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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL. Paulo Lépore

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Academic year: 2021

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OÇÕES

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IREITO

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ONSTITUCIONAL

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ēĔİŚĊĘĉĊĎėĊĎęĔĔēĘęĎęĚĈĎĔēĆđ

(Para facilitar a pesquisa e otimizar seu estudo)

fITENS DOS EDITAIS fTÓPICO DO LIVRO fPÁGINAS

Ƥ#çáOPHPQHŒĖçƤ#çáBDHPçƤ#J@OOHfB@ŒĖçƤ/çCDNƤ#çáOPHPQHá-te. Princípios fundamentais.

Cap. I. Todos os itens. Cap. II. Item 1.

25-38 e 39-41 2. Dos direitos e garantias fundamentais.

Constitucio-á@JHOKçƤ$çOƤCHNDHPçOƤDƤCDâDNDOƤHáCHâHCQ@HOƤDƤBçJDPHâçOƤ CçOƤCHNDHPçOƤOçBH@HOƤCçOƤCHNDHPçOƤCDƤá@BHçá@JHC@CDƤCçOƤ direitos políticos.

Cap. II. Itens 2 a 5.6. Cap. III. Todos os itens. Cap. IV. Todos os itens. Cap. V. Todos os itens.       121-136.

Ƥ$@ƤçNF@áHU@ŒĖçƤLçJƦPHBç @CKHáHOPN@PHâ@ƤC@OƤBçKLD-tências da União, Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.

Cap. VI.

Itens 1 a 7.5. 137-183 Ƥ $@Ƥ !CKHáHOPN@ŒĖçƤ /ĥAJHB@Ƥ CHOLçOHŒĢDOƤ FDN@HOƤ CçOƤ

servidores públicos.

Cap. VII.

Todos os itens. 193-218 5. Da organização dos Poderes. Cap. II. Item 1.2. 40 Ƥ$çƤ/çCDNƤ%SDBQPHâçƤC@OƤ@PNHAQHŒĢDOƤDƤNDOLçáO@AH-JHC@CDOƤCçƤ/NDOHCDáPDƤC@Ƥ1DLĥAJHB@ Cap. VIII. Item 2 269-277 Ƥ$çƤ/çCDNƤ+DFHOJ@PHâçƤ/NçBDOOçƤJDFHOJ@PHâçƤfOB@JHU@-ŒĖçƤBçáPĔAHJ Ƥfá@áBDHN@ƤDƤçNŒ@KDáPĔNH@ Cap. VIII. Itens 1 a 1.2. 219-258 Ƥ$çƤ/çCDNƤ*QCHBHĔNHçƤCHOLçOHŒĢDOƤFDN@HOƤCçƤ2QLNDKçƤ

3NHAQá@JƤ &DCDN@JƤ CçƤ 2QLDNHçNƤ 3NHAQá@JƤ CDƤ *QOPHŒ@Ƥ CçOƤ 3NHAQá@HOƤ1DFHçá@HOƤ&DCDN@HOƤDƤCçOƤ*QƦUDOƤ&DCDN@HOƤCçOƤ 3NHAQá@HOƤDƤ*QƦUDOƤCçƤ3N@A@JGçƤCçOƤ3NHAQá@HOƤ%JDHPçN@HO Cap. VIII. Itens 3 a 3.2. 280-299 Ƥ$@OƤEQáŒĢDOƤDOODáBH@HOƤēƤ*QOPHŒ@ƤCçƤ,HáHOPĚNHçƤ/ĥAJHBçƤ C@Ƥ !CâçB@BH@Ƥ /ĥAJHB@Ƥ C@Ƥ !CâçB@BH@Ƥ DƤ C@Ƥ $DEDáOçNH@Ƥ Públicas. Cap. VIII. Itens 4 a 4.4. 300-305

(4)

CAPÍTULO I

ĊĔėĎĆĉĆĔēĘęĎęĚĎİģĔ

Sumário: Ƥ#çáBDHPçƤCDƤ#çáOPHPQHŒĖçƤDƤOQLNDK@BH@ƤBçáOPHPQBHçá@JƤƤ#çáOPHPQHŒĖçƤOçBHçJĠFHB@ƤƤ#çáO-PHPQHŒĖçƤLçJƦPHB@ƤƤ#çáOPHPQHŒĖçƤIQNƦCHB@ƤƤ#çáOPHPQHŒĖçƤBQJPQN@JHOP@ƤƤ#çáOPHPQHŒĖçƤ@ADNP@ƤhƤƤ/çCDNƤ BçáOPHPQHáPDƤƤ)CDH@ƤçQƤPDçNH@ƤBJĔOOHB@ƤCDƤLçCDNƤBçáOPHPQHáPDƤƤ%OLĚBHDOƤCDƤLçCDNƤBçáOPHPQHáPDƤƤ /çCDNƤBçáOPHPQHáPDƤçNHFHáĔNHçƤP@KAĚKƤCDáçKHá@CçƤBçKçƤFDáQƦáç ƤLNHKĔNHçƤçQƤCDƤLNHKDHNçƤFN@Q ƤƤ Poder constituinte derivado reformador (também denominado de reforma, secundário, de segundo FN@Q ƤHáOPHPQƦCçƤçQƤBçáOPHPQƦCç ƤƤ/çCDNƤBçáOPHPQHáPDƤCDNHâ@CçƤCDBçNNDáPDƤƤ+HKHP@ŒĢDOƤ@çƤLçCDNƤ BçáOPHPQHáPDƤCDNHâ@CçƤNDEçNK@CçNƤhƤƤ#J@OOHfB@ŒĖçƤC@OƤ#çáOPHPQHŒĢDOƤƤ0Q@áPçƤēƤçNHFDKƤƤ0Q@áPçƤ @çƤBçáPDĥCçƤƤ0Q@áPçƤēƤEçNK@ƤƤ0Q@áPçƤēƤDOP@AHJHC@CDKQP@AHJHC@CD@JPDN@AHJHC@CDƤƤ0Q@áPçƤ ēƤDSPDáOĖçƤƤ0Q@áPçƤēƤfá@JHC@CDƤƤ0Q@áPçƤ@çƤKçCçƤCDƤDJ@AçN@ŒĖçƤƤ0Q@áPçƤēƤHCDçJçFH@ƤƤ 0Q@áPçƤ@çƤâ@JçNƤçQƤçáPçJçFH@Ƥå@NJƤ+çDRDOPDHá ƤƤ,ĔSHK@OƤMQ@áPçƤēOƤBJ@OOHfB@ŒĢDOƤC@OƤ#çáOPHPQHŒĢDOƤhƤƤ #J@OOHfB@ŒĖçƤC@Ƥ#çáOPHPQHŒĖçƤC@Ƥ1DLĥAJHB@Ƥ&DCDN@PHâ@ƤCçƤ"N@OHJƤCDƤƤhƤƤ#çKLçáDáPDOƤDƤDJDKDáPçOƤC@Ƥ #çáOPHPQHŒĖçƤƤ#çKLçáDáPDOƤC@Ƥ#çáOPHPQHŒĖçƤƤ/NDĕKAQJçƤƤ#çNLçƤçQƤ@NPHBQJ@CçƤƤ!$#3Ƥ Ƥ%JDKDáPçOƤC@Ƥ#çáOPHPQHŒĖçƤhƤƤ%fBĔBH@ƤDƤ@LJHB@AHJHC@CDƤC@OƤáçNK@OƤBçáOPHPQBHçá@HO

1. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO E SUPREMACIA CONSTITUCIONAL

"@OHB@KDáPDƤLçCD ODƤCHUDNƤ@Ƥ#çáOPHPQHŒĖçƤĚƤ@Ƥnorma suprema que rege a orga-nização de um Estado Nacional.

Entretanto, não há na doutrina um consenso sobre o conceito de Constituição. Nesse sentido, todas as concepções que traduzem diferentes conceitos de Cons-tituição devem ser estudadas.

1.1. Constituição sociológica

Idealizada por Ferdinand Lassalle, em 1862, Constituição sociológica é aquela que deve traduzir a soma dos fatores reais de poder que rege determinada na-ção, sob pena de se tornar mera folha de papel escrita, que não corresponde à Constituição real.

1.2. Constituição política

Desenvolvida por Carl Schmitt em 1928, Constituição política é aquela que de-corre de uma decisão política fundamental e se traduz na estrutura do Estado e dos Poderes e na presença de um rol de direitos fundamentais. As normas que não traduzirem a decisão política fundamental não serão Constituição propriamente dita, mas meras leis constitucionais.

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26

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Ligado à concepção política de Constituição de Carl Schmitt está o conceito de Constituição material, que se traduz no arcabouço de normas que tratam da organização do poder, da forma de governo, da distribuição da competência, dos direitos da pessoa humana (considerados os sociais e individuais) e do exercício da autoridade, ou seja, refere-se à composição e ao funcionamento da ordem política.

1.3. Constituição jurídica

Fundada nas lições de Hans Kelsen, nos idos de 1934, Constituição jurídica é aquela que se constitui em norma hipotética fundamental pura, que traz fundamen-to transcendental para sua própria existência (sentido lógico-jurídico), e que, por se constituir no conjunto de normas com mais alto grau de validade, deve servir de pressuposto para a criação das demais normas que compõem o ordenamento jurídico (sentido jurídico-positivo).

Na concepção jurídico-positiva de Hans Kelsen, a Constituição ocupa o ápice da pirâmide normativa, servindo como paradigma máximo de validade para todas @OƤCDK@HOƤáçNK@OƤCçƤçNCDá@KDáPçƤIQNƦCHBçƤ%KƤçQPN@OƤL@J@âN@OƤ@OƤJDHOƤDƤçOƤ@PçOƤ infralegais são hierarquicamente inferiores à Constituição e, por isso, somente serão válidos se não contrariarem as normas da Constituição.

PIRÂMIDE NORMATIVA Constituição Leis Atos infralegais 1.4. Constituição culturalista )CDáPHfB@C@ƤLçNƤ,HBGDJDƤ!HáHO ƤDKƤ Ƥ#çáOPHPQHŒĖçƤBQJPQN@JHOP@ƤĚƤ@MQDJ@ƤMQDƤ representa o fato cultural, ou seja, que disciplina as relações e direitos fundamentais pertinentes à cultura, tais como a educação, o desporto e a cultura em sentido estrito.

1.5. Constituição aberta

Idealizada por Peter Häberle, em 1975, Constituição aberta é aquela interpreta-da por todo o povo e em qualquer espaço, e não apenas pelos juristas nos bojos dos processos.

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2. PODER CONSTITUINTE

2.1. Ideia ou teoria clássica de poder constituinte

Segundo Emmanuel Joseph Sieyès, na obra Que é o terceiro Estado?, a soberania popular consiste essencialmente no poder constituinte do povo.

#@áçPHJGçƤ@fNK@ƤMQDƤçƤLçCDNƤBçáOPHPQHáPDƤPDKƤOQ@OƤN@ƦUDOƤDKƤQK@Ƥforça geral da Nação.1

Assim, a força geral da Nação atribui ao povo o poder de dirigir a organização do Estado, o que se convencionou chamar de poder constituinte.

Munido do poder constituinte, o povo atribui parcela dele a órgãos estatais especializados, que passam a ser denominados de Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

Portanto, o poder constituinte é de titularidade do povo, mas é o Estado, por meio de seus órgãos especializados, que o exerce.

2çANDƤ çƤ PDK@ Ƥ ĚƤ DOBJ@NDBDCçN@Ƥ @Ƥ NDC@ŒĖçƤ CçƤ @NPƤ Ƶ Ƥ L@NĔFN@EçƤ ĥáHBç Ƥ C@Ƥ #&Ƥ “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.

2.2. Espécies de poder constituinte

3NěOƤOĖçƤ@OƤDOLĚBHDOƤCDƤLçCDNƤBçáOPHPQHáPDƤçNHFHáĔNHç ƤCDNHâ@CçƤNDEçNK@CçNƤDƤ derivado decorrente.

