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Vítor Quinta Junho 2014 Sujeitos às autoridades superiores Parte A

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Vítor Quinta Junho 2014

Sujeitos às autoridades superiores – Parte A

O capítulo 13 da carta aos “Romanos” tem suscitado algumas interpretações controversas. Porque dizemos isto? Porque toda a carta que Paulo escreve aos “Romanos” vai no sentido de os admoestar e também de os esclarecer espiritualmente, com base na fé e nos fundamentos da Palavra, segundo o entendimento hebraico das Escrituras e não segundo os preceitos dos homens e rudimentos deste mundo. Por isso o capítulo 13 é tão importante.

Vamos então procurar interpretar o que Paulo deixou escrito para os descendentes das 10 tribos da Casa de Efraim/Israel, os crentes messiânicos que habitavam em Roma (e noutros lugares, como ainda hoje) e que já então aceitavam Yeshua como O Salvador. Em primeiro lugar devemos fazer a seguinte advertência: o capítulo 13, na versão mais antiga de J.F.Almeida, começa por nos falar em “potestades”, palavra que, na realidade, pode e deve ser melhor traduzida por “autoridades”, conforme o atestam outras traduções e até as versões revistas e corrigidas de JFA.

Outra advertência que importa fazer desde já: a interpretação mais corrente e que é seguida pela maioria das congregações do cristianismo evangélico e até dos ensinamentos da igreja católica-romana, é que Paulo estaria a instruir os cristãos a serem obedientes às autoridades deste mundo, as dos Estados laicos, a de César (no caso de Roma). Nada de mais errado. Não que não devamos comportar-nos com quietude e espírito de obediência para com os poderes deste mundo, desde que tais imposições não colidam com a nossa esperança em Yeshua. Mas seria somente este o sentido das palavras de Paulo? É isso que iremos procurar entender.

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EPÍSTOLA AOS ROMANOS – Pt. 14 – Sujeitos às autoridades superiores – A 2 Vejamos o que Paulo nos diz (na tradução antiga de JFA) nos versos:

Romanos 13:1-2 – “Toda a alma esteja sujeita [subordinada] às potestades [autoridades] superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação”.

À primeira vista poderá parecer que Paulo nos está a falar dos poderes instituídos neste mundo pelos homens: as autoridades superiores, os governos das nações, os tribunais e seus juízes, etc. e que todas elas ocupam essas funções por ordenança do Altíssimo. E que quem lhes resistir está automaticamente a resistir à vontade do Altíssimo. Esta é uma interpretação que não é nova e que sob certos aspectos é válida, pois O Eterno muitas vezes escolhe homens para governar os povos e também para exercer justiça.

Porém, se olharmos ao contexto de toda a epístola, esta interpretação não tem qualquer ligação com a mensagem doutrinal que Paulo escreveu aos crentes messiânicos de Roma nos 12 capítulos anteriores da sua carta. E a partir daqui devemos começar a interrogar-nos se aquela interpretação é a que traduz o que Paulo tinha no seu espírito quando escreveu o conteúdo do que é hoje o capítulo 13 da epístola dirigida aos “Romanos”.

Desde o capítulo 1 desta epístola que Paulo faz um esforço para revelar o que o homem tem de fazer para que se torne justo (“tzadik”) aos olhos do Altíssimo. Mas, quando falamos de sermos justos estamos a aferir as nossas atitudes e comportamentos pelo padrão do Altíssimo (a Sua Lei/Torá, como nos é revelado em Lucas 1:5-6 a respeito dos pais de João, o Batista) e não pelos padrões dos homens. Assim devemos abrir o nosso entendimento a estas verdades espirituais para que possamos compreender qual é o verdadeiro conceito de justiça que YHWH aprecia e que recomenda ao homem desde a criação: a Sua Lei/Torá. Sim, este é o verdadeiro conceito de justiça do Altíssimo, os preceitos que Ele deu ao homem para que pudesse alcançar vida…, os mesmos princípios de vida que Seu Filho Yeshua veio confirmar e ensinar: Salmo 40:7-11. Ele mesmo diz: “Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus

meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração [mente]”. Ao viver por estes preceitos de vida, o homem alcança “grande recompensa”, i.e. a vida eterna por Yeshua – Salmo 19:7-11.

Não foi baseado numa relação de confiança que o nosso pai Abraão alcançou a misericórdia/graça do Altíssimo? E não confirmou O Eterno que achou em Abraão um homem de coração/mente obediente e justa? Não está essa demonstração de confiança da parte de Abraão reflectida nas palavras de YHWH? A mesma confiança que lhe foi reputada como justiça – Génesis 15:6? Reparemos nas palavras de YHWH em Génesis 26:5 – “Porquanto Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis”.

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EPÍSTOLA AOS ROMANOS – Pt. 14 – Sujeitos às autoridades superiores – A 3 Salmo 119:172-174 – “A minha língua falará da tua palavra [a Tua Lei/Torá], pois todos os teus mandamentos são justiça. Venha a tua mão socorrer-me, pois escolhi os teus preceitos. Tenho desejado a tua salvação, ó YHWH; a tua lei é todo o meu prazer”.

