Difra¸
c˜
ao de h´
adrons e a componente muˆ
onica de chuveiros atmosf´
ericos
extensos
Luan Arbeletche
Grupo de Altas e M´edias Energias (GAME) Programa de P´os-gradua¸c˜ao em F´ısica
Universidade Federal de Pelotas
Sum´
ario
1. Motiva¸
c˜
ao
2. Raios C´
osmicos
3. Modelando intera¸
c˜
oes hadrˆ
onicas
4. Metodologia
5. Resultados
- Perfis longitudinais - Distribui¸c˜oes laterais - Densidade de m´uons
6. Conclus˜
oes
7. Pr´
oximos passos
Motiva¸c˜
ao
Resultados recentes de experimentos de raios c´
osmicos ultra energ´
eticos mostram
que alguns resultados dependem de modelos te´
oricos no que diz respeito `
as
intera¸
c˜
oes hadrˆ
onicas.
Em particular, a falta de dados de aceleradores de part´ıculas em rela¸
c˜
ao `
a f´ısica
difrativa gera incertezas no estudo de raios c´
osmicos que s˜
ao dif´ıceis de estimar.
Por que estudamos os raios c´
osmicos?
Queremos entender a origem dos raios c´
osmicos
maios energ´
eticos (energias de at´
e 10
20eV ). Para tal,
precisamos determinar:
Composi¸
c˜
ao (”model dependent”)
Espectro de energias
Distribui¸
c˜
ao dos ˆ
angulos de incidˆ
encia
”Multi-messenger astronomy”
Raios-X, Raios-γ, ν, RCs (pr´
otons,
´ıons, Fe, ex´
oticos...)
Figura 3: Raios C´osmicos altamente energ´eticos atingem a atmosfera terrestre e geram cascatas de part´ıculas, conhecidas como Chuveiros Atmosf´ericos Extensos.
Chuveiros Atmosf´
ericos Extensos
As cascatas de part´ıculas geradas pelos raios c´
osmicos - CAEs - tem propriedades bem
conhecidas.
Figura 4: Um CAE possui distintas componentes geradas nas intera¸c˜oes com a atmosfera.
Figura 5: Perfil longitudinal de um CAE gerado por um pr´oton a 1019eV .
Detec¸
c˜
ao de CAEs
A detec¸
c˜
ao ´
e feita, geralmente, pela combina¸
c˜
ao de t´
ecnicas.
Figura 6: Detec¸c˜ao h´ıbrida.
Observa¸
c˜
ao no solo - SD
Energia do RC ↔ dens. de part. carregadas
Composi¸
c˜
ao do RC ↔ densidade de m´
uons
Detec¸
c˜
ao de fluorescˆ
encia - FD
Energia do RC ↔ luminosidade integrada
Composi¸
c˜
ao do RC ↔ posi¸
c˜
ao X
maxInterpreta¸c˜
ao dos resultados
Depende da compara¸
c˜
ao com simula¸
c˜
oes.
Vari´
aveis que afetam o desenvolvimento de CAEs
Usando a aproxima¸
c˜
ao anal´ıtica de Heitler-Matthews:
X
max(A)= λ
ine+ X
0ln
E
02η
seccA
(1)
N
µ(A)= A
1−αE
0E
dec,
α =
ln η
π chln η
π tot< 1
(2)
X
maxe N
µ- determinam a composi¸
c˜
ao - s˜
ao extremamente sens´ıveis `
as caracter´ısticas
das intera¸
c˜
oes hadrˆ
onicas que ocorrem na cascata.
X
max→ se¸c˜
oes de choque σ
p−Ar, σ
nucleo−Ar, multiplicidade η
sec...
ρ
µ→ multiplicidade η
sec, produ¸
c˜
ao de p´ıons η
πtot, η
πch...
Predizendo resultados
Descri¸
c˜
ao completa da cascata e seus observ´
aveis.
´
Intera¸
c˜
oes hadrˆ
onicas
Na QCD (teoria das intera¸
c˜
oes fortes) os h´
adrons s˜
ao estados ligados de quarks
-part´ıculas fundamentais.
Os quarks interagem mediante a troca de gl´
uons - b´
osons mediadores da intera¸
c˜
ao
forte.
