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Resolvendo problemas nos anos iniciais por meio da literatura infantil / Problem solving on the early grades through children’s literature

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Academic year: 2020

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Resolvendo problemas nos anos iniciais por meio da literatura infantil

Problem solving on the early grades through children’s literature

DOI:10.34117/bjdv5n12-032

Recebimento dos originais: 07/11/2019 Aceitação para publicação: 04/12/2019

Danúbia Carvalho de Freitas Ramos

Programa de Pós-Graduação em Educação para Ciências e Matemática (PPGECM) Instituto Federal de Goiás – Câmpus Jataí

profdanubiaramos@gmail.com

Adriana Aparecida Molina Gomes

Regional Jataí, Universidade Federal de Goiás adriana_aparecida_molina@ufg.br

RESUMO

Este trabalho é um recorte de uma pesquisa que em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em Educação para Ciências e Matemática (PPGECM), do Campus Jataí, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás. Nesta, pretende-se trabalhar com literatura infantil numa perspectiva da resolução de problemas. Tem-se como questão: que estratégias alunos do 1º ano do Ensino Fundamental elaboram para resolver problemas a partir das histórias infantis? Trata-se de uma pesquisa qualitativa com foco na intervenção pedagógica, cujos sujeitos são alunos do 1º ano do ensino fundamental de uma escola municipal, em Jataí-GO. Para tanto, elaborou-se uma sequência didática, contendo 3 (três) tarefas distintas. Neste trabalho, o recorte se dará na resolução de problemas subsidiada por “histórias virtuais do conceito”. Num primeiro olhar, foi possível perceber que os alunos participaram, argumentaram e comunicaram ideias, estratégias e pensamentos.

Palavras-chave: Resolução de Problemas. Literatura Infantil. Matemática. Anos Iniciais. Histórias

Virtuais do Conceito.

ABSTRACT

This article is part of a research, which has been developed at Post-graduation Program in Education for Science and Mathematics (PPGECM), at the Federal Institute of Education, Science and Technology of Goiás. We intended to work with children’s literature aiming the improvement of problem solving abilities. The question that triggered this research was: what strategies might 1st grade students use to solve problems from children’s stories? This is a qualitative study focused on the pedagogical intervention, and its subjects are students from a municipal school, in Jataí – GO. In order to do that, we developed a didactic sequence with three (3) different tasks. In this article, we focus on problem solving through “virtual stories of concept”. For starters, it was noticeable that the students who attended the tasks, reasoned and communicated ideas, strategies and thoughts.

Keywords: Problem solving. Children’s literature. Mathematics. Early grades. Virtual stories of

concept.

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho, recorte de uma pesquisa de mestrado em andamento, que está sendo desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação para Ciências e Matemática (PPGECM)

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do Campus Jataí do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, nasceu do desejo de trabalhar resolução de problemas matemáticos com o suporte de histórias literárias infantis.

Temos como questões de investigação: (1) que estratégias alunos do 1º ano do Ensino Fundamental elaboram para resolver problemas a partir das histórias infantis; e (2) como este tipo de trabalho pode contribuir para a comunicação de ideias matemáticas e a aprendizagem de conceitos matemáticos?

Esta é uma pesquisa qualitativa com foco na intervenção pedagógica, cujos sujeitos são alunos do 1º ano do ensino fundamental de uma escola municipal, em Jataí-GO. A turma têm18 alunos, com idades variando de 5 a 6 anos.

Foi elaborada uma sequência didática, contendo 3 (três) tarefas distintas, que foram desenvolvidas a partir de três histórias infantis adaptadas pela pesquisadora, quais sejam: “O pastorzinho mentiroso”1, “Amigos”2, “Três Partes”3. As atividades se iniciaram a partir da leitura da

história infantil que traz um problema envolvendo um dos personagens e que necessita ser resolvido por meio de estratégias diversas.

Para este texto, foi escolhido como recorte a resolução de problemas subsidiada por “histórias virtuais do conceito” (OLIVEIRA, 2007).

