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RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

ÁREA DE CLÍNICA DE SUÍNOS

ORIENTADORA: PROFª MSc. CRISTIANE BECK

SUPERVISOR: MED. VET. THIAGO BORGES GARCIA

Jaqueline Faligurski Aires

Ijuí, RS, Brasil

2015

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RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Jaqueline Faligurski Aires

Relatório do Estágio Curricular Supervisionado na Área de Clínica de

Suínos apresentado ao Curso de Medicina Veterinária, da Universidade

Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS),

como requisito parcial para obtenção do grau de

Médica Veterinária.

Orientadora: Profª MSc. Cristiane Beck

Supervisor: Med. Vet. Thiago Borges Garcia

Ijuí, RS, Brasil

2015

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Universidade Regional do Noroeste do Estado do

Rio Grande do Sul

Departamento de Estudos Agrários

Curso de Medicina Veterinária

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

elaborado por

Jaqueline Faligurski Aires

como requisito parcial para obtenção do grau de

Médica Veterinária

COMISSÃO EXAMINADORA:

______________________________________ Cristiane Beck (Orientadora) ______________________________________

Maria Andréia Inkelmann

(UNIJUÍ)

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DEDICATÓRIA

A Deus, por ser essencial em minha vida, autor do meu destino, meu guia. Ao meu pai José Manoel Aires e minha mãe Salete Faligurski Aires, por todo incentivo e confiança, por me ajudarem a perceber que “A zona de conforto é um lugar bonito, mas nada cresce por lá”.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus por iluminar minha caminhada, por ter me dado coragem, tranquilidade e paciência nos momentos difíceis, agradeço pelas preces ouvidas e bênçãos concedidas. Agradeço pela escolha de minha profissão, pelo dom de amar e respeitar os animais, cuidando-os e proporcionando a eles bem-estar e qualidade de vida.

Aos meus pais José Manoel Aires e Salete Faligurski Aires por terem me dado a vida e me ensinado a viver com responsabilidade e humildade, características estas que contribuíram para meu crescimento. Agradeço também por terem acreditado no meu sonho me dando condições de realizá-lo, muitas vezes abdicando de seus regalos.

A minha irmã Juliana Faligurski Aires pelo apoio e auxílio em todos os momentos de incertezas e dificuldades, por servir-me de exemplo em diversas situações, pelo riso, entendimento, amizade e companheirismo.

Ao meu amigo, companheiro e namorado Giancarlo Basso por todos os momentos em que me motivou para seguir em frente mostrando-me o quanto eu sou capaz, pelo abraço, carinho e força.

Aos meus avós Alcides Aires e Maria Eva Aires pelo refúgio, lar acolhedor, abraço apertado, pelos conselhos e exemplos de vida, transmitindo-me no olhar amor e orgulho, dando-me força para nunca desistir nas dificuldades.

Aos (as) amigos (as) que a faculdade me permitiu, que acompanharam de perto todo esforço e dedicação, ajudando-me nos estudos, entendimento e aprendizado.

A minha orientadora, professora e amiga Cristiane Beck, pelo conhecimento transmitido, exemplo profissional, paciência, auxílio e compreensão durante este período de graduação. Por mostrar que os melhores mestres não são aqueles que dão a resposta, mas sim aqueles que nos ensinam a questionar, duvidar e pensar.

Agradeço aos demais professores que contribuíram para meu aprendizado e crescimento, transmitindo conhecimento e experiência, que além de mestres foram amigos. A todos que de alguma forma acreditaram em mim e contribuíram para meu crescimento pessoal e profissional, o meu muito obrigada.

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RESUMO

Relatório do Estágio Curricular Supervisionado

Curso de Medicina Veterinária

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

MEDICINA VETERINÁRIA – ÁREA DE CLÍNICA DE SUÍNOS

AUTORA: JAQUELINE FALIGURSKI AIRES ORIENTADORA: CRISTIANE BECK

Data e Local da Defesa: Ijuí, 24 de junho de 2015.

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado na área de Clínica de Suínos, na empresa BRF S.A., unidade localizada na cidade de Lucas do Rio Verde, MT, sob a supervisão do Médico Veterinário Thiago Borges Garcia e orientação da professora MSc. Cristiane Beck, durante o período de 23 de fevereiro a 27 de março de 2015, perfazendo um total de 150 horas. Durante a realização do estágio foi feito um acompanhamento das visitas de rotina em unidades multiplicadoras, unidades produtoras de leitão, creches e sistema vertical de terminação. Durante essas visitas que tinham por objetivo a avaliação de ambiente, manejo e sanidade do rebanho, auxiliei em diversas atividades como atendimentos clínicos, diagnósticos, necropsia, colheita de material para exame complementar, manejo nas instalações, auxílio a parto, auxílio ao fornecimento de colostro, auxílio em inseminação artificial, separação de animais doentes, recebimento de animais, seleção de animais descarte e medicina veterinária preventiva. Para que sejam melhor esclarecidas, essas atividades serão demonstradas em forma de tabelas. No decorrer do estágio alguns casos clínicos foram acompanhados, desses, dois serão relatados e discutidos. O estágio realizado foi de suma importância para formação acadêmica, pois proporcionou aquisição de novos conhecimentos teóricos e práticos, além de estimular o lado crítico, observador e questionador, abrindo possibilidades de uma prática bem embasada pelos conhecimentos adquiridos.

