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FORTISSIMO Nº O S Z Y PRESTO VELOCE 07/07 08/07 S K I B A H M S

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FORTISSIMO Nº 12 — 2016

S A N T O

R O

S Z Y

M A N O

W S K I

B

R A H M S

PRESTO VELOCE 07/07 08/07

(2)

Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú apresentam

PRESTO VELOCE 07/07

(3)

3 F O T O: EUGÊNIO S Á VIO

Mesmo alguém como eu, que vivo completamente imerso no mundo da música erudita, pode ser

positivamente surpreendido por algo jamais escutado e que, ao final de uma inesperada audição, pensa: “Como eu nunca tinha ouvido isso antes?”. Foi exatamente essa experiência que tive há alguns anos, ao escutar pela primeira vez, num voo internacional, a Sinfonia nº 4 do polonês Szymanowski. Foi uma feliz descoberta que ora faço chegar aos nossos ouvintes e à nossa Orquestra, enriquecida pela presença sempre genial do jovem pianista Conrad Tao, que volta a se apresentar conosco depois de várias bem-sucedidas

FABIO MECHETTI

Diretor Artístico e Regente Titular

visitas. A força e o virtuosismo demandados nessa brilhante peça certamente irão causar uma reação bastante positiva em todos vocês que nos presentearam com a suas presenças. A célebre Quarta Sinfonia de

Johannes Brahms também compõe esse variado programa, assim como uma das obras mais importantes do grande Claudio Santoro, peça que faz uma elegia ao amor e à paz. Tudo o que precisamos neste momento…

Caros amigos e amigas,

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5 4

FABIO MECHETTI

diretor artístico e regente titular

F O T O: R AF AEL MO TT A

D

esde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Com seu trabalho, Mechetti

posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo

Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos. Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi

também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a

Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais

de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Orquestra da Rádio e TV Espanhola em Madrid, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra

Sinfônica de Quebec, Canadá.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia, dirigindo a Filarmônica de Tampere, e na Itália, dirigindo a Orquestra Sinfônica de Roma. Em 2016 fará sua estreia com a Filarmônica de Odense, na Dinamarca.

No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se

produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello. Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.

(5)

7 6

Claudio SANTORO

Canto de Amor e Paz

Karol SZYMANOWSKI

Sinfonia nº 4 para piano e orquestra,

op. 60, “Concertante”

Moderato Andante molto sostenuto

Allegro non tropo

Johannes BRAHMS

Sinfonia nº 4 em mi menor, op. 98

Allegro non tropo Andante moderato

Allegro giocoso Allegro energico e passionato

FABIO MECHETTI, regente

CONRAD TAO, piano

PROGRAMA

INTERVALO

S

S

(6)

9 Conrad Tao já se apresentou pelo

mundo todo como pianista e compositor. O jornal The New York Times o

reconhece como um “compositor maduro e cheio de ideias”. Para a NPR, é um músico de “inteligência penetrante e visão aberta”. Segundo a TimeOut de Nova York, ele é “de um talento feroz”. Em 2011, Tao foi nomeado para o programa governamental U.S. Presidential Scholar in the Arts, recebeu medalha de ouro YoungArts de música, dada pela Fundação Nacional para o Avanço das Artes, e foi nomeado Gilmore Young Artist. No ano seguinte, recebeu a prestigiosa bolsa Avery Fisher Career Grant. Na atual temporada, Tao se apresenta com a Orquestra de Câmara da Filadélfia, sinfônicas de Pittsburgh, de Cincinnati, de Dallas, do Pacífico e Sinfônica Brasileira, filarmônicas de Buffalo e de Calgary, além de recitais na Europa e nos Estados Unidos. Com a Filarmônica de Minas Gerais, apresentou-se em 2012 e 2013. Em temporadas anteriores, esteve com as sinfônicas de São Francisco, de Baltimore, de Toronto, de St. Louis, de Detroit, de Indianápolis, de Nashville e Orquestra do Centro Nacional das Artes, além da Sun Valley Summer Symphony, Centro Musical de Brevard e festivais de Aspen, Ravinia e Mostly Mozart. Em 2013, Tao foi curador e produtor do elogiado Festival Unplay, que apresentou muitos novos trabalhos de autores e