2.2.1. Poder constituinte originário (também denominado como genuíno, pri-mário ou de primeiro grau)

É aquele que cria a primeira ou a nova Constituição de um Estado.

Para atingir seu objetivo, ele é inicial (não existe outro poder anterior ou superior a ele) autônomo (o poder constituinte determina a estrutura da nova Constituição), ilimitado (tem autonomia para escolher o Direito que irá viger, ou seja, não se subor-dina a nenhuma ideia jurídica preexistente), incondicionado (é dotado de liberdade quanto aos procedimentos adotados para a criação da Constituição, ou seja, não precisa seguir nenhuma formalidade preestabelecida) e permanente (“[...] já que o poder constituinte originário não se esgota com a edição da nova Constituição, sobrevivendo a ela e fora dela como forma de expressão da liberdade humana, em verdadeira ideia de subsistência.”2).

1. CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da ConstituiçãoƤƤDCƤ#çHKAN@Ƥ!JKDCHá@ Ƥ 2003, p. 58-84.

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28

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2.2.2. Poder constituinte derivado reformador (também denominado de re-forma, secundário, de segundo grau, instituído ou constituído)

É o responsável pela reforma da Constituição ƤMQDƤáçƤ"N@OHJƤODƤCĔƤâH@ƤDKDáC@Ƥ constitucional (art. 60 da CF) ou por meio da incorporação de tratados internacionais de direitos humanos (art. 5º, § 3º, da CF).

Vale notar que a CF de 1988 não prevê expressamente o poder constituinte derivado, mas este se encontra implícito e se extrai, por exemplo, da norma cons-titucional que prevê a edição de emendas à Constituição (art. 60 da CF).

2.2.3. Poder constituinte derivado decorrente

É aquele exercido pelos Estados-membros na construção das Constituições Es-taduais, consoante art. 25 da CF.

Tal prerrogativa decorre da capacidade de auto-organização que têm os Esta-dos, mas que sempre está limitada pelo dever de respeito às normas contidas na Constituição Federal.

Encerrando a disciplina das espécies de poder constituinte, destacamos que não há manifestação de poder constituinte (originário, derivado, ou decorrente) nos Municípios, pois estes têm sua estruturação jurídica dada por meio de Lei orgânica, não de Constituição (art. 29 da CF).

2.3. Limitações ao poder constituinte derivado reformador

O poder constituinte derivado reformador é o que merece ser estudado com mais @fáBç ƤLçHOƤODQƤPN@P@KDáPçƤPDKƤHáĥKDNçOƤCDOCçAN@KDáPçOƤáçƤPDSPçƤBçáOPHPQBHçá@J Ƥ gerando vasta produção doutrinária e inúmeras manifestações judiciais sobre o tema.

Um dos tópicos mais importantes é aquele referente às limitações ao poder constituinte derivado reformador. Segundo a doutrina, as limitações se subdividem DKƤ1. temporais; 2. circunstanciais; 3. formais; e 4. materiais.

1. Temporais: são as que impedem a alteração da Constituição por um determi-nado período de tempo. A CF/88 não prevê nenhuma limitação temporal. 2. Circunstanciais: são aquelas que impedem a alteração da Constituição em

momentos de extrema gravidade, nos quais a livre manifestação do poder reformador possa estar ameaçada, o que se dá, por exemplo, na intervenção federal, no estado de defesa e no estado de sítio (c.f. art. 60, § 1º da CF).

fCUIDADO!

Não confunda as limitações circunstancias com as temporais!

3. Formais/processuais/procedimentais: LçCDKƤODNƤCDƤCQ@OƤDOLĚBHDOƤOQAIDPHâ@Ƥ ou objetiva

(8)

3.1. Formal subjetiva: NDEDND ODƤēƤDSHOPěáBH@ƤCDƤJDFHPHK@CçOƤDOLDBƦfBçOƤL@N@Ƥ@Ƥ propositura de emendas constitucionais, consoante art. 60, caput, da CF. 3.2. Formal objetiva: PN@CQUƤ@ƤáDBDOOHC@CDƤCDƤMQĠNQKƤMQ@JHfB@CçƤCDƤPNěOƤ

quintos, em dois turnos, em cada Casa do Congresso Nacional, com pro-mulgação pelas mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, para a edição de emendas constitucionais (art. 60, § 2º, da CF).

4. Materiais/substanciais: versam sobre matérias que não podem ser objeto de emenda, o que a doutrina denomina de cláusulas pétreas.

!OƤBJĔQOQJ@OƤLĚPND@OƤCDƤLDCN@ ƤCQN@O ƤDOPĖçƤCHOLçOP@OƤáçƤ@NPƤ Ƥ`ƤƵ ƤC@Ƥ#&Ƥ)ƤhƤ@Ƥ EçNK@ƤEDCDN@PHâ@ƤCDƤ%OP@CçƤ))ƤhƤçƤâçPçƤCHNDPç ƤODBNDPç ƤQáHâDNO@JƤDƤLDNHĠCHBçƤ)))ƤhƤ@Ƥ ODL@N@ŒĖçƤCçOƤ/çCDNDOƤ)5ƤhƤçOƤCHNDHPçOƤDƤF@N@áPH@OƤHáCHâHCQ@HOƤ-ĖçƤODNĔƤçAIDPçƤCDƤ deliberação a proposta de emenda constitucional tendente a aboli-las.

Vale ressaltar que o STF entende que os direitos e garantias individuais consi-derados cláusulas pétreas não se restringem àqueles expressos no elenco do art. 5º da CF, ou seja, estão presentes também em outros dispositivos constitucionais.

Isso porque o Supremo Tribunal Federal admitiu interpretação extensiva para @ƤCDfáHŒĖçƤCDƤdireitos análogos, que são aqueles que têm a natureza de direitos e garantias individuais mesmo estando fora do art. 5º da CF, o que restou claro na ADI 939, julgada em 1993 e relatada pelo Ministro Sydney Sanches, que considerou direito e garantia individual a anterioridade tributária, consoante art. 5º, § 2º, art. 60, § 4º, IV, e art. 150, III, “b”, todos da CF.