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

% – porcentagem DE – doença do edema

EDEC – Escherichia coli associada a doença do edema HS – hipersuíno IM – intramuscular m2 – metro quadrado mg/Kg – miligrama / quilograma MSc – mestre em ciência MT – Mato Grosso Nº – número

PCR – reação em cadeia da polimerase SID – uma vez ao dia

SPL – sistema produtor de leitão Stx2e – toxina Shiga-Like 2e

SVT – sistema vertical de terminação VT2e – verotoxina-2e

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Atividades desenvolvidas e/ou acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica de Suínos, realizado na BRF S.A., unidade de Lucas do Rio Verde, MT, no período de 23 de fevereiro a 27 de março de 2015... 12 Tabela 2 – Diagnósticos acompanhados durante a realização do Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica de Suínos, realizado na BRF S.A., unidade de Lucas do Rio Verde, MT, no período de 23 de fevereiro a 27 de março de 2015... 13

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LISTA DE ANEXOS

Anexo A – Histopatológico de suíno com doença do edema... 31 Anexo B – Cultura e antibiograma de suíno com pasteurelose... 32 Anexo C – Atestado de conclusão de estágio... 33

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 10

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 12

3 DISCUSSÃO ... 14

3.1 Doença do edema em suínos ... 14

3.2 Pasteurelose pulmonar em suínos ... 20

4 CONCLUSÃO ... 27

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 28

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1 INTRODUÇÃO

A suinocultura brasileira está em constante crescimento destacando-se como um mercado em potencial, o que deve principalmente ao avanço da genética, melhoramento e nutrição animal. O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária se torna indispensável na formação acadêmica, pois é o momento em que é associado a teoria com a prática de todos conhecimentos adquiridos durante a graduação, momento este que facilita o entendimento, interpretações e realização de procedimentos e tratamentos.

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado na Área de Clínica de Suínos na empresa BRF S.A., unidade localizada na cidade de Lucas do Rio Verde, MT, no período de 23 de fevereiro a 27 de março de 2015, somando um total de 150 horas, sob a supervisão interna do Médico Veterinário Thiago Borges Garcia e orientação da professora MSc. Cristiane Beck.

A BRF S.A. foi criada em 2009, a partir da associação entre a Sadia e a Perdigão. Após o processo de fusão, finalizado em 2012, a empresa tornou-se uma das gigantes do mercado alimentício mundial. Hoje, é a sétima maior empresa de alimentos do mundo em valor de mercado, uma das principais exportadoras de proteína animal do planeta (responsável por 9% da exportação mundial), com alimentos que chegam a mais de 110 países em cinco continentes.

A empresa é detentora das marcas Sadia, Perdigão e Qualy, possui cerca de 100 mil funcionários, 47 unidades industriais no Brasil, 10 fábricas no exterior (sete na Argentina, duas na Europa e uma em Abu Dhabi, no Oriente Médio) e 27 centros de distribuição.

A unidade de Lucas de Rio Verde, MT, é considerada a maior planta industrial da América Latina, gera aproximadamente 5.000 mil empregos diretos e 15.000 empregos indiretos na região, possui uma área de 358 hectares, com 178.000 m2 de área construída, o complexo é composto por uma unidade de abate de aves, uma unidade de abate de suínos, uma fábrica de industrializados, uma fábrica de ração, silos de estocagem de grãos, um incubatório e granjas de suínos e aves em parceria com os integrados. A unidade foi construída para trabalhar com capacidade de abate

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11 de 500.000 aves por dia, 8.500 suínos por dia e 350 toneladas de industrializados por dia.

Por estar inserida na maior região produtora de grãos do Brasil, a fábrica de ração conta com matéria prima de excelente qualidade, com equipamentos de ponta, consumindo diariamente 2.300 toneladas de milho e 700 toneladas de derivados de soja, a fábrica faz o processamento dos grãos e a produção de 74 mil toneladas de ração ao mês a qual é fornecida para os animais de produção.

A BRF S.A. conta com 32 integrados, 3 unidades multiplicadoras, 10 SPL , 10 creches e 95 SVT. A visão da unidade é ser reconhecida por promover a prosperidade em toda cadeia de valores, por meio de atitudes, práticas e resultados sustentáveis. Sua missão é participar da vida das pessoas, oferecendo alimentos saborosos, com qualidade, inovação e a preços acessíveis, em escala mundial.

