Why Nations Fail
Acemoglu & Robinson Apresentador: Nicolas PowidaykoDaron Acemoglu
Turco de descendência armênia;
Bacharel pela Universidade de York, mestre e Ph.D pela London School of Economics;
É desde 2000 professor titular do MIT, onde atualmente ocupa a cadeira Elizabeth and James Killian Professor of Economics; É editor-chefe da Econometrica e do Journal of Economic Growth; Ganhou diversos prêmios, dentre eles a Medalha John Bates Clark da American Economic Association em 2005.
James Robinson
Bacharel pela London School of Economics, mestre pela Uni-versidade de Warwick e Ph.D por Yale;
Lecionou nas Universidades de Melbourne, Southern California e Berkeley antes de assumir a cadeira David Florence Professor of Government em Harvard;
Em 2012 foi escolhido pela revista Foreign Policy como um dos Top Global Thinkers.
Por que alguns países são pobres e outros ricos?
Por quais razões a renda per capita de Nogales, Arizona (EUA), é 3x superior a de Nogales, Sonora (México)?
O que explica a diferença nos padrões de vida entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte?
Os modos como as sociedades se estabeleceram divergiram quanto aos incentivos dados aos agentes, criando instituições que são mais condutivas ao crescimento econômico que outras
Instituições políticas determinam as instituições econômicas que por sua vez moldam os incentivos econômicos que os agentes possuem para trabalhar, poupar, consumir, estudar, desenvolver novas tecnologias, etc.
As institutions inuence behavior and incentives in real life, they forge the success or failure of nations (pág. 43).
Teorias alternativas
1 Geograa
2 Cultura
Fato: as regiões mais pobres do globo orbitam em volta da linha do Equador;
Teoria: o clima temperado é mais condutor ao crescimento comparado ao clima tropical. A temperatura quente e o ar úmido desincentivam o trabalho duro e prejudicam o pensa-mento analítico;
Sachs:
1 Doenças tropicais comprometem a saúde e, logo, a
produtividade dos trabalhadores;
2 O solo das regiões tropicais possuem em geral pouca
Contra-exemplos:
Austrália e Nova Zelândia; Singapura;
Botswana;
Coreia do Sul vs. Coreia do Norte. Nogales (EUA) vs. Nogales (México); Alemanha Ocidental vs. Alemanha Oriental; Planalto vs. Planície do Peru.
Acemoglu e Robinson:
Por meio do desenvolvimento de novas tecnologias, os indiví-duos conseguem superar o clima quente, as doenças e a baixa produtividade da agricultura quando há incentivos nesse sentido; A hipótese da geograa não é útil para explicar as diferenças de renda inter e intra nações;
Max Weber: a ética protestante constituiu-se essencial para orescer a revolução industrial e a sociedade capitalista; Teoria: os países ricos possuem princípios e valores superiores que incentivam o trabalho árduo e o desenvolvimento do capi-talismo.
Acemoglu e Robinson:
Os países pobres não adotam novas tecnologias porque não pos-suem incentivos, não devido a cultura. Estes adotaram outras tradições europeias na música, moda e arquitetura;
Religião: países católicos como França, Itália e Luxemburgo e taoistas como Japão e Coreia logo alcançaram os protestantes; Common law: países colonizados pelo Reino Unido e Holanda também tornaram-se pobres;
Outros contra-exemplos: Coreia do Sul vs. Coreia do Norte, Nogales (EUA) vs. Nogales (México) e Chile vs. Bolívia.
Teoria: os líderes das nações subdesenvolvidas são ignorantes e mal aconselhados. Não sabem como melhorar o padrão de vida de suas populações.
Acemoglu e Robinson:
Nos últimos 70 anos diversos países africanos continuaram po-bres ou deterioraram suas condições mesmo com o auxílio do Banco Mundial, FMI e de especialistas como o Prêmio Nobel Arthur Lewis;
Líderes de países pobres adotam políticas ruins não por ausência de conhecimento, mas porque estas políticas compram apoio político ao beneciar grupos de interesse especícos.