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O processo de ensino e aprendizagem se constitui através de erros e acertos, idas e vindas. E, para os alunos dos anos iniciais, esse é um momento propício para: haver questionamentos, levantamento de hipóteses, utilização e aprendizagem de diversos tipos de linguagens. Para Silva et

al (2010), o aluno é um ser social que (re)constrói seus conhecimentos através dos conhecimentos

que adquire na sociedade e no meio cultural em que está inserido.

Diante disso, entendemos que a escola tem o papel fundamental de proporcionar um ensino e aprendizagem que valorize os conhecimentos já adquiridos pelos alunos fora do ambiente escolar. Compreendemos que a resolução de problema a ser trabalhada numa perspectiva interdisciplinar pode oferecer, aos sujeitos envolvidos, uma oportunidade de estabelecer relações entre a matemática e o cotidiano. Segundo Onuchic e Allevato (2011), problema é qualquer ação que há intenção em ser realizada, mas não se sabe como realizá-la de fato.

No geral, o que se presencia nas aulas de Matemática, segundo Silva et al (2010), são problemas que não geram dúvidas. Para esses autores, os alunos não aplicam seus conhecimentos

1 DOBLADO, A. Fábulas de ouro. Pastor mentiroso. Tradução: Mô Cunha. Barueri, SP: Girassol; Madri: Susaeta, 2007. 2 HEINE, H. Amigos. Tradução: Luciano Vieira Machado. 13 ed. São Paulo: Ática, 2000. 32p.

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para resolver os problemas, não têm a possibilidade de levantar as hipóteses e elaborar as estratégias, ou seja, eles aprendem a solução do problema, mas não aprendem a resolver problemas. “Estamos diante da conhecida dualidade fazer versus compreender” (SILVA et.al, 2010, p. 14, grifos dos autores).

Nesse sentido, entendemos que precisamos oportunizar condições para que os alunos não somente alcancem a resposta do problema, mas que consigam levantar hipóteses, elaborar estratégias e comunicar suas ideias e pensamentos. Nessa perspectiva, este trabalho se apoiará na resolução de problemas fazendo uso da literatura infantil com foco nas “histórias virtuais do conceito”, que, segundo Moura e Lanner (1998 apud ANDRADE, 2007), podem ser consideradas como uma:

situação-problema vivida por algum personagem dentro de uma história. Esta, por sua vez, revela uma semelhança com algum problema vivido pela humanidade. A história virtual é, portanto, uma situação-problema que poderia ser vivida pela humanidade em algum momento. Por isso, ela é virtual: é como se fosse a situação real (MOURA; LANNER, 1998 apud ANDRADE, 2007, p. 36, grifo da autora).

Nossa hipótese é que, quando os alunos ouvirem as histórias contadas e adaptadas pela pesquisadora, poderão usar a imaginação e estratégias diversas – matemáticas ou não – para resolver o problema que o personagem está vivendo, estabelecendo uma relação entre a matemática e sua vivência pessoal.

Para Andrade (2007), quando o professor leva um problema a partir de histórias, o aluno pode aprender a elaborar noções de conceitos matemáticos em relação ao que está sendo estudado. Além disso, após resolver o problema, os alunos precisam socializar suas “descobertas”, isto é, irão compartilhar suas ideias e estratégias a fim de conseguirem se apropriar do conhecimento proposto.

Andrade (2007) ainda pontua que a “história virtual do conceito tem esse papel coletivo valorizando [o pensar], pois [n]a resolução do problema, os conceitos apropriados pela criança são mobilizados e colocados ‘em movimento’ na busca da resolução, isto é, na interação” (Andrade, 2007, p. 38 grifos da autora). Ou seja, a interação é muito rica, pois é o momento em que os alunos compartilham entre si os saberes, em que cada saber individualizado pode tornar-se um saber coletivo. Com isso os alunos constroem e reconstroem seus conhecimentos por meio da interação, da socialização e do diálogo.

