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MONTEPIO

Departamento de Estudos

/ / junho 2015

EMIRADOS

Previsões económicas e indicadores sociais e demográficos

Unidade: taxa de crescim ento % 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

PIB 3,2 -5,2 1,6 4,9 4,7 5,2 3,6 3,2 3,2 3,4 3,7 3,9 4,1 PIB Nominal 22,3 -19,6 12,8 21,5 7,2 8,1 -0,2 -9,4 7,8 6,0 5,9 6,2 7,3 PIB Nominal (10^9) 1 158,6 931,2 1 050,5 1 276,0 1 367,3 1 477,6 1 475,0 1 335,7 1 440,1 1 527,0 1 617,6 1 718,7 1 844,5 PIB Nominal (10^9 $) 315,5 253,5 286,0 347,5 372,3 402,3 401,6 363,7 392,1 415,8 440,5 468,0 502,3 Deflator do PIB 18,5 -15,2 11,0 15,8 2,4 2,7 -3,6 -12,2 4,5 2,5 2,1 2,3 3,1 Inflação (IPC) 12,3 1,6 0,9 0,9 0,7 1,1 2,3 2,1 2,3 2,5 2,7 2,8 3,0 Investimento (% PIB) 23,7 29,7 25,7 22,7 22,5 22,6 23,1 22,9 23,9 24,7 25,6 25,6 26,1

Poupança Nacional Bruta (% PIB) 30,8 32,8 28,2 37,4 41,0 38,7 35,1 28,2 31,1 31,9 32,6 32,6 32,8

Dívida Pública (% PIB) 12,5 24,1 22,2 17,6 17,1 11,7 12,1 14,7 15,1 15,6 16,1 16,4 16,5

Receitas Públicas (%) 30,3 -41,3 27,3 32,5 14,0 5,7 -7,8 -23,6 10,5 4,8 4,6 4,0 4,6

Despesas Públicas (%) 52,1 28,1 5,3 17,0 -0,1 8,4 3,0 0,4 0,8 0,7 0,7 0,8 1,0

Receitas Públicas (% PIB) 42,0 30,7 34,7 37,8 40,2 39,3 36,3 30,7 31,4 31,1 30,7 30,0 29,3 Despesas Públicas (% PIB) 22,0 35,0 32,7 31,5 29,3 29,4 30,3 33,6 31,4 29,9 28,4 27,0 25,4

Saldo Orçamental (% PIB) 20,1 -4,3 2,0 6,3 10,9 9,9 6,0 -3,0 0,0 1,2 2,3 3,1 3,9

Saldo Primário (% PIB) 20,1 -4,1 2,3 6,5 11,2 10,3 6,4 -2,5 0,4 1,6 2,6 3,4 4,2

Balança Corrente (10^9 $) 22,3 7,8 7,2 50,9 69,0 64,7 48,5 19,3 28,2 29,8 31,1 32,8 33,4

Balança Corrente (% PIB) 7,1 3,1 2,5 14,7 18,5 16,1 12,1 5,3 7,2 7,2 7,1 7,0 6,6

População (10^6) 8,1 8,2 8,3 8,5 8,8 9,0 9,3 9,6 9,9 10,1 10,4 10,7 11,1

População (%) 29,8 1,6 0,8 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 2,9 2,9 2,9 3,1 3,1

População 15-64 anos (% total) 84,7 85,5 85,8 85,7 85,2 84,3 - - - - - -

-PIB PPP (10^9 $) 477,0 455,4 468,5 501,5 534,4 570,6 599,8 624,2 653,6 689,8 731,0 774,4 821,7 PIB per capita PPP $ 59 077 55 535 56 687 58 917 60 951 63 181 64 479 65 149 66 312 68 034 70 081 72 041 74 181 PIB per capita $ 39 075 30 920 34 612 40 817 42 464 44 552 43 180 37 962 39 787 41 009 42 229 43 538 45 341

Exportações (%) 14,2 -4,1 -1,8 20,1 15,2 11,1 4,6 8,4 6,3 7,3 9,7 11,4 9,4 Bens (%) 14,8 -5,2 -2,0 21,6 15,1 10,9 4,2 7,8 6,2 7,2 9,6 11,4 9,3 Importações (%) 22,2 -9,8 1,3 10,3 11,3 15,6 13,4 5,1 9,7 9,8 11,1 12,2 10,0 Bens (%) 23,3 -10,0 0,8 7,4 11,2 15,3 14,2 5,2 10,2 10,3 11,6 12,7 10,1 Agricultura (% PIB) 0,8 1,0 0,9 0,7 0,7 0,7 - - - -Indústria (% PIB) 58,0 52,0 54,9 60,1 59,6 59,0 - - - - - - -Serviços (% PIB) 41,2 46,9 44,3 39,2 39,7 40,3 - - -

-Esperança Vida à nascença (anos) 76,2 76,4 76,6 76,8 77,0 77,1 - - - - - -

Superfície 83 600Km2 Densidad e Populacional 108 Hab/ Km2 Reserv as Ex ternas 2,49 10^9 $

(2)

Código Descrição Valor (mM$) Peso (%)

27 Combustíveis minerais, óleos, produtos de destilação 138,1 68,4

71 Pérola, pedras preciosas, metais e moedas 23,1 11,4

76 Alumínio e suas componentes 5,5 2,7

39 Plásticos e suas componentes 4,5 2,3

84 Máquinas, reatores nucleares e caldeiras 3,2 1,6

Outros produtos 27,5 13,6

F o n t e : Inte rna tio na l Tra de C e ntre (ITC ) - Na ç õ e s Unida s . Principais Exportações de Bens (2014)

Código Descrição Valor (mM$) Peso (%)

71 Pérola, pedras preciosas, metais e moedas 32,8 14,1

84 Máquinas, reatores nucleares e caldeiras 29,6 12,7

85 Equipamento elétrico e eletrónico 26,1 11,3

87 Veículos elétricos e ferroviários 21,7 9,3

27 Combustíveis minerais, óleos, produtos de destilação 15,8 6,8

Outros produtos 106,2 45,7

F o n t e : Inte rna tio na l Tra de C e ntre (ITC ) - Na ç õ e s Unida s . Principais Importações de Bens (2014)