Instituições, Instituições e Instituições!
Countries dier in their economic success because of their dierent institutions, the rules inuencing how the econ-omy works, and the incentives that motivate people (pág. 73).
Instituições Inclusivas
São aquelas que permitem e estimulam a participação de todos os segmentos da população (e não somente a elite) em atividades econômicas que exploram seus talentos e habilidades pessoais com eciência
Propriedades de Instituições Inclusivas: Liberdade de troca;
Segurança sobre os direitos de propriedade; Igualdade perante o sistema legal;
Provisão de bens públicos que garatam igualdade de oportu-nidades;
Instituições Políticas Inclusivas:
Pluralidade do sistema político: a distribuição de poder não é restrita a um conjunto limitado da população, mas sim a uma coalização plural e abrangente de grupos e cidadãos;
Estado centralizado como instituição coerciva com capacidade de impor a ordem.
Instituições Econômicas Inclusivas:
Instituições políticas inclusivas geram mercados (instituições econômi-cas) inclusivos;
Um mercado inclusivo não signica somente livre mercado; Mercados inclusivos fomentam dois motores do crescimento: in-ovação tecnológica e educação;
Destruição Criativa:
Processo crucial do capitalismo para Schumpeter, a destruição criativa acontece quando invenções, empresas mais ecientes ou novos grupos sociais substituem velhos produtos, empresas anti-gas e elites consolidadas, levando a economia para um patamar mais elevado;
Instituições inclusivas não permitem que grupos de pressão blo-queiem as ondas de destruição criativa e, desse modo, estimulam o crescimento econômico
Difusão do progresso
Difusão do progresso: Austrália, Estados Unidos, Canadá e diversos países europeus no século XIX e Nova Zelândia e Japão no século XX embaracaram em trajetórias sustentáveis de crescimento porque suas instituições inclusivas não bloquearam a difusão das
Instituições Extrativas
Sistema de regras e práticas desenhadas para extrair renda e riqueza de uma parcela majoritária da população em benefício de uma elite dominante.
Barreiras ao crescimento
Os grupos políticos que estão no poder não tem incentivos para mudar o status quo;
Com medo de serem substituídas por outros grupos políticos, em nações pobres as elites conseguem bloquear as ondas de destruição criativa;
Essa barreira impede a inovação e o desenvolvimento de novas tecnologias, retardando ou impedindo o processo de crescimento econômico sustentado;
Colonização e Imperalismo
Instituições extrativas podem tanto desenvolver naturalmente quanto serem impostas ou fortalecidas pelo processo de colonização
When Nations Fail...
Nations fail when they have extractive economics institu-tions, supported by extractive political institutions that im-pede or even block economic growth (pág. 83).
Crescimento sob Instituições Extrativas
A teoria não diz que instituições extrativas não podem gerar crescimento econômico, mas sim que o crescimento normalmente não torna-se sustentado.
Crescimento sob Instituições Extrativas
Caminho no. 1:Os grupos de interesse (elites) alocam recursos para setores de alta produtividade que eles controlam;
Exemplo: sistema plantation, regime comunista;
Nesse caso o crescimento econômico é momentâneo e não cul-mina em um crescimento sustentado;
Crescimento sob Instituições Extrativas
Caminho no. 2:Elites permitem a criação de mercados inclusivos imperfeitos; Semelhante ao caso anterior, as elites controlam estes mercados, embora com menos intensidade;
Exemplo: Coreia do Sul durante os governos Rhee e Park; Nesse casso os países podem seguir duas trajetórias distintas:
1 O grau de inclusão é insuciente para gerar crescimento
sustentado (Arábia Saudita, Egito);
2 Os mercados inclusivos desenvolvem instituições políticas
inclusivas que por sua vez reforçam as instituições econômicas inclusivas, culminando em trajetórias sustentadas de
Conjuntura crítica
Uma conjuntura crítica é uma série de eventos e acontecimentos ou um conglomerado de fatores que rompem com o sistema econômico e político da sociedade, possibilitando a imersão de instituições in-clusivas ou fortalecendo as instituições extrativas.