Figura 7: Modelo padr˜ao da f´ısica de part´ıculas. S˜ao conhecidos 6 sabores distintos de quarks.
Figura 8: Quarks ligados formando um pr´oton, acima, e um p´ıon, abaixo. O p´ıon se apresenta como o estado hadrˆonico mais leve.
Estrutura de uma intera¸
c˜
ao hadrˆ
onica
Um proj´
etil P atinge um alvo (fixo no ref. de lab.) A, produzindo η
secpart´ıculas
secund´
arias (multiplicidade).
Estrutura de uma intera¸
c˜
ao hadrˆ
onica
Distribui¸
c˜
oes de p´
artons no
estado inicial
Intera¸
c˜
ao p´
arton-p´
arton
Hadroniza¸
c˜
ao
Decaimentos
M´
ultiplas intera¸
c˜
oes
...
Figura 10: Uma colis˜ao hadrˆonica gen´erica, em detalhes.
Modelando intera¸c˜
oes hadrˆ
onicas
A QCD ´
e falha em alguns aspectos. Por exemplo, a hadroniza¸
c˜
ao e as distribui¸
c˜
oes de
p´
artons.
Al´
em disso, indentificamos dois regimes de intera¸
c˜
oes hadrˆ
onicas:
hard (duro): intera¸
c˜
oes com grande troca de momento. A constante de
acoplamento ´
e pequena e justifica um tratamento perturbativo atrav´
es da QCD.
soft (macio): intera¸
c˜
oes com baixa troca de momento. N˜
ao ´
e poss´ıvel aplicar a
QCD perturbativa.
Em geradores de evento, processos macios s˜
ao tratados por modelos fenomenol´
ogicos.
Nessa classe de processos, se encaixam as intera¸
c˜
oes difrativas.
Intera¸
c˜
oes difrativas
Intera¸
c˜
oes difrativas comp˜
oem fra¸
c˜
ao consider´
avel da se¸
c˜
ao de choque pp:
σ
tot= σ
ND+ σ
el+ σ
SD+ σ
DD+ σ
CD(3)
O estado final ´
e caracterizado por:
Produ¸
c˜
ao de poucos secund´
arios
Alta elasticidade
f
L=
E
leadE
0(4)
A se¸
c˜
ao de choque decai exponencialmente com o momento trocado
Uma das part´ıculas (ou as duas) pode permanecer intacta
Figura 11: Soma das componentes da se¸c˜ao de choque pp.
Geradores de evento
S˜
ao os pacotes de simula¸
c˜
ao de intera¸
c˜
oes hadrˆ
onicas. Cada qual com um modelo
subjacente.
Distribui¸
c˜
oes de p´
artons no estado inicial (an´
alises globais)
Intera¸
c˜
ao p´
arton-p´
arton (pQCD na parte hard e modelos fenomenol´
ogicos na parte
soft)
Hadroniza¸
c˜
ao (modelos fenomenol´
ogicos - fragmenta¸
c˜
ao de cordas e recombina¸
c˜
ao)
Decaimentos
M´
ultiplas intera¸
c˜
oes
...
Dados de aceleradores s˜
ao fundamentais para ajustar os modelos. Da´ı, s˜
ao feitas
extrapola¸
c˜
oes com base na teoria subjacente `
a cada modelo.
Existem v´
arios dispon´ıveis para energias de raios c´
osmicos: QGSJET01, QGSTJET II,
EPOS LHC, Sibyll 2.1, DPMJET, Venus, ...
Metodologia
CORSIKA - Simulador de chuveiros atmosf´
ericos extensos:
Realiza a propaga¸
c˜
ao e intera¸
c˜
ao de todas as part´ıculas em um chuveiros.
Alteramos a parte das intera¸
c˜
oes hadrˆ
onicas para ativar ou desativar a gera¸
c˜
ao de
intera¸
c˜
oes difrativas.
Geradores de evento - Utilizamos trˆ
es:
QGSJET II 04c - menor n´
umero de parˆ
ametros
EPOS LHC - mais detalhado
Sibyll 2.1 - mais simplificado
Proposta - Comparamos simula¸
c˜
oes de chuveiros atmosf´
ericos incluindo e excluindo
difra¸
c˜
ao. Como prim´
arios, utilizamos pr´
otons e n´
ucleos de ferro a energias de 10
17eV e
10
20eV .