estilos diversos, abordando a efemeridade da internet, as possibilidades de um cânone do século XXI e o papel da música na crítica e no ativismo social. No mesmo ano Tao lançou Voyages, seu primeiro álbum solo para o Warner Classics, aclamado como uma “estreia afiada” por Alex Ross, do New Yorker; para a NPR, “Tao provou ser um músico de recursos intelectuais e emocionais profundos”. Seu álbum seguinte, Pictures, com obras de David Lang, Toru Takemitsu, Elliott Carter, Mussorgsky e do próprio Tao, foi classificado por Anthony Tommasini, do The New York Times, como “fascinante, [de] um artista cuidadoso e intérprete dinâmico (...), feito com enorme imaginação, cor e controle”. Como compositor, Tao venceu oito vezes o prêmio Ascap Morton Gould e recebeu o prêmio Carlos Surinach da BMI. Artista residente na Sinfônica de Dallas, estreou The world is very different now com elogios do The New York Times. Em 2016, Tao encerra sua residência com um novo trabalho para a orquestra, Alice. Em 2015 ele estreou An Adjustment, para piano, orquestra e eletrônicos, comissionada pela Orquestra de Câmara da Filadélfia. Tao nasceu em Urbana, Illinois, em 1994. Estudou piano com Emilio del Rosario em Chicago e Yoheved Kaplinsky em Nova York, e composição com Christopher Theofanidis.

F O T O: BR ANTLEY GUTIERREZ

CONRAD

TAO

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10

S

INSTRUMENTAÇÃO

Cordas.

PARA  OUVIR CD Brasília ano 35 – Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro – Sérgio Kuhlmann, regente – Sony 107.515 – 1995

PARA  ASSISTIR Orquestra Sinfônica Nacional – Roberto Ricardo Duarte, regente Acesse: fil.mg/samorepaz

PARA  LER Elson Farias – Claudio Santoro: cantor do sol e da paz – Editora Valer – 2009 Manaus, Brasil, 1919 – Brasília, Brasil, 1989

Claudio Franco de Sá Santoro nasceu em Manaus a 23 de novembro de 1919. Aos treze anos, o Estado do Amazonas enviou-o ao

Rio de Janeiro para estudar violino. Terminou seu curso em 1937, aos dezoito, e passou a ensinar no Conservatório de Música do Distrito Federal (Rio de Janeiro), onde estudara. Decidiu-se pela composição aos dezenove. Sua Primeira Sinfonia, para duas orquestras de cordas, possui movimento de abertura, de 1939, livremente atonal, e segundo movimento, de 1940, em técnica dodecafônica, resultado de estudos iniciados naquele ano com Hans-Joachim Koellreutter. Em 27 de junho de 1946 recebe a notícia de que fora contemplado com bolsa da Fundação Guggenheim. Em 4 de setembro, escreve a Francisco Curt Lange: “Não posso seguir para os Estados Unidos porque o cônsul negou-me o visto no passaporte por ser eu membro do Partido Comunista”. Com recomendação de Charles Munch, obtém bolsa da Embaixada da França e parte para a Europa a bordo do Groix, o “navio mais lento do mundo”, em 23 de setembro de 1947. Vinte e quatro dias de travessia em terceira classe levam-no a Paris, onde passa a encontrar-se com Nadia Boulanger, que dele diz: “Já é um compositor, um artista, está apenas tendo umas discussões comigo”. Em março, júri composto por Igor Stravinsky, Serge Koussevitzky, Aaron Copland, Walter Piston e Nadia Boulanger atribui-lhe bolsa da Fundação Lili Boulanger. Santoro participa ativamente da vida musical europeia. Em maio apresenta comunicação em Praga durante o Segundo Congresso Internacional de Compositores e Críticos Musicais, cujo manifesto, redigido por Hans Eisler, é frequentemente

confundido com a Resolução de 10 de fevereiro de 1948 do Comitê Central do Partido Comunista Soviético – o Decreto de Zhdanov. A 14 de outubro embarca de volta para o Brasil.