Tendo em vista a estrutura e potencial de crescimento, optou-se pela realização do Estágio Supervisionado na empresa BRF S.A, unidade de Lucas do Rio Verde, MT, em razão de ser uma cidade que cresce 12% ao ano e que possui a maior planta industrial da América Latina, sendo uma das maiores empresas mundiais de produção de alimentos. A atuação na área de clínica de suínos foi escolhida tendo em vista o crescimento significativo nos últimos anos, crescimento este, notado quando se avalia indicadores econômicos e sociais, como volume de exportação, número de empregos diretos e indiretos, participação no mercado mundial, entre outros.

Durante o período de Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, foram acompanhadas visitas de rotina realizadas por técnicos agropecuários, zootecnistas e médicos veterinários, onde foram conduzidas atividades de manejo e atendimentos clínicos. O Estágio realizado teve como objetivo aprimorar conhecimentos já adquiridos, colocando em prática os ensinamentos recebidos durante a graduação, além de estimular o senso crítico e observador, proporcionando segurança na tomada de decisões.

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2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As principais atividades desenvolvidas e/ou acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na empresa BRF S.A., unidade de Lucas do Rio Verde, MT, abrange atendimentos clínicos, necropsia, colheita de material para exame complementar, manejo nas instalações, auxílio a parto, auxílio ao fornecimento de colostro, auxílio em inseminação artificial, separação de animais doentes, recebimento de animais, seleção de animais descarte e medicina veterinária preventiva.

Tabela 1 – Atividades desenvolvidas e/ou acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica de Suínos, realizado na BRF S.A., unidade de Lucas do Rio Verde, MT, no período de 23 de fevereiro a 27 de março de 2015

Tipo de Atividade %

Atendimentos Clínicos 36 17,56

Auxílio a parto 5 2,44

Auxílio ao fornecimento de colostro 2 0,98

Auxilio em inseminação artificial 54 26,34

Colheita de material para exame complementar 8 3,90

Manejo nas instalações 15 7,32

Necropsia 13 6,34

Recebimento de animais 5 2,44

Seleção de animais descarte 23 11,22

Separação de animais doentes 8 3,90

Visita de rotina na creche 8 3,90

Visita de rotina na multiplicadora 6 2,93

Visita de rotina no SPL 5 2,44

Visita de rotina no SVT 17 8,29

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13 Tabela 2 – Diagnósticos acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica de Suínos, realizado na BRF S.A., unidade de Lucas do Rio Verde, MT, no período de 23 de fevereiro a 27 de março de 2015 Diagnóstico % Abscesso 15 0,38 Artrite 62 1,56 Calo de decúbito 45 1,13 Caudofagia 122 3,06 Cistite 1 0,03 Colibacilose 750 18,83 Criptorquidismo 24 0,60

Diarréia causada por Escherichia coli 182 4,57

Doença do edema 245 6,15

Epidermite exsudativa generalizada 1 0,03

Estreitamento de reto 1 0,03

Fêmea com leitão retido 3 0,08

Fratura pélvica 1 0,03 Hermafroditismo 2 0,05 Hérnia escrotal 4 0,10 Hérnia inguinal 4 0,10 Hérnia umbilical 99 2,49 Meningite estreptocócica 24 0,60 Miíase 1 0,03 Necrose de orelha 100 2,51 Orquite 2 0,05 Otohematoma 21 0,53 Parto distócico 2 0,05 Pasteurelose 842 21,14 Pneumonia enzoótica 836 20,99 Pneumonia viral 378 9,49 Poliartrite 1 0,03 Prolapso retal 4 0,10 Prolapso uterino 1 0,03 Rachadura de casco 146 3,67 Splay leg 3 0,08 Torção do mesentério 2 0,05 Úlcera gástrica 56 1,41 Vulva infantil 3 0,08 Total 3983 100

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14

3 DISCUSSÃO

3.1 Doença do edema em suínos

RESUMO

A doença do edema (DE) é uma toxinfecção caracterizada pela ocorrência de sinais neurológicos, desenvolvimento de edemas e morte súbita. Acomete principalmente leitões em bom estado corporal, entre 4 e 8 semanas de idade, podendo afetar leitões em crescimento. Os sinais clínicos geralmente aparecem entre 4 a 14 dias após o desmame, porém, pode ser encontrado suínos mortos sem sinais evidentes. O diagnóstico é baseado no histórico do animal, sinais clínicos apresentados, achados de necropsia e isolamento da bactéria Escherichia coli do intestino delgado com caracterização das cepas. O tratamento consiste na aplicação de antibiótico selecionado com base em antibiograma, no entanto, para evitar o surgimento de novos casos da doença o adequado é a prevenção da mesma, minimizando os fatores de risco, pois animais afetados raramente se recuperam. Este trabalho tem como objetivo principal relatar o caso clínico de doença do edema ocorrido em um lote de suínos, de linhagem HS (hipersuíno), acompanhado durante a realização do Estágio Supervisionado em Medicina Veterinária.

PALAVRAS-CHAVE: intestino delgado, leitão, neurológico, toxinfecção.