País Valor (mM$) Peso (%) País Valor (mM$) Peso (%)

Países não especificados 50,4 23,9 Países asiáticos não especificados 95,5 37,8

Índia 28,6 13,6 Países não especificados 65,7 26,0

China 15,0 7,1 Índia 24,2 9,6

EUA 14,5 6,9 Irão 14,2 5,6

Alemanha 8,3 4,0 Suíça 4,9 1,9

Outros países 94,1 44,6 Outros países 48,0 19,0

F o n t e : Na ç õ e s Unida s F o n t e : Na ç õ e s Unida s

Principais Parceiros Comerciais de Exportações (2011)

Principais Parceiros Comerciais de Importações (2011)

Tipo de Produto Valor (€) Share

(%)

TCMA09-14

(%) Tipo de Produto Valor (€)

Share (%)

TCMA09-14

(%) Produtos químicos 7 550 006 49,1 27,8 Produtos informáticos, electrónicos e

ópticos 25 580 102 20,7 26,2

Metais de base 2 146 192 14,0 16,1 Equipamento eléctrico 10 195 364 8,2 11,4

Produtos têxteis 2 113 214 13,8 19,9 Papel e cartão e seus artigos 10 152 158 8,2 66,1

Máquinas e equipamentos, n.e. 948 706 6,2 68,1 Veículos automóveis, reboques e

semi-reboques 10 116 506 8,2 5,8

Artigos de borracha e de matérias plásticas 831 851 5,4 31,6 Artigos de vestuário 9 341 989 7,6 11,5 Produtos metálicos transformados, excepto

máquinas e equipamento 494 349 3,2 18,6 Máquinas e equipamentos, n.e. 7 443 120 6,0 3,9

Produtos informáticos, electrónicos e

ópticos 274 370 1,8 -28,6 Outros produtos minerais não metálicos 7 434 118 6,0 6,9

Artigos de vestuário 157 377 1,0 91,2 Couro e produtos afins 7 098 269 5,7 44,5

Outro equipamento de transporte 121 167 0,8 -34,7 Produtos alimentares 6 259 296 5,1 48,7

Outros produtos minerais não metálicos 101 989 0,7 32,8 Artigos de borracha e de matérias plásticas 5 950 687 4,8 8,6

Fonte: INE. Fonte: INE.

TOP 10 DAS IMPORTAÇÕES DE PORTUGAL dos EAU (2014) TOP 10 DAS EXPORTAÇÕES DE PORTUGAL PARA os EAU (2014)

2012 2013 2014 2012 2013 2014

Importações de Portugal deste país (milhares €) 22 963,2 49 571,3 15 364,6 Exportações de Portugal deste país (milhares €) 95 100,1 101 801,1 123 722,1

Importações totais de Portugal (milhares €) 56 374 083 56 906 067 58 745 986 Exportações totais de Portugal (milhares €) 45 213 016 47 266 500 48 180 643

Peso das importações do país (%) 0,04 0,1 0,0 Peso das exportações do país (%) 0,21 0,2 0,3

Fonte: INE. Fonte: INE.

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MOHAMMED BIN RASHID AL MAKTOUM

Primeiro-ministro dos EAU

CONJUNTURA

Apesar da queda do petróleo, PIB continuará a

crescer robustamente

POLÍTICA INTERNA

A cena política continuará a apresentar-se, de um modo geral, estável no horizonte 2015/20. A crítica interna ao Governo deverá continuar limitada e permanecerão os apelos de maior pluralidade política.. O Governo

continuará a ser cauteloso sobre a influência regional da Irmandade Muçulmana e de outros grupos islâmicos de várias matizes.

Os Emirados Árabes Unidos (EAU) são governados por um Conselho Supremo, que compreende os líderes dos sete emirados. O Conselho Nacional Federal de 40 membros (CNF) é um órgão consultivo do Conselho Supremo e é responsável pela análise da legislação federal que é proposta. Metade dos membros do CNF são eleitos, sendo os outros 20 nomeados pelos

responsáveis dos sete emirados. Embora continuem a ser negados poderes legislativos ao CNF, alguns dos

membros designados, principalmente dos emirados do norte, mais pobres, têm clamado por reformas, de modo a reforçar a influência do órgão. As próximas eleições para o órgão serão realizadas em outubro deste ano, mas não se espera qualquer alteração substancial das

competências do CNF.

É pouco provável que os EAU abracem a democracia durante a próxima década, mas pode ser necessário iniciar maiores reformas políticas a longo prazo. As famílias dominantes são amplamente populares quer a nível dos emirados, quer a nível federal, tendo

proporcionado décadas de paz e prosperidade. Existirão mais apelos a uma maior pluralidade política, mas enquanto os Emiratis (os cidadãos dos EAU) continuarem a beneficiar de generosos programas sociais e da criação de emprego, os riscos para a estabilidade política deverão ser diminutos. Têm existido conversações para introduzir o sufrágio universal para as eleições para o CNF, em 2019. O sufrágio universal pode vir a ser um catalisador para a concessão de poderes legislativos parciais para o

CNF. Os EAU vão continuar a reformar as suas

instituições de Governo, embora os progressos não sejam lineares, devendo a sociedade continuar a ser

predominantemente tribal e dominada por clãs e compadrios. O Dubai vai provavelmente trazer uma agenda mais reformista, impor metas de eficiência para as instituições políticas e promover a redução da burocracia, no sentido de aumentar o investimento do setor privado. No entanto, é provável que o programa do Governo denominado de “Emiratização” garanta que o recrutamento e as promoções serão baseadas na nacionalidade e não no mérito, o que poderá limitar as melhorias na burocracia interna e potencialmente condicionar as perspetivas de crescimento a longo prazo.

