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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

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Academic year: 2021

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PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM

PSICOLOGIA EXPERIMENTAL:

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

DIÁLOGO ENTRE PESQUISA BÁSICA E APLICAÇÕES DO

CONHECIMENTO EM ANÁLISE DO COMPORTAMENTO:

UMA REVISÃO DOS ARTIGOS SOBRE CONTROLE DE

ESTÍMULOS NO

JOURNAL OF APPLIED BEHAVIOR

ANALYSIS

Cristina Belotto da Silva

PUC/SP SÃO PAULO

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PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM

PSICOLOGIA EXPERIMENTAL:

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

DIÁLOGO ENTRE PESQUISA BÁSICA E APLICAÇÕES DO

CONHECIMENTO EM ANÁLISE DO COMPORTAMENTO:

UMA REVISÃO DOS ARTIGOS SOBRE

CONTROLE DE ESTÍMULOS NO

JOURNAL OF APPLIED BEHAVIOR ANALYSIS

Cristina Belotto da Silva

PUC/SP SÃO PAULO

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM

PSICOLOGIA EXPERIMENTAL:

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

DIÁLOGO ENTRE PESQUISA BÁSICA E APLICAÇÕES DO

CONHECIMENTO EM ANÁLISE DO COMPORTAMENTO:

UMA REVISÃO DOS ARTIGOS SOBRE

CONTROLE DE ESTÍMULOS NO

JOURNAL OF APPLIED BEHAVIOR ANALYSIS

Cristina Belotto da Silva

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência para obtenção do título de

MESTRE em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento sob a orientação da Prof ª Dr ª Maria do Carmo Guedes

Projeto parcialmente financiado pela CAPES

PUC/SP SÃO PAULO

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__________________________________________ Prof ª Dr ª Deisy das Graças de Souza

- UFSCAR

__________________________________________ Prof ª Dr ª Maria Amália Pie Abib Andery

- PUC-SP

__________________________________________ Prof ª Dr ª Maria do Carmo Guedes (orientadora) - PUC-SP

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Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação por processos fotocopiadores ou eletrônicos.

Local e data _______________________________________

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Mais do que agradecer, este é o momento de dividir créditos com todos aqueles que fizeram parte da história da criação deste trabalho, já que, como veremos nas páginas que aqui seguem, o conhecimento é produto das contingências que controlaram o pesquisador. Às pessoas que fizeram parte destas contingências vai um recadinho especial, misto de agradecimento, admiração e carinho:

À Egle, minha primeira professora de História na 5º série do fundamental, cujas aulas eu assistia de olhos arregalados para não perder detalhes, que me envolvia com suas narrativas de histórias que aconteceram “de verdade” com os homens;

À Téia e Ziza que, por meio de suas aulas de psicologia comportamental no começo da faculdade, me ensinaram uma nova forma de observar o mundo que implica menos julgamento pessoal e mais possibilidade de alterá-lo, o que me encantou de imediato;

À Amália por ter: me proporcionado a oportunidade de fazer uma pesquisa histórica, me empolgado sempre com sua agilidade, pegado no meu pé quando necessário e, principalmente, por ser o modelo do que eu gostaria de ser um dia;

À Nilza pelo seu jeito único de reforçar ou extinguir e, mais do que isto, por ter um arvoredo de idéias que vivem florescendo e envolvendo todos os que estão ao seu redor;

À Maria do Carmo, cuja “visão de raio-x” nos permite enxergar de forma cada vez mais ampla. Tenho que confessar que a cada orientação-conversa, saía um pouco tonta diante de tantas coisas desconhecidas para mim até

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mundo ser cada vez maior e mais interessante;

Ao Celso do LIAP, que construiu meu banco de dados, tendo paciência ao ouvir todos os meus planos de pesquisa;

Ao Sérgio Luna, que pôs fim ao meu estado maníaco de querer pesquisar tudo que havia no JABA ao me colocar questões práticas tais como tempo, programa de computador, relações entre dados..., algo que eu já tinha ouvido da minha orientadora, mas cuja gentileza não foi tão enfática quanto os nãos sorridentes do Sérgio.

À minha mãe, Ely, uma batalhadora convicta, que além de ser modelo para longas batalhas (como um mestrado), curtiu comigo cada processo de arquivamento e organização dos dados;

A meu pai, embora sempre crítico demais em relação a tudo que eu faço, por ser uma fonte inesgotável de novas descobertas sobre o mundo e sobre a história deste;

Ao Sérgio que, por ter uma forma única de enxergar o mundo, resgatou em mim a alegria para enfrentar os desafios da vida;

Ao Deco, meu pequeno grande homem, que a cada dia que passa se torna mais interessante para qualquer forma de conversa, sempre levantando questões sobre tudo, inclusive sobre este trabalho;

A todos do Protoc- Ipq, por todas as oportunidades de aprender novas coisas;

Ao Luís, Akemi, Cris, Tati, Pati, Luciane e Mirana por compartilharem comigo momentos de magia e criação que ajudaram a manter um mínimo de saúde mental para sobreviver ao mestrado; e

À Aninha, Rita, Camila, Jú Costa, Gisele e Paty por serem amigas especiais que agüentaram meus choros e risos durante este período.

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“Na suma teológica nega-se que Deus possa fazer com que o passado não tenha sido, mas nada diz da intrincada concatenação de causas e efeitos, tão vasta e tão íntima que talvez não fosse possível anular um só fato remoto, por mais insignificante, sem invalidar o presente. Modificar o passado não é modificar um só fato; é anular suas conseqüências, que tendem a ser infinitas”

A outra morte Jorge Luis Borges

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Orientador: Maria do Carmo Guedes

Linha de Pesquisa: História e Fundamentos epistemológicos, metodológicos e conceituais da análise do comportamento.

Núcleo: Análise Experimental do Comportamento: Questões da Pesquisa e da Prática.

RESUMO

Na análise do comportamento o conhecimento é produto da inter-relação entre análise básica, aplicada e conceitual, de forma que o produto seja uma unidade e não somente a soma destas três formas de se pesquisar. Muitos autores têm se preocupado com a integração principalmente entre pesquisas básica e aplicada, que vinham mostrando cada vez menos comunicação entre si. O primeiro objetivo do presente estudo foi avaliar historicamente um determinado tema – controle de estímulos – em pesquisa aplicada em uma grande amostragem: os artigos do Journal of Applied Behavior Analysis (JABA, 1968-2002); em seguida, a partir de dados dos artigos e das referências bibliográficas dos artigos publicados entre 1990 e 2002, identificar a comunicação com pesquisa básica. A escolha por rever artigos do JABA se deve ao fato de que este periódico foi o primeiro da análise do comportamento voltado especialmente para publicação de estudos de aplicação e que representa regularidade na publicação garantindo uma boa amostra de como os trabalhos sobre controle de estímulos se desenvolveram ao longo dos anos na área. Foram selecionados 120 artigos do JABA publicados entre 1968 e 2002 que apresentavam os seguintes conceitos ou derivações destes no título, resumo ou palavras-chave: antecedent conditions, concept, controlling relations, delayed cue,

discrimination, equivalence, errorless discrimination, exclusion, fading, generalization, generalized imitation, instruction, matching, stimulus classes, stimulus control, stimulus selection, stimulus shaping, stimulus specificity e warning stimulus. A partir deste artigos identificou-se que: a maior parte da produção na área

