes de outras partes do mundo. Agindo desta forma, assegura que os laços que está a estabelecer são não só sólidos e eficazes, mas também podem produzir resultados compatíveis com as expectativas do povo africano.

42. Eis porque estas parcerias devem ser edificadas com base no princípio de igualdade e respeito e de benefícios mútuos para as partes em causa. Devem também cumprir regras que permitem a cada parte tirar o máximo benefício das parcerias. Para a África, a União Africana e a sua Comissão servirão de dinamizadores e garantes do início, implementação, monitorização e avaliação destas parcerias, de acordo com as directivas traçadas pelos órgãos decisores da organização continental.

43. O estudo realizado pela Comissão e as recomendações do Sub-comité, endossadas pelo CRP, são aqui recomendados para aprovação pelo Conselho.

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