Existem intenções de introduzir

o sufrágio universal para as

eleições do CNF em 2019

EAU/ PREVISÕES ECONÓMICAS DO DEPARTAMENTO DE ESTUDOS DO MONTEPIO

2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 8 2 0 1 9 2 0 2 0

PIB 3,2 -5,2 1,6 4,9 4,7 5,2 3,8 3,8 3,9 4,0 4,0 4,1 4,1

Inflação 12,3 1,6 0,9 0,9 0,7 1,1 2,3 3,0 3,2 2,5 2,7 2,8 3,0

Balança Corrente (% PIB) 7,1 3,1 2,5 14,7 18,5 16,1 12,1 5,3 7,2 7,2 7,1 7,0 6,6

Saldo Orçamental (% PIB) 20,1 -4,3 2,0 6,3 10,9 9,9 6,0 -3,0 0,0 1,2 2,3 3,1 3,9

(4)

POLÍTICA EXTERNA

O Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) continuará a ser uma organização fraca e dividida. Os países do CCG também discordam sobre uma série de outras questões e espera-se que essas diferenças continuem a impedir uma maior integração política e económica. Em todo o caso, a união aduaneira entrou em vigor em janeiro e deverão existir mais progressos parcelares ao nível da integração. Além disso, a tensão interna dentro do CCG

relativamente ao apoio do Qatar à Irmandade

Muçulmana começou a desvanecer-se. A ameaça externa do Estado Islâmico, um grupo extremista sunita, parece ter galvanizado uma maior unidade dentro do CCG, pelo menos em termos de segurança. Será importante perceber como é que a sucessão monárquica na Arábia Saudita (na sequência da morte do anterior rei) vai afetar as relações dentro da CCG.

É improvável que os EAU sejam afetados pelos protestos populares que varreram toda a região do Médio Oriente e do Norte de Africa (MENA), não obstante perspetivar-se

que haja um aumento dos apelos a uma maior participação política. Para os EAU, duas preocupações principais deverão dominar. Em 2013/14 assistiu-se a um progresso diplomático entre o Irão e o Ocidente,

reduzindo o risco de um conflito militar, o que teria um impacto negativo sobre os EAU. No entanto, os EAU permanecerão preocupados com o facto de a diplomacia poder falhar mais uma vez. Se o Irão voltar à comunidade internacional de forma duradoura, os EAU poderão beneficiar do facto de poderem constituir um hub de negócios para os investidores para o Irão. A potencial consequência negativa é a pressão sobre os preços do petróleo provocada pelo aumento das vendas de crude iraniano. Além disso, o Governo continuará preocupado que a influência da Irmandade Muçulmana na região leve a protestos nos EAU, sendo que membros do braço daquela organização (Al Islah) nos Emirados foram condenados em 2013 por ameaçarem o sistema político dos EAU.

ATIVIDADE

A economia dos EAU testemunhou um crescimento notável, impulsionado por um aumento sustentado dos preços do petróleo entre 2001 e meados de 2008. Este facto permitiu aumentar as receitas públicas e,

consequentemente, os gastos públicos, com impacto direto e indireto, por via do multiplicador dos gastos públicos, na economia.

A crise financeira global, acoplada com a crise da dívida do Dubai em 2009, trouxe o fim daquele boom, mas todas as principais entidades relacionadas com o Governo do Dubai obtiveram acordos de reestruturação com os seus credores. Além disso, os EAU emergiram como um local de investimento favorável para os investidores, nomeadamente porque foi pouco afetado pela turbulência política no resto da região.

A dependência dos EAU em relação à mão-de-obra estrangeira não deverá diminuir significativamente no longo prazo. O crescimento da força de trabalho estrangeira continuará, assim, a criar desafios políticos.

Atividade económica continua a

crescer a bom ritmo

O crescimento do PIB acelerou para 5,2% em 2013, impulsionado pelo aumento da procura interna. O crescimento da extração de petróleo abrandou, mas o crescimento do setor não-petrolífero foi robusto, suportado pela aceleração dos serviços e pela

recuperação da construção, provocando um efeito favorável para 2014. Com o crescimento do setor não-petrolífero a fortalecer-se ainda mais, mas com o crescimento do setor de petróleo a moderar novamente, com o crescimento do PIB a desacelerar para 3,8% em 2014, prevendo-se o mesmo crescimento para 2015 (+3,8%) e um crescimento médio anual de 4,0% no horizonte 2015/20. Após sólidas expansões nos últimos anos, a produção de petróleo deverá cair em 2015, mas deverá regressar ao crescimento em 2016. Já o setor não petrolífero crescerá em torno de 5% nos próximos anos. No entanto, há uma série de riscos ascendentes e descendentes para estas perspetivas.

Os maiores riscos descendentes para o crescimento serão a possibilidade de um ciclo de expansão e recessão renovada nos preços dos ativos, especialmente no mercado imobiliário, ou acontecimentos externos, como um desempenho mais fraco do que o previsto pela economia global, levando a uma menor procura dos bens e serviços do setor não petrolífero e a uma redução da procura e do preço do petróleo.

Os preços do petróleo deverão situar-se no horizonte 2015/20 em níveis inferiores aos que se esperavam no final do verão passado, constituindo um desafio para as perspetivas de crescimento para os EAU, que ainda está muito dependente do petróleo. Todavia, enquanto economia aberta e integrada no comércio mundial, com um setor de turismo e de transportes em crescimento, a prosperidade económica dos EAU permanecerá também

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fortemente ligada às tendências da economia global, que têm um impacto sobre os EAU, por exemplo, através dos fluxos de comércio mundial, mas também sobre o preço do petróleo.

