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Uma proposta de aprendizagem baseada no sujeito aprendiz

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Academic year: 2021

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Revista Triângulo ISSN 2175-1609

UMA PROPOSTA DE APRENDIZAGEM BASEADA NO SUJEITO APRENDIZ

A LEARNING PURPOSE BASED ON THE APPRENTICE SUBJECT

UNA PROPUESTA DE APRENDIZAJE BASADA EN EL SUJETO APRENDIZA

Roberta Rodrigues Ponciano Programa de pós-graduação em Educação Universidade Federal de Uberlândia - UFU

E-mail: rrponciano@gmail.com

RESUMO

Esta pesquisa ressalta a descrição e os resultados de uma ação pedagógica a partir da elaboração de uma palestra intitulada “Quando eu me encontrar, o que vai ser? – Um mix de emoções”, como parte das atividades desenvolvidas no projeto de ensino “Juventude em Debate: uma proposta interdisciplinar”, ofertado no Instituto Federal de Goiás (IFG) – Câmpus Itumbiara. A palestra e as dinâmicas visaram abordar assuntos solicitados pelos estudantes, devido à necessidade de uma discussão direcionada para a realidade escolar e às suas vivências de forma geral; isso permitiu a democratização do conhecimento produzido e sua atualização na construção da cidadania. Assim, as atividades foram feitas de maneira solidária e articulada, buscando o avanço contínuo do conhecimento, além de ampliar os caminhos já construídos e estabelecer novos percursos.

PALAVRAS-CHAVE: Cidadania. Projeto de ensino. Interdisciplinaridade.

ABSTRACT

This research highlights the description and the results of a pedagogical action from the development of a lecture entitled “When I find myself, what it will be? – A mix of emotions” as a part of the activities evolved in the teaching project “Youth Debate: an interdisciplinary approach”, offered at Instituto Federal de Goiás (IFG) – Câmpus Itumbiara. The lecture and the dynamics intended to approach issues requested by students, due to the need for a discussion directed to their school reality and their experiences in general; it allowed the democratization of the produced knowledge and its update on the construction of citizenship. Thus, the activities were made in a solidary and structured way, seeking a continuous advancement of knowledge, in addition to expand the paths already built and establish new trajectories.

KEYWORDS: CITIZENSHIP. TEACHING PROJECT. INTERDISCIPLINARITY. RESUMEN

Esta investigación resalta la descripción y los resultados de una acción pedagógica a partir de la elaboración de una conferencia titulada "Cuando me encuentre, ¿qué va a ser? - Un mix de emociones ", como parte de las actividades desarrolladas en el proyecto de enseñanza" Juventud en Debate: una propuesta interdisciplinaria ", ofrecida en el Instituto Federal de Goiás (IFG) - Cámus Itumbiara. La conferencia y las dinámicas se centraron en abordar temas solicitados por los estudiantes, debido a la necesidad de una discusión dirigida a la realidad escolar ya sus vivencias de forma general; que permitió la democratización del conocimiento producido y su actualización en la construcción de la ciudadanía. Así, las actividades se realizaron de manera solidaria y articulada, buscando el avance continuo del conocimiento, además de ampliar los caminos ya construidos y establecer nuevos recorridos.

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© Rev. Triang. Uberaba, MG v.11 n.2 p. 146- Maio/Ago. 2018 1. INTRODUÇÃO

Devido à importância de centralizar o processo de aprendizagem e instigar o indivíduo a aprender, buscando o desenvolvimento da sua capacidade de refletir, analisar e tomar consciência do que se sabe, independentemente do contexto formal da sala de aula, é necessário desenvolver diferentes formas de disseminar o conhecimento entre os vários sujeitos que compõem uma escola de âmbito federal.

Nesse sentido, esta pesquisa foi desenvolvida e se justifica por destacar a relevância de processos de construção do saber, a partir de um ambiente que favoreça o conhecimento interdisciplinar. Com isso, elaboraram-se palestra e dinâmicas que abordaram temáticas específicas e solicitadas pelos alunos da escola, por entenderem a necessidade da discussão de temas próprios para expandir seus conhecimentos, com base na ética e no compartilhamento de saberes e, por conseguinte, propiciar a troca de saberes entre professores, estudantes, servidores e gestores no referido estabelecimento de ensino.

