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Sala de aula invertida: fazendo os discentes do curso de direito pararem de apenas memorizar o caderno / Inverted classroom: making law course discents stop just memorizing the notebook

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 3, p. 13232-13238 mar. 2020. ISSN 2525-8761

Sala de aula invertida: fazendo os discentes do curso de direito

pararem de apenas memorizar o caderno

Inverted classroom: making law course discents stop just

memorizing the notebook

DOI:10.34117/bjdv6n3-259

Recebimento dos originais: 29/02/2020 Aceitação para publicação: 17/03/2020

Gabriel Gonçalves de Farias Ribeiro

Graduado em Direito pela Universidade de Fortaleza Instituição: Universidade de Fortaleza

Endereço: Avenida Washington Soares, nº 1321, bairro Edson Queiroz, Fortaleza - CE, Brasil (endereço institucional)

E-mail: gabrielfrs97@gmail.com

Jéssica Porto Cavalcante Lima Calou

Graduada em Direito pela Universidade de Fortaleza Instituição: Universidade de Fortaleza

Endereço: Avenida Washington Soares, nº 1321, bairro Edson Queiroz, Fortaleza - CE, Brasil (endereço institucional)

E-mail: jessporto2@gmail.com

Mário Parente Teófilo Neto

Mestre em Direito pela Universidade Federal do Ceará Instituição: Universidade de Fortaleza

Endereço: Avenida Washington Soares, nº 1321, bairro Edson Queiroz, Fortaleza - CE, Brasil (endereço institucional)

E-mail: mit@oi.com.br

RESUMO

A forma de ensino calcada em aulas expositivas e presenciais, largamente utilizada nas Instituições de Ensino Superior no Brasil (IES), tem sido objeto de análise e debates por entendedores do assunto. As transformações sociais atingiram o sistema de educação e em razão disto surgiu à necessidade de estratégias de aprendizado alternativas serem experimentadas, dentre estas, a construção teórica aqui explorada, a Sala de Aula Invertida (SAI) ou Flipped Classroom. A SAI, na configuração que aqui é defendida, é um processo que se baseia sobretudo na dialética e é um método que algumas universidades, notoriamente as estrangeiras, estão utilizando e aprimorando. O objetivo geral deste estudo é analisar a SAI e como pode estimular os acadêmicos do curso de Direito a construírem por si o conhecimento. A problemática consiste no fato notório de que os discentes se prendem ao que é exposto pelo professor e retém aquelas informações repassadas e, prevalentemente as que são anotadas no caderno, apostilas e etc, sem o aprofundamento e discussões que deveriam haver na academia. A metodologia do trabalho adotada foi à pesquisa bibliográfica. Os dados coletados foram analisados e sistematizados para a elaboração deste artigo científico. Como conclusão, verificou-se que a Sala de Aula Invertida é uma alternativa exequível, entretanto, assim como os outros

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 3, p. 13232-13238 mar. 2020. ISSN 2525-8761 possui defeitos, mas que contribui para um ensino estruturado pelos próprios estudantes e que os leva a interagir em sala, sendo o professor o facilitador do aprendizado.

Palavras-chave: Ensino, SAI, Discente, Metodologia, Aprendizado. ABSTRACT

The form of teaching based on expository and face-to-face classes, widely used in Higher Education Institutions in Brazil (HEI), has been the object of analysis and debate by experts on the subject. Social transformations reached the education system and because of this, the need arose for alternative learning strategies to be tried, among them, the theoretical construction explored here, the Inverted Classroom (SAI) or Flipped Classroom. SAI, in the configuration that is defended here, is a process that is mainly based on dialectics and is a method that some universities, notably foreign ones, are using and improving. The general objective of this study is to analyze SAI and how it can stimulate law students to build knowledge on their own. The problem consists in the notorious fact that students are attached to what is exposed by the teacher and retain that information passed on, and predominantly that which is noted in the notebook, handouts and etc., without the deepening and discussions that should have taken place in the academy. The work methodology adopted was bibliographic research. The collected data were analyzed and systematized for the preparation of this scientific article. As a conclusion, it was found that the Inverted Classroom is a feasible alternative, however, as well as the others have defects, but it contributes to a teaching structured by the students themselves and that leads them to interact in the classroom, with the teacher being the facilitator of learning.