INTRODUÇÃO

A doença do edema ou colibacilose enterotoxêmica dos suínos (BOROWSKI et al., 2002), é de ocorrência mundial, observada em todos os meses do ano, embora a frequência varie com a localização geográfica e de rebanho para rebanho, em função dos fatores de risco existentes. No Brasil ocorre, especialmente, em criações industriais que utilizam raças especializadas em produção de carne e não

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15 usam medidas preventivas para a doença nas duas semanas após a realização do desmame (MORÉS; MORÉS, 2007).

Está associada à presença de cepas patogênicas da bactéria Escherichia coli no intestino delgado dos suínos, podendo ou não ser observada acompanhada por surtos de diarreia pós-desmame. Os sinais clínicos e lesões estão associados a uma toxina que age na parede de vasos sanguíneos, produzida pela Escherichia coli do patotipo conhecido como EDEC (Escherichia coli associada a doença do edema) (MORÉS; AMARAL, 2001).

Segundo Morés e Morés (2007), os leitões podem se infectar ainda no período de amamentação, uma vez que as bactérias permanecem no intestino à espera de fatores que possibilitem sua multiplicação e colonização do intestino delgado. Há evidência de predisposição genética para a DE.

METODOLOGIA

No dia 20 de março de 2015, durante uma visita de rotina em um núcleo na zona rural do município de Tapurah, Mato Grosso, Brasil, foi constatado um caso de doença do edema em um lote de suínos de linhagem HS, com 42 dias de vida e 21 dias de alojamento na fase de creche. O quadro clínico apresentado pelos animais foi de dispneia, apatia, apresentavam extremidades cianóticas, incoordenação motora e pálpebras edemaciadas. O granjeiro relatou que haviam morrido 32 animais, os quais após o aparecimento dos sintomas, vinham a óbito em até 24 horas.

O diagnóstico foi realizado a partir do histórico dos animais relatados pelo granjeiro, pela análise do ambiente em que se encontravam e exame clínico comparado com as características da doença. Para maior precisão do resultado foi realizado necropsia em cinco leitões sintomáticos, os quais foram insensibilizados por eletrocussão e sangrados. Após a desarticulação dos membros anterior e posterior e abertura da cavidade torácica e abdominal, foram examinados os órgãos.

Como tratamento para o lote de suínos sintomáticos foi recomendado a administração de norfloxacino 30% via água, 10mg/kg, SID, diluído em 70 litros de água, disponível por cinco horas do dia, durante 5 dias.

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16

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A doença do edema afeta os leitões desmamados e é causada por cepas de

Escherichia coli adaptadas ao hospedeiro e produtoras da toxina Verotoxina-2e

(VT2e), recentemente denominada Shiga-Like Toxin 2e (Stx2e). Em suínos a fímbria bacteriana F18 (F107) está relacionada com a doença do edema (FAIRBROTHER et al., 1986; POST et al., 2000 apud BRITO et al., 2004). Cepas patogênicas aderem-se e proliferam no epitélio do intestino delgado de leitões susceptíveis, onde produzem a toxina Stx2e. Esta é absorvida na corrente sanguínea causando injúria vascular sistêmica, surgindo então os sinais clínicos que se iniciam por hipertensão seguida de ataxia. O efeito da Stx2e dura em média 20 a 36 horas após sua absorção (MORÉS; MORÉS, 2007).

Dentre os principais fatores que predispõem a DE, encontra-se a queda da imunidade colostral, troca de ambiente, lotação excessiva, excesso de umidade, falhas de higiene e desinfecção, mudança de dieta, tensões e brigas entre os leitões (MORÉS; AMARAL, 2001). Segundo Morés e Morés (2007) a contaminação por cepas EDEC ocorre por via feco-oral e a disseminação ocorre por fômites, alimentos, água, suínos portadores e possivelmente por outros animais. Sendo assim é uma doença de morbidade baixa, mas de letalidade alta, podendo chegar a 100% de mortalidade (LIMA; MORÉS; SANCHES, 2009).

De acordo com Frydendahl (2002 apud GOMES, 2012) a Shiga toxina variante 2e (Stx2e), causa lesões vasculares no intestino, no tecido subcutâneo e no cérebro, levando a formação de edema e a ocorrência de sintomas neurológicos. No caso clínico descrito no presente relato os suínos apresentaram alguns sintomas compatíveis com a DE, como apatia, pálpebras edemaciadas, incoordenação motora e dispneia. Segundo Morés e Morés (2007) a dispneia ocorre devido ao edema pulmonar e da laringe.

Em alguns casos os animais apresentam temperatura retal de até 40ºC, ocorre paralisia, tremores, convulsões, os leitões caem em decúbito lateral com movimentos de pedalagem, evoluindo para coma e morte. Alguns podem apresentar a doença na forma subclínica, sem sintomas aparentes e outros podem até sobreviver e recuperar-se lentamente, mas tornam-se refugos (MORÉS; MORÉS, 2007).