Ademais, o STF considera que os limites materiais ao poder constituinte de reforma ›ę¡Ò ʊ}›ŠwU>˜Ò >Ò Š›Õ>›}ŠJŠ’Š_>_jÒ ’ŠÕjÅ>’Ò _>Ò _ŠÊUŠ«’Š›>Ò _>_>Ò >¡Ò Õj˜>Ò «j’>Ò Constituição originária, mas sim a proteção do núcleo essencial dos princípios e institutos protegidos pelas cláusulas pétreas, consoante ADI 2.024, julgada em 2007 e relatada pelo Ministro Sepúlveda Pertence.

5. Implícitas: são aquelas que se referem à vedação para alteração das regras LDNPHáDáPDOƤ@çƤLNçBDOOçƤL@N@ƤKçCHfB@ŒĖçƤC@Ƥ#çáOPHPQHŒĖçƤ/çNƤDSDKLJçƤáĖçƤ se pode alterar a titularidade do poder constituinte (art. 1º, parágrafo único, c.c. art. 60, caput, ambos da CF) e nem revogar o dispositivo constitucional que impõe a limitação material (art. 60, § 4º, da CF).

fLIMITAÇÕES AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO

1. Temporais 2. Circunstanciais

3. Formais ቊ Formal subjetiva Formal objetiva 4. Materiais

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P A R T E I I

N

OÇÕES

DE

D

IREITO

A

DMINISTRATIVO

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ĉĎęĆđĘĎĘęĊĒĆęĎğĆĉĔ

1



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(Para facilitar a pesquisa e otimizar seu estudo)

fITENS DOS EDITAIS fTÓPICO DO

LIVRO fPÁGINAS

Ƥ!CKHáHOPN@ŒĖçƤLĥAJHB@ƤLNHáBƦLHçOƤAĔOHBçOƤ Cap. I.

Item 2. 330-345 Ƥ.NF@áHU@ŒĖçƤ@CKHáHOPN@PHâ@Ƥ@CKHáHOPN@ŒĖçƤCHNDP@ƤDƤ

HáCHNDP@Ƥ BDáPN@JHU@C@Ƥ DƤ CDOBDáPN@JHU@C@Ƥ @QP@NMQH@O Ƥ fundações, empresas públicas e sociedades de eco-nomia mista. ƤĈNFĖçOƤLĥAJHBçOƤBçáBDHPç Ƥá@PQNDU@ƤDƤBJ@OOHfB@ŒĖç Cap. II Item 1 347-374 Ƥ/çCDNDOƤ@CKHáHOPN@PHâçOƤLçCDNƤGHDNĔNMQHBçƤLçCDNƤ CHOBHLJHá@NƤLçCDNƤNDFQJ@KDáP@NƤLçCDNƤCDƤLçJƦBH@Ƥ4OçƤ e abuso de poder. Cap. V Itens 1.2 e 2. 493, 503 Ƥ2DNâHŒçOƤ/ĥAJHBçOƤBçáBDHPçƤDƤLNHáBƦLHçO #@LƤ7 Itens 1 e 3.1 641, 644 Ƥ!PçƤ@CKHáHOPN@PHâçƤBçáBDHPç ƤNDMQHOHPçOƤDƤ@PNHAQPçOƤ BJ@OOHfB@ŒĖçƤDƤDOLĚBHDOƤ@áQJ@ŒĖç ƤNDâçF@ŒĖçƤDƤBçáâ@-JHC@ŒĖçƤCHOBNHBHçá@NHDC@CDƤDƤâHáBQJ@ŒĖçƤ Cap. VI. Itens 1.2, 2 a 6, 7.1, 7.2 e 8. 506, 507-524, 525-528 Ƥ+HBHP@ŒĢDOƤDƤ#çáPN@PçOƤ@CKHáHOPN@PHâçOƤ+DHƤáƵƤƤ #çáBDHPç Ƥfá@JHC@CD ƤLNHáBƦLHçO ƤçAIDPç ƤçANHF@PçNHDC@CD Ƥ dispensa, inexigibilidade e vedações, modalidades, procedimentos, anulação e revogação, sanções, pre-gão presencial e eletrônico, sistema de registro de preços. Lei nº 10.520/2002. Características do contrato @CKHáHOPN@PHâçƤ&çNK@JHU@ŒĖçƤDƤfOB@JHU@ŒĖçƤCçƤBçáPN@PçƤ !OLDBPçOƤçNŒ@KDáPĔNHçOƤDƤfá@áBDHNçOƤC@ƤDSDBQŒĖçƤCçƤ contrato. Sanção administrativa. Garantia contratual. Alteração do objeto. Prorrogação do prazo de vigência e de execução. Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005. Decreto nº 7.892, de 23 de janeiro de 2013 Cap. VIII Itens 2, 4 a 8 #@LƤ)7 Itens 2 a 8 551, 554-594 616-633

Ƥ !FDáPDOƤ LĥAJHBçOƤ DOLĚBHDOƤ DƤ BJ@OOHfB@ŒĖçƤ B@NFç Ƥ emprego e função públicos.

Cap. III

Itens 1.1 a 1.3 385-388

1.. O edital sistematizado foi elaborado tendo como referência os editais dos concursos mais recentes L@N@Ƥ3ĚBáHBçƤ*QCHBHĔNHçƤhƤøND@Ƥ!CKHáHOPN@PHâ@ƤCçOƤ313O Ƥ31%O Ƥ31&O Ƥ3NHAQá@HOƤ2QLDNHçNDOƤDƤ,/4

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328

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fITENS DOS EDITAIS fTÓPICO DO LIVRO fPÁGINAS

9. Lei nº 8.112/90 (regime jurídico dos servidores públi-cos civis da União).

Cap. III

Item 2. 393-455 10. Lei nº 11.416/2006 (Carreiras do Poder

Judiciário da União).

Cap. IV

Todos os itens 481-490 11. Processo administrativo (Lei nº 9.784/99). Cap. VII

Todos os itens 531-545 12. Improbidade administrativa (Lei nº 8.429/92). #@L7)))

Todos os itens 675-690 13. Controle da administração pública. 13.1 Controle

exercido pela administração pública. 13.2 Controle judicial. 13.3 Controle legislativo.