se deu no final da década de setenta e durante a década de noventa, principalmente durante os períodos editoriais de Nancy Neef e David Wacker. Destacaram-se as produções da Universidade de Kansas na década de setenta, tendo Baer como autor que mais publicou na época. Na década de noventa novas instituições destacam-se nas publicações: Universidade da Flórida, com Iwata – autor com maior número de publicações entre os 120 artigos, e duas parcerias de universidade e institutos para problemas de desenvolvimento na Nova Inglaterra, destacando-se Mackay, Stromer e Piazza. A grande maioria dos participantes em todas as épocas foi de indivíduos com problemas de desenvolvimento, com intensificação da quantidade na década de noventa, embora os editores na época tenham promovido políticas para diversificar áreas de estudo. O conceito em todos os tempos mais estudado foi generalização, seguido por controle de estímulos e fading, sendo este último estudado principalmente na década de noventa. Diferentemente da área básica, o conceito de discriminação na pesquisa aplicada não é muito estudado, e o de equivalência – grandemente desenvolvido em pesquisas básicas nos anos noventa, menos ainda, o que indica uma lacuna que, se mais estudada, poderia trazer boas contribuições para aplicação. As referências mostraram que a maioria é referida uma única vez, e que entre os autores mais referidos estão: Sidman, Mackay e Iwata. Acrescido à grande presença de Sidman entre os trabalhos experimentais básicos, este dado permite considerar Sidman como o principal autor na área de controle de estímulos, enquanto os outros dois representam grande produção sobre o tema em pesquisa aplicada. Recenticidade marca a maioria das referências na pesquisa aplicada enquanto na pesquisa básica a literatura referida é menos recente. O número de referências a periódicos de pesquisa básica é pequeno, mas ainda assim indica pesquisadores de aplicação buscando mais suporte em pesquisa básica que a relação inversa. Embora a comunicação entre básicos e aplicados seja pequena, nota-se, por parte de autores de pesquisa aplicada, a tendência a promover artigos que apresentem mais subsídios da pesquisa básica, indicando melhores produtos para a análise do comportamento.

Palavras-chaves: pesquisa histórica, relação entre pesquisas básica e aplicada, controle de estímulos, análise aplicada do comportamento.

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Introdução

I. Avaliação histórica ...1

II. Análise de publicação de periódicos a) o Journal of Applied Behavior Analysis (JABA) ... 5

b) a comunicação entre pesquisas básica e aplicada ... 7

c) as relações entre JABA e JEAB ... 12

III. A escolha do tema controle de estímulos para esta pesquisa a) importância do conceito ... 15 b) experiências anteriores ... 19 c) objetivo ... 20 Método ... 22 Resultados e Discussão ... 40 Conclusão ... 89 Referências ... 97 Anexo I ... 104 Anexo II ... 112

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Conhecimento, para a análise do comportamento, é ação, ou pelo menos regras para ação (Skinner, 1974) e sua produção, em qualquer área de estudo, é resultado de comportamentos de pesquisadores controlados por diversas contingências (Andery, Micheletto & Sério, 2000). Assim, da mesma forma como o comportamento dos organismos é função de sua história, a atividade de uma área de estudo também é função de sua história (Morris, Tood, Midgley, Schneider & Johnson, 1995).

Em 2000, Andery et al apontaram que o conhecimento das variáveis que controlaram o comportamento que produziu conhecimento permite que o sujeito que se comporta passe a estar sensível de outra forma às variáveis em torno dele:

“O conhecimento da história à qual se submeteu o organismo/o indivíduo com o qual o analista está trabalhando é importante porque, entre outras coisas, tal história altera o valor das variáveis presentes ou, dito de outra maneira, altera a sensibilidade do sujeito às variáveis às quais ele está exposto no momento e, eventualmente, será exposto no futuro.” (pag. 138)

E, alterando a sensibilidade às variáveis presentes, ocorrem mudanças no comportamento gerando novos produtos desta ação. Assim, a revisão histórica de uma disciplina ou historiografia - que consiste no processo e produto de métodos para coletar e organizar material histórico (visando sua autenticidade, significância e repercussão), na análise e integração deste material e na avaliação crítica baseada neste material - permite, em um primeiro ponto, a avaliação da produção na mesma. Uma pesquisa histórica, na qual se traça o desenvolvimento de uma área, evidencia o grau de maturidade de uma disciplina ou área de estudo (Morris et al, 1995).

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Os estudos que avaliam o desenvolvimento da produção científica de uma área podem indicar aspectos a serem desenvolvidos ou que têm sido desenvolvidos de forma a não contribuir para a disciplina, resolvendo dilemas, apontando como pode ser esta caminhada a partir de então. Isto é possível por meio da descrição de fatores culturais, políticos, econômicos, intelectuais, sociais e pessoais que afetam o crescimento da disciplina influenciando sua metodologia e valores – o que geralmente ocorre de forma desconhecida pelos que a praticam. Além disso, sinaliza erros passados que podem ser evitados no futuro (Morris et al, 1995).

Na análise do comportamento o conhecimento é produto da inter-relação entre análise básica, aplicada e conceitual. Mas o produto deve ser uma unidade resultado da sua interrelação e não somente a justaposição destas três formas de se pesquisar (Morris et al, 1995).

Muitos estudos têm sido desenvolvidos para avaliar a história da análise do comportamento por meio da análise de suas publicações (Dougherty; 1994; Dymond & Cristchfield, 2001; Northup, Vollmer & Serret, 1993; Saville, Epting & Buskist, 2002; e Williams & Buskist, 1983). Nestes são observados: temas de pesquisa, sujeitos, principais autores sobre o tema, metodologia empregada, setting e outras características das publicações que vêm constituindo o conhecimento na análise do comportamento.

Além da análise direta das publicações, pode-se estudar as referências das mesmas (Garfield, 1972; McPherson, Bonem, Green & Osborne, 1984 e Smith, 1981). Neste caso, a referência de um trabalho é tomada como variável dependente para determinar se referências, autores ou disciplinas são significantes para o desenvolvimento de uma área de publicação.

Segundo Smith (1981), uma parte essencial das pesquisas publicadas, particularmente nas ciências, é a lista de referências apontando para as

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principais publicações. Nas disciplinas científicas, um dos indicadores (geralmente aceito como o melhor) da influência do trabalho de um autor são referências deste trabalho em outros (Thyer, 1991). Ao falar sobre a importância da publicação de artigos científicos e das referências a publicações, Moore (1992) discorre:

“In particular, it seems to me that from a functional perspective, the importance of the articles is reflected in the extent to which they function as discriminative stimuli for the subsequent behavior of those who read them... the articles we publish presumably mediate reinforcers for those who read them” (p.1).1

A contagem de referências de um determinado trabalho, assim, tem sido usada para avaliar a influência de periódicos em áreas particulares. A vantagem de usá-la em pesquisas que procuram identificar bases para produção de estudos é que esta é uma medida não intrusiva, que não requer a cooperação de um entrevistado, e que, por não ser reativa, não “contamina” a resposta (Smith, 1981).

Segundo Garfield (1972), a frequência de referências, apesar de ser um índice garantido da relevância de um trabalho para a comunidade científica, é função não só do significado científico do material publicado. É um produto de várias variáveis: a reputação de um autor, a controvérsia gerada por um assunto, a circulação do periódico, a acessibilidade ao periódico, a disseminação e impressão, a possibilidade de locação de fundos para pesquisa etc.