Os preços do petróleo têm exibido uma elevada volatilidade nos últimos anos, mas os elevados preços permitiram suportar os elevados saldos orçamentais e da balança corrente dos EAU. Todavia, a queda do preço do petróleo a partir da 2.ª metade de 2014, deverá conduzir o país a apresentar um défice orçamental em 2015 (e ter um saldo nulo em 2016), enquanto o excedente da balança corrente deverá reduzir-se para apenas um dígito. Os EAU (principalmente o emirado de Abu Dhabi) acumularam vastas carteiras de investimento no exterior desde os anos 1970. Os rendimentos dessas carteiras também irão flutuar de acordo com o desempenho dos mercados financeiros internacionais, mas as autoridades deverão ser capazes de usá-los como um fundo de estabilização durante as próximas décadas, aumentando a carteira durante os períodos de fortes receitas do petróleo e utilizando esses recursos quando as receitas petrolíferas são mais fracas, como será o caso em 2015 e 2016.

Os EAU deverão manter-se prósperos até 2050. Estão bem posicionados para ajudar a satisfazer a crescente procura global de petróleo nas próximas duas décadas. No final de 2013, os EAU produziram cerca de 4% do

crude do Mundo, mas possuem 6% das reservas

conhecidas. Além disso, os custos de produção nos EAU estão entre os mais baixos do Mundo, já que o petróleo de Abu Dhabi é extraído principalmente em grandes campos terrestres e de fácil acesso, em campos offshore a baixa profundidade nas águas calmas do Golfo Pérsico. Dado o papel central que desempenham as receitas

petrolíferas a nível federal e dos emirados para a economia dos EAU, as perspetivas continuam a ser favoráveis. Além disso, as elevadas carteiras de

investimento financeiro que os EAU dispõem no exterior permitem que o país continue a beneficiar do

crescimento económico global. O principal risco para as perspetivas de longo prazo é que, com as crescentes fontes não-convencionais de petróleo e de gás, o preço do petróleo venha a cair ainda mais.

Em grande parte devido à força do setor dos hidrocarbonetos e aos elevados níveis de liquidez proporcionados por aquele setor, a economia não petrolífera também deverá crescer fortemente e aumentar a sua quota no total do PIB. Os esforços dos EAU para desenvolver o setor do turismo e para se promover como um centro regional de aviação e transporte (entre outros setores) significa que irão continuar a beneficiar, quer do investimento estrangeiro, quer do de origem nacional. O papel dos cidadãos dos EAU no setor privado deverá crescer gradualmente, embora a grande maioria da força de trabalho qualificada deva permanecer estrangeira.

Como referido, o PIB deverá crescer a uma taxa média anual de 4,0% ao ano no horizonte 2015/20,

impulsionado por ganhos nos setores petrolífero e não petrolífero. O crescimento vai desacelerar em 2019/30, devido ao próprio abrandamento da população e da força de trabalho. No horizonte em 2015/50, o crescimento médio anual do PIB poderá situar-se perto dos 2,5%. O investimento em tecnologia e em educação, bem como mais algumas melhorias para o ambiente empresarial e institucional, contribuirão para aumentar a produtividade. Estes ganhos de produtividade vão ajudar a manter a taxa de crescimento mesmo perante o abrandamento da força de trabalho.

OPORTUNIDADES

Os EAU são um dos países mais ricos da região em termos de PIB per capita. Segundo o FMI, o PIB per

capita em dólares deverá aumentar para cerca de 45 341

mil dólares em 2020, mas como as nossas previsões de crescimento do PIB são um pouco mais otimistas, admite-se que possa superar os 46 500 mil dólares. Segundo o FMI, a população deverá crescer a um ritmo anual de 3,0% ao longo dos próximos cinco anos, com o foco na atração de investimento estrangeiro de modo a

diversificar a economia da extração de petróleo, o que irá criar novas oportunidades de crescimento e continuará a atrair trabalhadores estrangeiros. O forte aumento na população será impulsionado por uma série de projetos de grande escala, que devem entrar em operação, em conjunto com uma melhoria geral nas perspetivas para o

setor da construção.

EAU como importante base

regional para as empresas

estrangeiras

A economia dos EAU recuperou da crise económica em 2009 e será um mercado importante no período de previsão para as empresas que procuram expandir as suas operações no Médio Oriente. Os EAU têm sido muito afetados pela instabilidade no Médio Oriente e Norte de África com a sua atratividade como um mercado estável para as empresas internacionais a

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aumentar. Segundo o FMI, a população deverá exceder os 10 milhões em 2017, devendo situar-se em 11.1 milhões em 2020. A mais longo prazo, espera-se que o crescimento anual da população desacelere a partir de 2020, depois de um rápido crescimento na década anterior.

Nos EAU, as oportunidades podem repartir-se em três áreas: consumidores, empresas e infraestruturas. Analisar o mercado de consumo dos EAU pode ser um desafio, já que os censos efetuados pelo Governo não descriminam os dados da população por escala de rendimento. Uma grande percentagem da população é estrangeira e é composta por trabalhadores com baixos salários, não qualificados e semiqualificados, em grande parte provenientes da Ásia. Esta parte da população, tipicamente de operários masculinos e de domésticas femininas, tem como missão principal o envio de salários

para as suas famílias na Ásia e, como tal, o seu rendimento tem apenas um pequeno impacto sobre o consumo interno. No topo, existe uma elite rica. Um relatório de 2013 do Boston Consulting Group estima que 40 em cada 1 000 famílias nos EAU tinham riqueza de pelo menos 1 milhão de dólares, a 9.ª maior

densidade global. De acordo com o Relatório de Riqueza 2014 da Knight Frank, o número de indivíduos ultra-ricos nos EAU aumentou 8% em 2013. Entre esses extremos, existe a população de rendimento médio que está cada vez mais propensa a gastar o dinheiro dentro dos EAU, dado que cada vez mais os estrangeiros de rendimento médio permanecem por períodos mais longos, o que os torna mais propensos a gastar, principalmente em bens duradouros, como carros, artigos para a casa e artigos eletrónicos. No entanto, o aumento do custo de vida pode reduzir o rendimento disponível real entre muitas famílias estrangeiras.

INFLAÇÃO

A inflação é baixa, mas a pressão sobre os preços está a aumentar, com a inflação média a situar-se em 2,3% em 2014 (+1,1% em 2013), nomeadamente porque os preços dos imóveis têm recuperado rapidamente (especialmente no Dubai). Os preços contidos dos alimentos e os subsídios garantiram que a inflação tenha permanecido relativamente baixa.