Percebe-se que as políticas educacionais tentam frequentemente ocultar a capacidade da educação como produção humana, elencando os conteúdos e elementos a serem abordados para os alunos sem direcioná-los a uma formação integral, crítica e debatedora, com o escopo de pensarem sobre suas vivências e discuti-las para ampliar o leque de conhecimentos. Mediante essa problemática, o desenvolvimento da pesquisa colaborou sobremaneira para a superação desse estranhamento imposto na maioria dos espaços escolares, com o uso de práticas educativas visando à emancipação e à disseminação de troca de saberes nesses locais.

Assim, o objetivo geral desta pesquisa diz respeito à reflexão e ao fato de evidenciar os resultados obtidos a partir de uma palestra intitulada “Quando eu me encontrar, o que vai ser? – Um mix de emoções”, proferida no projeto de ensino “Juventude em debate: uma proposta interdisciplinar”, ofertado no Instituto Federal de Goiás (IFG) – Campus Itumbiara. Com essas ações, visou-se incentivar os participantes a produzirem pensamento e senso crítico por meio dos dados apresentados, promovendo reflexões sobre a vida em sociedade, além de salientar as relações entre os indivíduos, suas possibilidades, contradições e dilemas. Em trabalhos com o projeto e as demais atividades desenvolvidas nele, além do tema a ser desenvolvido é importante atentar para as etapas de elaboração, bem como à prática, sendo necessário estimular o interesse do grupo, e não apenas de alguns alunos ou professores. Tais indivíduos precisam ser envolvidos de maneira ativa e participativa, a partir

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de atividades que coloquem o sujeito aprendiz na construção do seu saber, criando situações de aprendizagem significativas.

Ademais, a presente pesquisa envolve o campo do conhecimento pedagógico e áreas fins que, conectados, contribuem para que o aprendizado ocorra a partir da apreensão significativa dos conteúdos e das discussões realizadas pelos estudantes.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Cabe às escolas e aos membros da sociedade a função de atender a todos sem distinção e discriminação, pautando-se em ações educativas que tenham como eixos o convívio com as diferenças e a aprendizagem como experiência relacional e participativa. É imprescindível, porquanto, estimular o desenvolvimento intelectual, integral, solidário e coletivo das pessoas, além de afirmar seus valores no mundo ao promover o desenvolvimento humano e a qualidade de vida.

Moraes (1996, p. 64) discorre que é ideal:

Uma educação centrada no “sujeito coletivo” que reconhece a importância do outro, a existência de processos coletivos de construção do saber e a relevância de se criar ambientes de aprendizagens que favoreçam o desenvolvimento do conhecimento interdisciplinar, da intuição e da criatividade, para que possamos receber o legado natural de criatividade existente no mundo e oferecer a nossa parcela de contribuição para a evolução da humanidade.

A Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (ou simplesmente LDB) é vista aqui como um documento do ordenamento jurídico-educacional que disciplina a educação escolar brasileira. Conforme o artigo 1º, há orientações sobre os diversos lugares em que os processos formativos se desenvolvem, seja “[...] na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais” (BRASIL, 1996). Desse modo, a educação é concebida como um processo de formação abrangente, incluindo a formação de cidadania e o trabalho como princípios educativos; portanto, ela não se restringe apenas às instituições de ensino.

No contexto da sociedade contemporânea, Libâneo, Oliveira e Toschi (2011) preconizam que a educação pública tem várias responsabilidades, como ser agente de mudanças com capacidade de gerar conhecimentos, incentivando a ciência e a tecnologia; e

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preparar cidadãos capazes de compreender o mundo e sua realidade, com transformações positivas.

O intuito do trabalho realizado com a palestra em um projeto de ensino interdisciplinar concerne ao debate acerca de temas diversos que, além de suprir e sanar as dificuldades dos jovens e demais participantes, colaborou para que pudessem continuar os estudos com mais segurança, apresentando melhor desenvolvimento intelectual. Sendo assim, eles tiveram a possibilidade de interagir com professores e colegas para criar valores morais e éticos, o que demonstra a importância de estudar e proporcionar um conhecimento amplo que vai além da escola.