Keywords: Teaching, SAI, Student, Methodology, Learning.

1 INTRODUÇÃO

No modelo da aula invertida, em contraponto com o método tradicional, o contato inicial com o conteúdo programático se realiza em ambientes externos a sala de aula. Há um estudo prévio do conteúdo pelo aluno por meio de videoaulas, leitura de doutrinas, casos práticos que envolveram aquele tema, entre outros, que estimulam o aluno a pesquisar e formar um conceito prévio sobre aquele determinado assunto. Esse entendimento do conteúdo ainda não acabado, talvez até mal compreendido, pode gerar confusão no acadêmico em um primeiro momento, pois ele é levado a refletir sobre o que leu ou ouviu e passa naturalmente a ter dúvidas. Dúvidas estas que serão levadas para o ambiente de aula e em conjunto com os colegas que levarão também as suas indagações e outras formas de entender o objeto de estudo e a problemática proposta. A confrontamento dos diferentes pontos de vista consumirá o tempo de sala de aula que será destinado para realização de atividades ativas, em que com o auxílio, supervisão e

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 3, p. 13232-13238 mar. 2020. ISSN 2525-8761 as colocações pertinentes do professor permitirão que conhecimento seja “refinado”, elevando a aprendizado a um novo patamar.

Nesse processo, que a priori conduz ao erro pela falta de conhecimento e inexperiência naquele determinado conteúdo, quando retificado faz com que não mais o discente venha a incorrer no mesmo equívoco, e quando as experiências são compartilhadas no ambiente acadêmico, os estudantes saem de uma compreensão tradicional de apenas receptor da matéria, para agora apresentar ativamente o que compreenderam em seu estudo antecedente. Um termo usado para a síntese dessa situação é que “o aluno não aprende apenas o correto, aprende outros corretos e sobretudo, identificar os errados”. A experiência na defesa das argumentações faz toda a diferença quando se está em um curso de Direito, em que debates teóricos são fundamentais para a sustentação de teses e na vida profissional como um todo de futuros juristas.

2 METODOLOGIA

Tratou-se de um estudo embasado em perquirição bibliográfica de livros, artigos científicos e da legislação pertinente. A identificação de informações de literatura especializada se fez através de consulta em livros disponíveis aos alunos da Universidade de Fortaleza e através de pesquisa ancorada em artigos científicos nacionais e internacionais disponíveis em formato PDF na biblioteca eletrônica de acesso livre SciELO. Após a identificação de possíveis referências bibliográficas, fez-se uma triagem dos que mais se aproximavam do tema e o desígnio da produção. Foram estabelecidas algumas linhas de raciocínio para o andamento do trabalho, são elas: metodologia baseada no conhecimento por meio da dialética, problemas contemporâneos da pedagogia aplicada no ensino superior, viabilidade do modelo proposto. Após as ponderações pertinentes realizadas pelo pesquisador, com os devidos direcionamentos dados pelo professor orientador, deu-se início a elaboração deste trabalho escrito.

3RESULTADOS E DISCUSSÃO

A sala de aula invertida não é propriamente uma inovação, ela tem sido proposta desde a década de 1990, com o aumento do uso e acesso às tecnologias de informação e comunicação (SUHR, 2016). A revolução tecnológica, a globalização, as

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 3, p. 13232-13238 mar. 2020. ISSN 2525-8761 demandas da contemporaneidade e os desafios postos para a educação no ensino superior e para a geração que ingressou no ambiente acadêmico se tornaram irreversíveis e passaram a exigir transformações nas estruturas das universidades. As pesquisas avançaram e contribuíram para que as universidades analisassem, promovessem revisões no processo de ensino-aprendizagem e iniciassem uma etapa de aprimoramento de métodos (SILVA, 2017).