Possamos nós, também, fazer nossas estas palavras, cada dia das nossas vidas. Rejeitarmos este entendimento é afastarmo-nos do fundamento da nossa fé e da fé dos nossos pais, pois O próprio Filho e Seus apóstolos viveram por estes mesmos preceitos de vida… os do Pai. Por isso Paulo ensina que a Lei é santa e o mandamento é justo e bom. Sim a Lei/Torá do Altíssimo é eterna…e nada se lhe deve acrescentar ou retirar. “Anulamos, pois, a lei pela fé?”, pergunta Paulo em Romanos 3:31, respondendo logo de seguida: “De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei”! Dúvidas?

Vivermos pela fé e confiança no Todo-Poderoso e na Sua Palavra, como Abraão viveu, é vivermos numa fidelidade confiante, absoluta, às palavras e promessas do Eterno. Sim, o justo viverá pela fé (Habacuque 2:4), não esquecendo que a palavra fé, na raiz hebraica da mesma, significa sobretudo fidelidade e não somente crença em algo. Assim, não pode haver fé se não houver entrega, obediência e espírito manso.

Por isso Paulo procura alertar os crentes messiânicos, os descendentes das 10 tribos de Efraim/Israel que habitavam em Roma. Paulo busca chamá-los ao entendimento da fé verdadeira (i.e. do evangelho de Yeshua), para que retornem para junto do Adonai YHWH, O Elohim de Abraão, enquanto lhes anuncia a vinda do Cordeiro do Altíssimo e do seu gesto resgatador, tal como estava profetizado. Deste modo começamos a entender que a obediência que lhes era pedida era a obediência pela fé aos mesmos princípios em que creu o nosso pai Abraão, conforme a Génesis 26:5 acima transcrito, e pelos quais Yeshua e seus discípulos também viveram.

Temos então que Paulo insiste com os “Romanos” para que regressem ao concerto em que os patriarcas andaram perante YHWH e se deixem enxertar na boa oliveira que é a Israel de YHWH, conforme a Romanos 11. Se se arrependerem e voltarem (“teshuvah”) para as “veredas antigas” de que nos fala Jeremias 6:16, então voltarão a ter vida. Os seus ossos que estavam sequíssimos (Ezequiel 37:1-14) voltarão à vida, porque poderoso é YHWH para cumprir a Sua promessa. Não nos deixemos iludir, pois nada mudou desde então nem nada mudará ou será retirado da Palavra sem que tudo seja cumprido. Adonai Yeshua disse-nos estas palavras. Portanto, confiemos nelas.

O que é que O Todo-Poderoso nos pede senão que sejamos santos como Ele É Santo? E que sejamos perfeitos como Ele É Perfeito? E como podemos ser perfeitos e santos (separados)? Resposta: andando por fé e confiança no sacrifício redentor de Yeshua e em obediência/fidelidade a todos os preceitos de vida do Altíssimo, a Sua Lei/Torá. Estes são os dois pilares em que tem de assentar a nossa salvação.

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EPÍSTOLA AOS ROMANOS – Pt. 14 – Sujeitos às autoridades superiores – A 4 O que é “o corpo” do Messias? É o conjunto de fiéis que busca viver conforme a toda a palavra que sai da boca de Elohim YHWH, como disse Yeshua – Mateus 4:4. Só assim poderemos estar enxertados na boa oliveira de Romanos 11 e produzir frutos bons para a eternidade.

É pois no contexto destes ensinamentos que o fariseu Paulo e seguidor de Yeshua, que estudou a Lei/Torá aos pés de Gamaliel, em Jerusalém, nos procura passar a mensagem que está em Romanos 13. Como vimos até aqui, todo o contexto é hebraico e é espiritual (assenta na Lei/Torá) e nada tem a ver com as leis das autoridades do governo de Roma ou de qualquer outro governo dos homens de qualquer outra época. Ao apresentar o evangelho de Yeshua aos descendentes das 10 tribos de Efraim/Israel que habitavam em Roma, Paulo, de acordo com todo o contexto da epístola, está a dizer-lhes que devem obedecer a autoridades superiores. E que autoridades são estas?

Será que Paulo está a dizer aos “Romanos” para obedecerem aos ímpios e idólatras imperadores e às suas leis (des)humanas? E será que se os crentes em Yeshua não lhes obedecessem receberiam condenação (eterna) do Alto e Sublime? Então não somos instruídos a opor-nos ao mal e defendermos o que é justo e bom? Pensamos que este é um entendimento “tradicional” e errado que está desligado do contexto de toda a carta. Se assim não fosse, tanto os profetas como os servos fiéis da antiguidade nunca teriam desafiado as leis e as autoridades ímpias, como, por exemplo, quando os companheiros de Daniel se opuseram ao Rei de Babilónia recusando adorar a estátua que ele mandou levantar. Porque razão foram os Judeus perseguidos e mortos no mundo inteiro ao longo dos tempos? Foi por obedeceram às leis e autoridade dos homens ou porque buscaram obedecer à Lei/Torá do Altíssimo?