#@LƤ7))

Todos os itens 661-673 1DOLçáO@AHJHC@CDƤ BHâHJƤ CçƤ %OP@CçƤ Ƥ

1DOLçáO@-bilidade civil do Estado no direito brasileiro. 14.1.1 1DOLçáO@AHJHC@CDƤLçNƤ@PçƤBçKHOOHâçƤCçƤ%OP@CçƤƤ 1DOLçáO@AHJHC@CDƤ LçNƤ çKHOOĖçƤ CçƤ %OP@CçƤ Ƥ 1D-quisitos para a demonstração da responsabilidade do Estado. 14.3 Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado.

#@LƤ7)

(12)

CAPÍTULO I

ėĎēĈŃĕĎĔĘ

ĉĆĉĒĎēĎĘęėĆİģĔŮćđĎĈĆ

Sumário • Ƥ)áPNçCQŒĖçƤƤ/NHáBƦLHçOƤC@Ƥ!CKHáHOPN@ŒĖçƤ/ĥAJHB@ƤƤ1DFHKDƤIQNƦCHBçƤ@CKHáHOPN@PHâçƤƤ /NHáBƦLHçƤC@ƤOQLNDK@BH@ƤCçƤHáPDNDOODƤLĥAJHBçƤƤ/NHáBƦLHçƤC@ƤHáCHOLçáHAHJHC@CDƤCçƤHáPDNDOODƤLĥAJHBçƤ Ƥ/NHáBƦLHçƤC@ƤJDF@JHC@CDƤƤ/NHáBƦLHçƤC@ƤHKLDOOç@JHC@CDƤƤ/NHáBƦLHçƤC@ƤKçN@JHC@CDƤƤ /NHáBƦLHçƤC@ƤLQAJHBHC@CDƤƤ/NHáBƦLHçƤC@ƤDfBHěáBH@ƤƤ/NHáBƦLHçƤC@ƤBçáPHáQHC@CDƤCçƤODNâHŒçƤLĥAJHBçƤ Ƥ/NHáBƦLHçƤC@Ƥ@QPçPQPDJ@ƤƤ/NHáBƦLHçƤC@ƤPQPDJ@ƤçQƤCçƤBçáPNçJDƤƤ/NHáBƦLHçƤC@ƤDOLDBH@JHC@CDƤ Ƥ/NHáBƦLHçƤC@ƤLNDOQáŒĖçƤCDƤJDFHPHKHC@CDƤƤ/NHáBƦLHçƤCçƤBçáPNçJDƤIQCHBH@JƤCçOƤ@PçOƤ@CKHáHOPN@PHâçOƤ Ƥ/NHáBƦLHçƤC@ƤODFQN@áŒ@ƤIQNƦCHB@ƤƤ/NHáBƦLHçƤC@ƤKçPHâ@ŒĖçƤƤ/NHáBƦLHçƤC@ƤN@Uç@AHJHC@CDƤ Ƥ/NHáBƦLHçƤC@ƤGHDN@NMQH@ƤƤ+DFHOJ@ŒĖçƤNDJ@BHçá@C@Ƥ@çƤB@LƦPQJç 1. INTRODUÇÃO

O estudo dos princípios da Administração Pública é indispensável para a devida compreensão do Direito Administrativo, mas antes de se adentrar ao tema é neces-sária a abordagem de conceitos introdutórios.

De início, já que os princípios da Administração Pública têm relação com o Direito Administrativo, não pode pairar dúvida sobre o conceito desse ramo do direito. -DOODƤODáPHCç ƤĚƤLçOOƦâDJƤ@fNK@N ODƤMQDƤçƤDireito Administrativo é o ramo do direito que, em essência, é compreendido como o “conjunto de normas e princípios que regem a Administração Pública”1.

Por outro lado, também não pode restar dúvida quanto ao sentido que deve ser dado à expressão Administração Pública, já que ela é o objeto de regulação do Direito Administrativo e, para tanto, é necessário, de maneira preliminar, que se compreenda a amplitude da expressão função administrativa.

Isso é importante porque é errada a concepção que atrela, exclusivamente, o desempenho da função administrativa ao Poder Executivo, pois aquela não é exclu-sividade deste. Na verdade, a função administrativa é realizada, de forma típica pelo Poder Executivo, mas, de maneira atípica, é exercida pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário. Esses dois poderes têm como tarefa principal a execução de suas atividades típicas, próprias, e, dessa forma, o Poder Legislativo deve legislar e fOB@JHU@NƤçOƤCDK@HOƤLçCDNDOƤD ƤáçƤKDOKçƤODáPHCç ƤçƤ/çCDNƤ*QCHBHĔNHçƤCDâDƤ@PQ@NƤá@Ƥ

Ƥ ,%$!4!1 Ƥ .CDPDƤ Direito administrativo modernoƤ Ƥ DCƤ 2ĖçƤ /@QJçƤ 1DâHOP@Ƥ CçOƤ 3NHAQá@HO Ƥ Ƥ p. 36. Original sem destaque.

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330

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função jurisdicional. Porém, não há como exercerem suas atividades principais sem que se utilizem da atividade administrativa, pois necessitam de pessoal e de bens. Assim, precisam realizar concurso público para a contratação de seus servidores, bem como devem realizar licitação para a escolha de seus fornecedores e presta-dores de serviço e, para tanto, necessitam praticar atos administrativos e celebrar contratos administrativos, por exemplo.

Em consequência, é indevido considerar Administração Pública como expressão sinônima de Poder Executivo, exclusivamente.

A Administração Pública é o “conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado”, que consiste na “atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução dos interesses coletivos”2.

2. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Os princípios constitucionais da Administração Pública são normas e, assim, dizem o que deve ser. Isso implica que a interpretação jurídica deve ser feita a partir dos princípios constitucionais para os demais atos normativos. Dessa maneira, deve haver o estudo de determinado princípio e, partindo dele, realizar a análise da compatibilidade de determinada lei.