Santoro, seu sucesso e sua ideologia encontram hostilidade no país. Em julho de 1950 passa a trabalhar como compositor na rádio Tupy. Escreve o Canto de Amor e Paz, para orquestra de cordas, que Eleazar de Carvalho estreia com a Orquestra Sinfônica Brasileira em 1951. Em Viena, o Conselho Mundial da Paz confere à partitura o Prêmio da Paz em 1952. Nesse ano, a obra é executada em Salzburgo e nos Festivais de Maio, em Praga. Em 1954 Santoro a rege no Brasil, para gravação em LP, cuja contracapa assim a descreve: Canto de Amor e Paz, pelas suas qualidades intrínsecas e repercussão, marcou a ruptura definitiva de Claudio Santoro com as teorias dodecafonistas e atonalistas. Inspirando-se em ideias generosas e humanas, o compositor procurou dar maior importância a uma linha melódica de conteúdo realista, inspirada nas características mais frisantes da música popular brasileira. Canto de Amor e Paz se constrói, através de uma admirável escritura, sobre um tema sereno, que se desenvolve em primeiro plano, sem que tal serenidade fuja, porém, aos contrastes dramáticos, próprios do amor. Sua música não é atonal, dodecafônica ou nacionalista, mas tudo isso, às vezes ao mesmo tempo; é dizer, subjetiva e experimental.

Claudio

SANTORO

11 CARLOS PALOMBINI Musicólogo,

professor da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais.

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12

S

INSTRUMENTAÇÃO

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, requinta, 2 clarinetes, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, cordas.

PARA  OUVIR CD Szymanowski – Symphony no. 2; Symphony no. 4; Concert Overture – BBC Symphony Orchestra – Edward Gardner, regente – Louis Lortie, piano – Chandos – 2013

PARA  ASSISTIR Orquestra Filarmônica Nacional Russa – Simon Gaudena, regente - Pavel Nersessian, piano | Acesse: fil.mg/sconcertante

PARA  LER David Ewen – The complete book of 20th Century Music – Prentice-Hall, Inc. – 1966 Diz-se maldosamente que Szymanowski foi o compositor polonês

mais importante desde Chopin. De fato, se se observarem as escolas nacionais que despontam no cenário ocidental desde a segunda metade do século XIX, algumas tiveram mais ascendência sobre os caminhos tomados pela expressão musical do que outras. No entanto, há que se fazer uma ponderação. Algumas escolas nacionais mantiveram-se continuamente fecundas: é o caso da escola tcheca ou da escola russa. Outras, porém, sofreram um eclipse até que o século XX promovesse a renovação e uma releitura dos estilos nacionais: é o caso, por exemplo, de Bartók na Hungria. É também o caso de Karol Szymanowski, esse polonês nascido na Ucrânia. Detentor de uma formação sólida, foi aluno de Gustav Neuhaus (pai de Heinrich Neuhaus, o importante pianista e pedagogo russo) e conviveu com artistas do quilate de Arthur Rubinstein (de quem era amigo próximo) e Ignacy Jan Paderewski (pianista antológico, que foi um dos divulgadores de sua música); acumulou cargos e prêmios importantes ao longo de sua vida (foi diretor do Conservatório de Varsóvia e recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Cracóvia). Sua saúde, porém, foi deteriorada pelo uso excessivo do álcool e do tabaco. Szymanowski morreu em Lausanne, na Suíça, consumido pela tuberculose.