Sobre o ensino jurídico propriamente dito, que é aqui é debatido, o mercado profissional tem se mostrado cada vez mais concorrido. Um número que exemplifica isto, recentemente o Brasil atingiu a marca de um milhão de advogados. Desta feita, se faz necessário que o indivíduo em formação tenha um ensino cada vez melhor para que possa atingir o desempenho desejado quando estiver pronto para se inserir neste disputadíssimo mercado (OLIVEIRA, 2016).

Os instrumentos de trabalho de um jurista são indubitavelmente a escrita e a oratória, portanto estas são as competências que mais devem ser trabalhadas no ensino jurídico. Dentro do método proposto pela Sala de Aula Invertida o discente terá mais momentos para expor seu posicionamento dentro de classe sobre o que deteve de conhecimento em seu estudo preliminar e dialogando com seus colegas e sustentando as suas ideias, trabalhando a retórica, isto sempre observado pelo professor, que diante de ocasionais equívocos irá se posicionar, corroborando assim para que não só um aluno reitere a incorreção, mas todo o conjunto, que naturalmente também poderão tirar mais dúvidas diante da explicação dada, gerando maior aprofundamento no assunto e consequentemente formando um profissional mais capacitado (RODRIGUES, 2015).

Quanto à escrita, podem ser elaboradas reflexões sobre o caso proposto, elaboração de teses que se apliquem ao caso, pareceres e etc, que podem ser debatidos dentro de sala de aula, conforme citado do parágrafo anterior (RODRIGUES, 2015).

Quanto às limitações do método aqui defendido. A primeira dificuldade encontrada é a resistência que os próprios estudantes oferecem para com a implantação deste método. Os alunos têm a expectativa e desejam que as aulas sejam ministradas de acordo com o método tradicional, expositivo, já que a sua durante toda a sua formação, desde o básico escolar, foi lhes instruído que o professor comanda as atividades dentro de sala de aula. O aluno senta, ouve e em um momento posterior é avaliado em uma prova escrita (SUHR, 2016).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 3, p. 13232-13238 mar. 2020. ISSN 2525-8761 Outro ponto discutível é observado é que parcela significativa dos acadêmicos trabalha ou não possui dedicação exclusiva para o estudo. Professores consideram que este grupo de universitários não tem dispõe do tempo necessário para a realização das atividades propostas. Apesar da SAI ser um excelente sistema educacional, só é executável com alunos fruem de tempo, o que não é realidade no Ensino Superior no Brasil (SUHR, 2016; SCHMITZ, 2018).

Neste ponto, uma consideração sobre o próprio papel do ensino superior na atualidade, desprendido de qualquer formato metodológico que venha ser utilizado. É impraticável que qualquer acadêmico consiga absorver os conteúdos que necessita apreender sem leituras, reflexões, sem um estudo complementar propriamente dito e estas atividades não podem ser realizadas somente dentro do limite das horas-aula presenciais, qualquer que seja o molde de ensino que seja adotado, inclusive o tradicional (SUHR, 2016).

3CONCLUSÃO

Diante do que foi exposto a conclusão que se retira primordialmente é que existem sim métodos alternativos de ensino, mas não há exatamente uma metodologia específica que seja ideal para ser aplicada no ensino superior, em especial no curso de Direito, que aqui está sendo trabalhado. Grandes universidades possuem milhares de alunos, cada indivíduo tem sua forma de aprender, o que é um desafio, porque dificilmente o mesmo método agradará todos os discentes.

Contudo algumas peculiaridades da SAI são preferíveis ao método tradicional para que o jurista saia bem formado. Ainda que não seja exatamente, rigidamente, o modelo que aqui foi proposto, algumas características dela merecem ser contempladas. A SAI permite que o aluno erre e aprenda com os seus erros e também que os outros colegas de sala também errem e aprendam em conjunto e juntos também compartilhem novos corretos, discutam, cheguem a novas conclusões. Conclusões estas que em última análise façam até mesmo com que o professor possa aperfeiçoar os seus conhecimentos, mudar seu ponto de vista, que poderá ser passado para futuras turmas. Conhecimento gerando mais conhecimento, da forma mais construtiva possível.

