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Gestão integrada da doença renal crónica : análise de uma política inovadora em Portugal

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w w w . e l s e v i e r . p t / r p s p

Artigo

original

Gestão

integrada

da

doenc¸a

renal

crónica:

análise

de

uma

política

inovadora

em

Portugal

Anabela

Coelho

a,∗

,

Alexandre

Diniz

b

,

Zulmira

Hartz

c

e

Gilles

Dussault

d

aDivisãodeGestãodaQualidade,DepartamentodaQualidadenaSaúde,Direc¸ão-GeraldaSaúde,MinistériodaSaúdedePortugal, Lisboa,Portugal

bDepartamentodaQualidadenaSaúde,Direc¸ão-GeraldaSaúde,MinistériodaSaúdedePortugal,Lisboa,Portugal cInstitutodeHigieneeMedicinaTropical,UniversidadeNovadeLisboa,Lisboa,Portugal

dUnidadedeSistemasdeSaúde,InstitutodeHigieneeMedicinaTropical,UniversidadeNovadeLisboa,Lisboa,Portugal

informação

sobre

o

artigo

Historialdoartigo: Recebidoa6desetembrode2013 Aceitea5demarçode2014 On-linea22deabrilde2014 Palavras-chave: Políticadesaúde Gestãodadoenc¸a

Doenc¸arenalcrónicasevera Hemodiálise

r

e

s

u

m

o

Aimplementac¸ãoemPortugaldeummodelodegestãointegradadadoenc¸aaplicadoà doenc¸arenalcrónicasevera,desde2008,reestruturouomododeprestac¸ãodecuidados, pagamento eacompanhamentodos doentesemdiálise.Esteartigodescreveos passos desenvolvidospeloMinistériodaSaúdenoplaneamento,implementac¸ãoe acompanha-mento dareferida política,realc¸ando-seaimportância doenvolvimentodosdiferentes gruposdeinteresse,alideranc¸aeacapacidadedenegociac¸ãoeinfluênciadoEstadoneste processo.

©2013EscolaNacionaldeSaúdePública.PublicadoporElsevierEspaña,S.L.Todosos direitosreservados.

Integrated

management

of

chronic

kidney

disease:

Analysis

of

an

innovative

policy

in

Portugal

Keywords:

Publicpolicy Healthpolicy Diseasemanagement Endstagerenaldisease

a

b

s

t

r

a

c

t

TheimplementationinPortugalofamodelforintegratedmanagementofdiseaseapplied totheend-stagerenaldisease,from2008onwards,hascompletelyrestructuredthewayof providingcare,aswellasthepaymentandfollow-upofpatientsunderdialysis.Thisarticle describesthestepstakenbytheMinistryofHealth,intermsoftheplanning,implementation andfollow-upofthepolicy,withaparticularfocusontheimportanceofinvolvingthevarious groupsofinterest,theleadership,aswellasthecapacityofnegotiationandinfluenceofthe Government.

©2013EscolaNacionaldeSaúdePública.PublishedbyElsevierEspaña,S.L.Allrights reserved.

Autorparacorrespondência.

Correioeletrónico:anabelacoelho@dgs.pt(A.Coelho). http://dx.doi.org/10.1016/j.rpsp.2014.03.001

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Comentário

Portugalfoi oprimeiropaísdomundoaconcebere imple-mentarumprogramadegestãodedoenc¸arenalcrónicaem todooterritórionacional,assim,importafazeraanálisedesta medidapolítica,cujomodelodecoordenac¸ãoeintegrac¸ãode cuidadostentaresponderaosdesafiosdamedicinabaseada naevidência,daeficiênciatécnicaeeconómica,damelhoria contínuadaqualidadedoscuidadosdesaúdeedasatisfac¸ão dosdoentes.

Apolíticadesaúdedegestãointegradadadoenc¸a, apli-cadaàdoenc¸arenalcrónica(DRC)deestádio5,demonstrou sercapazdeincrementaraqualidadedoscuidados,melhorar apartilhaderisco entreosdoentes,osprestadoresde cui-dadoseoEstado,assimcomogarantirasustentabilidadedo sistemadesaúde.

Introduc¸ão

Naúltimadécadatêm-sedesenhadoprogramasdegestãoda doenc¸acrónicaparamelhoraraacessibilidade,eficiênciaea qualidadedoscuidados1.Agestãodadoenc¸acrónicaéuma

políticademelhoriadaprestac¸ãodecuidadosdesaúdeaos doentescrónicos2quedesenvolveiniciativas

multidisciplina-resde coordenac¸ão de cuidados,cooperac¸ão entresetores, estratificac¸ão do risco da populac¸ão, melhoria dos proces-sosdeinterac¸ãoecomunicac¸ãoentredoenteseprestadores3

garantindo-se,assim,queaosgrupos-alvoseoferec¸am cuida-doscusto-eficientesedeelevadaqualidade1,3,4.

O modelo de gestão integrada da doenc¸a renal crónica (GIDRC)implementadoemPortugalcontinental,desde20085,

assentanos princípiosbasilares dosmodelos degestão da doenc¸acrónica,incorporando:maiorrigornagestãoclínica, atravésdenormasdeatuac¸ãoclínicaedefinic¸ãodeperfisde cuidados;reorganizac¸ãodomodelodeprestac¸ãodecuidados; financiamentoespecífico;sistemadeinformac¸ãopartilhado paramonitorizac¸ão eavaliac¸ãodosresultados eo envolvi-mentoativodosprestadoresedasassociac¸õesdedoentes6.

Estemodelo,dirigidoinicialmenteàDRC,veioreestruturar porcompletoarelac¸ãocontratualdoEstadocomos prestado-res,oacompanhamentodosdoenteseaprestac¸ãodecuidados naáreadadiáliseemPortugal7,tendoestamedidasido

des-critacomoumexemploaseguirporoutrospaíses8.Oobjetivo

desteartigoé(i)descrevereanalisarosprocessosde planea-mento,negociac¸ão,implementac¸ãoeavaliac¸ãodapolíticade GIDRC,desdeomomentodasuaconcec¸ãoatéaopresente,e (ii)identificardeformacríticaasáreasdedecisãopolíticaque podemseralvodereformulac¸ãoemelhoria.