No 1.º trimestre de 2015, a inflação homóloga subiu para 3,9%, impulsionada por maiores tarifas de energia elétrica e de água em Abu Dhabi e pelos custos da habitação, que já tinham aumentado 6,3% em 2014. No entanto, nos últimos meses as rendas residenciais têm mostrado sinais de estabilização ou mesmo de queda,

algo que deverá sentir-se no índice de preços ao consumidor com um certo desfasamento. A inflação foi significativamente superior se nos restringirmos aos dois principais emirados, Abu Dhabi (+5,0%) e Dubai (+4,3%), em vez de ao conjunto dos EAU. No conjunto de 2015, a inflação deverá ser de cerca de 3,0%. Muitas empresas e consumidores queixam-se que os custos têm subido mais rapidamente do que os números da inflação oficial sugerem.

Aceleração da inflação, mas

moderadamente

POLÍTICA MONETÁRIA

Taxa de juro do banco central

encontra-se em 1,00% desde

2009

O facto de o banco central estar comprometido com o

peg do dirham ao dólar norte-americano implica que

deixe de ter uma política monetária verdadeiramente

autónoma, acompanhando, assim, as alterações de taxas de juro efetuadas nos EUA. Assim, desde que a Reserva Federal (Fed) americana, em 2009, colocou a sua taxa dos fed funds em mínimos históricos, que a taxa de referência do Banco Central dos EAU está também em mínimos, neste caso, em 1,00%. Como se espera que a Fed comece a subir taxas em 2015, o Banco Central dos EAU deverá também acompanhar a Fed.

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POLÍTICA CAMBIAL

O banco central continua comprometido com o atual

peg do dirham ao dólar. O peg tem proporcionado

estabilidade ao longo de décadas e, depois de se ter livrado dos problemas associados a uma moeda fixa (incluindo a falta de flexibilidade monetária), as autoridades parecem comprometidas com o sistema. Prevemos um fortalecimento do dólar em relação ao euro em termos médios em 2015, dado o esperado aperto da política monetária por parte da Fed americana. Não se espera que o peg do dirham face ao dólar esteja ameaçado.

Peg

face ao dólar para manter

Sempre que os preços do petróleo estão baixos e o valor do dólar dos EUA está elevado, os governos do Golfo enfrentam críticas relativamente à manutenção do peg face ao dólar (um dólar fraco, que é potencialmente inflacionista, também leva alguns a questionar o peg). A atual situação tem dado um novo impulso a essas críticas nos EAU. O efeito do duplo golpe do dólar forte e das receitas do petróleo mais baixo já teve um impacto na redução da procura de imobiliário dos EAU, com volumes de transação significativamente mais baixos no início de 2015. Mas, apesar de alguns bancos centrais do Conselho de Cooperação do Golfo estarem à partida dispostos a estudar o assunto, entre as quais as

autoridades do Qatar, o Banco Central dos EAU têm publicamente rejeitado de uma forma firme tal movimento.

Os EAU não têm intenção de abolir o peg face ao dólar porque a paridade cambial garante estabilidade económica, observou o Presidente do banco central, Mubarak al-Mansouri, numa conferência em Abu Dhabi, em março. Além disso, grande parte dos investimentos dos EAU são denominados em dólares e o dólar mais forte aumenta o poder de compra do dirham nos mercados internacionais, mantendo, assim, baixos os custos das importações.

No lado negativo, além de minar a procura por

imobiliário dos EAU, o dólar mais forte é negativo para a competitividade das exportações não petrolíferas dos EAU. Se a força do dólar persistir, portanto, isso pode-se tornar um constrangimento para a diversificação da economia dos EAU. Outra desvantagem comumente citada do peg é que este reduz a flexibilidade da política monetária, com o banco central a ser amplamente compelido a seguir os movimentos das taxas de juro por parte da Fed. Esta é uma questão relevante, dado que, como referido os EUA deverão ainda este ano subir juros. No entanto, este é um problema com o qual os EAU têm vivido ao longo das últimas décadas.

POLÍTICA ORÇAMENTAL

Os EAU vêem-se como um centro financeiro regional e um centro de comércio, transportes e turismo, que são vitais para o crescimento e uma maior diversificação económica, já que a economia ainda está excessivamente concentrada na extração de petróleo. Os EAU também vão investir no aumento gradual da sua capacidade de refinação. Como parte dos seus investimentos para melhorar as infraestruturas, os EAU estão a planear completar a 1.ª fase do projeto ferroviário nacional de 40 mil milhões de dirhams (10,9 mil milhões de dólares), entre Shah e Ruwais, em 2015 (que liga um novo campo de gás a uma nova refinaria). Outros megaprojetos também estão em andamento ou foram anunciados. No Dubai, incluem o Mall of the World (um complexo de uso misto incorporando o maior centro comercial do mundo), o Mohammed bin Rashid City District One e as Ilhas Deira (um cluster de 15,3 km de hotéis, áreas residenciais, resorts e comércio a retalho). O Dubai ganhou o concurso para sediar a Expo Mundial de 2020 e vai gastar 6,8 mil milhões de dólares em infraestruturas conexas, incluindo a extensão do metropolitano. Esta

série de mega projetos planeados para o Dubai, embora sejam o reflexo de uma forte tendência de crescimento económico, acarreta um sério risco de emergir um excesso de capacidade instalada.

Saldo orçamental deverá

apresentar um défice em 2015 e

um saldo nulo em 2016, devido à

queda das receitas do petróleo

O saldo orçamental registou um superavit de 9,9% do PIB em 2013, impulsionado pelas receitas do petróleo, mas estimando-se uma forte redução para 6,0% em 2014 e esperando-se que se observem défice em 2015 (-3,0%) e um saldo nulo em 2016, devido às quedas das receitas do petróleo. Para 2017 é esperado um

excedente de 1,2% e um excedente médio de 1,2% no horizonte 2015/2020.