Como compositor, sua linguagem vai se desenvolvendo lentamente. Começa sob os modelos de Chopin e Scriabin, depois toma interesse pelos universos de Wagner e Richard Strauss; mais tarde, o contato com as músicas de Debussy e Ravel o ajuda a libertar-se das correntes tradicionais e encontrar um caminho mais genuinamente pessoal de expressão, até que Stravinsky lhe abre os olhos para o folclore nacional. Sua técnica de composição, solidamente embasada na formação lapidar que teve, lhe permite usar das fontes folclóricas sem exotismos, realizando uma espécie de síntese entre a inventividade individual e elementos musicais folclóricos.

É do período final de sua vida a sua Sinfonia nº 4, também chamada Sinfonia Concertante. A ideia de se incluir o piano em gêneros sinfônicos diferentes do concerto não é de todo original: já Beethoven ensaiara isso em sua Fantasia Coral, op. 80. Em 1886, Camille Saint-Saëns atribui uma parte importante para piano naquela deliciosa suíte, plena de ironia, que é o Carnaval dos Animais... Porém, o fato de Szymanowski não atribuir à sua Sinfonia nº 4

o título de concerto revela a ênfase na igual importância tanto do solista quanto da orquestra na estruturação da obra. Estreada em 1933 (quatro anos antes da morte do compositor), em Varsóvia, pela Orquestra Filarmônica de Varsóvia, sob a regência de Gregor Fitelberg, tendo o compositor como solista, tornou-se uma das suas obras mais celebradas e executadas. Sua estrutura, em três movimentos, lembra claramente a do concerto. Sua linguagem, porém, indubitavelmente moderna, revela um compositor maduro, capaz de transmutar em expressão individual as suas fontes tanto folclóricas, quanto de grandes correntes musicais do século XX.

Karol

SZYMANOWSKI

13 MOACYR LATERZA FILHO Pianista e

cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa, professor da Universidade do Estado de Minas Gerais e da Fundação de Educação Artística.

SINFONIA Nº 4 PARA PIANO E ORQUESTRA, OP. 60,

“CONCERTANTE” (1932)

25 min

(9)

14

B

INSTRUMENTAÇÃO

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 2 trompetes, tímpanos, cordas.

PARA  OUVIR CD Brahms – The Symphonies – Chicago

Symphony Orchestra – Sir Georg Solti, regente – London/Decca – 1996

PARA  ASSISTIR Orquestra Estatal da Bavária –

Carlos Kleiber, regente Acesse: fil.mg/bsinf4 PARA  LER François-René Tranchefort – Guia da Música

Sinfônica – Editora Nova Fronteira – 1990 Alemanha, 1833 – 1897

Ao contrário de diversos autores, Schoenberg defendia a importância da contribuição de Brahms para a modernidade. Apesar da diferença de seus estilos, esses dois compositores foram fiéis à essência da música de câmara e a algumas de suas técnicas compositivas – como a variação contínua de motivos e a diversidade nos modos de repetição – que permitiam construir uma espécie de prosa musical livre dos procedimentos tradicionais da quadratura métrica.

A Sinfonia nº 4 representa o ápice da produção de Brahms no gênero. Nela destaca-se o Finale, em forma de Passacaglia – com um tema de oito compassos e trinta variações –, talvez sua tentativa mais completa de sintetizar práticas de composição antigas e modernas. O Allegro non troppo usa a forma sonata, porém com aglomerados temáticos ao invés de temas: cada um dos temas tem diversas partes com características contrastantes. Há também grande fluência temporal, com figuras melódicas que se sucedem de maneira rápida e contínua, mas o retorno estratégico de alguns elementos centrais permite que a memória organize o passar do tempo, criando um percurso balizado por referências. Por sua vez, a variação do material musical associa-se a uma carga dramática, como se a transformação não atuasse apenas sobre o som, mas também sobre o sujeito que escuta. O Andante moderato inicia-se com um tema de caráter antigo e cerimonial que se repete diversas vezes, com variações. Na última apresentação, a metamorfose é mais profunda no ritmo e na melodia, e a orquestração é ampla e suave. Na transição para o segundo tema, ouve-se o diálogo entre os naipes de sopros e cordas. O ouve-segundo tema é um exemplo de melodia acompanhada, onde as partes do acompanhamento se movem com grande independência melódica. A imaginação formal de Brahms utiliza, nesse tema, a mesma figura melódica da transição, aqui em ritmo muito mais lento, propondo, talvez, um reconhecimento não