Metodologia

Paraaconcretizac¸ãodosobjetivospropostosdecidimosoptar pelainvestigac¸ãofundamentalcom umdesenhode estudo epidemiológicoobservacionaldescritivoquenospermita nar-raraintervenc¸ãodeformadetalhadarespeitandoasvariáveis «pessoa»,«tempo»e«espac¸o»,compreenderofenómenoem causa,bemcomoevidenciaracomplexidadedasinterac¸ões

sociais, económicasepolíticasde forma dinâmicaeassim produzirinformac¸ãoútilaodecisorpolítico9,10.

Assim sendo, através do modelo de Walt e Gilson

(1994) procura-se analisar a política de forma detalhada caracterizando9:

– «contexto»,deacordocomfatoressistémicosquepodem ter influenciadoadecisãopolítica,asaber:fatores estru-turais nacionais e internacionais, normalmente estáveis numasociedadenocurtoprazo(comosejamademografia, otipodesistemadesaúdeouasdiretivasdaUnião Euro-peia),fatoresculturaisesociais(comosejamareligiosidade ouaformacomoasociedadeseorganiza),fatores situacio-naisetransitórios(porexemplo,umacatástrofenaturalou umacrisegovernamental)9,11;

– os «atores», que podem ser indivíduos ou grupos reco-nhecidoscomogovernamentais(porexemplo,organismos dogovernocentral,regionaloulocal),não-governamentais (porexemplo,ordensprofissionaisouassociac¸ãode doen-tes),gruposdeinteresseepressão(porexemplo,aindústria farmacêuticaouosprestadoresprivadosdecuidados)e opi-nionmakers(comsejamosmediaeauniversidade)11;

– eoprocesso»,cujoconceitoenquadraaformacomoa polí-ticafoidesenhada,negociada,implementada,disseminada eavaliada,pressupondo:aidentificac¸ãodoproblemaeda formacomofoiincorporadonaagendapolítica;aanálise das partes envolvidas no desenhoda políticae a forma comofoicomunicadaaosinteressados;aanálisede«como» e«comquerecursos»apolíticaforaimplementada (incen-tivos, sanc¸ões);e, finalmente,a avaliac¸ãoda políticaeo acompanhamentodassuasconsequências10.

Todaainformac¸ãoaquireconstituídafoirecolhidaatravés de estudode caso,painelde peritos,inquéritospor questi-onário,revisãodeliteratura,análisededocumentostécnicos, governamentaiselegislac¸ãoassimcomoporanálisedeartigos deimprensaeconsultadepáginaswebinstitucionais.

Oestudodecasorealizadoem5hospitais,duranteoano de 2007, permitiu conhecer a produc¸ão e a atividade clí-nicadasseguintestipologiasdeunidadedediálise:hospitais comdiáliseambulatória,hospitaisuniversitárioscomdiálise dedoentesrenaiscrónicoscomcomplicac¸õesedehospitais comdiáliseconcessionadaaentidadeprivada.Arecolhade informac¸ãoincidiusobreoscustos,atosclínicoseconsumo demedicamentos.

O inquérito, por questionário, realizado às 5

Administrac¸ões Regionais de Saúde (ARS) em 2007 per-mitiuaferiroscustosglobaishavidoscomotratamentodos doentes em hemodiálise eidentificar a prática clínica das unidadesprivadasdediálise,naquiloqueeraaprescric¸ãode meioscomplementaresdediagnósticoemedicamentos.

Oinquéritodeavaliac¸ãodoníveldesatisfac¸ãododoente emhemodiálise,realizadoem2009,foidistribuídoaos doen-tes diretamentepelasunidades dehemodiálise.Aresposta aoquestionárioeraanónimaevoluntáriasendoadevoluc¸ão domesmoasseguradapeloprópriodoenteatravésde enve-lopederespostasemfranquia.Oinquéritoobteveumataxa derespostade30%(2.720respostas).

Opaineldeperitosconsultado,em2009,paraapreciac¸ão do modelo GID envolveu representantes das seguintes

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entidades:Direc¸ão-GeraldaSaúde(DGS),Administrac¸ão Cen-traldoSistemadeSaúde(ACSS),ARS,programasnacionaisde saúde,bemcomorepresentantesdassociedadescientíficas, ordenseassociac¸õesprofissionais.

Resultados

Contexto

AConstituic¸ãoPortuguesaconsagra que«todos têmdireito àprotec¸ãodasaúdeeodeverdeadefenderepromover»e queesse«direitoàprotec¸ãodasaúdeérealizadoatravésdo Servic¸oNacionaldeSaúde»(abreviadamente,SNS)12.OSNS,

criadoem1979,«universal,geraletendencialmentegratuito», possibilitouoacessouniversalaoscuidadosdesaúde,através deumfinanciamentodosistemaassente,essencialmente,na coletadeimpostos13.

Acriac¸ãodoSNSfezpartedoprocessodedemocratizac¸ão políticaesocialdopaís, permitindoumanotávelcobertura dapopulac¸ãoportuguesa.Essaexpansãodeu-seemcontexto degrandefragilidadefinanceiraedeinovac¸ãodemodelosde gestão14. Assim,aincapacidadedeprestar

«todosos cuida-dos”a«todos»resolveu-seatravésdaaquisic¸ãodeservic¸osao setorprivado,representando,atualmente,essesetor (conven-cionado)cercade10%dototaldoscustosdoSNS13.

O SNS é um importante «segurador público de saúde», contando com cerca de 10 milhões de «segurados» e uma ofertadeservic¸osde218unidadeshospitalares(116públicas), 388 unidades de cuidados de saúde primários15 e 5.948

camas em unidades de cuidados continuados16. O SNS

empregava,em2012,128.526trabalhadores,dosquais,26.136 médicose40.283enfermeiros17.

Apesardadificuldadededocumentararealidadedo plu-riemprego, sabe-se que a prática simultânea da mesma atividadenosetorpúblicoeprivadoseverifica,especialmente, entre os médicos hospitalares, dos quais apenas 50% têm dedicac¸ãoexclusivaàinstituic¸ãopública18.

Doenc¸acrónica

Os progressos da economia e medicina, que aumentaram a esperanc¸a média de vida das populac¸ões, foram acom-panhados também de novos fatores de risco, incluindo novos estilos de vida, menos saudáveis e promotores do desenvolvimentodedoenc¸ascrónicas4,19.