Queremos analisar o impacto da inclus˜
ao da f´ısica difrativa sobre observ´
aveis de CAEs,
comparando os modelos de intera¸
c˜
oes hadrˆ
onicas dispon´ıveis.
Perfis longitudinais - prim´
arios a 10
17eV
0 500 1000 1500 depth [g/cm2] 0 10 20 30 40 50 60 Nch x 10 6 p p ND Fe Fe ND 0 500 1000 1500 depth [g/cm2] 0 10 20 30 40 50 60 Nch x 10 6 0 500 1000 1500 depth [g/cm2] 0 10 20 30 40 50 60 Nch x 10 6QGSJET II 04c EPOS LHC Sibyll 2.1
Figura 12: N´umero m´edio de part´ıculas carregadas em fun¸c˜ao da profundidade atmosf´erica para prim´arios com energia de 1017eV . As curvas em azul (vermelho) s˜ao de chuveiros iniciados por pr´otons (ferro). As curvas tracejadas representam amostras de chuveiros que n˜ao incluem difra¸c˜ao (ND).
Perfis longitudinais - prim´
arios a 10
20eV
0 500 1000 1500 depth [g/cm2] 0 10 20 30 40 50 60 Nch x 10 9 p p ND Fe Fe ND 0 500 1000 1500 depth [g/cm2] 0 10 20 30 40 50 60 Nch x 10 9 0 500 1000 1500 depth [g/cm2] 0 10 20 30 40 50 60 Nch x 10 9QGSJET II 04c EPOS LHC Sibyll 2.1
Figura 13: N´umero m´edio de part´ıculas carregadas em fun¸c˜ao da profundidade atmosf´erica para prim´arios com energia de 1020eV . As curvas em azul (vermelho) s˜ao de chuveiros iniciados por pr´otons (ferro). As curvas tracejadas representam amostras de chuveiros que n˜ao incluem difra¸c˜ao (ND).
Perfis longitudinais - componente muˆ
onica, prim´
arios a 10
17eV
0 500 1000 1500 depth [g/cm2] 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 Nµ x 10 6 p p ND Fe Fe ND 0 500 1000 1500 depth [g/cm2] 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 Nµ x 10 6 0 500 1000 1500 depth [g/cm2] 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 Nµ x 10 6QGSJET II 04c EPOS LHC Sibyll 2.1
Figura 14: N´umero m´edio de m´uons em fun¸c˜ao da profundidade atmosf´erica para prim´arios com energia de 1017eV . As curvas em azul (vermelho) s˜ao de chuveiros iniciados por pr´otons (ferro). As curvas tracejadas representam amostras de chuveiros que n˜ao incluem difra¸c˜ao (ND).
Perfis longitudinais - componente muˆ
onica, prim´
arios a 10
20eV
0 500 1000 1500 depth [g/cm2] 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 Nµ x 10 9 p p ND Fe Fe ND 0 500 1000 1500 depth [g/cm2] 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 Nµ x 10 9 0 500 1000 1500 depth [g/cm2] 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 Nµ x 10 9QGSJET II 04c EPOS LHC Sibyll 2.1
Figura 15: N´umero m´edio de m´uons em fun¸c˜ao da profundidade atmosf´erica para prim´arios com energia de 1020eV . As curvas em azul (vermelho) s˜ao de chuveiros iniciados por pr´otons (ferro). As curvas tracejadas representam amostras de chuveiros que n˜ao incluem difra¸c˜ao (ND).
Distribui¸c˜
oes laterais - pr´
oton a 10
17eV
101 102 103 r [m] 10-3 10-2 10-1 100 101 102 Particle density [m -2] µ± e± γ hadrons 101 102 103 r [m] 10-3 10-2 10-1 100 101 102 Particle density [m -2] 101 102 103 r [m] 10-3 10-2 10-1 100 101 102 Particle density [m -2]QGSJET II 04c EPOS LHC Sibyll 2.1
Figura 16: Densidade de diferentes esp´ecies de part´ıculas que atingiram o solo em fun¸c˜ao da distˆancia ao eixo central de chuveiros iniciados por pr´otons a 1017eV . As curvas tracejadas representam amostras de chuveiros que n˜ao incluem difra¸c˜ao (ND).