(18)

17 Os leitões foram encontrados em bom estado nutricional, com áreas irregulares de congestão na pele. De acordo com Morés e Morés (2007) as lesões edematosas nem sempre estão presentes e tendem desaparecer com o tempo após a morte. Microscopicamente ocorre tumefação e vacuolização endotelial, depósitos de fibrina subendotelial, necrose fibrinóide da parede de artérias e arteríolas e, como consequência edemas perivasculares, principalmente na submucosa do estômago, do intestino e encéfalo, ainda geralmente ocorrem áreas de malácia ao longo da base cerebral. Na necropsia, foi constatado edema cerebral, estômago vazio, pouco conteúdo no intestino delgado e com formação de gás, linfonodos mesentéricos aumentados, rim com aspecto esbranquiçado característico de nefrite, o qual pode ser confirmado no exame microscópico.

Para exame histopatológico foram coletadas amostras de fígado, baço, linfonodos, rim, intestino e cérebro. A amostra de intestino revelou descamação e necrose do ápice das vilosidades difusa e severa, infiltrado inflamatório e supurativo difuso, leve edema, presença moderada de bastonetes gram negativos intralesionais. No linfonodo verificou-se infiltrado inflamatório supurativo difuso e congestão severa. No sistema nervoso central havia espongiose moderada multifocal, edema perivascular e leve desmielinização focal. O quadro microscópico foi compatível com enterite bacteriana causada pela bactéria Escherichia coli, confirmando a DE.

Como diagnóstico diferencial da DE foi encontrado a deficiência de Vitamina E e Selênio, a meningo-encefalite causada por Streptococcus suis devido a ocorrência de sinais nervosos, infecção por Haemophilus parasuis, intoxicação por sal e por arsenicais orgânicos. O diagnóstico é obtido através dos sinais clínicos e achados na necropsia comparados com as características da doença, o exame histopatológico do encéfalo e intestino associados ao exame bacteriológico do intestino delgado, com isolamento da bactéria Escherichia coli, caracterização da toxina Stx2e e fímbria F18. Também pode ser realizado o exame microbiológico do encéfalo/líquido cefalorraquidiano para eliminar o envolvimento de outros agentes causadores de enfermidades nervosas (MORÉS; MORÉS, 2007).

Segundo os mesmos autores é indicado o tratamento com cefalosporina, quinolona, ampicilina, gentamicina ou florfenicol. Gomes (2012) relata que cepas de

Escheriachia coli mostraram-se resistentes tetraciclina®, sulfonamida, florfenicol,

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18 vacina bacterina autógena contra Escherichia coli na prevenção da DE é eficaz, pois reduz os sintomas e a mortalidade quando aplicada duas doses em fêmeas nos 80 e 100 dias de gestação e duas doses em leitões aplicada entre 15/17 e 35/38 dias de idade.

Para evitar o surgimento de novos casos de doença do edema recomenda-se a retirada imediata da dieta dos leitões, estendendo por um dia, fornecendo-lhes apenas água medicada ou com eletrólitos, restabelecendo-se o consumo original após um período de fornecimento de dieta em quantidades gradativas e em várias refeições (LIMA; MORÉS; SANCHES, 2009).

Nos barracões onde encontravam-se os suínos doentes foi recomendado não fazer classificação dos mesmos para evitar o estresse e misturar origens distintas, fazer a limpeza das baias a seco para evitar umidade e estimular os animais a beber a água com o medicamento, fazendo com que eles levantassem das baias várias vezes ao dia, garantindo a ingestão necessária do medicamento. Oliveira et al. (2009) afirmam que medidas preventivas devem ser realizadas a fim de minimizar fatores de risco, tais como, limpeza e desinfecção rigorosa da granja, respeitar o período de vazio sanitário (mínimo 5 dias), a transferência de animais deve ser realizada nas horas mais frescas do dia, homogeneização dos lotes, evitar medidas de manejo que provoquem estresse como novas misturas de lotes. A vacinação também se mostra eficaz na prevenção da DE.

CONCLUSÃO

De acordo com o caso clínico relatado, o prognóstico foi desfavorável, pois se o tratamento tivesse sido efetuado no início dos sinais clínicos ele seria mais eficiente. Com o medicamento utilizado, conseguiu-se controlar somente novos casos, pois 30% do lote veio a óbito. A melhor forma de evitar as doenças no rebanho é a prevenção da mesma, realizando medidas corretas de manejo como, respeitar o período de vazio sanitário, manter sempre uma dieta balanceada, seguir as regras de biosseguridade, medicar animais doentes no início da doença, separar animais doentes dos sadios, evitar mudança brusca de alimentação com dietas com alto teor proteico, não misturar leitões de várias origens, evitar lotação excessiva (mais de 3,5 leitões por metro quadrado), evitar variações de temperatura (acima de

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19 6 graus) e excesso de umidade nas baias. Deve-se tratar lotes somente com base em antibiograma devido à resistência bacteriana aos medicamentos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOROWSKI, S. M. et al. Avaliação do uso da vacinação para prevenção da doença do edema em suínos. Acta Scientiae Veterinariae, Porto Alegre, v. 30, n. 3, p. 167-172, 2002. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/19755/ 000399125.pdf?sequence=1>. Acesso em: 24 maio 2015.