Em 2010, um terc¸o da populac¸ão europeia tinha, pelo menos, umadoenc¸a crónica20. A este cenárioassociam-se

inevitáveisimplicac¸õeseconómicasgraves,relacionadascom a limitac¸ão da capacidade de trabalho e produtividade, a reformaouaposentac¸ãoprecoce,oelevadonúmerodebaixas oufaltasaotrabalho,assimcomoobaixorendimento esco-lardestesdoentescrónicos1.Paraalémdopesodacargada

doenc¸a,noconsumodasfamíliasenoprodutointernobruto, estima-sequeasdespesascomoscuidadosdesaúde, dirigi-dosàsdoenc¸ascrónicas,ocupemproporc¸õescadavezmaiores nosorc¸amentospúblicoseprivados21,22.

EmPortugal,ofenómenodocrescimentodadoenc¸acrónica veiosalientaranaturezafragmentáriadosetordeprestac¸ão decuidadosdesaúdeereforc¸aropotencialpapeldagestãoda

doenc¸a6,enquantoinstrumentodecoordenac¸ãodecuidados,

comimpactesignificativonadurac¸ãoequalidadedevidados doentes21.

Os decisores, para enfrentaremas crescentes restric¸ões orc¸amentais, procuram novas metodologias de utilizac¸ão dos recursos em saúde mais custo-efetivas, verificando--se, nos últimos anos, em vários países da Organizac¸ão para a Cooperac¸ão e Desenvolvimento Económico (OCDE), a implementac¸ão de políticas e programas de abordagem da doenc¸a crónica, centrados na eficiência, qualidade e coordenac¸ãoefetivadoscuidados23.

Essas iniciativas têm-se materializado, em Portugal, na reformadoscuidadosdesaúdeprimáriosenareorganizac¸ão da redehospitalar,«atravésde umavisãointegradaemais racional dosistemade prestac¸ão,quepermita maior equi-dadeterritorialeumagestãomaiseficientedosrecursos»24.

Destaca-se,dentrodasprincipaismedidaspolíticas recente-menteadotadas,odesenvolvimentodomodelodeGIDque, numcontexto degrandecontenc¸ãoeconómica, écapazde atingirobjetivosdeeficiênciaequalidade,centradosna medi-cinabaseadanaevidência,eser,igualmente,uminstrumento decoordenac¸ãodecuidados,socialmenteaceitável6,8,25,26.

Doenc¸arenalcrónicasevera

A DRC é caracterizada pela perda gradual e inexorável da func¸ãorenal.Onívelmaisavanc¸adodaDRC,também desig-nadode«severa»ou«estádio5»,exigequeasubstituic¸ãoda func¸ãorenalsejaasseguraporhemodiálise,diáliseperitoneal outransplanterenal27.

Portugalapresenta, faceàmaioriadospaísesda Europa, umadasmaiorestaxasdeincidência(226,5novoscasospor milhão dehabitantes [pmh])ede prevalência(1661,9 casos pmh) de DRCestádio5, sobtratamento de substituic¸ãoda func¸ãorenal1,28.

A distribuic¸ão destes doentes DRC em estádio 5 por modalidadedetratamento,emPortugal,caracteriza-sepelo predomíniodahemodiálisefaceàdiáliseperitoneal(94versus

6%)29,oqueacompanhaatendênciadamaiorpartedospaíses

europeus30.

Contudo,Portugal,com54,5transplantespmh,ocupao pri-meirolugarnorankingdospaísesdaOCDEcomumaelevada prevalênciadedoentesvivoscomenxertorenalfuncionante1.

A prestac¸ão de cuidadosde hemodiálise é, atualmente, assegurada,nasuaquasetotalidade(cercade90%dos doen-tes)porprestadoresprivadosdesaúde.Noterritórionacional 71,3%dasunidadesdediálisesãoprivadas,25%sãopúblicas e3,7%sãounidadesdoshospitaispúblicosconcessionadasa entidadesprivadas31.Cercade2,5%dadespesapúblicaglobal

emsaúdeécomopagamentodahemodiálise,percentagem similaràdeoutrospaísesdaEuropa7.

Apolíticadegestãointegradadadoenc¸a

Aalternativaquesevislumbraàprestac¸ãodecuidados tra-dicional é o desenho de novas formas de coordenac¸ão de cuidados32eaimplementac¸ãodemodelosinovadoresde

ges-tãodoenc¸a33 cujasdiferenc¸as secaracterizam emdiversos

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Tabela1–Abordagemdaprestac¸ãodecuidadosdesaúdeem2paradigmasdeatuac¸ão

Domínios Prestac¸ãodecuidadostradicional Prestac¸ãodecuidadosbaseada nagestãointegradadadoenc¸a Focodeatenc¸ão Indivíduo

Crise/agudizac¸ão Queixas/sintomas Tratamento Indivíduo/populac¸ão Continumdadoenc¸a Comorbilidadesecomplicac¸ões Tratamentoeprevenc¸ão Tipodecuidados Reativo

Fragmentado

Gestãodecasosdeelevadorisco

Proativo

Organizadoeplaneado Gestãodetodososdoentes Equidadenoacesso Nemsempregarantida Garantidaemtodososníveis

decuidados Circulac¸ãoeparticipac¸ãododoente

nosistema

Circula,livremente,sozinhono sistema,semparticipac¸ãoativano processodegestãodasuadoenc¸a

Circulac¸ãoprevistae acompanhadadodoente, sendoredirecionadono Sistemaquandonecessário. Máximaparticipac¸ãonagestão dasuadoenc¸a

Práticadoprestador Descontextualizada Independente Individual Variac¸õesdaprática Integrada Baseadanaevidência Multidisciplinar Uniformizac¸ãodaprática Satisfac¸ãodosdoentes Nãoémonitorizada Écomponentedeavaliac¸ão

domodelo Responsabilidadedoprestador

paracomosresultados

Inexistente/mínima Máxima

Sistemadeinformac¸ão Inexistente Atualizadoeintegrado Objetivos Curtoprazoedeeficácia Curto,médioelongoprazo,

deeficácia,eficiênciae custo-efetividade Fonte:Busseetal.21eEscovaletal.6.

A GID, como veículo importante e permanente de

informac¸ãodeapoioàdecisãopolíticaeàmelhoriadasaúde dosportugueses, foiadotada, em2008,como uma estraté-giacentraleumaferramentademelhoriadaqualidadeeda eficiênciadoscuidadosprestados5.