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Em particular, me parece que a partir de uma perspectiva funcional, a importância de um artigo se reflete na extensão em que este funciona como estímulos discriminativos para o comportamento subsequente das pessoas que o leram... os artigos que publicamos supostamente intermediam reforçadores para os que o lêem (p. 1).

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Smith (1981) também ressalva alguns limites da análise de referências: nem sempre tudo que é lido faz parte da lista de referências, muitas das referências presentes na lista apresentam importância desigual na constituição do estudo que a referenciou e a acessibilidade a um estudo publicado interfere muito em seu uso ou não como referência.

Uma forma de avaliar a relevância de uma artigo por meio de suas referências é a análise da distribuição cronológica de artigos referidos (Garfield, 1972). Segundo este autor, os artigos têm sua maior frequência de citação durante os dois anos seguintes a sua publicação.

O estudo de Hutz & Adair (1996), que teve como objetivo conhecer o desenvolvimento e características da psicologia no Brasil, procurou examinar a frequência de publicações ao longo dos anos e as características de referências para documentar a distribuição cronológica, maturidade e outros fatores das pesquisas na área. Para isto, foram analisadas as referências em dois periódicos brasileiros de psicologia (Arquivos Brasileiros de Psicologia e Psicologia: Teoria e Pesquisa). Esta amostra foi examinada para determinar o número total de referências, o número de referências a autores brasileiros e a atualidade (distribuição cronológica) de referências em geral. Com relação à atualidade, as referências foram classificadas como recentes (quando a diferença entre os anos de publicação da referência e o de publicação do artigo que a referencia é igual ou inferior a 5 anos) e como históricas (quando a diferença era igual ou superior a 20 anos). Com isto, os autores procuraram verificar se a produção científica em psicologia no Brasil focava-se em tópicos desenvolvidos no passado ou não, e se a produção mais recente era aproveitada. Em ambos os periódicos houve semelhança na alta proporção de referências históricas, assim como um pequeno número de referências recentes.

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Ainda um exemplo de análise de referência é o estudo de McPherson et al (1984) que procurou identificar os artigos nos quais houve influência do livro Comportamento Verbal de Skinner. Em um primeiro momento, os autores obtiveram as referências de trabalhos que citavam o livro pela procura em dois índices de periódicos, o Social Sciences Citation Index (SSCI) e o Science Citation Index (SCI). Em seguida, as referências foram categorizadas por disciplina (psicologia, ciências sociais, letras, medicina etc.). Para isto, inicialmente, a disciplina foi determinada pelo título do livro ou periódico em que o artigo foi publicado. Quando o título não explicitava a disciplina, a decisão era baseada no título da referência (artigo). Por fim, foram analisados os conteúdos das referências ou seus resumos, para estabelecer que assuntos tratados no livro tiveram destaque entre as publicações que o citaram.

Estes exemplos indicam que a análise de referência pode ser um instrumento útil para avaliar o quanto uma área tem tido influência sobre outra, ou ainda para avaliar como tem sido a comunicação entre diferentes tipos de pesquisa em uma mesma área como, por exemplo, o quanto autores de pesquisa aplicada buscam pesquisas básicas para embasar seus estudos e vice-versa.

II. Análise de publicação de periódicos

a) o Journal of Applied Behavior Analysis (JABA)

O Journal of Applied Behavior Analysis surgiu, em 1968, da necessidade de publicação de estudos aplicados na análise do comportamento. Até então, o único veículo de registro e comunicação de pesquisas na área era o Journal of the Experimental Analysis of Behavior (JEAB) publicado desde 1958 pela

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Society for the Experimental Analysis of Behavior (SEAB), surgida em 1957 especialmente para produzir o JEAB.

No entanto, a preocupação em encontrar um veículo próprio de informações sobre pesquisas aplicadas dentro da SEAB existia desde 1959 (nove anos antes da fundação do JABA). Nesta época, exatamente 18 meses após o início da circulação do JEAB, Murray Sidman – que fazia parte do corpo editorial - pediu ao editor científico, Charles Ferster, que iniciasse uma nova sessão: Aplicações de Princípios Comportamentais e Tecnologias. Esta e as informações que seguem foram retiradas do site do JEAB e JABA –

http://seab.envned.rochester.edu - na sessão de Fundação do JABA, 2003.

No entanto, a sessão não chegou a ser aberta mas, aos poucos, foram surgindo algumas pesquisas aplicadas no JEAB, já que os três primeiros editores dedicavam-se também a trabalhos aplicados. Por fim, em 1967, decidiu-se por um novo periódico, especializado em pesquisas de análise aplicada do comportamento.

A informação de que haveria um novo periódico especializado em aplicação atraiu imediatamente um número impressionante de assinantes: foram registradas 1.500 assinaturas antes da distribuição do primeiro volume. Até o terceiro volume, o número de assinaturas dobrou e ao final de seu primeiro ano de publicação, o JABA tinha 4.271 assinantes. Em 1975, ocorre o auge de assinaturas na história do JABA: 7.097 (Laties & Mace, 1993).

Assim, o JABA se estabeleceu como o principal veículo do SEAB de pesquisas experimentais aplicadas a problemas sociais, comprometido com a teoria e metodologia da análise do comportamento. Laties e Mace em 1993, em seu estudo sobre o desempenho do JABA em seus 25 anos de publicação, avaliado por meio do número de assinantes, periódicos que o referenciam e referências do próprio JABA, concluem que o JABA tem sido bem sucedido por

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contribuir com métodos úteis para problemas comportamentais de vários níveis. Mais recentemente, Jack Michael comentou em uma discussão da Association for Behavior Analysis (ABA) de 1999 que tanto o JABA quanto o JEAB são fontes excelentes de pesquisa e de teoria comportamental (Morris, Baer, Favell, Glenn, Hineline, Malott & Michael, 2001).

b) a comunicação entre pesquisa básica e aplicada

Em 1953, Skinner em Ciência e Comportamento Humano lidou com uma grande variedade de situações humanas de um ponto de vista teórico analítico comportamental de forma muito convincente, estendendo para todos os aspectos da atividade humana. Esta extensão dos princípios de laboratórios para constituir uma ciência do comportamento humano instigou muitos analistas do comportamento a contribuir para a solução de diferentes problemas sociais (Epling & Pierce, 1986 e Michael, 1980). Surgia assim uma nova forma de atividade de pesquisa na análise do comportamento: a análise aplicada de conceitos experimentais em problemas sociais.

No primeiro volume do JABA, Baer, Wolf & Risley (1968) dizem que a diferença entre a análise aplicada e a análise experimental relaciona-se a questões de ênfase e seleção. Ambas se perguntam o que controla o comportamento estudado. Mas, na análise aplicada procura-se observar qualquer comportamento junto a qualquer variável que possa se relacionar a ele, procurando identificar variáveis que possam ser efetivas na solução do problema humano sendo estudado. Complementando, os autores afirmaram que:

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“ In behavioral application, the behavior, stimuli, and/or organism under study are chosen because of their importance to man and society, rather than their importance to the theory.”2 (pag. 92)

Segundo Hake (1982), que concorda com os três autores quanto à questão da imediaticidade da aplicação para beneficiar o sujeito, os resultados de pesquisas experimentais devem ser imediatamente aplicados e não esperar que haja implicações no uso futuro.