BRITO, B. G. et al. Virulência de Escherichia coli O139: K82. Semina: Ciências

Agrárias, v. 22, n. 2, p. 119-122, 2004. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/

uel/index.php/semagrarias/article/viewArticle/2030>. Acesso em: 20 maio 2015. GOMES, V. T. M. Caracterização genotípica e fenotípica de cepas de

Escherichia coli associadas à doença do edema em suínos. 2012. 52p.

Dissertação (Mestrado), Curso de Pós-Graduação em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/ teses/disponiveis/10/10134/tde-13062013-102027/en.php>. Acesso em: 20 maio 2015.

LIMA, G. J. M. M.; MORÉS, N.; SANCHES, R. L. As diarreias nutricionais na

suinocultura. Acta Scientiae Veterinariae, v. 37, n. Supl 1, p. s17-s30, 2009. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/actavet/37-suple-1/suinos-03.pdf>. Acesso em: 20 maio 2015.

MORÉS, N.; AMARAL, A. L. Patologias associadas ao desmame. In: CONGRESSO DA ABRAVES, Concórdia: Embrapa CNPSA, 2001. Disponível em: <http://www.cnpsa.embrapa.br/abraves-sc/pdf/Palestras2001/Nelson_Mores.pdf>. Acesso em: 20 maio 2015.

MORÉS, N.; MORÉS, M. A. Z. Bacterioses. In: SOBESTIANSKY, J.; BARCELOS, D.

Doenças dos suínos. 2. ed. Goiânia: Cânone, 2007.

OLIVEIRA, C. M. M. et al. Doença do edema em suínos: relato de caso. 2009. Disponível em: <http://www.eventosufrpe.com.br/eventosufrpe/jepex2009/cd/resu mos/R0653-2.pdf>. Acesso em: 20 maio 2015.

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3.2 Pasteurelose pulmonar em suínos

RESUMO

A pasteurelose é uma forma de infecção pulmonar de suínos, causada pela bactéria Pasteurella multocida, sendo comum a ocorrência dessa infecção associada ao Mycoplasma hyopneumoniae no estágio final de pneumonia enzoótica ou do complexo das doenças respiratórias dos suínos. Os sinais clínicos e sintomas variam em severidade dependendo da amostra da bactéria envolvida e do grau de imunidade do animal. A doença pode apresentar-se em três formas clínicas, aguda, subaguda e crônica. O diagnóstico é realizado através dos sinais clínicos, lesões macroscópicas e isolamento do agente. O tratamento consiste na aplicação de antibiótico selecionado com base em antibiograma. O controle inclui o uso de medidas profiláticas que envolvem correções ambientais e melhorias nas práticas de manejo, além de antibioticoterapia e vacinação. Este trabalho tem como objetivo relatar o caso clínico de pasteurelose ocorrido em um lote de suínos, de linhagem HS, acompanhado durante a realização do Estágio Supervisionado em Medicina Veterinária.

PALAVRAS-CHAVE: pneumonia, Mycoplasma hyopneumoniae, Pasteurella multocida, síndrome respiratória.

INTRODUÇÃO

A pasteurelose é uma das síndromes respiratórias mais comuns e entre as que causam os maiores prejuízos às criações de suínos. O agente Pasteurella

multocida tem sido encontrado em pulmões de suínos em diversos países, climas e

condições de criação. É incapaz de agir como patógeno primário, necessitando da interação com outros agentes para produzir pneumonia (TAKEUTI et al., 2013), como adenovírus, vírus da Peste Suína Clássica, vírus da Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos, Mycoplasma hyopneumoniae, vírus da Doença de Aujesky e circovírus tipo 2 (BOROWSKI et al., 2007).

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21 São conhecidos cinco sorotipos capsulares A, B, D, E e F, conforme Borowski et al. (2007), os tipos A, B, D e F já foram detectados em suínos, sendo mais comum o A e o D. As lesões pneumônicas causadas pela bactéria comprovam a importância do microrganismo em pneumonias nessa espécie animal e essa lesão tem sido considerada a que causa maiores prejuízos econômicos à indústria suinícola. No Brasil, aumenta gradativamente os isolados de cepas de Pasteurella multocida, a partir de pulmões de suínos com pneumonia e pleurite (BOROWSKI, 2001; TAKEUTI et al., 2013).

A bactéria Pasteurella multocida é considerada como microbiota residente do trato respiratório superior dos suínos (DAL BEM, 2008), pode ser isolada da cavidade nasal e tonsilas de animais sadios. De acordo com Borowski et al. (2007) é transmitida por aerossóis, sendo mais comum o contágio por contato focinho a focinho. Camundongos, outros roedores e galinhas podem estar infectados, sendo fonte de infecção para suínos, impossibilitando de manter uma granja livre do agente (PIJOAN, 2006 apud MORENO, 2010).