#çáEçNKDƤ@ƤOƦáPDODƤCDƤ/@QJçƤ"çá@âHCDO ƤçOƤLNHáBƦLHçOƤOĖçƤ@Ƥbnorma das nor-mas”, a “fonte das fontes” e o “penhor da constitucionalidade das regras de uma Constituição”3.

Qual a aplicação dessa normatividade dos princípios constitucionais no direito administrativo?

Se os princípios constitucionais são normas, a consequência direta é que a Ad-ministração Pública direta e indireta deve obedecer a eles. Quer dizer, os princípios constitucionais vinculam a atuação administrativaƤ4KƤDSDKLJçƤCDOO@Ƥ@fNK@ŒĖçƤĚƤ @ƤCDBHOĖçƤLNçEDNHC@ƤLDJçƤ23& ƤáçƤ1%Ƥ ƤDKƤMQDƤODƤ@fNKçQƤMQDƤ@ƤâDC@ŒĖçƤCçƤ “nepotismo não depende de lei formal para coibir a prática. Proibição que decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da Constituição Federal”. 3@áPçƤĚƤMQDƤáĖçƤDSHOPD Ƥ@PĚƤçƤKçKDáPç ƤJDHƤDOLDBƦfB@ƤOçANDƤçƤ@OOQáPçƤD ƤHáCDLDá-dentemente disso, o nepotismo continua proibido em decorrência dos princípios constitucionais – em especial, os princípios da moralidade e da impessoalidade – e a Súmula Vinculante nº 13 consagra essa vedação.

Ƥ $)Ƥ/)%31. Ƥ,@NH@Ƥ2TJâH@Ƥ9@áDJJ@ƤDireito administrativoƤƤDCƤ2ĖçƤ/@QJçƤ!PJ@O ƤƤLƤƤ Ƥ ".-!5)$%2Ƥ/@QJçƤCurso de direito constitucionalƤƤDCƤ2ĖçƤ/@QJçƤ,@JGDHNçO ƤƤLƤƤ

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2.1. Regime jurídico administrativo

O direito administrativo é movido por dois opostos. De um lado, tem como função a tutela dos direitos fundamentais, impondo restrições à atuação administrativa e, de outro lado, tem como missão a concretização do interesse público e, para tanto, possui a autoridade para tornar essa tarefa possível.

A Administração Pública, portanto, tem força, prerrogativas, autoridade para satisfazer a necessidade coletiva, mas, também, é obrigada a respeitar os direitos fundamentais, tutelando-os, com o que sofre restrições, sujeições em suas atividades. São dois polos opostos, que se contrapõem e interagem, conferindo a sustentação ao direito administrativo. Por isso, o uso das expressões bipolaridade do direito administrativo4 ou binômio5 do direito administrativo.

Nesse sentido, o regime jurídico administrativo é o conjunto de princípios que atribuem à Administração Pública, em um extremo, prerrogativas e, no outro, sujeições.

Deve ser ressaltado que a Administração Pública só pode exercer a autoridade que possui na busca do interesse público e nada mais. Isto é, só pode usar suas LNDNNçF@PHâ@OƤDKƤLNçJƤCçƤHáPDNDOODƤLĥAJHBçƤDƤOçKDáPDƤL@N@ƤHOOç ƤçƤMQDƤOHFáHfB@ Ƥ também, que nunca é permitido se afastar de tal tarefa. Em razão dessa submissão ao interesse público, surgem as chamadas pedras angulares ou pedras de toque6

do direito administrativo, quais sejam, o princípio da supremacia do interesse públicoƤhƤLDJçƤMQ@J ƤDKƤB@OçƤCDƤBçágHPç ƤçƤHáPDNDOODƤLĥAJHBçƤCDâDƤODƤOçANDLçNƤ@çƤ interesse privado – e o princípio da indisponibilidade do interesse público – em razão dele, a atividade administrativa nunca deve se afastar do interesse público. Desses dois princípios decorrem todos os demais que integram o regime jurídico administrativo. São também chamados de supraprincípios ou superprincípios do direito administrativo7.

Além desses princípios de maior relevo para o regime jurídico administrativo – supremacia e indisponibilidade –, existem outros princípios que determinam a moldura dentro da qual deve se dar a atuação administrativa.

Nem todos os princípios da Administração Pública estão expressos na Constitui-ção ou, ainda, em outros textos legislativos. Quer dizer, há princípios que não estão expressos em nenhum ato legislativo (princípios implícitos) e, nem por isso, podem ser desrespeitados, dos quais são exemplos o princípio da supremacia do interes-se público e o princípio da indisponibilidade do interesinteres-se público. Ao revés, estão

Ƥ $)Ƥ/)%31. Ƥ,@NH@Ƥ2TJâH@Ƥ9@áDJJ@ƤDireito administrativoƤƤDCƤ2ĖçƤ/@QJçƤ!PJ@O ƤƤLƤƤ Ƥ &DNá@áCçƤ'@NNHCçƤ&@J@Ƥ@LQCƤ#DJOçƤ!áPġáHçƤ"@áCDHN@ƤCDƤ,DJJçƤCurso de direito administrativo. 27.

DCƤ2ĖçƤ/@QJçƤ,@JGDHNçO ƤƤLƤ Ƥ

Ƥ ,%++. Ƥ#DJOçƤ!áPġáHçƤ"@áCDHN@ƤCDƤCurso de direito administrativoƤƤDCƤ2ĖçƤ/@QJçƤ,@JGDHNçO ƤƤ p. 55 e 57.