ApolíticadeGID,cujomodeloconceptualseapresentana figura1,prevê:

– umaadequadagestãoclínica,atravésdaproduc¸ãode nor-mas,daestratificac¸ãodosdoentesporníveisderiscoeda criac¸ãodeperfisdecuidadosporpatologia;

– umnovomodeloorganizativodaprestac¸ãodecuidados,no qualosdoentessãoorientadosnosistemaparaquesejam tratadosno níveldecuidadosadequadodeforma custo--efetiva;

– ummodelodefinanciamentoadaptado,queincluao acom-panhamentoemonitorizac¸ãodosresultadosobtidospelas unidadesprestadorasdecuidados;

– a partilha de um sistema de informac¸ão modular, inte-grador de vários sistemas já existentes, que apoiam a decisãoclínica(comalertas,guidelines,resultadosclínicos, etc.),adecisãopolítica(cominformac¸ãodetalhadasobrea evoluc¸ãoepidemiológicadadoenc¸aeseuscustos)ea deci-sãodoprópriodoenteefamília(informac¸ãosobreadoenc¸a, prestadoresdecuidados,etc.).

Atores

Oanexo1sistematizaasentidadesquemaisativamente esti-veramenvolvidasnaconcec¸ãoeimplementac¸ãodamedida

políticadeGIDRC;assuaspretensõeseoníveldeparticipac¸ão einfluência.

Processo

O processo de implementac¸ão da política GIDRC incluiu: identificac¸ão do problema, definic¸ão, implementac¸ão e avaliac¸ãodapolíticaaadotar.

Identificac¸ãodoproblema

Relativamenteaosistemadeinformac¸ão,até2007nãoexistia,a níveldosservic¸oscentraisdoMinistériodaSaúde,qualquer registosobreosdoentesemdiálise34.

Quanto aofinanciamento,o queexistia,até2007,naárea dadiálise,eraode«pagamentoporato»,ouseja,as unida-desdediálisefaturavamaquiloqueelasprópriasprescreviam eofereciamcomoservic¸o,asaber:sessõesdediálise, medi-camentos, exames complementares de diagnóstico, entre outros.

Paraaaferic¸ãodoscustosglobaiscomotratamentodos doentesemdiáliseforaminquiridasasARS,asquais demons-traram, em2006,terumadespesade200milhõesdeeuros paraoscercade7.700doentes(2.164/doente/mês),erealizado estudo decaso em várias unidadespúblicas eprivadas de diálise, atravésdoqualseverificougrandedisparidadenos custos,comumavariac¸ãode2.000-20.000D/doente/ano34.

Noquerespeitaàgestãoclínica,verificou-se,duranteoestudo decaso,queasunidadesdediáliseapresentavamdiferenc¸as

(5)

Domínios de intervenção Gestão clínica Organização dos cuidados Participação do doente Financiamento Sistemade informação Problema Politica de GID Objetivos Variações significativas ao nível da atuação profissional

Estratificação dos doentes por níveis de risco Conceptualização do perfil de cuidados considerado mais adequado para a abordagem e tratamento da patologia Normas de orientação clínica Definição de centros de elevada diferenciação e de tratamento Definição da circulação dos doentes nos vários níveis do sistema de saúde

Disponibilização de informação sobre a IRC dirigida aos doentes no site da DGSc e

plataforma da GID

Uniformizar a prática clínica em função das

melhores práticas

Garantir que os cuidados são prestados no nível

mais adequado

Potenciar a participação do doente na gestão da sua

doença

Financiar de acordo com o cumprimento de parâmetros de segurança e qualidade Monitorizar e avaliar o processo de GID; disponibilizar informação em tempo útil Pagamento por preço compreensivo, que

inclui o conjunto de componentes da prestação de cuidados

Utilização do financiamento enquanto modelador da atividade

Desenvolvimento de uma Plataforma da GID Integração da Plataforma com os sistemas de informação existentes

Três níveis de cuidados, utilizados de forma desintegrada e, por vezes, desadequada

Baixa literacia de saúde com pouco envolvimento do doente nas decisões clínicas

Financiamento realizado ao ato ou por episódio

Dispersão de dados por várias entidades, e registados com diferentes critérios (a maioria não usa suporte electrónico)

Figura1–ModeloconceptualGID.

significativasnatipologiaeperiodicidadedosseusprotocolos terapêuticosedeexamescomplementaresdediagnóstico,que faturavamintegralmenteaoEstado.

Paraalémdestaassimetriadeprescric¸ão,paraumamesma tipologia de doentes,verificou-se, ainda, arepetic¸ão indis-criminadade exames complementares de diagnóstico sem qualquerobjetividadeclínica.

Quantoàorganizac¸ãodecuidados,constatou-sequeodoente emdiálise,porsedeslocarváriasvezesporsemanaàunidade dehemodiálise,encontrava,nesseespac¸o,umaoportunidade paraasseguraravigilânciadoseuestadodesaúdeglobal.De acordocomumestudorealizadoem2009,46%dosdoentes hemodialisadosrecorriam,paracuidadosgeraisdesaúde,ao nefrologistadaunidadedediáliseequesomente7%dos doen-testinharecorrido,nosúltimos6meses,aocentrodesaúde35.

Estadiscriminac¸ãoinvoluntáriadosdoentesfaziacomqueos mesmosficassemprivadosdeintegrarosprogramasnacionais deprevenc¸ãoecontrolodedoenc¸as,poistodaaatividadede medicinapreventivaeraasseguradapelonefrologistana uni-dadedediálise,semqualquerarticulac¸ãocomomédicode famíliaecentrodesaúde.

Definic¸ãoeimplementac¸ãodapolítica

Odesenho damencionada medidapolíticafoi despoletado a 9 de janeiro de 2007, quando é anunciado, através da

comunicac¸ãosocial,pelaAssociac¸ãodePrestadoresdeDiálise (ANADIAL),queassuasunidadesdehemodiáliseassociadas nãoreceberiamnenhumnovodoenteatéserrevistooprec¸o porsessãodediálise,acordadocomoMinistériodaSaúdeem 200636,37.Acrise,queseperspetivava,entreoEstado

portu-guêseosprestadoresdecuidadosdediáliseprivados,foia «janeladeoportunidade»paraaimplementac¸ãodoprimeiro projetodeGID.

A DGS ficou responsável por coordenar e orientar a implementac¸ãodomodeloconceptualdaGIDRCeenvolver todososatoresmencionadosnatabela25.

Ao longodo processo de desenhodo modelode GIDRC várias foram as reuniões de trabalho entre o Ministé-rio da Saúde (DGS e ACSS) e os diferentes stakeholders,

em sede de governo ou em fóruns científicos alargados, procurandoauscultarosprincipaisintervenientesneste pro-cesso.