Distribui¸c˜
oes laterais - ferro a a 10
17eV
101 102 103 r [m] 10-3 10-2 10-1 100 101 102 Particle density [m -2] µ± e± γ hadrons 101 102 103 r [m] 10-3 10-2 10-1 100 101 102 Particle density [m -2] 101 102 103 r [m] 10-3 10-2 10-1 100 101 102 Particle density [m -2]QGSJET II 04c EPOS LHC Sibyll 2.1
Figura 17: Densidade de diferentes esp´ecies de part´ıculas que atingiram o solo em fun¸c˜ao da distˆancia ao eixo central de chuveiros iniciados por n´ucleos de ferro a 1017eV . As curvas tracejadas representam amostras de chuveiros que n˜ao incluem difra¸c˜ao (ND).
Distribui¸c˜
oes laterais - pr´
oton a 10
20eV
101 102 103 104 r [m] 10-2 10-1 100 101 102 103 104 105 106 Particle density [m -2] µ± e± γ hadrons 101 102 103 104 r [m] 10-2 10-1 100 101 102 103 104 105 106 Particle density [m -2] 101 102 103 104 r [m] 10-2 10-1 100 101 102 103 104 105 106 Particle density [m -2]QGSJET II 04c EPOS LHC Sibyll 2.1
Figura 18: Densidade de diferentes esp´ecies de part´ıculas que atingiram o solo em fun¸c˜ao da distˆancia ao eixo central de chuveiros iniciados por pr´otons a 1020eV . As curvas tracejadas representam amostras de chuveiros que n˜ao incluem difra¸c˜ao (ND).
Distribui¸c˜
oes laterais - ferro a a 10
20eV
101 102 103 104 r [m] 10-2 10-1 100 101 102 103 104 105 106 Particle density [m -2] µ± e± γ hadrons 101 102 103 104 r [m] 10-2 10-1 100 101 102 103 104 105 106 Particle density [m -2] 101 102 103 104 r [m] 10-2 10-1 100 101 102 103 104 105 106 Particle density [m -2]QGSJET II 04c EPOS LHC Sibyll 2.1
Figura 19: Densidade de diferentes esp´ecies de part´ıculas que atingiram o solo em fun¸c˜ao da distˆancia ao eixo central de chuveiros iniciados por n´ucleos de ferro a 1020eV . As curvas tracejadas representam amostras de chuveiros que n˜ao incluem difra¸c˜ao (ND).
Distribui¸c˜
oes laterais - varia¸
c˜
ao da componente muˆ
onica a 10
17eV
101 102 103 r [m] 0.9 1.0 1.1 1.2Muon density ratio
p Fe 101 102 103 r [m] 0.9 1.0 1.1 1.2
Muon density ratio
101 102 103 r [m] 0.9 1.0 1.1 1.2
Muon density ratio
QGSJET II 04c EPOS LHC Sibyll 2.1
Figura 20: Raz˜ao ρ(ND)µ /ρ(normal )µ , da densidade de m´uons em chuveiros sem difra¸c˜ao e chuveiros incluindo difra¸c˜ao para energias de 1017eV . As curvas em azul (vermelho) s˜ao de chuveiros iniciados por pr´otons (n´ucleos de ferro).
Distribui¸c˜
oes laterais - varia¸
c˜
ao da componente muˆ
onica a 10
20eV
101 102 103 r [m] 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3Muon density ratio
p Fe 101 102 103 r [m] 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3
Muon density ratio
101 102 103 r [m] 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3
Muon density ratio
QGSJET II 04c EPOS LHC Sibyll 2.1
Figura 21: Raz˜ao ρ(ND)µ /ρ(normal )µ , da densidade de m´uons em chuveiros sem difra¸c˜ao e chuveiros incluindo difra¸c˜ao para energias de 1020eV . As curvas em azul (vermelho) s˜ao de chuveiros iniciados por pr´otons (n´ucleos de ferro).