inteiramente consciente por parte do ouvinte. Essa seção termina em grande transparência, com um motivo que se alterna entre violino, flauta e viola, sem acompanhamento; os dois temas se voltam com diversas transformações. O Allegro giocoso, de caráter festivo, incorpora contrafagote, flautim e triângulo à orquestra, expandindo a sonoridade. Os aglomerados temáticos são formados de elementos que se sucedem de modo imprevisto. No desenvolvimento, as figuras melódicas são transpostas em diversas tonalidades e submetidas a diálogos de grupos instrumentais. O movimento vertiginoso se apazigua na transição que precede a retomada do material inicial. O Allegro energico e passionato é uma elegia solene, em variações sobre um tema de Bach. Texturas polifônicas se transformam a cada bloco de oito compassos. O tema passa por instrumentos diferentes, sofre deslocamentos rítmicos e é submerso na textura devido à profusão das linhas melódicas. Para evitar a monotonia, o autor desloca a escuta para outros elementos da textura, construindo uma espécie de narrativa musical evolutiva, em contraposição ao retorno obstinado do mesmo tema. Na evolução do discurso musical, há momentos de grande delicadeza – quase como ilhas sonoras transparentes – que interrompem o crescendo dramático em direção ao final do movimento.

Johannes

BRAHMS

15 ROGÉRIO VASCONCELOS Compositor e professor da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais.

(10)

F O T O: ANDRÉ F O SS A TI

Nossa história

com a melhor

trilha sonora.

A CBMM é patrocinadora de importantes projetos educacionais da Orquestra Filarmônica.

Apoiar a cultura mineira ao som dessa orquestra é mais do que um orgulho. É inesquecível.

(11)

19

Conselho

Administrativo

PRESIDENTE EMÉRITO Jacques Schwartzman PRESIDENTE

Roberto Mário Soares

CONSELHEIROS Angela Gutierrez Berenice Menegale Bruno Volpini Celina Szrvinsk Fernando de Almeida Ítalo Gaetani Marco Antônio Pepino Mauricio Freire Mauro Borges Octávio Elísio Paulo Brant Sérgio Pena

Diretoria

Executiva

DIRETOR PRESIDENTE Diomar Silveira DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO Estêvão Fiuza DIRETORA DE COMUNICAÇÃO Jacqueline Guimarães Ferreira DIRETORA DE MARKETING E PROJETOS Zilka Caribé DIRETOR DE OPERAÇÕES Ivar Siewers DIRETOR DE PRODUÇÃO MUSICAL Kiko Ferreira

Equipe Técnica

GERENTE DE COMUNICAÇÃO

Merrina Godinho Delgado

GERENTE DE PRODUÇÃO MUSICAL Claudia da Silva Guimarães ASSESSORA DE PROGRAMAÇÃO MUSICAL Gabriela Souza PRODUTORES

Luis Otávio Rezende Narren Felipe ANALISTAS DE COMUNICAÇÃO Marciana Toledo (Publicidade) Mariana Garcia (Multimídia) Renata Gibson Renata Romeiro (Design gráfico) ANALISTA DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Mônica Moreira ANALISTAS DE MARKETING E PROJETOS Itamara Kelly Mariana Theodorica ASSISTENTE DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Eularino Pereira ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Rildo Lopez

Equipe

Administrativa

GERENTE ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA

Ana Lúcia Carvalho

GERENTE DE RECURSOS HUMANOS

Quézia Macedo Silva

ANALISTAS ADMINISTRATIVOS

João Paulo de Oliveira Paulo Baraldi ANALISTA CONTÁBIL Graziela Coelho SECRETÁRIA EXECUTIVA Flaviana Mendes ASSISTENTE ADMINISTRATIVA Cristiane Reis ASSISTENTE DE RECURSOS HUMANOS Vivian Figueiredo RECEPCIONISTA