EstaabordagemintegradaeglobaldaDRCfoiobjetodeuma intervenc¸ãomultidisciplinareintersetorial5(tabela2).

Para garantiada qualidade e seguranc¸adosdoentes foi acordado, entre os interessados, um conjunto mínimo de metaseobjetivosqueosprestadoresdecuidadosteriamque cumprir paraefeitosde pagamento,numalógica dePayfor Performanc8,25,26,38eque,centralmente,eramonitorizadopela

ComissãoNacionaldeAcompanhamentodaDiálise(CNAD), constituída em2008,através deumsistemade informac¸ão

(6)

Tabela2–Fasesdeimplementac¸ãodapolítica

–Reconhecimentodequeaprestac¸ãodecuidadosdeveter especiaispreocupac¸õesdeeficiênciatécnica

–Envolvimentopró-ativodosdoentesereconhecimentodoseu papelnagestãodadoenc¸a

–Criac¸ãodaComissãoNacionaldeAcompanhamentodaDiálise –Definic¸ãodeumperfildecuidadosmínimosparaosdoentes

comDRCestádio5

–Definic¸ãodeparâmetrosderesultado,dequalidadeclínica edeseguranc¸adodoente

–Estabelecimentodemecanismosdeauditoria,deinformac¸ão, demonitorizac¸ão,deacompanhamentoedeavaliac¸ão –Criac¸ãodeumsistemadeinformac¸ãodegestãodaDRCassente

numaplataformainformáticadaDGSquepermiteacompanhar resultadosemonitorizaraqualidadeeseguranc¸adoscuidados prestados

–Definic¸ãodeumprec¸oglobal/doente/semana(prec¸o compreensivo)aserpagopeloEstadoaosprestadoresde cuidadosnoqualseincorporamascomponentesdecusto relacionadocomassessõesdediálise,medicamentos,meios complementaresdediagnóstico

–Estabelecimentodeumarelac¸ãodiretaentrepagamentoe cumprimentodosresultadoseparâmetrosdequalidade eseguranc¸a

–Incorporac¸ãonoprec¸ocompreensivodascomponentesda construc¸ão,manutenc¸ãoegestãodosacessosvasculares etransfusões

–Determinac¸ãodapossibilidadedosdoentespoderemfazer hemodiálisenaclínicadediáliseounodomicílio

Fonte:Portugal(2008a,2008b,2011);Direc¸ão-GeraldaSaúde(2008a) eAdministrac¸ãoCentraldoSistemadeSaúde(2009).

desenhadoparaoefeito,designadodePlataformadeGestão IntegradadaDoenc¸a39.

O acordo entre a ANADIAL e o Ministério da Saúde celebrou-sea18 dejaneirode 2008efoirenovadoa 31de janeiro de 2011,com ainclusão nopagamento por «prec¸o compreensivo» da componentedosacessos vasculares,até entãosuportadaexclusivamentepeloSNS.

Em 2011, este pagamento por «prec¸o compreensivo» consubstanciava-senumvalormédiopordoente/semanade 547,94D40,paraoqualseconsideravaumconjuntodeatos

clí-nicos,medicamentos,meioscomplementaresdediagnóstico eamanutenc¸ãodosacessosvasculares.

Neste projeto da GIDRC, o financiamento da prestac¸ão por«prec¸ocompreensivo»funcionoucomouminstrumento modeladorda gestãodos cuidadosde saúde,pois ao con-trário do anterior, este passou a estar associado a uma

carteiradeservic¸oseaumconjuntoderesultadosdesaúde, ultrapassando-se,assim,algunsdosconstrangimentos relaci-onadoscomodeficientecontrolodoscustosequalidadeda atividade35.

Avaliac¸ãodapolítica

Apesardocrescimentomédioanualdonúmerodedoentes em diálise de cerca de 3%41, verifica-se que, ao longodos

anos de implementac¸ão da medida política, o controlo de custosfoiprogressivamentealcanc¸ado,semqueaqualidade da prestac¸ão decuidados easeguranc¸a dodoentefossem ameac¸adas40.

As metaseos objetivosnegociadosentre oEstado eos prestadoresdecuidadosdediálise,paraacompanhamentoda qualidade da prestac¸ãodecuidados,monitorizados semes-tralmente pela CNAD, apresentam, de 2009 a 2011, uma evoluc¸ãofrancamentepositiva.Ataxademortalidade(fig.2) eataxadeinternamentohospitalar(comvaloresde4,9%em 2009e4,4%em2011)dosdoentesemhemodiálisetêmvindo, progressivamente,adiminuir.

Os parâmetrosde controloda qualidade dotratamento, tais como,osvaloresdehemoglobina,dofósforosérico,do eKt/V(parâmetroqueavaliaaadequabilidadedotratamento dialítico),encontram-sedentrodosvaloresestabelecidospela DGS (fig. 3) e de acordo com as melhores recomendac¸ões internacionais38.

Aindanoâmbitodaqualidadeda prestac¸ãodecuidados econsiderandooúltimoinquérito,dirigidoaosdoentesem hemodiálise,realizadoem2009,realc¸a-seaelevadasatisfac¸ão dosdoentesparacomosprofissionaisdesaúdeecondic¸õesda própriaunidadedediálise(75%dasclassificac¸õesem«Bom»e «MuitoBom»),oelevadoreconhecimentodospróprios,noque dizrespeitoa:(i)garantiadeacessoaoutroscuidados especia-lizados(84%nãotiveramproblemasdeacessoaoutromédico especialista);(ii)transportepararealizarassessõesdediálise (90%temotransporteasseguradopeloSNS);(iii) medicamen-toseexamescomplementaresdediagnóstico(100%suportado pelo SNS)35.Verifica-se, também, quemaisde2terc¸osdos

doentes(68%)sente-sedevidamenteesclarecidoeenvolvido na tomada de decisão sobre a escolha de modalidade de diálise35.