Já na análise experimental do comportamento, o objetivo é de estudar os princípios básicos do comportamento (reforçamento, discriminação condicionada etc.) voltando-se para uma análise funcional de um ou mais de seus aspectos, por meio de estudos controlados experimentalmente (Buskist & Miller, 1982).

De acordo com Williams & Buskist (1983), a análise experimental do comportamento não é necessariamente uma área especializada e com um setting restrito e exclusivo no que diz respeito aos problemas de pesquisa, à metodologia e à teoria. É, sim, coerente com a abordagem conceitual e filosófica do behaviorismo na qual se procura, antes do estudo do comportamento humano em si, conhecer os princípios que operam sobre o comportamento.

Poling, Picker, Grosset, Hall-Johnson & Holbrook (1981) apontaram que têm ocorrido mudanças na análise aplicada por estar se tornando cada vez mais tecnológica, perdendo um pouco do caráter científico. Isto porque não mais se restringe a uma análise derivada de relações funcionais entre variáveis dependentes e independentes que acarretam mudanças nas variáveis dependentes.

2 “Na aplicação comportamental, o comportamento, estímulos, e/ou organismo sob estudo são escolhidos por causa de sua importância para o homem e a sociedade, mais do que por sua importância para a teoria.”

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Em relação ao caráter tecnológico que cada vez mais caracterizou a aplicação, Michael (1980) afirma:

“... the new methodology was well taught by those who developed it, well described and illustrated in our new publication, the Journal of Applied Behavior Analysis, and could be learned and practiced without any knowledge of basic research methodology, without much knowledge of the principles of behavior, and certainly without any commitment to behaviorism as a world view (p.9).3

O declínio do analítico na aplicação, cuja presença fora enfatizada como necessária por Baer et al (1968), e o crescimento de modelos de pesquisa resumidos se deram com a profissionalização que requeria benefícios e resultados claros quanto à aplicação. Isto tornou a aplicação cada vez mais distante das inovações em pesquisas básicas, que ficaram isoladas nas universidades (Epling & Pierce, 1986).

Além disso, Michael (1980) acrescenta que muitos profissionais aderiram a algumas técnicas da análise aplicada do comportamento de forma eclética, sem adquirir a ciência ou filosofia da ciência responsável pela tecnologia.

Segundo Epling & Pierce (1988), há um elo histórico entre a análise aplicada do comportamento e os princípios operantes, no sentido de que os desenvolvimentos na pesquisa básica promoveram aplicações na modificação do comportamento, assim como os recentes desenvolvimentos da pesquisa básica têm, ou pelo menos deveriam ter, implicações em novas aplicações gerando coordenadas para os estudos aplicados. Segundo estes autores, a

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... a nova metodologia foi bem ensinada por aqueles que a desenvolveram, bem descrita e ilustrada em nossa nova publicação, o

Journal of Applied Behavior Analysis, e podia ser aprendida e praticada sem nenhum conhecimento de metodologia de pesquisa

básica, sem muito conhecimento dos princípios do comportamento, e certamente sem nenhum compromisso com o behaviorismo como visão de mundo.

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análise aplicada do comportamento pode identificar problemas sociais relevantes e, a partir disso, direcionar os estudos básicos, contribuindo para o desenvolvimento de tecnologias úteis à aplicação por meio da sugestão de novas formas de analisar comportamentos socialmente importantes. Já, segundo Michael (1980), a área aplicada é importante para se testar a generalidade e suficiência dos princípios descobertos e técnicas desenvolvidas no laboratório.

A comunicação entre pesquisas básica e aplicada na análise do comportamento voltou a ser pauta de discussões principalmente na última década. Para Mace (1994) tal discussão é interessante por: gerar visões claras de cada ponto de vista, incitar justificativas de cada posição e, principalmente, tentar promover um consenso e ação coordenada da disciplina.

Um dos fatores que Epling & Pierce (1988) apontam como barreira para o fato de que há cada vez menos aproveitamento dos estudos básicos em estudos aplicados é o fato que pesquisadores básicos não têm comunicado continuamente os dados de laboratório e princípios que poderiam ser importantes para a análise aplicada. Outro fator que influenciaria tal problema é levantado por Poling et al (1981) quando afirmam que os estudos do JEAB mais recentes não apresentam informações para auxiliar a resolução de problemas levantados pela análise aplicada.

Em 1980, Michael apresentou suas preocupações: de que haveria muitas pessoas trabalhando na área aplicada sem uma formação sólida na análise do comportamento ou interesse por sua ciência, e o distanciamento cada vez maior entre as áreas básica e aplicada na análise do comportamento. Diante deste quadro, Michael apontava perdas para o desenvolvimento da análise do comportamento, tais como a não aplicação dos conhecimentos básicos produzidos recentemente, impedindo o desenvolvimento de novas

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tecnologias de intervenção, e a viabilidade e generalidade de tais procedimentos.

Em um artigo de resposta a estas colocações de Michael (1980), Baer (1981) afirma que a falta de reconhecimento das mais recentes inovações em pesquisa básica não comprometeria o trabalho aplicado, e que da mesma forma como o behaviorismo se diferenciou da fisiologia e do mentalismo, constituindo uma outra área de conhecimento, seria possível que a análise aplicada do comportamento viesse a se tornar uma nova disciplina, independente da análise do comportamento.

Quase vinte anos depois, é feita uma discussão na reunião de 1999 da ABA (Association for Behavior Analysis) na qual seis de seus ex-presidentes refletiram a respeito da disciplina, da profissão da análise do comportamento e da própria associação. Neste momento, Donald Baer reconsiderou sua colocação a respeito da fundamentação básica no trabalho aplicado ao identificar que os procedimentos vinham sendo empregados por profissionais sem formação em análise do comportamento (Morris et al, 2001):

“Our procedure were stolen, but simply as procedures, without acknowledging our disciplinary name or adopting our logic. Consequently, we receive no credit, and all the while societal demand focuses on the thieves, not on us. This demand will be short-lived, however, because the effectiveness of behavior analytic technology will deteriorate quickly when separated from its logic.” (pag. 127)4

Segundo Hineline & Wacker (1993), as questões de pesquisa básica têm desenvolvido sua própria lógica, elaborando suas próprias prioridades e até

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“Nossos procedimentos são roubados, mas simplesmente como procedimentos, sem o reconhecimento do nome de nossa disciplina ou sem adotar nossa lógica. Conseqüentemente, não recebemos crédito, e todas as demandas sociais focam nos ladrões, não em nós. Esta demanda terá vida curta, entretanto, porque a efetividade da tecnologia analítica comportamental irá se deteriorar rapidamente quando separada de sua lógica.”

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seus novos termos especializados. Isto pode ter diminuído as chances de reconhecimento de sua relevância em ambientes de aplicação.

Além de todos os autores já citados, editores do JABA e JEAB também se preocuparam com a separação das duas formas de pesquisa. Polling et al (1981) identificaram, por meio de questionários endereçados a editores do JEAB e JABA na época, que 74% dos editores do JEAB afirmavam existir tal separação e, entre estes, 55% consideravam isto perigoso. Entre os editores do JABA, 83% confirmavam conhecimento disto e 53%, destes 83%, o consideravam perigoso.