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CONTAS EXTERNAS

Estimamos que o excedente da balança corrente tenha diminuído de 16,1% do PIB em 2013 para 12,1% em 2014, refletindo a queda dos preços de exportação dos hidrocarbonetos e também um aumento dos custos dos bens importados, levando também a um aumento do défice de serviços. Neste ano de 2015, em resultado da descida dos preços do petróleo, o excedente da balança corrente deverá cair abaixo dos dois dígitos, cifrando-se apenas em 5,3% do PIB, devendo subir em 2016 para 7,2% e flutuar nesses valores nos anos seguintes. Deve-se continuar a assistir a fortes crescimentos das

importações e a um alargamento do défice da balança de serviços. No entanto, os avanços com grandes projetos de infraestruturas, como portos e zonas económicas, deverão suportar as receitas de exportação não-petrolíferas - como foi testemunhado em 2013 em que assentou o elevado excedente comercial.

Balança corrente permanecerá

excedentária, mas este ano cairá

abaixo dos dois dígitos

POPULAÇÃO

Crescimento do investimento irá

atrair mão-de-obra estrangeira

Os dados populacionais para os EAU não são confiáveis, já que os números oficiais são baseados em registos administrativos e vistos de imigração. Estes dados, portanto, não contabilizam os estrangeiros que deixaram o país, mas não cancelaram os seus vistos, ou aqueles que estão no país ilegalmente. O último censo oficial foi realizado em 2005, sendo este o ponto de partida para as diversas estimativas de população, para as previsões de crescimento económico e para as estatísticas do emprego. O próprio censo de 2005, com elevada probabilidade, subestima a população, devido a dificuldades em contar com precisão a população constituída por estrangeiros transitórios. O FMI estima que a população total nos EAU tenha atingido 9,3 milhões em 2014, sendo que os cidadãos dos EAU representaram pouco menos de 20% da população total em 2005, mas esta participação tem diminuído nos anos seguintes (para menos de 15%), acentuada pela queda da taxa de natalidade entre a população dos EAU. Os EAU vão continuar a beneficiar do estatuto de porto-seguro, pelo menos a curto prazo, uma perceção que foi adquirida na sequência de protestos populares na região do Médio Oriente e Norte da África (MENA), a partir da qual os EAU conseguiram passar, até agora, incólumes. Isso contribuiu para fluxos de investimento mais elevados em 2012/13, ajudando a economia a recuperar. Os preços elevados, embora mais moderados, do petróleo em 2015/20, juntamente com um aumento das exportações não-petrolíferas, devido aos planos de diversificação dos competitivos emirados, ao nível das infraestruturas, de Abu Dhabi e do Dubai, continuarão a

criar uma procura nos EAU de trabalhadores

estrangeiros. A retoma de uma série de megaprojetos, incluindo a Expo 2020, também vai apoiar essa procura. Segundo o FMI, a população total dos EAU deverá crescer a uma média de 3,0% no período 2015/20. Os EAU continuarão a enfrentar uma série de desafios relacionados com a sua estrutura demográfica particular. Uma das questões mais prementes é o crescente

sentimento de marginalização entre os cidadãos dos EAU. Para resolver esse desafio, o Governo vai manter a sua política generosa de redistribuição de rendimentos para os cidadãos dos EAU, através da oferta de educação gratuita, cuidados de saúde e uma série de subsídios aos serviços básicos. As autoridades vão também manter uma abordagem cautelosa para ampliar a cidadania a estrangeiros.

À medida que a população de estrangeiros cresce e passa a adotar os EAU como residência permanente, em vez de um lugar para trabalhar em uma base de curto prazo, é provável que estes comecem também a exigir mais direitos políticos.

A comparativamente elevada taxa de desemprego entre os habitantes locais também irá contribuir para o

sentimento de marginalização da população dos EAU. Os dados oficiais estimam uma taxa de desemprego média entre os Emiratis de 13%, de acordo com um relatório divulgado em 2011 pela comissão de saúde, trabalho e assuntos sociais do CNF. A taxa de desemprego entre os jovens dos 20-24 anos é mais elevada, sendo estimada em mais de 20%. Dada a instabilidade na região do MENA, o Governo espera aprofundar o seu programa de "Emiratização". Um exemplo disso foi a extensão da quota dos Emiratis a partir de janeiro de 2011, que agora

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exige que todas as empresas, independentemente do setor, tenham, pelo menos, 20% de sua força de trabalho composta por cidadãos dos EAU. Em geral, isso não é realista, já que os cidadãos dos EAU representam menos de 5% da força de trabalho, e quase todos estão empregados no setor público. No entanto, a longo prazo, as autoridades esperam por meio da formação profissional e da educação direcionada construir uma força de trabalho local com as habilidades certas, qualificações e ética de trabalho para competir por empregos no setor privado.

Gerir a população estrangeira

continuará a ser um desafio

A análise das condições em que os trabalhadores estrangeiros vivem e trabalham nos EAU por parte dos meios de comunicação social e organizações de direitos humanos vai continuar a colocar pressão sobre o Governo para melhorar os direitos básicos dos trabalhadores. O Dubai, por exemplo, estará sob os holofotes no que se refere aos direitos laborais no período de preparação para a Expo 2020, assim como o Qatar, que apresenta um maior escrutínio internacional, já que se prepara para sediar o Mundial de Futebol de

2022. O Governo poderá introduzir novas regras que visam limitar a população estrangeira e melhorar a precisão dos registos, mas, ao mesmo tempo, sem dissuadir a experiente mão-de-obra estrangeira de entrar no mercado. Os trabalhadores já estão autorizados a mudar de emprego depois de dois anos sem o

consentimento do empregador e sem perder o direito de trabalhar nos EAU. São esperados progressos em

conformidade com os requisitos da Organização Mundial do Comércio e da Organização Internacional do

Trabalho. No entanto, a legalização das organizações sindicais é improvável nos próximos cinco anos. O Governo deverá reprimir as manifestações daqueles que procuram melhorar as suas condições de trabalho, mas adotar uma abordagem mais conciliadora aos

protestantes contra atrasos no pagamento dos salários. A longo prazo espera-se que o Governo imponha um limite máximo para o número de estrangeiros que trabalham nos EAU, visto os projetos de trabalho intensivo estarem concluídos e o país estar a concentrar-se cada vez mais na evolução do conhecimento. No entanto, dada a pequena proporção de Emiratis, o país continuará a depender fortemente de trabalhadores estrangeiros de baixa qualificação.