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>›ƒÄ—ÙÊÊÙãʽ›ãÊ

expressamente consagrados no art. 37, caput, da Constituição Federal, os princípios C@ƤJDF@JHC@CD ƤC@ƤKçN@JHC@CD ƤC@ƤHKLDOOç@JHC@CD ƤC@ƤLQAJHBHC@CDƤDƤC@ƤDfBHěáBH@Ƥ (princípios explícitos). Em relação à legislação infraconstitucional, pode ser apontada a Lei nº 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo Federal), que, em seu art. 2º, de K@áDHN@Ƥ DSLNDOO@ Ƥ CDPDNKHá@Ƥ @Ƥ çAODNâĕáBH@Ƥ CçOƤ ODFQHáPDOƤ LNHáBƦLHçOƤ JDF@JHC@CD Ƥ fá@JHC@CD ƤKçPHâ@ŒĖç ƤN@Uç@AHJHC@CD ƤLNçLçNBHçá@JHC@CD ƤKçN@JHC@CD Ƥ@KLJ@ƤCDEDO@ Ƥ BçáPN@CHPĠNHç ƤODFQN@áŒ@ƤIQNƦCHB@ ƤHáPDNDOODƤLĥAJHBçƤDƤDfBHěáBH@Ƥ

2.1.1. Princípio da supremacia do interesse público

Destaca-se, de início, que esse princípio, em sentido amplo, orienta o legislador e o administrador, pois deve ser observado tanto “no momento da elaboração da lei como no momento de sua execução em concreto pela Administração Pública. Ele inspira o legislador e vincula a autoridade administrativa em toda a sua atuação”8.

>åj›_¡ÒU¡›yŠÕ¡Òj›ÕÅjҡҊ›ÕjÅjÊÊjÒ«ĨJ’ŠU¡ÒjҡҊ›ÕjÅjÊÊjҫŊå>_¡]Ò>ºßj’jÒ_jåjÅėÒ prevalecer. É o princípio que confere autoridade à Administração Pública.

Um ponto de grande relevo é a divisão entre interesse público primário e interesse público secundário. O interesse público primário é o interesse público propriamente ditoƤĚƤçƤHáPDNDOODƤC@ƤBçJDPHâHC@CDƤDOPĔƤestabelecido na Constituição Federal. O interesse público secundário é o interesse do ente estatal (União, Estados, DPB ƤĚƤçƤHáPDNDOODƤHáCHâHCQ@JƤCçƤ%OP@Cç ƤBçKçƤLDOOç@ƤIQNƦCHB@9.

É o interesse público primário queҏßÊՊwU>Ò>Ò>Õß>Wę¡Ò_>ÒĮ_˜Š›ŠÊÕÅ>Wę¡Ò'ĨJ’Š-ca restringindo um interesse particular e não o secundário, pois este só pode ser perseguido na atividade administrativa se for coincidente com o interesse primário. -DOODƤODáPHCç ƤçƤ23&Ƥ!$)Ƥ ƤfNKçQƤDáPDáCHKDáPçƤCDƤMQDƤLçCDƤ@PĚƤODNƤHáPDNDOODƤ de um Estado da Federação exigir em licitação, para a aquisição de veículo, que a empresa licitante tenha sede em seu território, mas isso viola a Constituição Federal. Outra situação ilustrativa pode ser vista em uma desapropriação em que o Município tenha interesse, em razão de contenção de despesas, de reduzir o va-lor da indenização ao proprietário. Nesse caso, não é possível a sustentação de que o Município está agindo em prol do interesse público, pois, por exemplo, irá construir um hospital no local, já que se trata de interesse público exclusivamente patrimonial do ente político e não o verdadeiro interesse público – o primário – que está estabelecido no texto constitucional, o qual, no caso, determina que o valor da indenização seja justo e não o mais barato possível.

São exemplos de manifestação do princípio da supremacia do interesse públi-BçƤintervenção na propriedade privada (desapropriação, tombamento, requisição administrativa, etc.), cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos, atos de

Ƥ ƤƤ$)Ƥ/)%31. Ƥ,@NH@Ƥ2TJâH@Ƥ9@áDJJ@Ƥ$HNDHPçƤ@CKHáHOPN@PHâçƤƤDCƤ2ĖçƤ/@QJçƤ!PJ@O ƤƤLƤ Ƥ ,%++. Ƥ#DJOçƤ!áPçáHçƤ"@áCDHN@ƤCDƤCurso de direito administrativoƤƤDCƤ2ĖçƤ/@QJçƤ,@JGDHNçO ƤƤ

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polícia administrativa (interdição de estabelecimento, embargo de obra, apreensão de mercadoria, etc.).

2.1.2. Princípio da indisponibilidade do interesse público

Este princípio é o que impõe limites à atuação administrativa. Estabelece as sujeições a que se submete o administrador público e representa a proibição da renúncia ao interesse público, a impossibilidade de se dispor do interesse público. De fato, não é possível alguém renunciar ou dispor de algo que não lhe pertence. Isso é o que acontece na gestão pública, porque o administrador tem o dever de >_˜Š›ŠÊÕÅ>Å]Ò¡JÊjÅå>›_¡ÒU¡˜Òw_j’Š_>_jҡҊ›ÕjÅjÊÊjÒ«ĨJ’ŠU¡ e não seus interesses pessoais ou de terceiros.

Nesse sentido, é incompatível com esse princípio, por exemplo, a renúncia a uma multa, sem a respectiva previsão legal ou, ainda, a alienação de imóvel público sem a observância da legislação (art. 17 da Lei nº 8.666/93 exige autorização legislativa e, em regra, licitação).

Na Lei nº 9.784/99, o art. 2º, parágrafo único, estabelece que um dos critérios MQDƤ CDâDƤ ODNƤ çAODNâ@CçƤ áçƤ LNçBDOOçƤ @CKHáHOPN@PHâçƤ ĚƤ çƤ b@PDáCHKDáPçƤ @Ƥ fáOƤ CDƤ interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, O@JâçƤ@QPçNHU@ŒĖçƤDKƤJDHpƤ1DLNDODáP@Ƥ@Ƥ@LJHB@ŒĖçƤCçƤLNHáBƦLHçƤC@ƤHKLDOOç@JHC@CDƤ @OLDBPçƤC@Ƥfá@JHC@CDƤLĥAJHB@ Ƥá@ƤLNHKDHN@ƤL@NPDƤD Ƥá@ƤL@NPDƤfá@J ƤOHFáHfB@Ƥ@ƤCDâHC@Ƥ obediência ao interesse público, que deve sempre prevalecer, sendo vedada, inclu-sive, sua renúncia, demonstrando a correlação com os princípios da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse público.