Como Morris et al (1995) colocam, a análise do comportamento é composta pela integração de suas diferentes formas de pesquisa, formando uma unidade, e não apenas pela simples justaposição delas. Assim, é vital para a saúde da disciplina uma integração tal que possibilite maiores desenvolvimentos em todas as formas de pesquisa.

Mace (1994) traçou algumas estratégias interrelacionadas para conectar pesquisas básica e aplicada: 1) promover o desenvolvimento de modelos animais não humanos de problemas comportamentais humanos, usando operações que tangenciem circunstâncias humanas plausíveis; 2) replicações das relações (como modelo) com sujeitos humanos em laboratório operante; e 3) testes de generalidade do modelo com problemas humanos atuais em settings naturais.

c) as relações entre JEAB e JABA

Ainda sobre a relação entre pesquisa básica e aplicada na análise do comportamento, Poling et al (1981) afirmam que essas duas áreas de pesquisa não têm tido impacto uma sobre a outra. Para verificar isto, os autores

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analisaram a freqüência relativa de referências de estudos experimentais ao longo dos anos, desde o ano de início de publicação até 1979, em quatro periódicos que freqüentemente publicam estudos de análise aplicada do comportamento: Journal of Applied Behavior Analysis - JABA, Behavior Modification, Behavior Therapy e Behavior Research and Therapy. Foram então examinadas listas de referências dos artigos publicados nestes periódicos até o ano de 1979, procurando verificar o número de referências a pesquisas experimentais básicas ao longo dos anos. Os autores discorrem acerca da dificuldade para classificar as referências, como aplicada ou experimental, sem implicar na leitura dos artigos. Sabendo-se que estudos experimentais são publicados em determinados periódicos específicos, o critério para a classificação passou a ser o de verificar a fonte do estudo referido, o que o caracterizaria como de pesquisa básica ou não. Entre os periódicos considerados de pesquisa experimental estavam: Animal Learning and Behavior, Bulletin of Psychonomic Society, Journal of Comparative and Physiological Psychology, Journal of Experimental Psychology, Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics, Learning and Motivation,

Pharmacology, Biochemistry and Behavior Physiology and Behavior,

Psychonomic Science, Psychopharmacology e Journal of the Experimental Analysis of Behavior (JEAB).

Os resultados apontaram que, em todos os anos, autores do JABA referiram estudos do JEAB mais freqüentemente que todas as outras fontes de pesquisa experimental juntas. Entretanto, como no JABA as referências de pesquisas experimentais chegam no máximo a 16% do total de referências, os autores sugerem que trabalhos experimentais têm tido baixa influência em trabalhos aplicados. Entre os assuntos de estudos experimentais, mais referidos em trabalhos aplicados, estavam estudos sobre discriminação

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condicional, generalização e comportamentos de resolução de problemas. Os autores afirmam ainda que estes assuntos estão sendo cada vez menos publicados em periódicos de pesquisa experimental.

No entanto, Hineline & Wacker (1993) afirmam que há informação substancial, principalmente conceitual, no JEAB, que interessaria aos autores que se ocupam de análise aplicada do comportamento. Os autores ainda afirmam que vêem convergência na literatura presente no JEAB e JABA, ou seja, há conceitos semelhantes estudados experimentalmente que podem e estariam sendo aplicados.

Discutindo a relação inversa, o aproveitamento dos trabalhos de pesquisa aplicada por pesquisadores básicos, Epling & Pierce (1986) afirmaram que esta comunicação proporcionaria: o aumento da validade externa da pesquisa básica, a continuidade de pesquisas sobre o

comportamento humano, a analogia de importantes princípios

comportamentais entre humanos e não humanos, e o aumento da possibilidade de descobrir princípios básicos do comportamento por meio destas analogias.

Numa outra estratégia, Poling et al (1981) procuraram, por meio de questionários enviados aos corpos editoriais do JEAB e JABA, avaliar o grau de interação entre a análise do comportamento básica e aplicada. As respostas foram que, entre os editores do JEAB, 96% liam o JEAB regularmente e a maioria (93%) considerava as pesquisas recentes significativas. Entre estes mesmos editores, 27% liam o JABA com regularidade, sendo que apenas 23% o consideravam significativo. Já a maioria dos editores do JABA (94%) liam o próprio JABA com regularidade, com 83% considerando seus artigos de relevância científica, enquanto que, em relação ao JEAB, apenas 11% o liam e 17% o consideravam relevante. Os autores concluem que praticamente a

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maioria dos editores do JABA não lêem o JEAB regularmente, o que pode acarretar em uma perda para a pesquisa aplicada já que se encontrariam artigos de grande importância no JEAB para a mesma.

Em relação às taxas de auto-referência no JABA, Laties & Mace (1993) chegaram aos seguintes resultados: inicialmente mais alta, com 39% em 1974 e 34% em 1975; com variação entre 20 a 26% nos anos oitenta, e 23% entre 1988 e 1992. O JEAB aparece como o segundo periódico mais referido entre os anos de 1988 e 1992 no JABA (sendo o primeiro o próprio JABA). No entanto, o número de vezes em que é referido é um pouco superior a 10% do número de referências do JABA.

As últimas medidas de auto-referência e referência cruzada no JABA e JEAB são de Polling, Alling & Fuqua (1994) que obtiveram, para auto-referência, 22,6% no JABA e 36,1% no JEAB e, para referência cruzada, 2,4% do JABA referindo JEAB e 0,6% do JEAB referindo o JABA.

III. Escolha do tema controle de estímulos para esta pesquisa

a) importância do conceito

Tendo como objetivo contribuir tanto para a discussão da importância da publicação periódica na avaliação de uma área ou assunto, como a importância da relação entre pesquisa aplicada e básica, o assunto escolhido foi controle de estímulos, tal como se detalha a seguir.

Muitos dos estudos em psicologia (como os de teorias cognitivas) têm como objetivo desvendar os processos ditos cognitivos como a compreensão, o significado, o conhecimento. Para a análise do comportamento, estes processos são o resultado de uma relação entre sujeito e ambiente,

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dependendo, assim, do que ocorre no ambiente. Mais precisamente, processos

ditos cognitivos (tais como pensamento e linguagem) envolvem

comportamentos que são especialmente controlados por eventos que,

diferentemente das consequências, precedem ou acompanham o

comportamento sendo assim resultado das relações entre estímulos e respostas e, ainda, só entre estímulos (Sidman, 1978).

Segundo Sidman (1978), tanto o estímulo quanto a resposta não podem ser definidos a não ser quando estão relacionados. A definição de comportamento (que inclui comportamentos encobertos) considera a relação entre a ação de um sujeito e o ambiente, e deve também envolver a relação de respostas controladas por estímulos e, ainda, relações entre os estímulos. Um trecho de Sidman (1978) a respeito do conhecimento ilustra esta concepção:

“Knowing is not just a matter of hooking responses to stimuli, but more, of understanding relationships among stimuli. Yet even cognitive theorists have found it difficult to talk about stimulus – stimulus relations, because such relations do not exist independently of the organism; certainly, we cannot observe them except by noting their eventual effects upon responses and upon stimulus – response relations” (p. 267). 5

Segundo Matos (1981) estudar controle de estímulos é estudar o controle que os estímulos exercem sobre o comportamento. A autora acrescenta que, ao se discutir controle de estímulos, refere-se às aprendizagens de um organismo e suas interações com o ambiente. Qualquer tentativa em estudar as variáveis envolvidas na aquisição de

5

Conhecer não é somente uma questão de enganchar respostas a estímulos, mas mais, de compreender relações entre estímulos. Até os teóricos cognitivistas têm encontrado dificuldades para falar sobre relações estímulo-estímulo porque tais relações não existem independentemente do organismo; certamente, não podemos observá-las a não ser que observemos seus efeitos sobre respostas e sobre relações estímulo-resposta.