METODOLOGIA

No dia 27 de março de 2015, durante um chamado de visita emergencial, em um núcleo na zona rural do município de Tapurah, Mato Grosso, Brasil, foi constatado um caso de pasteurelose pulmonar em suínos de linhagem HS, com 152 dias de vida e 82 dias de alojamento na fase de terminação. O granjeiro relatou que havia morrido 1,8% de suínos do lote alojado, sendo em maior quantidade no barracão dos machos. O quadro clínico apresentado pelos animais foi de apatia, baixo consumo ração, 6,5% do lote apresentou dispneia, 7% tosse e 4,5% do lote apresentou desenvolvimento retardado. Os suínos haviam recebido duas doses da vacina inativada bacterina contra Haemophilus parasuis, Actinobacillus pleuropneumoniae e Pasteurella multocida, a 1ª dose aos 7 dias de vida e a 2ª dose

aos 21 dias de vida logo após o desmame.

O diagnóstico foi realizado a partir dos sinais clínicos apresentados pelos animais comparados com as características da doença. Para melhor definição do resultado, foi selecionado um animal que representasse o lote, ou seja, que apresentasse sinais clínicos característicos de pasteurelose, porém bom estado corporal e que não tivesse recebido nenhum tipo de tratamento nos últimos dias

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22 para posterior realização da necropsia. Para cultura, foram coletadas amostras de pulmão.

Como tratamento para os suínos acometidos pela doença foi recomendado a administração de florfenicol, 20mg/kg SID, com intervalo de 48 horas, IM, durante três dias.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O agente da pasteurelose pulmonar é um cocobacilo Gram-negativo, anaeróbio facultativo. Conforme Takeuti et al. (2013) as cepas de Pasteurella

multocida são incapazes de agir como patógeno primário, necessitando da interação

com outros agentes para produzir pneumonia. Entretanto Borowski et al. (2007) afirmam que estudos recentes têm demonstrado que as cepas não seriam patógenos oportunistas de baixa virulência e sim patógenos primários com um alto grau de virulência e que amostras da bactéria do tipo capsular A, podem por si só, serem capazes de induzir a doença.

Os fatores de virulência existentes na doença é a toxina dermonecrótica e a cápsula que permite à bactéria escapar da ação dos macrófagos (MARTÍN et al., 2005 apud MORES, 2006). Dentre os sorotipos capsulares (A, B, D, E e F), o sorotipo B causa doença severa, mas de ocorrência rara, o sorotipo A é o mais frequente associado a pneumonia, embora nos últimos anos tenha sido registrado um aumento no número de isolados de Pasteurella multocida do tipo capsular D associados a processos pneumônicos, sendo esta causa atribuída a fatores imunossupressores como associação com micotoxinas e infecção por circovírus suíno tipo 2. O sorotipo D era tradicionalmente identificado associado à rinite atrófica progressiva (BOROWSKI et al., 2007).

Além da tipificação baseada nos antígenos capsulares, a Pasteurella

multocida pode ser classificada tendo como base os antígenos somáticos o qual já

foram identificados 16, os sorotipos 3 e 5 têm sido detectados com maior frequência em suínos (PIJOAN, 2006 apud MORENO, 2010). Em estudo realizado por Pijoan et al. (1983 apud DAL BEM, 2008) a partir de uma análise de 222 isolados de

Pasteurella multocida em pulmões de suínos ao abate, foi encontrado 97,3% de

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23 Conforme Borowski et al. (2007), quando os leitões não forem homogeneamente colonizados pela Pasteurella multocida ou por Mycoplasma

hyopneumoniae nos primeiros dias de vida correm o risco de posteriormente

desenvolver a doença clínica severa ao cair a imunidade materna. Pode ser observado a presença de abcessos no pulmão, consequente a ocorrência de infartos em áreas localizadas ou resultado do efeito necrótico de substâncias tóxicas produzidas pela Pasteurella multocida ou outro agente bacteriano secundário.

Quando ocorre reação inflamatória severa muitas vezes envolve a pleura e o saco pericárdico, também pode ser observado fibrina na pleura, podendo produzir aderências fibrinosas, sendo frequente devido a infecção prévia por Actinobacillus,

Haemophilus ou Streptococcus. A bactéria estimula uma reação supurativa

caracterizada por infiltração de neutrófilos. Isso representa uma reação do hospedeiro ao lipopolissacarídeo da bactéria que induz a liberação de citocinas inflamatórias. A morte ocorre por choque endotóxico e falha respiratória (BOROWSKI et al., 2007).

A forma aguda da doença é rara em suínos, está associada a amostras do sorotipo B, podendo ser alta a mortalidade (5% a 40%), a forma subaguda pode ser observada tosse, respiração abdominal e pleurite, podendo ser confundida com pleuropneumonia. Já a forma crônica é a mais comum e se caracteriza por tosse comumente entre 10 e 16 semanas de idade, sendo os sinais indistinguíveis daqueles causados pela infecção simples de Mycoplasma hyopneumoniae e a

Pasteurella multocida, e representa uma continuação da micoplasmose primária. Na

pasteurelose geralmente não ocorre morte súbita (PIJOAN, 2006 apud MORENO, 2010).