OmodelodeGIDeaexperiênciadaGIDRCtêmsido apre-sentadosemváriosforacientíficosnacionaiseinternacionais eemreuniõescientíficasepolíticasdaComissãoEuropeia, tendoa11deoutubrode2008merecidooprémioinovac¸ão

2009 2010 2011

2006 20,00%

10,00%

Tx global de mortalidade em doentes HD 0,00%

2007 2008

(7)

100% 90% 90% 90% 80% 70% 70% 75% 60% 50% 40% 2009

% de doentes com Hemoglobina (média) ≥ 10 g/dl e ≤ 13 g/dl (meta ≥ 70% dos doentes)

% de doentes com eKT/V da Ureia ≥ 1.2 (doentes com pelo menos 3 sessões de diálise semanal) (meta > 75%) % de doentes com fósforo sérico (médio) ≥ 3,5 e ≤ 5,5 mg / dl (meta ≥ 50% dos doentes)

% de doentes com 3 sessões de diálise/semanais (meta > 90% dos doentes)

% de doentes com um total de horas de diálise/semanais ≥ 12 horas (meta > 90% dos doentes)

2010 2011

50%

Figura3–ParâmetrosdequalidadeHD.

CasemixInnovationPrize42,deentre93projetosinternacionais

apresentadosno24thPatientClassificationSystemsInternational WorkingConference-CasemixBeyondFunding:Contributionsfor HealthPolicy.

Comoobjetivodeavaliaroníveldepenetrac¸ãoeaceitac¸ão damedidapolíticaGIDnapráticaclínicaedegestãodas uni-dadesdesaúde,aDGS,ACSSeaEscolaNacionaldeSaúde PúblicadaUniversidadeNovadeLisboa(ENSP/UNL) organiza-ramumareuniãodediscussãoestratégica,a25e26dejunho de2009,comaparticipac¸ãodosprincipaisquadrosdegestão detopodeinstituic¸õeseórgãos desaúdeaonívelnacional ecomapresenc¸adaKaiserPermanente(seguradoradesaúde americana,fundadaem1945).

Este evento, para além de privilegiar a sensibilizac¸ão, informac¸ãoeenvolvimentodiretodestesatoresnoprocesso deimplementac¸ãonamedidapolítica,constituiuaindauma oportunidadedevalidac¸ãodomodeloestratégicodeGID,no contextonacional,porauscultac¸ãodiretadopaineldeperitos convidado.

Dasconclusõesdareuniãocomopaineldeperitos,sobreo processodeimplementac¸ãodamedidaGID,osautores cons-truíramumaanáliseSWOTapresentadanatabela3.

Oalargamentodamedidapolíticaaoutraspatologiasfoi igualmentediscutidoeconsensualizadoem2007,numpainel

Delphi,comperitosdereconhecidoméritoacadémicoe profis-sionalnaáreadasaúde,umconjuntodepatologiasprioritárias aintegrarfuturamentenomodelodeGID6,43.

Discussão

Em Portugal,como nosoutrospaísesda União Europeia,o envelhecimentodapopulac¸ãoéumarealidadeerefletenãosó osucessodasnovastecnologiasdesaúde,como,também,a melhoriadascondic¸õessocioeconómicasedaofertade cuida-dospromotoresdeumamaiorlongevidade,comumaospaíses maisdesenvolvidos44.ADRC,àsemelhanc¸adeoutrasdoenc¸as

crónicas,assumeparticularatenc¸ãoporpartedamaioriados paísesdesenvolvidos.

Existemváriosfatoresexplicativosparaaelevada incidên-cia e prevalência da DRC de estádio 5, sob tratamento de substituic¸ãodafunc¸ãorenal,emPortugal,asaber:(i)a aces-sibilidadegarantidaàdiáliseatodososdoentescomDRC;(ii) aelevadataxadetransplantac¸ãoderimassociadaa melho-restaxasdesobrevida(umdoentetransplantadocontinuaa serDRCestádio5);(iii)oaumentogeneralizado,napopulac¸ão emgeral,daesperanc¸amédiadevida,acompanhadodeuma crescenteprevalênciadediabetesehipertensãoarterial;(iv)o aumentodesobrevivênciadedoentescompatologia cardio-vasculareneoplásica,comsequeladeDRC1,45.

Em Portugal,amodalidadede diálise predominanteéa hemodiálise,comonamaioriadospaísesdaUniãoEuropeia30,

noentanto,porfaltadeofertadoservic¸opúblico,esta ativi-dadeéconvencionada,desde1980,nasuaquasetotalidade, aosetorprivado.

(8)

Tabela3–AnáliseSWOTdamedidapolíticaGID

Meiointerno Meioexterno

Potencialidades Fraquezas Ameac¸as Oportunidades

Lideranc¸aforte,comprometida, coesivaeentusiásticada medidapolíticaporparte doGoverno,prestadoresde cuidados,universidade eprofissionaisdesaúde

Poucosmédicosenvolvidos noprojetoqueestabelec¸ama ponteentreoscuidados desaúdeprimárioseos secundáriosdeformacredível esólida

Algumatensãoexternapor partedealgunsmédicos, maioritariamentemédicosde família,emtornodasescolhas eprioridadesdefinidas

Promoc¸ãodaliteraciaem saúdeedoconhecimentosobre asdoenc¸asatravésdevárias fontesdeinformac¸ão

Visão,estratégiaexplícitaeum planodetrabalho

operacionalclaroparaa gestãodadoenc¸a

devidamentealinhadocomo planonacionaldesaúde

Dificuldadeemmanterativoo interessedetodosos stakeholderscomuma adequadainformac¸ãosobreos próximospassos,numaótica degestãodeexpetativas

Barreirasoperacionaise culturais,bastanteantigas, entreoscuidadosdesaúde primárioseoshospitais

Envolver,ativamente,os doentesefamília,comofonte deinovac¸ão,naprocurade medidasdeintervenc¸ão capazesdemelhorara coordenac¸ãodecuidados. Doentesdiretaeativamente

envolvidosno desenvolvimentoe implementac¸ãodoprocesso Dificuldadeemencontrar evidência/resultadosdeoutras experiênciasinternacionais poisaselec¸ãodedoenc¸asnão preconizaascomumente estudadas

Grupodeconselheirosde diferentesgruposdeinteresse comdiferentesbackgrounds (disciplinareseprofissionais)

Paraestimularoincrementodeoutrasmodalidadesde diá-lise,aDGStemdesenvolvidoalgunsprogramasdeincentivoà diálisedomiciliáriaparapromoc¸ãodadiáliseperitoneal.

Aprestac¸ão de cuidadosde saúde, naEuropa, nãotem

conseguido acompanhar as necessidades de cuidados dos

doentes/populac¸õescomdoenc¸acrónicapois éumsistema

reativo, dependente da iniciativa do doente, fragmentado,

desorganizado, muitas vezes duplicado e com enfoque na

agudizac¸ãooucomplicac¸ãodadoenc¸a21.