Não nos podemos deixar guiar pelos ensinamentos “cristalizados” pelo tempo no universo das doutrinas erradas da igreja romana e das suas filhas evangélicas. A nossa salvação é demasiado preciosa para que a confiemos a homens que não entendem a Palavra e que se limitam a repetir, quais papagaios, os erros que outros antes deles disseram de forma desenquadrada da cultura e do pensamento hebraicos.

Assim, toda a alma que se quer chegar ao Eterno seja obediente às “autoridades superiores” designadas pelo Elohim YHWH, pois estas são ordenadas por Ele para conduzirem o povo nos Seus preceitos de vida – a Sua Lei/Torá. Se já estamos enxertados no povo santo, então vivamos conforme aos preceitos que YHWH nos deu através dos Seus servos, tanto Moisés como os restantes profetas e também Yeshua e Seus discípulos.

Não estamos a falar de uma fé intelectual, mas antes de uma fé prática, obreira, em que guardamos a Palavra do Altíssimo no nosso coração/mente e vivemos por ela, i.e. traduzindo a nossa fé em obras de fé, como nos ensina também Tiago. Mas não guardemos este tesouro de vida eterna só para nós. A nossa responsabilidade é dar de graça o que de graça recebemos, pois o tempo urge…dado que O Rei está às portas.

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EPÍSTOLA AOS ROMANOS – Pt. 14 – Sujeitos às autoridades superiores – A 5 Um exemplo claro da “autoridade superior” vinda do Alto e Sublime em matéria da interpretação da Lei/Torá, que foi confirmado pelas palavras de Yeshua, encontramo-lo em:

Mateus 23:1-3 – “Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem”.

Este mesmo entendimento já vem desde o princípio, em que foi cometida a Judá a responsabilidade de administrar a Lei/Torá do Altíssimo…até que venha Siló (Yeshua, O Rei e Sumo-Sacerdote vindouro):

Génesis 49:10 – “O ceptro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés [Salmo 60:7; 108:8], até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos”.

Vemos nestas palavras de bênção do patriarca Jacob/Israel, inspiradas pelo Altíssimo, o desejo expresso de Judá se manter como o guardião da Lei/Torá de YHWH até à vinda do Rei Yeshua. Sim, Judá tem actuado ao longo dos séculos como o guardião da Lei/Torá de YHWH. Sim, YHWH é O Legislador, conforme nos diz em Isaías 33:22. Porém, essa responsabilidade (a responsabilidade de interpretar e ensinar a Sua Lei/Torá) passou-a Ele a Judá, como vimos acima, como uma “autoridade superior”…até que venha Siló, O Rei Eterno. Não vale a pena disputar estas verdades, pois elas reflectem a vontade de YHWH; foi assim que O Eterno as estabeleceu. E Judá tem-se mantido fiel a esta disposição do Eterno.

Fica então claro que as “autoridades superiores” a que Paulo se refere em Romanos 13 não são outras senão aquelas que YHWH encarregou de ministrar a Sua Lei/Torá: Judá e todos os que a ministram em verdade, os líderes religiosos nas sinagogas. Por isso diz no verso 2: “Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação [julgamento]”. Assim alcançámos um melhor entendimento que nos permite ver a que “autoridades superiores” se referia Paulo. Cabe-nos então decidir: a quem reconhecemos autoridade nas nossas vidas? Aos que nos ensinam a Lei/Torá ou aos governos das nações? Cada um na sua função, evidentemente. Porém, as autoridades superiores a que Paulo se refere em Romanos 13 não são outras senão as que estão estabelecidas para ministrar o ensino da Lei/Torá, os caminhos da vida eterna.

Este entendimento é tanto mais importante quando os crentes messiânicos de Roma aos quais Paulo escreveu, estavam, cada vez mais, e por influência da cultura romana que os envolvia, a voltarem as costas aos seus irmãos de Judá…e a tornarem-se anti-semitas, abandonando os sãos ensinamentos que provinham dos fiéis de Jerusalém onde ainda muitos dos discípulos de Yeshua administravam a Palavra.

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EPÍSTOLA AOS ROMANOS – Pt. 14 – Sujeitos às autoridades superiores – A 6 No fim mesmo do Seu sermão do Monte, a multidão que ouvia Yeshua se admirava que Ele falasse com verdadeira autoridade – Mateus 7:29. Porquê? Porque Yeshua era a Lei/Torá viva. Ele era Palavra que Se fez carne e habitou entre nós. Ele era a Palavra que deu a Lei/Torá a Israel no Monte Sinai. Ele era o Legislador.

Já na qualidade de Homem, Yeshua disse que as palavras que falava não as falava por Ele próprio, mas que era O Pai que estava Nele Quem fazia as obras – João 14:10.

(Continua) AlleluYAH

Vem ó Espírito de YHWH, vem já hoje abrir o nosso entendimento à força da Tua Palavra/Verdade.

Referências

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