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novos comportamentos envolve o estudo do ambiente e, assim, do controle que os estímulos ambientais exercem.

Em 1978, Sidman afirmava haver uma lacuna deixada pelos analistas do comportamento a respeito “dos processos de conhecimento”. Sinalizava também a importância de estudos feitos por analistas do comportamento, voltados para a área de controle de estímulos, afirmando que esta lacuna era pelo menos parcialmente responsável pela existência e persistência das teorias cognitivas.

Nove anos após este artigo de Sidman, Starin (1987) publicou um estudo a respeito das tendências das publicações sobre controle de estímulos. Preocupado em obter dados que indicassem como têm sido desenvolvidas as publicações de pesquisas básica e aplicada sobre (e utilizando) os conceitos de controle de estímulos, os artigos do JEAB e do JABA foram avaliados por meio de índices cumulativos e anuais de palavras-chave da área. A partir desse estudo, Starin, que analisou o JEAB até 1987, concluiu que havia na revista um contínuo crescimento das publicações sobre controle de estímulos entre as décadas de cinquenta e setenta, com uma queda abrupta a partir de 1971, e que logo depois as publicações na área teriam se estabilizado em uma taxa regular entre 10 e 15% do total de publicações nesse periódico. Para o JABA, entre os anos de 1968 e 1972, a taxa anual de publicação sobre controle de estímulos variou de 8 a 25% das publicações, havendo um aumento neste percentual na década de oitenta, com auge no ano de 1983, a partir do que entraria em declínio. Starin (1987) concluiu que, em pesquisa básica, a área de controle de estímulos ainda apresentava uma proporção de publicações considerável, enquanto que, em pesquisa aplicada, era apenas uma área ativa.

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Já Dougherty (1994) identificou, no JEAB, um aumento de publicações na área de controle de estímulos no início da década de noventa em relação à taxa de produção na área nas décadas anteriores, que atribuiu principalmente aos estudos sobre equivalência de estímulos. O crescente número de publicações sobre controle de estímulos em pesquisa básica parece revelar a relevância e atenção dadas à área.

Em relação à aplicação dos conceitos que envolvem o conhecimento produzido sobre de controle de estímulos, Sério, Andery, Gioia & Micheletto (2002) afirmam que se tem produzido resultados promissores em áreas aplicadas de grande importância social como alfabetização de crianças e adultos, desenvolvimento de programas de ensino e no desenvolvimento de estratégias para lidar com vários distúrbios comportamentais.

Diante dessas aplicações, é de extrema importância a integração de pesquisas básica e aplicada no que diz respeito a este tema. Nos artigos de Mace (1994) e Mace & Wacker (1994), aponta-se não só a importância da integração em pesquisas sobre controle de estímulos, como também como esta integração pode se dar de forma efetiva a partir do que se tem produzido em pesquisa básica.

Entre os estudos de análise experimental do comportamento humano, têm se destacado os estudos sobre controle de estímulos devido à sua grande quantidade, principalmente sobre equivalência de estímulos (Critchfield et al, 2000; Dougherty, 1994 e Dymond & Critchfield, 2001). Dessa forma, podemos afirmar que há pesquisa básica já validada com humanos que poderia acrescentar muito às aplicações.

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b) experiências anteriores

Em 2000, foi desenvolvido no Laboratório de Psicologia Experimental da PUC-SP um trabalho de revisão sobre controle de estímulos no JEAB (Silva, 2000a), pela análise dos artigos publicados entre 1958 e 1999. Os resultados deste estudo indicaram que há artigos sobre controle de estímulos desde o primeiro ano de publicação do JEAB com uma intensa publicação de estudos sobre discriminação de estímulos até os dias de hoje. Os estudos sobre matching to sample passam a ser mais frequentes a partir de 1974 e os de generalização de estímulos são muito publicados até o ano de 1978, quando então há uma diminuição da frequência de suas publicações. O termo discriminação condicional é usado pela primeira vez em um título de artigo no ano de 1968, havendo publicações contínuas sobre o tema até o ano de 1994 (quando há uma diminuição na frequência). A partir da década de oitenta a curva acumulada de artigos sobre controle de estímulos se mantém em crescimento constante, intensificando a presença do tema a partir da década de noventa, principalmente com os estudos sobre equivalência de estímulos.

Também em 2000, foi desenvolvida uma análise de referências dos artigos sobre controle de estímulos publicados no JEAB (entre os anos de 1990 e 1999) analisando os periódicos referidos, categorizados por diferentes áreas de estudo e de pesquisa da análise do comportamento (Silva, 2000 b). Os resultados apontaram que a área de estudo com maior contribuição para a produção sobre controle de estímulo no JEAB, entre os anos de 1990 e 1999, foi a psicologia, com grande presença de periódicos da análise do comportamento de pesquisa básica (56% dos periódicos voltados à análise do comportamento). A taxa de referências a periódicos voltados para pesquisa

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aplicada em análise do comportamento foi de 28% e a de auto-referência no JEAB encontrava-se em 43,82% do total de referências.

c) Objetivo

Diante dos resultados das publicações sobre controle de estímulos no JEAB, seria interessante analisar as publicações ao longo dos anos no JABA, observando:

1) se os conceitos que vêm sendo empregados em pesquisa aplicada têm

relação temporal imediata com os conceitos estudados em pesquisa básica (dados do JEAB – Silva,2000a).

2) se há quantidade de publicações de aplicação relevante para a área

3) quem são os autores, filiações e grupos de pesquisa responsáveis pela

produção deste conhecimento

4) as características topográficas dos estudos: que população tem atendido,

em que settings, lidando com quais comportamentos

5) se as referências de artigos publicados entre 1990 e 2002 podem indicar:

a) os trabalhos que mais foram utilizados como referência para produzir

este conhecimento

b) os autores que mais contribuíram para a área

c) a proporção de periódicos sobre cada área de estudo

d) a proporção de periódicos behavioristas (de acordo com os estudos de

Krantz, 1971 e Coleman & Melhman, 1992).

e) a proporção de artigos de pesquisa básica, aplicada e conceitual

f) a proporção de periódicos voltados para problemas de desenvolvimento

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Os dados relativos às referências foram comparados aos mesmos dados obtidos no JEAB (Silva, 2000b), para identificar se tem havido o aproveitamento de estudos básicos como suporte para as aplicações e, ainda, discutir os resultados em relação aos mesmos obtidos em revisões sobre controle de estímulos no JEAB.

Tais resultados indicariam respostas a questões importantes como as apontadas por Michael (1980): se tem havido o embasamento teórico nos trabalhos aplicados e como se caracteriza o distanciamento entre as áreas básica e aplicada ao longo dos anos no que se refere às publicações sobre controle de estímulos.