Lizonete Prates Siqueira

AUXILIAR ADMINISTRATIVO Pedro Almeida AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS Ailda Conceição Márcia Barbosa MENSAGEIROS Bruno Rodrigues Douglas Conrado MENOR APRENDIZ Mirian Cibelle

Sala Minas

Gerais

GERENTE DE INFRAESTRUTURA Renato Bretas GERENTE DE OPERAÇÕES Jorge Correia TÉCNICO DE ÁUDIO E ILUMINAÇÃO Mauro Rodrigues TÉCNICO DE ILUMINAÇÃO E ÁUDIO Rafael Franca ASSISTENTE OPERACIONAL Rodrigo Brandão

* principal ** principal associado *** principal assistente Ilustrações: Mariana Simões

FORTISSIMO julho nº 12 / 2016 ISSN 2357-7258 EDITORA Merrina Godinho Delgado EDIÇÃO DE TEXTO Berenice Menegale

DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR

Fabio Mechetti

REGENTE ASSOCIADO Marcos Arakaki

Orquestra

Filarmônica de

Minas Gerais

PRIMEIROS VIOLINOS

Anthony Flint – Spalla Rommel Fernandes –

Spalla Associado

Ara Harutyunyan –

Spalla Assistente

Ana Paula Schmidt Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Dante Bertolino Hyu-Kyung Jung Joanna Bello Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo M. Braga Rodrigo de Oliveira SEGUNDOS VIOLINOS Frank Haemmer * Leonidas Cáceres *** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Matheus Braga Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch VIOLAS

João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Juan Díaz Katarzyna Druzd Luciano Gatelli Marcelo Nébias Nathan Medina VIOLONCELOS Philip Hansen * Felix Drake *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emilia Neves Lina Radovanovic Robson Fonseca William Neres CONTRABAIXOS Nilson Bellotto * Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Rossini Parucci Walace Mariano FLAUTAS Cássia Lima * Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova OBOÉS Alexandre Barros * Ravi Shankar *** Israel Muniz Moisés Pena CLARINETES

Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco Alexandre Silva FAGOTES Catherine Carignan * Victor Morais *** Andrew Huntriss Francisco Silva TROMPAS

Alma Maria Liebrecht * Evgueni Gerassimov *** Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata TROMPETES Marlon Humphreys * Érico Fonseca ** Daniel Leal *** Tássio Furtado   TROMBONES

Mark John Mulley * Diego Ribeiro ** Wagner Mayer *** Renato Lisboa TUBA Eleilton Cruz * TÍMPANOS Patricio Hernández Pradenas * PERCUSSÃO Rafael Alberto * Daniel Lemos *** Sérgio Aluotto Werner Silveira HARPA Giselle Boeters * TECLADOS Ayumi Shigeta * GERENTE Jussan Fernandes INSPETORA Karolina Lima ASSISTENTE ADMINISTRATIVA Débora Vieira ARQUIVISTA Ana Lúcia Kobayashi ASSISTENTES Claudio Starlino Jônatas Reis SUPERVISOR DE MONTAGEM Rodrigo Castro MONTADORES André Barbosa Hélio Sardinha Jeferson Silva Klênio Carvalho Risbleiz Aguiar

Instituto Cultural Filarmônica

GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Fernando Damata Pimentel

VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Antônio Andrade

(Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003)

SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS

Angelo Oswaldo de Araújo Santos

SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS

João Batista Miguel

SZYMANOWSKI

Editor: Edition Durand-Salabert-Eschig

Representante: Melos Ediciones Musicales S. A.

(12)

21

 PARA  APRECIAR  UM  CONCERTO 

CONCERTOS COMENTADOS

Agora você pode assistir a palestras sobre temas dos concertos das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce. Elas acontecem na Sala de Recepções, à esquerda do

foyer principal, das 19h30 às 20h, para

as primeiras 65 pessoas a chegar.