Conforme Coll et al. (1998), quando um indivíduo coloca significado num material ou numa informação que lhe é apresentada, isso quer dizer que ele adquiriu um conhecimento, podendo traduzi-lo com suas próprias palavras. Logo, o aluno só aprende significativamente quando é capaz de trazer o conhecimento para a sua realidade.

Nesses termos, Moraes (1996, p. 68) nos explica sobre a importância de direcionar o aprendizado no desenvolvimento do indivíduo a partir da reflexão na prática pedagógica:

Daí porque Teilhard de Chardin (1989) nos assevera que o desenvolvimento humano depende de nossa capacidade de reflexão, do aprimoramento de nossas habilidades de pensar e saber, o que significa saber que se sabe. É o aprendiz que escolhe e decide a sua experiência diante das possibilidades que se apresentam. É o ser que constrói a sua própria identidade a partir de sua liberdade e autonomia para tornar-se sujeito. Daí a importância de adotarmos o enfoque reflexivo na prática pedagógica e, desta forma, estaremos resgatando os pensamentos de grandes educadores, tais como Dewey, Paulo Freire, Schon e Papert, para quem a educação é um diálogo aberto do indivíduo consigo mesmo, com os outros e com os instrumentos oferecidos pela cultura e pelo ambiente.

Viabilizar conteúdos de grande importância para esclarecimentos e o reconhecimento do tema tratado, bem como incorporá-los à atualidade, com formação crítica dos indivíduos, colabora para sair do planejado e praticar. De acordo com Cortella (2014, p. 67):

A questão é que nos precisamos olhar com quem estamos lidando. Significa que eu preciso conhecer um pouco mais o que ele, aluno, gosta e por que gosta. Não é para saber o que ele gosta para ficar ali mesmo; é para partir do que gosta para chegarmos ao que é preciso chegar e foi planejado.

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Portanto, deve-se trabalhar alguns conteúdos e valores como uma parte constitutiva no processo de formação. A diversidade do público-alvo colabora para uma troca de experiências mediante a abordagem das diferentes formas de lidar com o compartilhamento do conhecimento de cada um.

Veiga et al. (2006) recomendam que, para organizar conteúdo a ser ministrado, é preciso levar em conta a estrutura lógica da matéria, as condições psicológicas para a aprendizagem, bem como as necessidades socioeconômicas e culturais. Do mesmo modo, deve-se atentar para os critérios de validade, flexibilidade e significação, as possibilidades de elaboração pessoal e a utilidade do conteúdo, para evitar a seleção de conteúdos que não sejam significativos à aprendizagem dos alunos.

Na reflexão de Paulo Freire (apud TORRES, 1987, p. 39):

[...] ensinar é a forma que o professor ou o educador possui de mostrar ao aluno o que é o conhecimento, de forma que o aluno também ira conhecer em vez de simplesmente aprender. Por esta razão, o processo de aprendizado implica o aprendizado do objeto que deve ser aprendido [...]. Essa preocupação determina o ato de ensinar e o ato de aprender como momentos fundamentais no processo geral do conhecimento, um processo do qual fazem parte por um lado o educador e por outro, o educando.

Percebe-se, então, que o aprendizado ocorre de inúmeras formas, sendo um contínuo processo de interação de saberes, sentidos e valores.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho tenciona relatar e analisar uma experiência didático-pedagógica envolvendo diversas temáticas numa palestra ofertada em um projeto de ensino interdisciplinar. Houve a participação de estudantes dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio, professores, servidores e gestores no IFG – Câmpus Itumbiara.

Como uma pesquisa qualitativa (LAKATOS; MARCONI, 2003), ela tem como peculiaridade o aprofundamento dos significados das ações e relações humanas, abordando “[...] o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes [...]” (MINAYO, 1998, p.21-22). A escolha por essa metodologia origina-se na concepção das perspectivas dos indivíduos analisados como dotadas de conteúdo, o que possibilita uma análise da prática cotidiana.

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Inicialmente foi feito um estudo com os estudantes a partir de um levantamento dos principais temas a serem abordados na palestra e no desenvolvimento das dinâmicas. Em seguida, conforme as solicitações se desenvolveram os estudos com base em bibliografias e a posterior descrição relacionada a como desenvolver os assuntos para alcançar o público-alvo – sabe-se que uma educação crítica e participativa instrumentaliza sujeitos para uma prática social crítica e transformadora de uma sociedade.