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MÉTODO

Material

 Documentos

Os artigos cujas informações possibilitaram a análise foram retirados do Journal of Applied Behavior Analysis (JABA), entre os anos de 1968 (início da publicação do periódico) até 2002. A escolha por este periódico se deve a sua regularidade na publicação e importância na área da análise aplicada do comportamento. Além disso, é um periódico de aplicação da análise do comportamento que derivou diretamente da necessidade de publicações aplicadas por parte da Society for Experimental Analysis of Behavior (SEAB), e que, desta forma, é um periódico análogo ao Journal of the Experimental Analysis of Behavior (JEAB) em relação à pesquisa aplicada.

 Programa de Computador

Para organização dos dados e posterior análise foi utilizado o programa MS Access.

 Banco de Dados

Foi consultado o Banco de Dados das referências de artigos sobre controle de estímulos publicados no JEAB entre 1990 e 1999 (Silva, 2000b).

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Procedimentos

 Coleta

Critérios para seleção dos artigos

Para a seleção dos artigos a serem analisados no presente estudo foi utilizada a Base de Dados que o JABA apresenta na internet (http://www.envmed.rochester.edu).

Através dessa página é possível obter referência dos artigos publicados no JABA desde 1968 a partir de palavras que estejam presentes no: título, resumo, nomes dos autores, ano ou palavras-chaves dos artigos. Vale ressaltar que as palavras-chaves só são publicadas junto aos artigos neste periódico a partir do ano 1974, e no caso da página na internet do JABA as palavras-chaves só estão presentes a partir do ano de 1994. Dessa forma, deve haver um grande contingente de artigos publicados entre os anos de 1974 e 1993 que podem ter entre suas palavras-chaves alguma palavra de busca, mas que não são incluídos na busca. No entanto, isto não se tornou um problema para a presente pesquisa em função do critério de seleção adotado, exposto mais adiante, na página 25.

Para a obtenção das referências é necessário fornecer as palavras de busca sobre o assunto que se pretende procurar. Para identificar os artigos referentes ao tema controle de estímulos, a procura foi feita inicialmente pelos seguintes conceitos que abrangem a área de controle de estímulos: stimulus e stimuli control; discrimination; stimulus e stimuli generalization; generalization; stimulus e stimuli matching; matching; equivalence; controlling relations; delayed cue; errorless discrimination; exclusion; fading e stimulus e stimuli

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shaping. Os seis últimos conceitos foram sugeridos pela Banca do Exame de Qualificação.

Num primeiro momento, foram comparadas listagens de conceitos semelhantes cuja diferença era o conceito de estimulo aparecer no singular ou no plural. Dessa forma, comparou-se as seguintes listas: stimuli control com stimulus control, stimuli generalization com stimulus generalization e stimuli matching com stimulus matching. No caso de stimuli shaping esta comparação não foi feita porque a busca com tal conceito não trouxe referências.

Cada palavra permitiu encontrar as seguintes quantidades de referências: 245 de generalization, 113 de stimulus e stimuli control, 61 de stimulus e stimuli generalization, 60 de fading, 51 de discrimination, 42 de matching, 18 de stimulus e stimuli matching, 17 de equivalence, 8 de stimulus shaping, 4 de exclusion, 3 de errorless discrimination, 2 de controlling relations e 2 de delayed cue.

No caso das listagens de matching, stimuli matching e stimulus matching, foi necessário identificar quais seriam de matching law (conceito alheio à área de controle de estímulos) e retirá-las. Isto foi possível a partir da identificação, nos títulos, de expressões como matching law, undermatching, overmatching, choice e concurrent schedules. Em outras listagens houve casos em que tal conceito estava presente no título, no entanto, por estar presente também algum conceito de controle de estímulos, as referências foram mantidas.

Como estas listas apresentavam algumas referências semelhantes (já que uma mesma referência pode ser obtida por meio de mais de uma palavra), foi necessário formar uma lista geral da qual foram excluídas as repetições. Esta lista geral resultou em 416 referências.

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Numa primeira seleção, todos os artigos do JABA publicados entre 1968 e 2002 que tenham sido indicados por pelo menos um dos conceitos escolhidos foram selecionados. Um segundo critério para seleção foi então aplicado: apresentar um dos conceitos de controle de estímulos no título do artigo. Este critério se deve a dois fatores: 1) a apresentação de um desses conceitos no título indicaria que o(s) autor(es) do trabalho apresenta(m) um compromisso claro com a teoria que embasa sua(s) aplicação(ões), indicando artigos que realmente lidam e tratam da área aqui estudada (controle de estímulos); e 2) este critério foi utilizado nos dois trabalhos de revisão sobre controle de estímulos no JEAB (Silva, 2000a e Silva, 2000b), dos quais alguns resultados seriam comparados com resultados do presente estudo.

Neste momento, foi possível identificar que, além dos conceitos escolhidos para busca de referências, havia conceitos presentes nos títulos dos artigos que se relacionam com a área de controle de estímulos como concept e stimulus classes. Dessa forma, houve uma ampliação dos conceitos que serviram de critério para esta seleção, que passaram a incluir, além dos conceitos já indicados anteriormente nas páginas 23 e 24, os seguintes: antecedent conditions, concept, instruction, generalized imitation, stimulus classes, stimulus specificity, stimulus selection e warning stimulus.

Uma vez a lista de artigos definida a partir deste critério totalizando 212 artigos, foi feita a busca via internet dos resumos dos artigos até então selecionados.

Com os resumos em mãos, foi possível uma nova seleção nos artigos que apresentavam as palavras matching e generalization. A partir da leitura de resumos, identificou-se quais realmente eram relacionados ao conceito de matching to sample e não de matching law.

(36)

Quanto aos artigos relacionados a generalização, também houve a preocupação de trabalhar apenas com os diretamente relacionados ao tema controle de estímulos, já que há um contingente grande de trabalhos obtidos através da palavra generalização que não lidam diretamente com controle de estímulos. Em trabalhos aplicados da análise do comportamento, um importante critério para sua relevância é o quanto os resultados obtidos foram generalizados para outras situações. Dessa forma, muitos dos artigos

publicados no JABA tocam no assunto da generalização sem,

necessariamente, estar desenvolvendo algum procedimento ou discutindo o conceito de generalização de estímulos.

Diante deste fato, o critério estabelecido foi o de que os artigos a serem analisados, que tratassem de generalização, deveriam programar a generalização e não apenas fazer follow ups que mostrem que ocorre generalização como uma consequência direta de outros treinos (de discriminação). Em 1977, Stokes e Baer, ao fazerem uma revisão sobre generalização de comportamentos em artigos do JABA, enfatizaram a importância de se programar treinos de generalização, e não simplesmente esperar que a generalização ocorra como consequência natural de um trabalho de discriminação de estímulos. Baseando-se na idéia de que a generalização de estímulos deve ser um processo programado e obtido a partir do controle de antecedentes e conseqüências de uma contingência, o presente trabalho adotou o critério de selecionar apenas os artigos que apresentassem programas para garantir a generalização.

Entre os 212 resumos obtidos, 115 apresentavam o conceito de generalização no título. Para identificar os trabalhos que apresentavam programas de generalização foi necessária a leitura dos resumos destes 115 artigos.

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Por fim, desta última seleção resultaram 120 artigos (ver Anexo 2), analisados quanto a freqüência e ritmo (pp. 40-45), autoria (pp. 45-48), filiação institucional (pp. 48-50), grupos de pesquisa (50-54), tipos de instituição (pp. 55-56), participantes (pp. 57-59), settings (pp. 59-61), comportamento alvo (pp. 61-64) e conceitos (pp. 64-67).