CUMPRIMENTOS

Após o concerto, caso queira

cumprimentar os músicos e convidados, dirija-se à Sala de Recepções.

ESTACIONAMENTO

Para seu conforto e segurança, a

Sala Minas Gerais possui estacionamento, e seu ingresso dá direito ao preço especial de R$ 15 para o período do concerto.

PONTUALIDADE

Uma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.

APARELHOS  CELULARES

Confira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro.

FOTOS  E  GRAVAÇÕES EM  ÁUDIO  E  VÍDEO

Não são permitidas durante os concertos.

APLAUSOS

Aplauda apenas no final das obras. Veja no programa o número de movimentos de cada uma e fique de olho na atitude e gestos do regente.

CONVERSA

A experiência do concerto inclui o encontro com outras pessoas. Aproveite essa troca antes da apresentação e no seu intervalo, mas nunca converse ou faça comentários durante a execução das obras. Lembre-se de que o silêncio é o espaço da música.

CRIANÇAS

Caso esteja acompanhado por criança, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.

COMIDAS  E  BEBIDAS

Seu consumo não é permitido no interior da sala de concertos.

TOSSE

Perturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha.

0 PROGRAMA DE CONCERTOS

O Fortissimo é uma publicação indexada aos sistemas nacionais e internacionais de catalogação. Elaborado com a participação de especialistas, ele oferece uma

oportunidade a mais para se conhecer música. Desfrute da leitura e estudo. Mas, caso não precise dele após o concerto, por favor, devolva-o nas caixas receptoras para que possamos reaproveitá-lo. O Fortissimo também está disponível no formato digital em nosso site

www.filarmonica.art.br.

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FILARMÔNICA ONLINE

FORA DE SÉRIE ALLEGRO VIVACE

CONCERTOS

jul

Veja detalhes em filarmonica.art.br/ concertos/agenda-de-concertos.

3 / jul, 11h

Forma Sonata

7 e 8 / jul, 20h30

Santoro, Szymanowski, Brahms

14 e 15 / jul, 20h30 Liszt, Bruckner 16 / jul, 20h Sabará 23 / jul, 18h Mozart — Rivais e contemporâneos 28 e 29 / jul, 20h30 Guarnieri, Nobre JUVENTUDE

Para que sua noite seja ainda mais especial, nos dias de concerto, apresente seu ingresso no restaurante Haus München e, na compra de um prato principal, ganhe outro de igual ou menor valor. Rua Juiz de Fora, 1.257, pertinho da Sala Minas Gerais.

PRESTO VELOCE

PRESTO VELOCE

• Séries de assinatura: Allegro, Vivace, Presto, Veloce, Fora de Série

• Concertos para a Juventude • Clássicos na Praça

• Concertos Didáticos • Festival Tinta Fresca • Laboratório de Regência • Turnês estaduais

• Turnês nacionais e internacionais • Concertos de Câmara

Visite filarmonica.art.br/ filarmonica/sobre-a-filarmonica e conheça cada uma delas.

CONHEÇA  AS  APRESENTAÇÕES  DA  FILARMÔNICA

Ópera

Último capítulo

FORA DE SÉRIE

MOZART EM DOSE DUPLA

Uma boa notícia para os amantes de Mozart. Dois concertos da série Fora de Série serão repetidos. Em agosto, a ópera semiencenada Così fan tutte acontecerá nos dias 20 e 21. E em dezembro, o último concerto da série, com grandes obras, entre elas o Requiem, acontecerá nos dias 9 e 10. Como em todas as apresentações da série, os ingressos começarão a ser vendidos um mês antes da data do concerto.

sábado, 18h domingo, 18h sexta, 20h30 sábado, 18h 20 AGO 21 AGO 09 DEZ 10 DEZ Fique de olho em filarmonica.art.br/ingressos. TURNÊ ESTADUAL apresentaçãoextra apresentaçãoextra

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SALA MINAS GERAIS

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Referências

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