As histórias virtuais do conceito são elaboradas a partir de história infantis literárias como lendas, mitos, fábulas, poesias e outras, em que os enredos são adaptados com conceitos matemáticos. Na história virtual do conceito, o personagem vive um problema e convida os leitores/ouvintes a ajudá-lo a resolver seus problemas. Nesse momento, os alunos entram em um jogo de imaginação, pois se colocam no lugar do personagem e, dessa forma, vivem e buscam resolver o problema.

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É para resolver o problema do personagem que o professor deve adaptar uma possível resolução para ele a ser encontrada pelos alunos, que devem realizar as atividades em dupla ou pequenos grupos. Elaborando estratégias, os alunos colocam em movimento os conceitos matemáticos.

É a partir desse convite de ajuda ao personagem que os alunos têm a possibilidade de levantar hipóteses, argumentar, analisar e fazer uso de conceitos matemáticos. Assim, “as crianças gradativamente se apropriam de elementos essenciais do conceito em questão”. (MORETTI; SOUZA, 2015, p. 166).

As histórias virtuais do conceito podem, ainda, colaborar com o desenvolvimento de habilidades de comunicação e de construção de pensamentos matemáticos.

Nesse sentido, entendemos que a história virtual e a resolução de problemas podem contribuir para a aprendizagem e alfabetização matemática de alunos de 1º ano do ensino fundamental.

3 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho é compreender como a resolução de problemas e a literatura infantil podem contribuir para o desenvolvimento de estratégias e ideias matemáticas de alunos do 1º ano do ensino fundamental.

Como objetivos específicos temos: (1) elaborar uma sequência didática utilizando literatura infantil que aborde os conteúdos matemáticos previstos no 1º ano do Ensino Fundamental; (2) aplicar a sequência didática em uma escola municipal de Jataí-GO; (3) estimular os alunos a comunicar as ideias, estratégias e pensamentos matemáticos (ou não); (4) perceber os indícios de aprendizagens dos alunos; (5) analisar as contribuições da resolução de problemas e da literatura infantil em relação à aprendizagem e mobilização de conceitos matemáticos.

4 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com foco na intervenção pedagógica, cuja análise se deu de modo interpretativo. Para tanto, os instrumentos foram: observação das aulas; produções e registros dos alunos feitos individualmente e/ou em grupo; registros realizados de modo coletivo, pela professora e/ou pela pesquisadora, na lousa ou no papel kraft; entrevistas semiestruturadas com os sujeitos; gravações em áudio e vídeo das aulas; fotos; diário e notas de campo da pesquisadora.

A pesquisa qualitativa tem suas raízes nas ciências humanas e sociais. Chizzotti (2003) afirma que a pesquisa qualitativa abrange o campo transdisciplinar e apresenta algumas particularidades, como assumir tradições ou multiparadigmas que são derivados “do positivismo, da fenomenologia,

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da hermenêutica, do marxismo, da teoria crítica e do construtivismo, e adotando multimétodos de investigação para o estudo de um fenômeno situado no local” (CHIZZOTTI, 2003, p. 221).

O estudo em desenvolvimento apresenta características da pesquisa tipo intervenção pedagógica, porque foi trabalhado uma prática educacional com intuito de inovar e avaliar a intervenção na tentativa de contribuir com a aprendizagem dos alunos. A pesquisa tipo intervenção pedagógica tem sua base fundamentada pela teoria histórico-cultural.

Para Damiani et.al (2012), existem dois princípios que fundamentam a perspectiva histórico-cultural. Ele salienta que o primeiro princípio está pautado nas contribuições de Vygotsky, na ideia do estímulo externo e resposta, por pensar que esse método propõe aos professores um estímulo que os ajudará a inovar sua prática na tentativa de aprimorar o desenvolvimento de seus alunos. O segundo princípio tem sua base na ideia de Marx, no pensamento dialético, em que se entende que o ser humano parte da sua realidade para o concreto pensado, e posteriormente volta a fazer a análise da sua prática.

Na aplicação, desenvolvemos uma sequência didática que contém 3 (três) tarefas, as quais envolveram a resolução de problemas por meio das histórias infantis, ou seja, os alunos buscaram resolver o problema do personagem da história.