Já para análise de referências dos artigos, depois de uma descrição inicial dos 120 artigos (pp. 67-68), utilizou-se apenas os 59 artigos publicados entre os anos de 1990 e 2002. Estes artigos selecionados permitiram uma listagem da qual foram analisadas as referências de artigos, livros e outros publicadas nos artigos do JABA sobre o tema. A escolha por este período se deveu ao fato de que os dados sobre referências do JEAB que serviram para análise comparativa neste estudo se limitaram aos artigos sobre controle de estímulos publicados entre os anos de 1990 e 1999 (Silva, 2000b). A coleta de referências do presente estudo inicia-se também no ano de 1990, garantindo que os mesmos anos sejam analisados, e se estende até mais recentemente, identificando também tais características nas referências de publicações aplicadas mais atuais. Análise correspondente é encontrada às páginas 68-88.

 Organização dos dados

Definidos os 120 artigos que seriam analisados neste trabalho, iniciou-se a composição de um banco de dados no programa Access.

Para isto, os artigos selecionados do JABA foram numerados cronologicamente em ordem decrescente, e cada um deles apresentava um registro no banco juntamente aos dados presentes nos artigos que serão referidos mais adiante. Para o registro das referências, havia um banco de dados adicional em cada registro de artigo publicado entre os anos de 1990 e

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2002 que permitia registrar informações a respeito das referências e relacioná-las ao registro dos artigos ao receberem o número correspondente ao número do artigo que as citou. Na página seguinte encontra-se um formulário do Access para um artigo com suas respectivas referências.

Foram selecionadas as seguintes informações para serem registradas no banco de dados:

 Relativas ao artigo analisado

- Autor(es)

- Filiação(ões)

- ano de publicação

- referência no JABA (volume e páginas)

- palavras-chaves

- conceito básico presente no título

- participantes

- setting

- comportamento alvo

 Relativas às referências citadas nos artigos publicados entre os anos de

1990 e 2002

- periódico ou nome do livro

- ano

- volume e páginas (no caso de periódicos), editora e cidade de edição

(no caso de livros) e editora, cidade de edição e páginas (no caso de capítulos de livros)

- diferença entre o ano do artigo que a cita e o ano da publicação da

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 Análise

Critérios para análise dos artigos estudados

1. Organização dos dados a partir de períodos editoriais

Sendo o veículo que assegura a um artigo seu registro como conhecimento novo, ao mesmo tempo que sua condição para circular para entre os leitores da área, um periódico científico acaba dando a seu Editor a responsabilidade pela aplicação de sua política editorial e, consequentemente, um grande poder (Guedes, 2003).

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Na última edição do JABA sob responsabilidade de Nancy Neef em 1995, a editora definiu seu papel: “ The editor primarily influences the journal by providing the discriminative stimuli for the submission of research adressing

particular interests.”6 (p. 397)

Por isso, embora muitos dos dados tenham sido observados ano a ano, decidiu-se identificar acontecimentos relacionados a períodos de gestão dos diversos Editores científicos ao longo da existência do JABA.

No presente trabalho os períodos editoriais foram determinados pelo tempo

de cada editor no comando do periódico, em torno de três anos7. A leitura de

editoriais e das folhas de rosto do JABA permitiu a coleta de informações sobre a política editorial aplicada aos vários períodos por seus respectivos Editores (ver Anexo 1), informações que foram consideradas na análise dos dados.

Foram observados por períodos editoriais: a quantidade de artigos sobre o tema, as publicações por filiação, os tipos de filiação, os participantes, settings, comportamentos alvo e conceitos básicos presentes no título.

2. Autoria, “grupos de pesquisa”, filiação e tipos de filiação

Além do conhecimento produzido sobre o tema, é de interesse histórico identificar quem (pesquisadores e instituições) produziu tal conhecimento e se houve grupos criando e desenvolvendo determinadas linhas de pesquisa.

Para identificar quem tem pesquisado o tema controle de estímulos foi feito um levantamento de quantas vezes cada autor publicou. Assim, identificou-se

6 “O editor primeiramente influencia o periódico ao promover os estímulos discriminativos para a submissão de pesquisas direcionadas a interesses particulares.”

7

Exceto no caso de Donald Baer que foi editor apenas por um ano, em 1971, quando pediu afastamento por causa de seu ano sabático em universidade fora dos Estados Unidos. O editor seguinte, Risley, não

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autores com maior participação sobre o tema juntamente a suas filiações, apresentando até 3 artigos publicados. A partir destes mesmos dados, levantou-se quantos autores publicaram determinada quantidade de artigos, e com que distribuição cronológica os principais autores da área publicaram.

Para identificar como esta produção se deu em termos de parcerias, foi feita uma revisão nos artigos publicados pelos principais autores (que apresentaram mais artigos publicados) para identificação de grupos de autores que publicaram na área, identificando, por exemplo, ao longo dos anos, parcerias que se mantiveram, autores que, apesar de mudarem de instituição, permaneceram publicando com parceiros anteriores e instituições que se mantiveram publicando mesmo após um autor que costumava publicar na área a ter deixado.

Além disso, levantou-se quantas vezes cada instituição teve artigos publicados, e em que anos estes foram publicados. Com isto, traçou-se a trajetória de publicações de cada instituição ao longo dos anos e por períodos editoriais, principalmente das instituições pelas quais passaram os autores que mais publicaram sobre o tema. Estes dados permitiram enriquecimento das análises sobre grupos de pesquisa e trajetórias de autores, ao identificar crescimento de publicações de cada instituição tendo ou não relação com a presença de determinados autores.

As instituições foram, por fim, agrupadas por tipo: escola, hospital, instituto, faculdade de medicina e universidade. Como critério para inserção em cada um destes tipos de instituição foi necessário apresentar os seguintes termos na filiação: school, preschool, highschool ou county school (para escola), hospital (para hospital), center for mental retardation, center for mental health,

assumiu como substituto de Baer e sim como novo editor, uma vez que foi editor durante três anos seguintes.

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center for retarded children ou neuropsychiatric institute8 (para instituto), school

of medicine, medical school ou medical college (para faculdade de medicina) e university ou college (para universidade).

3. Considerações topográficas: participantes, settings e comportamentos

alvo

Como o JABA é um periódico voltado para aplicação de princípios comportamentais a problemas de importância social (Baer et al, 1968), ele não se dedica somente a uma determinada área de problema, população, procedimento ou setting – o que costuma ocorrer em outros periódicos de aplicação (Northup, Vollmer e Serret, 1993). Assim, suas aplicações ocorrem em uma diversidade de problemas, participantes e settings, e muitos dos leitores do JABA tendem a selecionar os artigos por algumas destas características topográficas nas aplicações.

Diante deste fato, foi feito um levantamento dos participantes, settings e comportamentos alvo dos artigos que lidam com conceitos de controle de estímulos para identificar em que áreas de problemas este tema foi utilizado.

Foram utilizadas, do estudo de Northup et al (1993), as categorias para participante, setting e comportamento alvo com algumas modificações que serão apontadas.

O presente trabalho procurou seguir as categorias para participantes: developmental disabilities (DD), psychiatric, other children, other adults e geriatric do estudo de Northup et al (1993), no entanto, fez uma distinção de problemas de desenvolvimento e problemas psiquiátricos entre crianças e adultos, usando o critério de que se o participante com problema de

8

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