Os animais acometidos por pasteurelose pulmonar apresentaram tosse e respiração abdominal caracterizando a forma subaguda da doença conforme relatado. No presente relato as lesões se caracterizaram por consolidações pulmonares lobulares de coloração púrpura de consistência firme e carnosa, havia pleurite e o pulmão ao corte apresentou exsudação purulenta. Taylor (1996 apud MORES, 2006) relatou em seus trabalhos as mesmas lesões macroscópicas apresentadas pelo suíno deste caso e acrescenta ainda, que podem ocorrer abscessos e aderência da pleura na cavidade torácica, sendo comum a presença de secreção na traqueia e congestão da carcaça. Borowski et al. (2007) relatam que nas lesões microscópicas observa-se broncopneumonia exsudativa, presença de

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24 neutrófilos nos brônquios e alvéolos, nefrite intersticial, faringite necrótica, poliartrite fibrinosa e com menor frequência a meningite ou meningoencefalite.

O diagnóstico presuntivo é realizado através da observação dos sinais clínicos e lesões macroscópicas. Através do isolamento do agente se tem o diagnóstico definitivo, podendo ser a partir de secreções nasais, exsudato traqueobronquial e de pulmões (REGISTER et al., 2012 apud OLIVEIRA FILHO, 2014). De acordo com Borowski (2001), deve ser feito diagnóstico diferencial com outros agentes envolvidos nas doenças respiratórias como em pneumonias o

Actinobacillus pleuropneumoniae, vírus da influenza, Mycoplasma hyopneumoniae, Bordetella bronchiseptica e Streptococcus spp., em abcessos o Streptococcus suis e

o Arcanobacterium pyogenes e em pleurites o Haemophilus parasuis e o

Mycoplasma hyorhinis.

O tratamento da infecção nem sempre tem sucesso devido à resistência aos antimicrobianos utilizados e também pela dificuldade de atingir concentrações adequadas no tecido pulmonar, além de estar envolvido mais de um agente na doença, sendo de suma importância o controle da mesma. No caso em questão o tratamento foi eficaz, os animais foram medicados via IM na fase inicial da doença fazendo com que minimizasse os sintomas e a disseminação pelo barracão. O fármaco escolhido foi florfenicol, o qual Borowski et al. (2007) descrevem como alternativa e também recomenda o uso dos princípios ativos tetraciclina, ceftiofur, amoxicilina, lincomicina-spectinomicina, tilmicosina, tulatromicina, sulfa-trimetoprim, entre outros. O tratamento é mais comum por via parenteral, mas pode ser suplementado com medicação na água ou ração. As vacinas somente induzem imunidade não evitam que o agente se instale no organismo.

Como medidas de manejo para o controle da pasteurelose pulmonar, foi recomendado evitar o estímulo com os animais para evitar a tosse e consequentemente disseminação da doença, separar animais doentes dos sadios, evitar misturar origens distintas, garantir a vacinação, evitar o estresse garantindo aos suínos um ambiente limpo e tranquilo. Borowski et al. (2007) recomendam ainda, respeitar o período de vazio sanitário o que garante o controle da entrada de diferentes patógenos no plantel.

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CONCLUSÃO

Os sistemas de produção de suínos vêm crescendo de forma acelerada, onde os animais são alojados em condições intensivas e de alta densidade demográfica, facilitando a transmissão de agentes patogênicos fazendo com que aumente o surgimento de doenças respiratórias. A melhor forma de evitar as doenças no rebanho é através de medidas profiláticas e de manejo, pois as bactérias apresentam alta resistência a medicamentos dificultando o tratamento. O caso clínico relatado apresentou um prognóstico favorável, pois os animais responderam bem ao tratamento minimizando os sinais clínicos e fazendo com que a doença não se disseminasse no rebanho.

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4 CONCLUSÃO

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária realizado na BRF S.A., Unidade de Lucas do Rio Verde, MT, foi de suma importância, momento este de grande aprendizado e essencial para a conclusão desta etapa da vida acadêmica. Oportunizou novos conhecimentos teóricos e práticos, além de desenvolvimento e crescimento pessoal.

Esta etapa possibilitou uma maior aproximação com os produtores, técnicos agrícolas, zootecnistas e médicos veterinários, momento este em que houve troca de conhecimentos e experiências à campo, onde pude perceber a importância do papel do médico veterinário na produção suinícola.

Conhecimentos adquiridos em sala de aula foram colocados em prática nas atividades desenvolvidas durante o estágio, onde foram realizados procedimentos em todas as fases da produção, desde a coleta do sêmen até a terminação dos animais, inclusive medicina veterinária preventiva.

Com o estágio curricular supervisionado percebeu-se a grande importância do médico veterinário presente à campo e na vigilância sanitária, e o quão importante é os cuidados com os animais na fase inicial pois influencia no desenvolvimento nas fases de crescimento e terminação, garantindo ao consumidor um produto final de qualidade. Sob orientação de profissionais especializados pude desenvolver meu senso crítico e observador o que se torna essencial na vida profissional.

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. Estrutura e apresentação de

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