A partir da história virtual do conceito, percebemos que os alunos trocaram conhecimentos entre si, elaboraram estratégias e resolveram os problemas dos personagens por meio da resolução de problema e, assim, aprenderam simultaneamente conceitos matemáticos como: contagem de um a um, longe, perto, leitura e escrita de mapa e composição e decomposição de figuras geométricas.

As aulas sempre iniciavam com a contação de história. Como suporte pedagógico, a pesquisadora utilizou projetor multimídia para apresentar as imagens das histórias enquanto as contava.

5 CONCLUSÃO

Este estudo ainda está em desenvolvimento. Temos apenas resultados preliminares, mas já se pode afirmar que a história virtual do conceito e a resolução de problemas têm contribuído com o trabalho coletivo, a socialização e a comunicação de ideias, pensamentos e estratégias matemáticas. Percebeu-se que há indícios de que os alunos aprenderam noções e/ou conceitos matemáticos por meio da ludicidade. Essa metodologia apoia o professor no trabalho interdisciplinar, em que se pode, principalmente, interligar a leitura e a escrita.

No que tange aos conceitos matemáticos, a metodologia da história virtual do conceito desmistifica a ideia de que os conceitos matemáticos não se interligam com as demais disciplinas.

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Com relação aos alunos, observa-se que eles conseguiram encontrar soluções para os problemas vivenciados pelos personagens, levantaram hipóteses, argumentaram, posicionaram-se frente às dificuldades e dúvidas. Vimos ainda que as crianças se empolgaram em resolver os problemas dos personagens e buscaram soluções matemáticas ou não para os problemas.

Para o professor, trata-se de mais um método que poderá ser trabalhado em sala de aula para tornar as aulas mais significativas, lúdicas, interdisciplinares e, dessa forma, possibilitar que os alunos coloquem seus conhecimentos em movimento.

REFERÊNCIAS

ANDRADE. D. O. Contando histórias: produção/ mobilização de conceitos na perspectiva da resolução de problemas em matemática. 2007 p.164. Dissertação [Mestrado em Educação]. Programa de Pós-Graduação em Stricto Sensu em Educação. Universidade de São Francisco. Itatiba. 2007. CHIZZOTTI, A. A pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais: evolução e desafios. Revista Portuguesa de Educação. Centro de Investigação em Educação (CIEd), Universidade do Minho. Braga-PT, v. 16, n. 2, p. 221-236, 2003. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/374/37416210.pdf. Acesso em: 7 abr. 2018.

DAMIANI, M. F; ROCHEFORT. R.S; CASTRO. R.F; DARIS. M.R; PINHEIRO. S.S Sobre pesquisas do tipo intervenção do tipo intervenção. In: XVI Encontro Nacional de Didática e

Prática de Ensino, 2012, Campinas. Anais do XVI Encontro Nacional de Didática e Prática de

Ensino. Campinas: UNICAMP, 2012. p. 1-9. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/download/3822/3074 acesso em: 02 nov. 2017.

MORETTI, V. D.; SOUZA, N.M.M. Educação Matemática nos anos iniciais do ensino

fundamental: princípios e práticas pedagógicas. 1 ed. São Paulo, SP: Cortez, 2015. (Coleção

Biblioteca de alfabetização e letramento).

ONUCHIC, L. R.; ALLEVATO, N. S. G. Pesquisa em resolução de problemas: caminhos, avanços e novas perspectivas. Boletim de Educação Matemática. Rio Claro, SP: v. 25, n. 41, p. 73-98. 2011. Disponível em: http://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/bolema/article/view/5739. Acesso em: 18 set. 2017.

ITACARAMBI. R.R; SILVA. A.A.A; ERTNER.E; KATZ.E; GOÇALO.M. G; ROBERTO.M. S; SATO.M.T. S; PAGAIME.S. Resolução de problemas: construção de uma metodologia (ensino fundamental). São Paulo, SP: Livraria da Física, 2010.

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