Pequenas diferenças
Fenômenos ou eventos político-econômicos nos quais o jogo político fortalece a trajetória iniciada pela conjuntura crítica.
O caminho contigente da história
As divergências nas trajetórias de crescimento econômico são oriundas de mudanças institucionais causadas por interseções entre conjunturas críticas e pequenas diferenças.
Ciclo vicioso
Instituições políticas extrativas estabelecem pouco limite ao ex-ercício do poder pela elite dominante. Não havendo outras bar-reiras para conter os abusos, estas instituições políticas tendem a se deteriorar ao longo do tempo;
Como as instituições políticas extrativas alimentam instituições econômicas extrativas, os grupos de interesse continuam a blo-quear novos entrantes e ondas de distruição criativa, a extrair renda da população e a comprar apoio político, criando um ciclo vicioso de pobreza que se retroalimenta ao longo do tempo; Lei de Ferro da Oligarquia: a elite tende a continuar controlando o poder político e econômico.
Ciclo Virtuoso
Interseções entre conjunturas críticas e pequenas diferenças po-dem originar instituições inclusivas que evoluem paulatinamente ao longo tempo;
Instituições políticas inclusivas e plurais fortalecem as institu-ições econômicas inclusivas, gerando ondas de destruição cria-tiva e inovação na sociedade. Estas, por sua vez, alimentam progressivamente as instituições políticas inclusivas, gerando um ciclo virtuoso.
Reino Unido
Peste Negra −→ Renascimento Urbano −→ Surgimento de uma burguesia mercante −→ Guerra Civil −→ Revolução Gloriosa −→ Revolução Industrial −→ Expansão do direito de voto
A Revolução Gloriosa, Revolução Francesa e a Revolução Meiji são exemplos de que a história é contigente, não determinante; No século passado a Nova Zelândia, Japão, Coreia do Sul, Singa-pura, Taiwan e Hong Kong quebraram o ciclo vicioso de pobreza e hoje são países ricos com instituições político-econômicas in-clusivas. Hoje em dia Botwsana, Brasil, China, Chile e outros países estão em vias de atingir um crescimento econômico sus-tentado;
Para quebrar o ciclo vicioso as nações precisam substituir suas instituições extrativas por instituições inclusivas;
De uma conjuntura crítica se deve erguer uma coalização política ampla e comprometida com a pluralidade das instituições políti-cas;
Visão pessimista: o caminho não é trivial ou natural. E um bocado de sorte é necessário;
Os autores chamam a atenção para as tentativas conduzidas pelo FMI e Banco Mundial de induzir o crescimento econômico por meio de ajuda internacional. Como os incentivos da elite política não se alteraram, as tentativas foram desastrosas.
Why Nations Fail
A riqueza das nações é prevista por instituições econômicas inclusivas que zelem pelo direito de propriedade, igualdade de oportunidades, igualdade perante a lei e liberdade de trocas. Que incentivem os agentes a poupar, investir, se educar e inovar. Estas instituições impedem que elites e grupos de interesse extraiam renda e riqueza da sociedade e bloqueiem ondas de destruição criativa e progresso tec-nológico (pág. 429 e 430).
Why Nations Fail
Nações falham atualmente porque suas instituições econômi-cas extrativas não criam incentivos necessários para as pes-soas pouparem, investiverem e inovarem. Instituições políti-cas extrativas auxiliam essas instituições econômipolíti-cas ao fortelecerem o poder daqueles que se beneciam da ex-tração. (pág. 372).
Méritos
Ênfase na importância da esfera política para compreender o crescimento econômico;
Desao à crença do path dependence: o desenho institucional é contigente, e não determinita;
Críticas
É simplório quando não destrincha os tipos de política que in-stituições inclusivas deveriam fomentar;
Os adjetivos inclusivo e extrativo são muito abrangentes; Compreende mal o caso da China e descarta o papel de políticas industriais;
O modelo implica incapacidade de previsão;
Descarta completamente o papel da geograa no crescimento econômico;