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ÍNDICE DE LIBERDADE ECONÓMICA

- The Heritage Foundation

Emirados Árabes Unidos são a

25.ª economia mais livre do

Mundo em 2015

A pontuação no índice de liberdade económica dos EAU é de 72,4 pontos, sendo a 25.ª economia mais livre do Mundo em 2015. Esta pontuação é 1,0 ponto superior à do ano passado, impulsionada pelas melhorias na liberdade de investimento, gestão dos gastos públicos e da liberdade de corrupção, que superaram os pequenos declínios da liberdade monetária, de comércio e fiscal. Os EAU estão classificados em 2.º entre os 15 países da região do Médio Oriente/Norte da África e a sua

pontuação total é superior às médias regional e mundial. Ao longo dos últimos cinco anos a liberdade económica dos EAU avançou 4,6 pontos, o maior aumento da região, marcado por melhorias em sete das 10 liberdades económicas, com ganhos consideráveis no ambiente regulatório e na liberdade monetária. A melhoria na liberdade económica tem correspondido a níveis moderados de crescimento. As reformas económicas cimentaram a posição dos EAU como um hub comercial, financeiro e logístico do Golfo Pérsico. No entanto, as reformas institucionais não foram abrangentes. O nível de perceção de corrupção diminuiu, mas o sistema judicial é relativamente ineficiente e continua vulnerável à influência política.

Enquadramento

Os EAU são uma federação de sete monarquias: Abu Dhabi, Ajman, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah e Umm al-Qaiwain. O Governo respondeu aos apelos das reformas durante a "Primavera Árabe", iniciando um programa de 1,6 mil milhões de dólares para melhorar as infraestruturas nos emirados do norte mais pobres. Também ampliou o número de pessoas autorizadas a votar nas eleições de setembro de 2011 para o Conselho Nacional Federal. Os EAU apertaram o cerco contra o

ativismo da internet em 2012 e prenderam 68 islamitas por supostamente tentarem tomar o poder em 2013. Abu Dhabi é responsável por cerca de 90% do petróleo, ao passo que Dubai é o centro financeiro, comercial, de transportes e do turismo. As zonas de livre comércio, que permitem 100% de propriedade estrangeira com zero de tributação, ajudam a diversificar a economia. As

exportações de petróleo e de gás representam cerca de 80% das receitas públicas.

Estado de Direito

Eficácia da Regulação

Embora os EAU sejam considerados um dos países menos corruptos do Médio Oriente, a maioria das decisões importantes são realizadas pelas famílias dominantes dos vários emirados. De acordo com o The Heritage

Foundation, o sistema judicial não é independente e as lideranças políticas influenciam as decisões judiciais, mas o Estado de Direito está, de um modo geral, implantado. Toda a terra em Abu Dhabi, o maior dos sete emirados, é propriedade do Estado.

Os EAU não têm um imposto sobre o rendimento de pessoas singulares (IRS), nem sobre pessoas coletivas (IRC) a nível federal. Em alguns emirados existem

diferentes impostos sobre as empresas para determinadas atividades empresariais. Existem poucos outros impostos. As receitas fiscais globais são iguais a 7,2% do PIB. Os gastos públicos, apoiados por receitas significativas de petróleo e do gás, representam 21,8% do PIB. A dívida pública é baixa, correspondendo apenas a 12% do PIB.

Intervenção do Governo

Abertura Económica

A eficiência da regulação tem melhorado. Para o lançamento de um novo negócio são necessários seis procedimentos, não existindo capital mínimo. Os requisitos de licenciamento foram simplificados e são menos

dispendiosos. Os custos não salariais da contratação de um trabalhador são moderados e o código do trabalho facilita, de um modo geral, a eficiência do mercado de trabalho. O Governo pretende reduzir os subsídios aos combustíveis e à eletricidade para ajudar a limitar o consumo de energia e as importações de gás natural.

A pauta aduaneira média é de 3,8%. As empresas estrangeiras estão em desvantagem nas compras públicas. De um modo geral, a propriedade estrangeira de empresas está limitada a 49%. O setor financeiro é competitivo e moderno e oferece uma gama completa de serviços, mas a presença do Estado continua a ser

considerável. Os mercados de capitais são abertos e dinâmicos, com um número considerável de empresas estrangeiras em operação.

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INDICADORES DE RISCO

COUNTRY’S SCORE OVER TIME COUNTRY COMPARISONS

RATING DAS AGÊNCIAS

SCORE % 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Overall Score 65,2 62,2 62,6 62,6 64,7 67,3 67,8 69,3 71,1 71,4 72,4

Property Rights 50,0 50,0 40,0 40,0 40,0 50,0 50,0 55,0 55,0 55,0 55,0

Freedom from Corruption 52,0 61,0 62,0 62,0 57,0 59,0 65,0 63,0 68,0 66,4 69,0

Government spending 70,2 76,1 82,3 80,2 86,3 80,9 79,1 80,1 85,1 83,1 85,8 Fiscal Freedom 99,9 99,3 99,9 99,9 99,9 99,9 99,9 99,9 99,9 99,6 99,5 Business Freedom 70,0 49,0 49,3 48,2 57,4 67,4 67,3 68,0 74,0 74,4 74,7 Labor Freedom 74,3 74,3 73,9 74,1 76,2 79,3 72,4 78,8 77,6 82,9 83,8 Monetary Freedom 79,0 76,8 73,6 70,9 69,8 68,8 76,5 80,9 83,9 84,6 83,8 Trade Freedom 77,0 75,0 75,0 80,4 80,8 82,8 82,6 82,6 82,6 82,5 82,4 Investment Freedom 50,0 30,0 30,0 30,0 30,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 40,0 Financial Freedom 30,0 30,0 40,0 40,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0