A divulgação do convite a toda a comunidade acadêmica, bem como a data, o horário do evento e os assuntos a serem tratados, foi feita com avisos em salas de aulas, nos murais e nas redes sociais oficiais da escola, bem como nas demais mídias eletrônicas informais. A disseminação da proposta também ocorreu a partir de conversas com alunos nos diversos espaços escolares, como área de lazer, corredores das salas de aula e nos momentos de intervalo das aulas.

Convém salientar que a pesquisa, de caráter descritivo, faz com que o pesquisador observe, registre, analise e correlacione fatos sem manipulá-los. Dessa maneira ele pode descobrir, com a maior precisão possível, a frequência com que ocorrem os assuntos, sua relação e conexão com os outros, sua natureza e as características mais relevantes.

4. ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS

As etapas de desenvolvimento das atividades são dispostas da seguinte forma:

1) Intenção: Aqui nasce a ideia e ocorrem a organização e o desenvolvimento dos objetivos conforme as necessidades dos alunos, para posteriormente dar seguimento à instrumentalização e à problematização do assunto;

2) Preparação e planejamento: Planejou-se como seriam com as atividades, de acordo com os temas tratados e o desenvolvimento das dinâmicas, a coleta do material de pesquisa, o tempo de duração e o fechamento do assunto abordado;

3) Execução e desenvolvimento: Nesta etapa tem-se a realização das atividades planejadas, sempre com a participação ativa dos alunos, pois eles são sujeitos da produção do saber – afinal, ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua construção; 4) Finalização: Faz-se uma avaliação do que foi realizado, com participação de todos os presentes, de modo a construir saberes e competências a partir de suas opiniões e conclusões. Essa ação promove o crescimento e agrega outros valores aos conhecimentos já adquiridos.

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A princípio, o tema da palestra foi escolhido mediante a solicitação dos alunos e teve como apontamento o despertar da condição de envolvimento e participação efetiva de todos, sem frustações, desenvolvendo o exercício da cidadania e a real aprendizagem numa emancipação do pensamento e das ações dos agentes em questão. Segundo Cortella (2014, p. 65), em Educação “[...] a frase mais óbvia é: Ninguém deixa de se interessar por aquilo que interessa. Vale insistir o paradigma: é preciso saber quais são os campos de interesse dos nossos grupos de estudante”.

Entender as particularidades e necessidades da geração atual de jovens é um desafio para o educador, uma vez que é primordial direcionar a motivação do aprendizado, vista como uma “[...] porta que abre de dentro para fora. Não é possível motivar alguém, mas pode-se estimulá-lo para que ele se motive. E, portanto, que ele mesmo abra a porta” (CORTELLA (2014, p. 70).

De fato, a palestra foi pensada para o despertar dessa motivação nos alunos e demais presentes, por se estar em uma era de conhecimentos múltiplos e instantâneos nos quais as pessoas podem ou não colocar significado adequado no que está disponível. Sabe-se que o aprendizado se relaciona a aspectos como ética e valores, vivências no relacionamento social, solidariedade e capacidade de obter o conhecimento por toda a vida.

Na palestra intitulada “Quando eu me encontrar, o que vai ser? – Um mix de emoções”, abordaram-se questões sobre a construção da identidade dos alunos; o reconhecimento de seus saberes em diferentes contextos sociais; as formas de organizar seus pensamentos, sentimentos em relação aos aprendizados escolares e ao seu contexto social, com vistas a direcioná-los frente às angústias e cobranças, seja da família ou deles mesmos; a superação de desafios e problemas diversos referentes ao aprendizado, com a adequada orientação de direcionar o que foi estudado ou vivenciado; e as competências construídas conforme o aprendizado na vida e na escola.

Também foram utilizados exemplos de locais informais de aprendizado para instigar o aluno a ver suas competências e possibilidades; trabalhar a elevação da autoestima no contexto escolar, com superação de questões de menosprezar a si mesmo e/ou o outro; se conhecer no contexto atual em que está inserido, para descobrir quais as melhores ações a serem tomadas diante das dificuldades, seja no aprendizado, nas preferências, na família ou na convivência com colegas na escola; e aprender que a responsabilidade de suas escolhas

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apenas os levarão a caminhos que podem ser feitos e refeitos quando necessário, para enfrentar as diversas situações cotidianas.