Poroutrolado,osgovernos,frutodaconjunturasociale económica atual, estão cada vez mais comprometidos em demonstrarqueaalocac¸ãodosdinheirospúblicoséadequada ejusta46. Noentanto,essa accountability (gestãoeficiente e

transparente) é difícil de demonstrar, pois agrande maio-riadasentidadespúblicasnãoconseguetomardecisõescom basenaevidênciaouemanálisedoimpacteprevisto10.Na

génesedessadificuldadeestão:(i)aausênciadebonssistemas deinformac¸ão;(ii)ocurtoespac¸odetempoparaagir/reagir; (iii)agrande dificuldadeemadaptar-se àmudanc¸a; (iv)os compromissosideológicos/valorespúblicosadefender;(v)a lideranc¸a de diferentes atores com múltiplos interesses; (vi)osproblemascomquesedeparam,normalmente, com-plexosatendendoànaturezaturbulentadosetor10,47.

Para além destas questões, constata-se, ainda, que o conteúdodasmedidaspolíticasnemsempreincidesobre pro-cedimentosoutécnicasbaseadosnaevidência,mas,também, sobreaquiloqueéconcretizávelnaalturadadecisãopolítica9.

Aspolíticasquenãoconsegueminteragirnumcontexto dinâmico,incerto eem constantemudanc¸a, como é atual-menteodasaúde47,corremoriscodenãoconseguirematingir

osseuspropósitosedesetornarem,rapidamente,capturadas eobsoletas48.

Apolíticadeprestac¸ãodecuidadosde diálise,até 2007, éumbomexemplodeumapolíticadesaúdereativaenão previsionaldaeventualmonopolizac¸ãodomercadoporparte dasunidadesprivadasdediálise,oqueinevitavelmenteveio aaconteceraofimdealgunsanos.

Acrisepolíticainstalada,emPortugal,entreoGovernoe osprestadoresprivadosdediáliseproporcionouum«meiode cultura» favorávelàreestruturac¸ãoda forma comose defi-nia,revia,negociavaeimplementavaapolíticadesaúdede regulac¸ãodaofertadecuidadosaosdoentesemdiálise7.

Adecisãopolíticaéumprocessodinâmico que,perante mudanc¸aseconómicas,sociaisepolíticas,encontra«janelas de oportunidade», ou seja, encontra momentos oportunos paraatomadadedecisãoemqueseconsegue,emsimultâneo, o alinhamento de 3 fatores fundamentais: (i) reconheci-mento, porpartedospolíticos ecomunidade,doproblema e sua integrac¸ão na agendapolítica; (ii) desenho de even-tuaissoluc¸ões,porpartedeorganismospúblicos,academia,

think-tanks, etc., que sejam técnica, cultural e eticamente aceitáveis, assimcomo economicamente viáveis;(iii)clima políticofavorávelàmudanc¸aeàadoc¸ãodanovapolítica47.

Deacordocom Swansonet al.49,o quetornauma

polí-ticaverdadeiramenteadaptativaéoseudesenhoeformade implementac¸ãofocada nacapacitac¸ãodohomemedoseu ecossistemaparalidarcomoimprevisto.Estaformainovadora defazerpolíticaemPortugal,atravésdeummodelodegestão dadoenc¸a,procuroudesenharumprocessopró-ativo, parti-cipadoeadaptativoque,deacordocomosmesmosautores, respondesseàscondic¸õespreviamenteprevistas/antecipadas (garantindo a manutenc¸ãoda sua performance,através,por exemplo,dagarantiadacontinuidadedassessõesdediálisea todososdoentes)eàsnãoprevistas(procurandointegrarna agendapolíticaassuntosemergentes,comosejam,por exem-plo,aresponsabilizac¸ãodasunidadesdediáliseparacomos doentesquetratam,atravésdeumaformainovadorade finan-ciamentodaprestac¸ãodecuidados)49.

Portugalé,assim,identificadocomoo1.◦paísdomundo

aconcebereimplementar,àescalanacional,ummodelode GID,dirigidoàDRCsevera,capazdeincrementaraqualidade doscuidados,melhorarapartilhaderiscoentreosdoentes, osprestadoresdecuidadoseoEstado,assimcomogarantira sustentabilidadedosistemadesaúde8,25,26.

(9)

Umdosmecanismosqueospolíticostêmvindoa desen-volverpara controlaros custosna saúdeéa atribuic¸ãode um pagamento fixo por condic¸ão/doenc¸a e período, pois, emteoria,esteincentivofinanceiromelhoraacoordenac¸ão, transic¸ãodecuidadosereduz,porexemplo,asreadmissões hospitalares3.Naprática,osucessodealgunsprogramasde

gestãodadoenc¸atemsidocomprometidoporfaltade incen-tivofinanceiro50.

O pagamento dos prestadores de cuidados de saúde por prec¸o compreensivo é uma modalidade inovadora de financiamento e tem sido visto como um bom exemplo de gestão por parte de outros países51, pois abandona o

«pagamento por ato», causa de desperdício de recursos e incentivo à multiplicac¸ão de atos médicos, eventualmente desnecessários52.

Váriostêmsidoosrelatosinternacionaisalusivosaesta práticainovadora degestãodaDRCrealc¸andoapartilhade riscocomofatordegarantiadesustentabilidadedossistemas desaúde,pelagestãomaiseficientedosrecursos,assimcomo aimportânciadeumacompanhamentorigorosodaqualidade eseguranc¸adosdoentes7,8,25,26.

OprojetodeGIDRCparece-nos,assim,seruminstrumento apropriadoparanoatualcontextoprosseguiraeficiência,a qualidadeeaseguranc¸a,bemcomoosnovosdesafios ineren-tesàpráticadeumamedicinamoderna.

Apesardosganhoseconómicosefinanceiros,associados aprogramasdegestãodadoenc¸a,nãoseremimediatos,os resultados finaisem qualidade devida eganhos de saúde são rapidamente observados1,23,32, tendo-se verificado a

replicac¸ãodomodelodeGIDRCemEspanha26e,mais

recen-temente,emjaneirode2011,nosEUA53.

Estasiniciativasdecoordenac¸ãodecuidadospodemnão sercostsaving,massãoumaferramentadegarantiadevalue formoneynosistemadesaúde23.