F o n t e : The He rita ge F o unda tio n. Rating Heritage Foundation

SCORE % 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2014 2015 Country Risk 29,0 30,0 30,0 37,0 44,0 41,0 40,0 44,0 37,0 36,0 38,0 BBB BBB Sovereign* 22,0 22,0 24,0 30,0 45,0 41,0 44,0 43,0 37,0 37,0 40,0 BBB BB Currency* 29,0 31,0 30,0 37,0 40,0 35,0 32,0 39,0 33,0 31,0 33,0 BBB BBB Economic 35,0 33,0 35,0 38,0 45,0 50,0 55,0 55,0 55,0 55,0 55,0 B B Political - - - - -Banking* 36,0 36,0 35,0 45,0 48,0 46,0 44,0 50,0 41,0 41,0 41,0 BB BB

F o n t e : EIU. No ta (*): Utiliza do na c o ntruç ã o do "C o untry R is k".

Rating EIU (The Economist Inteligence Unit)

Ra ti ng

S&P AA AA AA AA AA AA AA AA

Moody's AA AA AA AA AA AA AA AA

Fitch A A A A A A A A

Compósito AA- AA- AA- AA- AA- AA- AA-

AA-N o t a : O rating c o m pó s ito re s ulta da m é dia da s 3 a gê nc ia s .

2010 2009

(12)

CHART BOOK

-6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 GDP Growth (%)

United Arab Emirates - GDP Grow th

%

Source: IMF (April 2015)

30,000 32,000 34,000 36,000 38,000 40,000 42,000 44,000 46,000 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 Per Capita GDP

United Arab Emirates – Per Capita GDP

$

Source: IMF (April 2015)

18 20 22 24 26 28 30 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 % GDP

United Arab Emirates – Investment (% GDP)

%

Source: IMF (April 2015)

28 30 32 34 36 38 40 42 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 % GDP

United Arab Emirates – Gross National Saving (% GDP)

%

Source: IMF (April 2015)

0 4 8 12 16 20 24 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 % GDP

United Arab Emirates – Current Account (% GDP)

%

Source: IMF (April 2015)

0 2 4 6 8 10 12 14 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 Inflation Rate

United Arab Emirates – Inflation Rate

%

Source: IMF (April 2015)

United Arab Emirates – Unemployment Rate

No data available in the WEO apr/2015

6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 % GDP

United Arab Emirates – Public Debt (% GDP)

%

Source: IMF (April 2015)

-5 0 5 10 15 20 25 30 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 % GDP

United Arab Emirates – Budget Balance (% GDP)

%

Source: IMF (April 2015)

4 5 6 7 8 9 10 11 12 0 4 8 12 16 20 24 28 32 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20

Population Growth Rate (%)

United Arab Emirates - Population

10^6 %

Source: IMF (April 2015)

-8 -4 0 4 8 12 16 20 24 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 Exports Growth (%)

United Arab Emirates - Exports Grow th

%

Source: IMF (April 2015)

-20 -10 0 10 20 30 40 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 Imports Growth (%)

United Arab Emirates - Imports Grow th

%

(13)

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS

Rui Bernardes Serra

Chief Economist

RBSerra@montepio.pt

José Miguel Moreira

Senior Economist

JoseMoreira@montepio.pt

Margarida Filipe

Junior Economist

Margarida.Filipe@montepio.pt

Artur Patrício

Junior Economist

Artur.patricio@montepio.pt

APOIO À INTERNACIONALIZAÇÃO

DAS EMPRESAS

Florbela Cunha

Head of Unit

FGCunha@montepio.pt

Rita Marques

Trade Finance

Rita.Marques@montepio.pt

Luis Carv alho

Africa Business

LACarv alho@montepio.pt

Carla Marques Mendes

International Business Advisor

CMMendes@montepio.pt

Alex andra Nev es

International Business Advisor

AJNeves@montepio.pt

AD VERTÊNCIA

Este documento foi elaborado pelo Departamento de Estudos da Caixa Económica Montepio Geral e é disponibilizado com intuito e para fins exclusivamente informativos.

Todos os dados, análises e considerações nele contidas estão simplesmente baseadas no que estimamos ser as melhores informações disponíveis, recolhidas a partir de fontes oficiais e outras consideradas credíveis, não assumindo, todavia, qualquer responsabilidade por erros, omissões ou inexatidões das mesmas.

As opiniões e previsões expressas refletem somente a perspetiva e os pontos de vista dos autores na data da sua elaboração, podendo ser livremente modificadas a todo o tempo e sem aviso prévio.

Neste contexto, o presente documento não pode, em circunstância alguma, ser entendido como convite ao investimento, seja de que natureza for, nem como proposta ou oferta de negócio de qualquer tipo.

Qualquer decisão de investimento deve ser devidamente ponderada, fundamentada na análise crítica, pelo investidor, de toda a informação publicamente disponível sobre os ativos a que respeita, suas características e adequação ao perfil de risco assumido, e devem ter em conta todos os documentos emitidos ao abrigo da regulamentação das entidades de supervisão, nomeadamente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Nem o Montepio, na qualidade de emitente do documento, nem nenhuma entidade sua dominante ou dominada ou qualquer outra integrante do Grupo Montepio em que se insere, pode, consequentemente, ser responsabilizada por eventuais perdas ou prejuízos decorrentes de decisões de investimento que, quem quer que seja, tenha tomado, mesmo que por levar em conta elementos constantes deste documento.

Por outro lado, uma vez que este documento não contempla qualquer tipo de informação privilegiada ou reservada, nem constitui nenhum conselho ou convite ao investimento, as empresas do Grupo Montepio mantêm o direito de, nos limites da lei, transacionar ou não, ocasional ou regularmente, qualquer ativo direta ou indiretamente relacionado com o âmbito deste relatório.

Referências

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