Insiste-se também que é fundamental na vida do profissional do direito, na elaboração de suas teses, figurando no polo ativo ou no passivo da demanda, ele terá que saber trabalhar dentro da situação, que por vezes a norma não é clara e terá que elaborar

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 3, p. 13232-13238 mar. 2020. ISSN 2525-8761 raciocínios jurídicos em cima do caso, e é de ímpar importância que ele labore como um engenheiro legal e a SAI estimula e sta competência muito bem.

Entretanto, o ensino híbrido, com variadas abordagens parece ser o mais efetivo. Da mesma forma que o ensino tradicional tem suas limitações que estão sendo amplamente discutidas, a SAI também tem as suas, como as citadas e caso venha ser praticada, evidenciarão outras também. Deve-se buscar o que há de melhor em cada molde de ensino e avaliar com tem sido o desempenho, tanto dos alunos como dos professores e continuamente procurar aperfeiçoar, o mercado contemporâneo exige estas atualizações.

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a minha família, que sempre me apoiou nesta caminhada, me incentivando a estudar, dando o suporte financeiro e moral para a minha formação escolar e acadêmica.

Agradeço também a oportunidade dada pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR, instituição que tanto admiro e tenho orgulho de fazer parte, que por meio do Programa de Monitoria oportuniza aos alunos que tem interesse na docência esta oportunidade de dar os primeiros passos e experiência de ensino.

Por fim, agradeço ao professor orientador, Mário Parente Teófilo Neto, jurista de escol que foi de ímpar importância, grande satisfação poder trabalhar e conjunto com tão brilhante profissional e gratifico também aos meus companheiros de sala de aula e grandes amigos, Victor Botelho Mourão, Bruno Pimentel Feitoza e Jéssica Porto Cavalcante Lima, que me foram profundamente sinceros e precisos tanto nos elogios e, sobretudo, nas críticas, que foram atentamente ouvidas.

REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, Eliana Maria Pavan de. Docência em Direito e a “Sala de aula invertida” como opção metodológica ativa. Evidência: olhares e pesquisa em saberes educacionais, Araxá, v. 14, n. 14, p.59-77, 2018. Disponível em: <http://www.uniaraxa.edu.br/ojs/index.php/evidencia/article/view/497/476>. Acesso em: 22 ago. 2018.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 3, p. 13232-13238 mar. 2020. ISSN 2525-8761 RODRIGUES, Carolina Stancati; SPINASSE, Jéssica Fernanda. VOSGERAU, Dilmeire Sant'anna Ramos. Sala de Aula Invertida - Uma revisão sistemática. In: EDUCERE XII Congresso Nacional de Educação, 12., 2015, p. 39283-39295, Curitiba.

Anais... Curitiba: PUCPR, 2015. Disponível em:

<http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/16628_7354.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2018.

SCHMITZ, Elieser Xisto da Silva; REIS, Susana Cristian dos. Sala de aula invertida: investigação sobre o grau de familiaridade conceitual teórico-prático dos docentes da universidade. Etd - Educação Temática Digital, Campinas, v. 20, n. 1, p.153-175, jan. 2018. Disponível em:

<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8648110/17498>. Acesso em: 22 ago. 2018.

SILVA, Francisco Erismar da; FILHA, Maria Luíza Pinto de Sousa. Sala de Aula

Invertida: um novo olhar sobre a aprendizagem no ensino superior. 2017. 34 f. TCC

(Graduação) - Curso de Direito, Centro de Ciências Jurídicas, Universidade de Fortaleza, Fortaleza, 2017. Disponível em:

<https://uol.unifor.br/oul/conteudosite/?cdConteudo=8581768>. Acesso em: 22 ago. 2018.

SUHR, Inge Renate Frose. Desafios no uso da sala de aula invertida no ensino superior.

Revista Transmutare, Curitiba, v. 1, n. 1, p.4-21, jul. 2016. Disponível em:

Referências

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