AmedidaGIDRC,apesardoseu curtoperíodode follow--up,parecedemonstrarseruminstrumentodecoordenac¸ão de cuidados, partilha de risco e garantia da qualidade da prestac¸ãodecuidados,pois,paraalémdoprogressivocontrolo decustostem,igualmente,demonstradoumamelhoria gra-dualdosindicadoresderesultado,comosejamamortalidade, ointernamentohospitalareosparâmetrosdemonitorizac¸ão daqualidade,taiscomoahemoglobina,ofósforoséricoeo eKt/V.

Notocanteaoníveldesatisfac¸ãodosdoentesemdiálise pudemosverificar,comoemoutrosestudos54,queagrande

maioriadapopulac¸ãoseencontraglobalmentesatisfeitacom aprestac¸ãodecuidadosecomocomportamentodos profissi-onaisdesaúde.

Orelatório«Patientsurveyandanalysisofrenalcareacross theEuropeanUnion»55veiorealc¸ar,apardosnossos

resulta-dos,queosdoentesemPortugalseconsideramdevidamente esclarecidoseenvolvidosnatomadadedecisãosobrea esco-lhademodalidadedediálise.

Comestemodeloéreconhecidoumpapelrelevanteaos principaisatoresdesteprocessodecuidados,sendogarantido, pormedidasWinWin:

– aos doentes: o acesso a todos os cuidados de que

necessitem, uma prestac¸ão de cuidados

integra-dos, uma monitorizac¸ão contínua da qualidade dos

cuidadoseumpapel ativonoprocessode gestãodasua doenc¸a56.

– aosprestadoresdecuidadosdediálise:umaclarificac¸ãodo mododefuncionamentodomercadopossibilitando,através dainformac¸ãoderetornosobreosseusresultadosclínicos, umamelhoriadagestãointernadosprocessos,oalcancede maioresníveiseficiênciatécnicaefinanceira,sem compro-missodaqualidadedoscuidadosedaseguranc¸adodoente. – aoSNS: instrumentosde monitorizac¸ão,da prestac¸ãode cuidadosde saúdeaosdoentesDRCemdiálise,fiáveis e permanentementeatualizados,quepermitem,emtempo útil,responderàsnecessidadesdecuidados,reduziras desi-gualdadesdeacesso,normalizaraspráticasclínicas,focar oscuidadosnodoenteemproldemaisganhosdesaúde, contribuindoparaasustentabilidadedosistema.

Estamedidapolíticafoialargada,posteriormente,aoutras patologias,comosejamaesclerosemúltiplaeaobesidadede grau36,pretendendo-se,nofuturo,viraincluirahipertensão

pulmonararterial.

Poderá serconsideradocomo eventual limitac¸ão,a esta análisedepolítica,ofatode2dosautores,noestritoâmbitodo cumprimentodassuasfunc¸õesenquantodirigentesdo Minis-tério da Saúde/DGS, terem estadoenvolvidos na concec¸ão, implementac¸ãoemonitorizac¸ãodamedidapolíticaGIDRC.

Considerac¸õesfinais

Destaanálisepodemosretiraralgumaslic¸ões,comosejam: i. incentivodahemodiálisenosetorprivado,desde1980,

criou a monopolizac¸ão da prestac¸ão, sendo extrema-mentedifícilreverterestadependênciaafavordosetor público,poisexigiriauminvestimentoem infraestrutu-rasextremamenteelevado;

ii. ospolíticos,muitasvezessãorefénsdasmedidas políti-casdefinidasnopassadotendograndedificuldadeem reverter benefícios, servic¸os ou incentivos atribuídos anteriormente;

iii. acrise política, instalada em 2007, devidamente con-textualizada, discutida e trabalhada com todos os interessados,transformou-senuma verdadeira oportu-nidadedemudanc¸aemelhoriadosistema,poisteveo fortecomprometimentodoMinistériodaSaúde, profis-sionais,doenteseunidadesdediálisenaprocuradeuma adequadareforma doscuidadosde saúde,onde todos ficariamaganhar(WinWin);

iv. amedidapolíticaGIRDRCéumapolíticaadaptativa,pois, atravésdoexaustivoentendimentodosatores,contexto eprocessos,procurouresponderaomeioenvolventede formapró-ativa;

v. aregulac¸ãoda prática clínicaeo combateao desper-dício,garantidosatravésdemedidasdeGIDorientadas paraqualidadedaprestac¸ãodecuidadoseseguranc¸ados doentes,sãocruciaisemambientescomelevadograude incertezae,particularmente,emmomentosdegrande constrangimentofinanceiro;

vi. a medida política GIDRC permite controlar os custos comahemodiálise,partilharoriscocomasunidadesde diálise,regularapráticaclínica,tornando-aeficientee

(10)

equitativa,envolverosdoentesnagestãodasuadoenc¸a egarantiramelhoriada qualidadedaprestac¸ãoedos resultadosdesaúde;

vii. reconhecimentointernacionaldamedidapolíticaGIDRC, temsidodemonstradoatravésdareplicac¸ãodainiciativa emoutrospaíses,daatribuic¸ãodeumprémio interna-cional de inovac¸ão e da participac¸ão em vários «Peer Reviews»europeus;

viii. comasmetas eobjetivos,permanentemente atualiza-dos,oMinistériodaSaúdepodedefinirplanosdeac¸ão focalizados,bemcomocriarmecanismosdeprevenc¸ão, acompanhamentoemonitorizac¸ãodaevoluc¸ãodaDRC emPortugal;

ix. amedidaGIDRCdevealargaroseuníveldeintegrac¸ão aoutrosníveisdecuidados,comosejamaprevenc¸ãoda doenc¸a,atravésdeummaiorenvolvimentodosmédicos decuidadosdesaúdeprimárioseoutrosprofissionaisde saúde,dosdoentesefamília;

x. eporfim,sãonecessáriosestudosdeinvestigac¸ão diri-gidos à avaliac¸ão custo-efetiva da intervenc¸ão e aos resultadosde saúdealcanc¸adosnolongoprazo,assim comoàavaliac¸ãodomodeloconceptualGID,para apoi-arem,deformamaisconsistente,aseventuaisfuturas decisõespolíticas.

Conflito

de

interesses

Osautoresdeclaramnãohaverconflitodeinteresses.

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Tabela 1 – Abordagem da prestac¸ão de cuidados de saúde em 2 paradigmas de atuac¸ão
Figura 1 – Modelo conceptual GID.
Tabela 2 – Fases de implementac¸ão da política – Reconhecimento de que a prestac¸ão de cuidados deve ter
Figura 3 – Parâmetros de qualidade HD.
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Referências

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