MULTISHOW NA BATIDA DO CORAÇÃO E DA MÁQUINA

(1)

NA BATIDA DO CORAÇÃO

E DA MÁQUINA

O humano e o tecnológico se equacionam nas dimensões da música e trazem novas formas de nos emocionar

(2)

O mundo mudou, assim como a maneira como as pessoas se relacionam com a música e os meios que a levam até elas.

A balança entre motivações de consumo, liberdade de escolha e oferta de canais e plataformas é constante no jogo entre as indústrias

fonográfica e tecnológica, ambas buscando atingir o público por caminhos nem sempre coincidentes. Mas onde ficam os ouvintes

no meio disso tudo? De que forma essa dinâmica alterou nossa percepção sobre o consumo de música e os próprios artistas?

E para onde estamos nos encaminhando nesse compasso entre o humano e o tecnológico?

(3)

FERRAMENTA E FORMA

A quantidade de canais que estimulam nossos laços com a música é tão variada quanto os artistas e

estilos musicais existentes.

Duas dimensões principais estão na base do nosso relacionamento com a música:

DIMENSÃO COMPORTAMENTAL: HUMANO

É a música encarada como ferramenta individual e coletiva para existência e coexistência no mundo.

DIMENSÃO FUNCIONAL: MÁQUINA

É a música como formato e trilha para todos os momentos em meios e plataformas diversos.

(4)

FERRAMENTA E FORMA

Essas duas dimensões, contudo, não permanecem

estáticas no tempo e no espaço.

Pelo contrário: ao longo dos séculos XX e XXI

tem-se observado transformações nessa ciranda

(5)

(6)

HUMANO > MÁQUINA

1940 – 1990: a alma da música mantém relação direta com a adoração aos artistas.

Dimensão comportamental e humana:

ligação entre música, estilo de vida, imagem e moda.

Discurso e estética andam juntos, formando

fortes ferramentas de construção individual e social.

A conexão humana é gerada em relações de ordens distintas: seja pela figura do artista como semideus ou como

(7)

Dimensão funcional das máquinas: foco no aumento da quantidade de música disponível do que na

(8)

ERA DAS GRAVADORAS

DIMENSÃO COMPORTAMENTAL: HUMANA GRAVADORAS ARTISTAS DIMENSÃO FUNCIONAL: MÁQUINA EMPRESAS DE TECNOLOGIA FORMATOS

Equilíbrio entre a indústria musical e fonográfica e a indústria tecnológica.

(9)

(10)

MÁQUINA < HUMANO

Dimensão comportamental e humana: mídias sociais aproximam os artistas e seu público de seguidores.

Os fãs se interessam mais em saber sobre como o artista vive e os detalhes da sua rotina do que o que ele

pensa e seus posicionamentos.

Protagonismo das plataformas, listas e algoritmos

Com base na abundância de possibilidades nos catálogos dos serviços de streaming e nas pistas dos possíveis gostos dos

usuários, uma nova forma de consumo se descortinou.

Relevância passa a ser, principalmente, das plataformas, mas ainda há a supremacia e onipresença de alguns artistas.

1990 -2000: função da música eclipsada pelo deslumbramento digital.

Dimensão funcional da máquina: a música se torna uma commodity, avaliada também pelos serviços

em que é consumida.

Oferta de música digital avaliada por critérios como

quantidade de faixas e possibilidades de escuta, às vezes acima da própria qualidade do áudio, da fase dos downloads

(11)

(12)

DRAKE É O PRIMEIRO ARTISTA A SUPERAR 50 BILHÕES DE STREAMS

(13)

MÁQUINA < HUMANO DIMENSÃO COMPORTAMENTAL: HUMANA GRAVADORAS ARTISTAS DIMENSÃO FUNCIONAL: MÁQUINA EMPRESAS DE TECNOLOGIA FORMATOS

(14)

(15)

HUMANO + MÁQUINA

Atualmente: hipertecnologia se infiltra de modo natural e assimilado no dia a dia, fazendo com que as pessoas se

distanciem da própria escolha dos conteúdos que consomem: filmes, séries, vídeos, canais – e principalmente música.

(16)

Mas uma parcela do público passa a se questionar:

Mas afinal, o que estou consumindo? Quais os valores da música que escuto?

O que diz a letra? É sobre o quê?

Tal artista tem um lifestyle muito aspiracional,

mas qual o posicionamento dele em tempos conturbados? Estou escutando músicas machistas,

racistas, homofóbicas sem perceber?

As pessoas estão dando um passo para trás e questionando a validade de deixar a máquina tomar decisões por elas,

afastando-as do que de fato elas projetam e desejam para si mesmas aqui e agora.

Inaugura-se uma nova era: as pessoas integram mais conscientemente as tecnologias às suas vidas

(17)

Mas uma parcela do público passa a se questionar:

Mas afinal, o que estou consumindo? Quais os valores da música que escuto?

O que diz a letra? É sobre o quê?

Tal artista tem um lifestyle muito aspiracional,

mas qual o posicionamento dele em tempos conturbados? Estou escutando músicas machistas,

racistas, homofóbicas sem perceber?

As pessoas estão dando um passo para trás e questionando a validade de deixar a máquina tomar decisões por elas,

afastando-as do que de fato elas projetam e desejam para si mesmas aqui e agora.

Inaugura-se uma nova era: as pessoas integram mais conscientemente as tecnologias às suas vidas

(18)

ENTRAMOS NA ERA DA HIPERTECNOLOGIA!

A tecnologia condiciona as pessoas, assim como as pessoas condicionam a tecnologia.

(19)

S U R G E M , E N TÃO, N O VO S A S P E C TO S D E AC E S S O À M Ú S I C A : É U M A P O S I Ç ÃO AT I VA D E L I B E R DA D E D E E S C O L H A A L I A DA À PA S S I V I DA D E C Ô M O DA DA T E C N O LO G I A . C A B E A C A DA U M AC H A R E Q U I L Í B R I O S P O S S Í V E I S E M M E I O A U M A Ú N I C A C E R T E Z A : D E U M J E I TO O U D E O U T R O, A M Ú S I C A S E M P R E C H E G A R Á A Q U E M T E M Q U E C H E G A R . FONTES: BOX1824 , 2018.

gente.globo sat.com .br /na-batida-do-coracao-e-da-maq uina

PA S S I VO : M A I S M ÁQ U I N A

1

AT I VO : M A I S H U M A N O