Tal prática contou com a participação dos estudantes dos cursos técnicos integrados, alunos da licenciatura, servidores de várias áreas como Língua Portuguesa, Pedagogia, Química, História, Engenharia, Odontologia, Sociologia e Espanhol, e gestores da escola. Essa diversidade de formações entre os participantes foi relevante para o enfoque interdisciplinar das discussões, já que foi possível pensar e promover uma potencial transformação no espaço democrático escolar.

O relato de alguns professores presentes no momento da dinâmica e do debate despertou nos alunos uma curiosidade em saber mais sobre como os docentes lidavam com os assuntos tratados e como eles buscavam superar dificuldades de aprendizado. Tudo isso dinamizou os debates e incentivou os educandos a exporem também seus objetivos, suas escolhas, seus conhecimentos e aprendizados diversos, mostrando que a formação é construída a partir de conjuntos de atitudes e habilidades diversas.

Tais indivíduos foram instigados a refletirem e falarem do conhecimento de si e para si no desenvolvimento como ser humano dentro e fora da escola, como também nos diferentes ambientes de aprendizagem. Eles tiveram dificuldades para identificar o momento em que ocorre o aprendizado, descrevê-lo e associá-lo à integração sobre o que é aprendizagem formal ou informal, direcionando para a formação de um sujeito crítico, mas autônomo diante de suas escolhas e atitudes com o saber adquirido e compartilhado.

Lima (2015, p. 100) cita que:

No espaço democrático e, portanto comunicacional, os indivíduos vão se educando em comunidade, não necessariamente primando por consensos em cada encaminhamento efetuado, mas em busca de objetivos comuns e legitimadores de sua ação ao se constituírem sujeitos sócio-históricos.

Além da palestra, dinâmicas foram realizadas por meio da escrita, em papel branco distribuído para cada participante, com vistas a apresentar suas ideias em uma interação com o colega do lado. Essa participação no ambiente escolar, associada a outras instâncias da vida, trouxe a noção de que o ato de fazer parte de um todo, mas que em algum momento se dissocia para a geração da chamada democracia, com diálogos para a construção da consciência de cada indivíduo.

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Diante disso, as divergências de pensamentos são valorizadas quando se coloca sentido no que está sendo discutido. Respeita-se o pensamento do outro e se percebe que a formação também ocorre com a interação entre os diferentes indivíduos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Utilizou-se uma metodologia que disciplina o pensamento, o bom-senso e a intuição na análise formal do tema abordado. Na maioria das vezes, constatou-se que a articulação com a integração dos diferentes conhecimentos presentes no momento após a palestra proporcionou discussões que favorecem a troca de saberes entre alunos, professores, servidores e gestores ali presentes, gerando assim uma relevante produção voltada ao uso dos saberes citados para além da sala de aula.

Tal inciativa visou a um aprendizado com base em práticas pedagógicas comprometidas com o desenvolvimento de processos democráticos de melhorias da educação disseminada nos espaços da referida instituição de ensino, em suas diferentes modalidades e indivíduos. Isso fez com que eles se integrassem e se sentissem acolhidos e com participação no meio em que estão inseridos.

Destarte, a pesquisa colaborou com uma reflexão no processo de ensino e aprendizagem. Ela permitiu o compartilhamento de práticas educativas que contemplam a articulação entre teoria e prática, voltadas para a construção de conhecimentos e a troca de saberes entre alunos e professores, indo além da instrução, já que o tipo de educação centrada no mero repasse de conteúdos escolares parece não atender suficientemente às necessidades do mundo atual.

6. REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2015.

COLL, C. et al. (Orgs.). Os conteúdos na reforma: ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

CORTELLA, M. S. Educação, escola e docência: novos tempos, novas atitudes. São Paulo: Cortez, 2014.

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LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M. S. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. In: LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M. S. A educação escolar pública e democrática no contexto atual: um desafio fundamental. São Paulo: Cortez, 2011.

LIMA, P. G. O PPP como instrumento do exercício participativo e democrático. In: BOSCO, A. (Org.). PPP: participação, gestão e qualidade da educação. Uberlândia: Assis, 2015.

MINAYO, M. C. S. Pesquisa social – teoria, método e criatividade.Rio de Janeiro: Vozes,

Referências

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