2.1.3. Princípio da legalidade

O princípio da legalidade não apresenta conteúdo idêntico para o particular e para a Administração Pública. Na esfera privada, o particular só é obrigado a fazer o que está previsto em lei e, assim, depreende-se que o que não está proibido está LDNKHPHCçƤâHFçN@Ƥ@Ƥ@QPçáçKH@ƤC@ƤâçáP@CDƤ!çƤBçáPNĔNHç Ƥá@ƤOD@N@ƤLĥAJHB@ Ƥa atuação administrativa deve se dar em conformidade com a lei, com o direito. Ao adminis-trador somente é permitido agir de acordo com a lei, não vigorando a autonomia da vontade. Soma-se a isso, também, que o administrador não pode contrariar a lei.

%OODOƤOĖçƤçOƤCçHOƤLNHáBHL@HOƤ@OLDBPçOƤCçƤLNHáBƦLHçƤC@ƤJDF@JHC@CDƤODFQHNƤ@ƤJDHƤDƤ não contrariar a lei. Como bem ressalta Thiago Marrara, são as regras da “reserva legal” e da “supremacia da lei” e podem ser sintetizados, respectivamente, nas expressões “nada sem lei” e “nada contra a lei”10.

10.Ƥ !OƤEçáPDOƤCçƤCHNDHPçƤ@CKHáHOPN@PHâçƤDƤçƤLNHáBƦLHçƤC@ƤJDF@JHC@CDƤ)áƤ$)Ƥ/)%31. Ƥ,@NH@Ƥ2TJâH@Ƥ9@áDJJ@Ƥ 1)"%)1. Ƥ#@NJçOƤ5HáHBHQOƤ!JâDOƤBççNC ƤSupremacia do interesse público e outros temas relevantes do

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É o princípio que, de maneira mais íntima, representa o Estado de Direito, reve-lando a supremacia da lei e, dessa maneira, ainda, constitui-se em importantíssima forma de tutela dos direitos fundamentais.

Está previsto, expressamente, na Constituição Federal e, também, pode ser encontrado na Lei nº 9.784/99, pois a atuação conforme a lei e o direito é um dos critérios a serem observados (art. 2º, parágrafo único).

2.1.4. Princípio da impessoalidade

%OODƤLNHáBƦLHçƤLçCDƤODNƤâHOPçƤOçAƤCçHOƤ@OLDBPçOƤem relação aos administrados e em relação à própria Administração11.

Em relação aos administrados Ƥ OHFáHfB@Ƥ MQDƤ a atuação administrativa deve ÊjÅÒU¡›_ßëŠ_>ÒÊj˜«ÅjÒj˜ÒJßÊU>Ò_>Òw›>’Š_>_jÒ«ĨJ’ŠU>. Caso contrário, se houver @ƤHáPDáŒĖçƤCDƤO@PHOE@UDNƤHáPDNDOODOƤLNHâ@CçO ƤçBçNNDNĔƤCDOâHçƤCDƤfá@JHC@CDƤDƤçƤ@PçƤ será nulo. Assim, por exemplo, é possível remover, de ofício, um servidor público federal, desde que haja interesse público e, realmente, esteja ocorrendo carência de pessoal no local de destino. Por outro lado, se essa remoção é feita, apenas, porque a autoridade administrativa é inimiga do servidor, ocorrerá violação ao princípio da impessoalidade.

É importante frisar que o princípio da impessoalidade, no aspecto em análise, é também chamado deҫŊ›UƩ«Š¡Ò_>Òw›>’Š_>_j12. O sentido é que a atuação

admi-nistrativa não pode se dar de forma a privilegiar ou prejudicar ninguém em espe-BƦfBç ƤLçHO Ƥ@JKDI@áCçƤ@Ƥfá@JHC@CDƤLĥAJHB@ Ƥá@ƤâDNC@CD ƤLDNBDAD ODƤQK@ƤK@áDHN@Ƥ de efetivação, também, do princípio da isonomia, já que, nas mesmas condições, todos terão o mesmo tratamento.

A aplicação desse princípio, no sentido destacado, pode ser visualizada nos concursos públicos, nas licitações, na proibição, em relação aos precatórios, de designação de pessoas ou casos nas dotações orçamentárias (art. 100, caput, CF), bem como na proibição de dar nome de pessoa viva a bem público (art. 1º, Lei nº  ƤçQ Ƥ@HáC@ ƤBçáEçNKDƤCDBHCHCçƤLDJçƤ23* ƤáçƤ1DOLƤ ƤâHçJ@ƤçƤLNHáBƦLHçƤC@Ƥ impessoalidade o relacionamento afetivo entre a sócia da empresa contratada e o Prefeito do Município licitante.

No outro sentido, a Administração Pública deve ser impessoal em relação a ela mesma, quer dizer, não basta haver impessoalidade em relação à sociedade. Assim, quando um ato é praticado por um agente público, na verdade, quem o faz é a pessoa jurídica, à qual pertence o órgão em que o servidor está lotado. Por DSDKLJç ƤMQ@áCçƤQKƤfOB@JƤCçƤ,QáHBƦLHçƤ@LNDDáCDƤKDNB@CçNH@ƤBçKDNBH@JHU@C@ƤLçNƤ âDáCDCçNƤ@KAQJ@áPDƤHNNDFQJ@N ƤáĖçƤĚƤçƤfOB@JƤMQDKƤ@LNDDáCDQƤDƤOHKƤçƤ,QáHBƦLHç

11.Ƥ $)Ƥ/)%31. Ƥ,@NH@Ƥ2TJâH@Ƥ9@áDJJ@ƤDireito administrativoƤƤDCƤ2ĖçƤ/@QJçƤ!PJ@O ƤƤLƤƤ 12.Ƥ ,%)1%++%2 Ƥ(DJTƤ+çLDOƤDireito administrativo brasileiro. 36. ed. 2ĖçƤ/@QJçƤ,@JGDHNçO ƤƤLƤƤ

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